sábado, 30 de abril de 2011

Presidente da CNA afirma que novo Código Florestal vai permitir que produtores continuem produzindo em 27,7% do País

Canal do Produtor

Da Redação
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, afirmou nesta quarta-feira (27/04) que a atualização do Código Florestal brasileiro vai permitir que os produtores rurais continuem produzindo alimentos em 236 milhões de hectares, área atualmente ocupada com atividades agropecuárias. Essa área representa 27,7% do território nacional, que soma, no total, 851 milhões de hectares. "O que nós estamos pedindo é que o Brasil mantenha os 519 milhões de hectares que estão preservados com cobertura vegetal e que os produtores continuem produzindo", defendeu.
Sem a modernização da legislação ambiental, parte das áreas hoje ocupadas com atividades agropecuárias terá que ser desocupada para que as regras ambientais sejam cumpridas, inclusive no que diz respeito à reserva legal, que varia entre 20% na maioria dos biomas e 80% na Amazônia. “A reforma do Código não significa desmatamento”, afirmou a presidente da CNA durante palestra no seminário “Direito e Administração Pública", organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
A senadora Kátia Abreu apontou que as áreas abertas pelos produtores rurais nos últimos anos foram transformadas em arroz, feijão, milho, soja, carne, Produto Interno Bruto (PIB), empregos e exportação. "Se o produtor cometeu algum pecado foi esse", afirmou ao lembrar que as áreas foram abertas quando essa prática não era proibida e que muitas vezes o incentivo partiu do próprio governo, que estava preocupado em garantir o abastecimento interno de alimentos.
No evento, a presidente da CNA defendeu o equilíbrio entre a produção agropecuária e a preservação ambiental, itens que estão contemplados na proposta do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), em tramitação na Câmara dos Deputados, que atualiza a legislação ambiental. "Precisamos da natureza, mas também da produção de alimentos", afirmou.
Dados apresentados aos participantes do seminário mostram que há 40 anos a compra de alimentos absorvia 48% da renda dos trabalhadores assalariados do País. Hoje esses gastos representam 18%. Em 1960, acrescentou, o Brasil era grande importador de alimentos, comida que chegava à mesa dos brasileiros custando caro. "Importávamos leite da Europa, cerca de 80% do consumo interno, e 50% da carne consumida aqui vinha da Austrália. Hoje nós somos o maior exportador de carne do mundo. Nós comprávamos feijão do México. Mas o pior era importar arroz das Filipinas, que é o lugar mais distante do Brasil", comentou.
O investimento em tecnologia, especialmente após a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), há 38 anos, garantiu que a produção agropecuária crescesse de 20 milhões para 50 milhões de toneladas num período de cinco anos, afirmou a presidente da CNA. "De 1980 para cá, ninguém mais segurou o Brasil. O Cerrado de terras áridas passou a ser altamente produtivo. O passado não pode ser negado e os produtores não podem passar da condição de heróis para vilões", acrescentou.
Ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e ao governador de Minas Gerais, Antonio Anastásia, que participaram da abertura do seminário, a senadora Kátia Abreu lembrou que a produção nacional abastece 70% do mercado brasileiro e que o agronegócio responde por 24% do PIB do País e emprega 1/3 da mão de obra nacional, patrimônio que, segundo ela, é da população brasileira.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

PARTES DE UM MESMO CORPO - PARASHÁ KEDOSHIM 5771 (29 de abril de 2011)

"Arnaldo era entregador de uma grande empresa e ganhava por entregas realizadas. Certa vez ele precisou fazer um entrega em outra cidade. Para piorar a situação, tudo o que ele tinha era apenas o nome da pessoa, não sabia nem mesmo o endereço. Pegou sua moto e foi fazer o trabalho.
Chegando à cidade, olhou o papel da entrega e viu que a pessoa que deveria receber o pacote se chamava Rubens. Perguntou para um dos moradores da cidade onde ele poderia encontrar aquela pessoa. O morador não sabia responder, mas sugeriu ao entregador que fosse até o centro da cidade e perguntasse pela pessoa procurada.
Chegando lá, Arnaldo viu uma imensa multidão e ficou desesperado. Será que encontraria a pessoa? Caso não encontrasse, teria apenas perdido seu tempo e não receberia o dinheiro da entrega. Resolveu perguntar um por um. Parou a primeira pessoa que viu e perguntou "Por acaso você é o Rubens?". Quando a pessoa respondeu negativamente, Arnaldo fez um grande escândalo com ela. Parou outra pessoa e novamente perguntou "Por acaso você é o Rubens?", e novamente ficou extremamente irritado ao escutar uma resposta negativa. E assim foi com diversas pessoas, a cada resposta negativa ele ficava mais irritado. Até que um senhor, não agüentando assistir aquele espetáculo, chamou a atenção de Arnaldo:
- Ei, rapaz, não seja um tonto. Assim você nunca vai encontrar a pessoa que está buscando. Ao invés de perder tempo se irritando e dando broncas em quem não tem nada a ver com seu problema, por que você não investe seu tempo procurando a pessoa certa?"
Arnaldo parece um tolo? Explica o Chafetz Chaim que muitas vezes também nos comportamos assim. Quando alguém faz algo que nos prejudica, ao invés de ficarmos irritados com a pessoa, devemos ter a consciência de que D'us está por trás de tudo o que ocorre. Ao gastarmos nosso tempo e nossa energia reclamando e brigando com as pessoas, estamos perdendo a oportunidade de cumprir o nosso trabalho espiritual neste mundo.
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Nesta semana lemos a Parashá Kedoshim, que começa com o seguinte versículo "Sejam santos, pois Eu, Hashem, Teu D'us, sou Santo" (Vayikrá 19:2). O que esperaríamos encontrar na Parashá? Fórmulas de como chegar a elevados níveis de santidade, como longos jejuns, retiros espirituais e votos de abstinência. Mas ao olharmos a continuação da Parashá, percebemos que ela está repleta de Mitsvót Bein Adam Lehaveiró (entre o homem e seu companheiro). O que isto nos ensina? Que o nível espiritual não é medido apenas pela maneira como a pessoa se comporta em relação à D'us, mas também pela maneira como se comporta com os outros. Para atingir elevados níveis de santidade, um dos caminhos principais é se comportando de maneira adequada com as outras pessoas.
Entre todas as Mitsvót listadas na Parashá, há algumas, contidas em um mesmo versículo, que nos chamam a atenção: "Não se vingarás e não guardarás rancor dos membros do seu povo; ame ao seu próximo como a si mesmo, Eu sou D'us" (Vayikrá 19:18). Este versículo apresenta algumas dificuldades. Em primeiro lugar, será que é possível controlar os sentimentos a ponto de não sentir rancor de alguém que nos fez mal? Além disso, qual a conexão entre não guardar rancor e amar ao próximo como a si mesmo? E finalmente, por que o versículo termina com "Eu sou D'us"?
Imagine esta cena: uma pessoa destra está cortando um tomate e, por descuido, acaba ferindo sua mão esquerda com a faca. A mão esquerda desta pessoa começa a sentir um grande rancor da mão direita. Num ataque de fúria, a mão esquerda pega a faca e se vinga da mão direita, causando-lhe um ferimento. O que você faria com esta pessoa? Certamente a encaminharia ao hospício, para um profundo tratamento psicológico. Por quê? Pois as duas mãos são parte de um mesmo corpo. Não faz sentido uma vingança ou guardar rancor contra partes de si mesmo, pois no final das contas a pessoa estaria sofrendo duas vezes!
Fomos educados desde pequenos a achar que cada pessoa é uma entidade por si só, completamente independentes das outras pessoas. Mas isto é, na verdade, uma forma completamente equivocada de enxergar a realidade espiritual. Explica o livro "Tomer Dvora", do Rav Moshe Cordovero, que não somos seres independentes, pois dentro da alma de cada pessoa há um pouquinho da alma do outro. Por isso, toda vez que a pessoa se vinga e faz mal ao outro, parte deste mal também o atinge, por causa da parte de sua alma que está contida no outro. O mesmo ocorre ao contrário, pois quando fazemos bem ao outro, parte desta bondade volta para nós mesmos. É por este motivo que D'us nos ordenou a Mitzvá de "Ame ao seu próximo como a si mesmo" junto com a Mitzvá de "Não se vingarás e não guardarás rancor", para nos ensinar que o outro é parte de nós mesmos e, da mesma forma que ninguém machuca a si mesmo, também temos que fazer de tudo para nunca prejudicar ao próximo.
Mas a Torá nos revela que, fora o motivo lógico de não causar um mal para nós mesmos, há uma razão ainda maior para não nos irritarmos nem guardarmos rancor do próximo: "Eu sou D'us". O que isto significa? Que tudo o que acontece tem Hashgachá Pratid (Supervisão Particular) de D'us. Nada acontece no mundo sem o Seu consentimento. Ninguém tira um fio de cabelo de outra pessoa se isto não estiver decretado nos mundos espirituais. Se algo "ruim" aconteceu, a pessoa que nos fez este mal foi apenas um "utensílio", apenas cumpriu o que D'us havia decretado nos mundos espirituais. Se o mal não viesse através desta pessoa, viria através de outra pessoa, pois assim ensinam nossos sábios: "Muitos são os emissários de D'us". Ele tem o mundo inteiro ao Seu controle para cumprir a Sua vontade.
Uma dica prática para evitar o rancor e a vingança é viver como se estivéssemos participando de um grande teatro. O que isto significa? Imagine que você foi convidado para participar de uma peça. De repente outro ator, lendo seu script, se aproxima de você e diz: "seu tolo". Você ficaria bravo com ele? Obviamente que não, pois ele está apenas lendo o script. Se quisermos entender porque o script dele era nos ofender, devemos perguntar ao diretor do teatro, que escreveu todos os textos. Assim também acontece em nossas vidas. Se alguém nos ofendeu, ao invés de guardarmos rancor desta pessoa, o correto é saber que ele está apenas lendo seu "script". O ideal é refletir para entender quais foram os motivos pelos quais D'us decretou que fossemos ofendidos.
O rancor e a vingança são sinais de fraqueza espiritual. Nos ensina o Pirkei Avót (Ética dos Patriarcas): "Quem é o valente? Aquele que conquista sua má inclinação". No nosso conceito, valente é aquele que não leva desaforo para casa, que revida imediatamente, de preferência com violência, a qualquer tipo de provocação. Mas a Torá ensina justamente o contrário. Quando um cachorro é ameaçado, ele avança e morde. Não porque ele é valente, mas porque é um animal, seu instinto o faz atacar o agressor, ele não tem controle. Da mesma maneira, quando um ser humano se vinga ou guarda rancor no coração, não é um sinal de valentia, é um sinal de pouca espiritualidade, de falta de autocontrole.
Mas, se de acordo com a Torá não devemos revidar, a pessoa que nos fez mal sairá impune? Com certeza não. Por exemplo, quando uma pessoa recebe um decreto espiritual de perder duzentos reais, o que D'us faz? Utiliza os "serviços" de um ladrão, que decidiu assaltar alguém por seu próprio livre arbítrio, e junta os dois na mesma rua. O homem não perdeu seus duzentos reais porque o ladrão decidiu roubá-lo, e sim porque havia um decreto espiritual. Mas o ladrão, que roubou por sua livre escolha, apesar de ter cumprido o decreto de D'us, prestará suas contas por ter utilizado de forma equivocada seu livre arbítrio. A pessoa que foi roubada tem todo o direito de utilizar a força policial para tentar reaver seu dinheiro. Apenas deve entender que não há sentido em guardar rancor do ladrão, pois ele cumpriu apenas o que já estava decretado espiritualmente. Se não fosse através deste ladrão, a perda monetária ocorreria de outra maneira.
Portanto, todas as vezes em que ficamos irritados com outra pessoa, estamos apenas perdendo o nosso tempo e gastando nossas energias de maneira equivocada. Quando algo "ruim" acontece, o correto é refletir sobre o que ocorreu. Em geral D'us se comporta conosco "Midá Kenegued Midá (medida por medida), isto é, o que nos ocorreu é um reflexo de nossos próprios atos. Se fomos ofendidos, é porque provavelmente ofendemos outra pessoa e não pedimos perdão. Se fomos roubados, é porque provavelmente este dinheiro também chegou ilicitamente em nossas mãos. E assim é com tudo o que ocorre em nossas vidas.
Se chegarmos a viver com esta claridade, poderemos investir nosso tempo em cumprir o nosso trabalho espiritual neste mundo, corrigindo nossos próprios erros, ao invés de ficar espetando, com a nossa mão direita, a nossa própria mão esquerda.
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Parashá:
Lv 19:1-20:27, Ez. 22:1-l9 (Ash.), Ez 20:2-20 (Sef.), I Co. 6:9-20

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Questão de honra

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 28 de abril de 2011
A imagem oficial dos combates travados entre os anos 60 e 70 no Brasil opõe, de maneira reiterada e obsessiva, os “jovens” guerrilheiros aos “velhos” generais. Adolescentes românticos e entusiastas contra setentões endurecidos e carrancudos. O estereótipo, instituído pela minissérie “Anos Rebeldes” (Globo, 1986), tornou-se obrigatório em todos os filmes, romances, contos, novelas de TV e reportagens, ao ponto de arraigar-se no imaginário popular como uma cláusula pétrea da verdade histórica, a base infalível de tudo quanto se pensa, se crê e se sente daquele período histórico. O simbolismo aí embutido é auto-evidente: a juventude representa a inocência, o idealismo, a esperança, a visão rósea de um mundo melhor; a velhice personifica o realismo cínico, a acomodação ao mal, o apego tacanho a uma ordem social injusta e caquética.
No entanto, é claro que nada disso corresponde aos fatos. Vejam os comandantes da guerrilha. Carlos Marighela era jovem? Joaquim Câmara Ferreira era jovem? Jacob Gorender era jovem? E os soldadinhos das Forças Armadas que trocavam tiros com os terroristas nas ruas e nos campos eram anciãos? Como em todas as guerras, os comandantes dos dois lados eram homens velhos ou maduros, os combatentes em campo eram jovens. Sob esse aspecto, nada se inventou de novo no mundo desde os tempos homéricos.
A deformação cronológica já basta para mostrar que a visão daqueles tempos disseminada por empresas de mídia, artistas, escritores, editores, jornalistas e professores é pura obra de propaganda. Propaganda tanto mais maliciosa e perversa quanto mais adornada do rótulo autolisonjeiro de “pesquisa histórica”. Por mais documentos que se revirem, por mais entrevistas que se ouçam, não há pesquisa histórica quando as perguntas são sempre as mesmas e os aspectos antagônicos são sistematicamente evitados.
Desde logo, as guerrilhas são sempre mostradas como fruto de uma reação ao golpe de 1964. Isso é absolutamente falso. As guerrilhas começaram em 1962, em pleno regime democrático, orientadas e subsidiadas pela ditadura cubana e ajudadas pelo presidente da República, de modo a articular, segundo a estratégia comunista clássica, a “pressão de baixo” com a “pressão de cima”, a agressão armada no subterrâneo da sociedade com a agitação política vinda das altas esferas do poder. Não foram concebidas no intuito de derrubar uma ditadura, mas de destruir qualquer governo, democrático ou ditatorial, que se opusesse ao plano de Fidel Castro de instituir um regime comunista no continente. Investiguem um a um os guerrilheiros, desde os líderes e planejadores até o último tarefeiro encarregado de vigiar os seqüestrados. Não poucos dentre eles eram maoístas, discípulos de um monstro genocida, pedófilo e estuprador. E entre os demais não se encontrará um só que não fosse comunista, marxista-leninista, acima de tudo um devoto da Revolução Cubana, que àquela altura já havia matado pelo menos 17 mil civis, quarenta vezes mais que o total de “vítimas”, quase todas combatentes, que, num país de população bem maior que a de Cuba, o nosso regime militar viria a fazer ao longo de vinte anos.
Em plena contradição com o culto pararelo do “Che”, as guerrilhas também surgem como um fenômeno isoladamente nacional, sem as conexões internacionais que a criaram, sustentaram e orientaram durante todo o tempo da sua existência. Vasculhem novelas, reportagens, o diabo: raramente encontrarão referência à OLAS, a Organização Latino-Americana de Solidariedade, ancestral do Foro de São Paulo, criada nos anos 60 pela KGB e por Fidel Castro para disseminar na América Latina “um, dois, muitos Vietnãs”, segundo a fórmula consagrada pelo teórico Régis Débray num livrinho idiota, “A Revolução na Revolução”, que os nossos guerrilheiros liam como se fosse a Bíblia. Tudo, absolutamente tudo o que a guerrilha fez foi planejado, determinado e subsidiado desde a OLAS – o que é o mesmo que dizer: desde a Lubianka, a sede da KGB em Moscou --, o Brasil só entrando na história como o cenário inerme, um dos muitos, onde deveriam realizar-se os planos de ocupação continental concebidos pelos mentores do regime mais assassino e cruel que o mundo já conheceu.
Se a expressão “OLAS” prima pela ausência, mais inaudíveis, ilegíveis e invisíveis ainda são as iniciais K, G, B. Decorrido meio século dos acontecimentos, os esforçados “pesquisadores” da Globo, do SBT, da Folha e das universidades ainda não se lembraram de examinar os Arquivos de Moscou, onde centenas de autênticos pesquisadores, nos EUA e na Europa, têm certificado, acima de qualquer possibilidade de dúvida, a presença dominante do governo soviético na coordenação de todos os movimentos guerrilheiros no Terceiro Mundo. O único que se interessou por esse material explosivo foi o repórter da Globo, William Waack, e só pesquisou ali acontecimentos dos anos 40, nada do tempo das guerrilhas. Mesmo assim, sua breve passagem pelos Arquivos de Moscou abriu uma ferida profunda no orgulho esquerdista, mostrando que Olga Benário Prestes não foi jamais uma inocente militante perseguida pela ditadura getulista, e sim uma agente do serviço secreto militar soviético.
Um exemplo escandaloso do desinteresse em saber a verdade é o caso José Dirceu. O criador do Mensalão sempre se descreveu como um “ex” agente do serviço secreto militar cubano. Que história é essa de “ex”? Nenhum militar sai do serviço sem dar baixa oficialmente. Cadê o certificado de dispensa? Respeitosos, cabisbaixos, cientes de seus deveres de lealdade para com o segredo tenebroso das esquerdas, nossos repórteres sempre se abstiveram de fazer ao ex-deputado essa pergunta irrespondível. Resultado: com grande probabilidade, um agente estrangeiro, em pleno serviço ativo, presidiu um partido, brilhou na Câmara dos Deputados, berrou, denunciou, acusou e roubou o quanto quis. As pessoas se escandalizam com o roubo, mas não com a intromissão cubana. Quando o dinheiro é mais prezado que a soberania nacional, é que todo mundo já jogou o país no lixo. A moral nacional hoje em dia resume-se no versinho humorístico que andou circulando pelo youtube: “Zé Dirceu, eu quero o meu.”
Do desprezo geral pela busca da verdade resulta a ausência completa da ação soviética na imagem popular das décadas de 60-70. No entanto, em 1964, a KGB tinha na sua folha de pagamentos, entre milhares de profissionais de várias áreas, pelo menos uma centena de jornalistas brasileiros. Algum “pesquisador” tentou descobrir seus nomes, saber se ainda estão por aí, perguntar quanto embolsaram em dinheiro extorquido de uma população escrava? Nada. Silêncio total. Com igual silêncio foi recebida minha sugestão de que algum dos (des)interessados entrevistasse Ladislav Bittman, o espião tcheco que confessou ter falsificado documentos para dar a impressão (até hoje aceita como pura verdade histórica) de que os EUA planejaram e comandaram o golpe de 1964.
Em compensação, a CIA é onipresente. No imaginário popular, funcionários dessa agência americana pululavam no Brasil, espionando, comprando consciências, tramando a morte de inocentes comunistas. É por isso que ninguém quer entrevistar Ladislav Bittman. O chefe da espionagem soviética no Brasil lhes contaria que na ocasião do golpe a KGB, o maior serviço secreto do mundo, não conseguiu localizar um só agente da CIA lotado no país, apenas um solitário homem do FBI, o único nome que sobrou para ser usado naqueles documentos forjados. De um só lance, rolariam por terras bibliotecas inteiras de teoria esquerdista da conspiração, ração diária servida aos cérebros inermes de milhões de estudantes brasileiros. É vexame demais. Ocultar essa parte da história é uma questão de honra.
http://www.olavodecarvalho.org/semana/110428dc.html

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mudanças essenciais

Por Aldo Rebelo*
Duas questões estão em jogo no debate que envolve a reformulação do Código Florestal: a primeira, de ordem nacional, diz respeito à soberania do país e ao seu direito de dispor de sua base física, seu território, seu solo, seus recursos hídricos. A segunda, de ordem social, consiste na necessidade de reter no campo uma massa de agricultores que ali tem sua moradia e sobrevivência.
No primeiro caso, é preciso esclarecer que o Brasil foi o país que imobilizou 25% de seu território para reservas indígenas, parques e outros. Na imensa maioria dos países, a destinação não chega à metade desse percentual e nem são incluídas como áreas de preservação terras férteis, como aqui, mas sim geleiras, desertos, impróprios para a atividade agropecuária. A questão social aparece quando os números do Censo Agropecuário, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam, por exemplo, que no Nordeste mais de 50% das propriedades têm até cinco hectares e apenas 0,6% destinados a alguma forma de preservação. Isso indica o uso intensivo da terra como condição de sobrevivência dos seus proprietários.
Quando o presidente Luiz Inácio Lula, por decreto, adiou para 11 de junho deste ano o início das autuações dos produtores rurais que não estiverem cumprindo o Código Florestal em vigor foi porque percebeu que ele é impraticável. Não há como confiscar desses pequenos proprietários 20% da área para reserva legal e mais área de preservação permanente. Significa dizer que, se um riacho cruza a propriedade, ao se estabelecer um limite de mata ciliar de 30 metros de cada lado do riacho, 60% dessa propriedade ficam interditados para agricultura ou pequena agropecuária de subsistência.
Aí reside o drama do legislador: proteger o meio ambiente, sem expulsar da terra esses proprietários, em que cada metro quadrado é fundamental para sua sobrevivência. A solução que apresentamos obriga o médio e o grande proprietário a constituir suas áreas de reserva legal e de preservação permanente, mas dá aos pequenos a alternativa de dispensa da recomposição da reserva legal, ficando apenas a obrigatoriedade de proteção dos recursos hídricos e da fragilidade do solo.
Não vejo alternativa ao que apresentamos, a não ser que se deseje praticar uma política de extermínio do pequeno agricultor. Hoje, praticamente todos eles estariam na ilegalidade. Estamos propondo uma solução intermediária, no sentido de consolidar as áreas atualmente em uso e, ao mesmo tempo, tornar mais rigorosos os critérios de ocupação de novas áreas.
O Congresso precisa arbitrar nessas questões importantes para o país. Mesmo os setores anteriormente resistentes às mudanças já entenderam que o projeto de país moderno, que respeita o meio ambiente, com soberania, passa pela reforma do Código Florestal.
*ALDO REBELO é deputado federal (PCdoB-SP) e relator do projeto que altera o Código Florestal.
Artigo publicado no Jornal O Globo, em 27/04/2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

PROVA DE LITERATURA BRASILEIRA – ANO 2053

1. Leia o trecho do poema abaixo e responda as questões:
“TÔ MANDANDO UM BEIJINHO
PRA FILHINHA E PRA VOVÓ
SÓ NUM POSSO ESQUECER
A MINHA EGUINHA POCOTÓ
POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ
O JUMENTO E O CAVALINHO
ELES NUNCA ANDAM SÓ
QUANDO SAI PRA PASSEAR
LEVAM A ÉGUA POCOTÓ
POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ”
(Eguinha Pocotó, Mc Serginho, 2003)

a) A forma adotada pelo autor do texto, leva o leitor a uma reflexão crítica cerca de alguns elementos do estilo literário da Época, ao mesmo tempo em que insere temáticas dotadas de valor universal. Assinale a passagem em que o autor expressa com maior intensidade este dualismo. Identifique a figura de linguagem adotada.
b) Ao idealizar em um mesmo patamar, personagens que até o momento só haviam sido tratados com a devida separação de classes, coloca o autor o “jumento e o cavalinho” como uma paródia da realidade social do país na época. O brilhantismo desta visão crítica é destacado por expressões que para um leitor menos atento podem parecer erros gramaticais, mas que na verdade geraram uma nova aplicabilidade da língua portuguesa. Identifique estes trechos e as inovações gramaticais por eles introduzidos.
c) Eleita como acompanhante nos passeios dos dois protagonistas, a Égua Pocotó rompe a solidão até então predominante no panorama urbano estabelecido. Mais do que um triângulo amoroso convencional, o autor atribui aos personagens um “status” que transcende a natureza metafísica convencional. Emerge então o caráter feminino, no auge de sua auto-afirmação como contraponto ao pansexualismo. Descreva o papel da Égua Pocotó como elemento de instabilidade no equilíbrio social do início do século XXI.
d) O texto de Mc Serginho, precursor do movimento literário-cultural denominado pocotoísmo (umas das vertentes do ultra modernismo), propõe uma nova métrica e abordagem ao texto poético. Alguns críticos da época chegaram a compará-lo à “pedra no caminho” de Drummond, um poeta de menor importância no século XX, injustiça revertida mais tarde com a identificação da sua efetiva quebra de paradigma literário. Compare o estilo da obra de Mc Serginho com os autores clássicos do século XX e justifique a relevância de sua obra.
Fonte: http://www.nababu.org/?p=665

Comento:
Confesso que dei  risadas quanto li. Mas depois percebi que não é engraçado. É preocupante. A intelectualidade se foi. A geração BBB é a mais pedante de toda história. Fico me perguntando por que justamente na era da informação todos ficaram tão burros?
Não se interpreta mais, não se reflete mais. A imprensa usa seu poder em função de transformar todos em zumbis. Vivemos o romance de George Orwell, 1984. O que foi dito ontem, hoje não é mais. A memória e o racionício estão em extinção. Criam-se verdades e nada se faz.
E a tendência é piorar!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

NOVO CÓDIGO FLORESTAL: UM OBJETIVO SOB DUAS ÓTICAS

A discussão sobre uma reforma do Código Florestal tornou-se alvo de disputa entre dois grupos distintos que na verdade tinham que estar alinhados e não em lados opostos. Neste caso, temos a visão de ângulos diferentes: de um lado produtores rurais com seus interesses econômicos e principalmente de sobrevivência; enquanto de outro, temos os ambientalistas que dizem proteger a natureza e são amparados por ong’s internacionais.
A agropecuária brasileira evoluiu de maneira impressionante nos últimos anos. Aumenta-se a cada ano a produção de alimentos de maneira que somos exemplo no mundo todo. Porém ela está numa encruzilhada: é competitiva internacionalmente, mas vive à mercê de normas edecretos que não se enquadram na realidade nacional, embora expedidos sob o manto do Código Florestal. A bancada ruralista no Congresso Nacional e Senado tem defendido a urgência na votação e aprovação do Novo Código Florestal para atualizar o código vigente desde 1965, que depois de tantas emendas e leis normativas foi desconfigurado e tornou-se impossível aos produtores cumpri-lo à risca. Segundo o relator do projeto, o deputado Aldo Rebelo:
 “A lei oferecerá aos Estados, respeitada a norma geral, a possibilidade de acomodar a reserva legal no âmbito da propriedade, nas bacias hidrográficas e nos biomas, mantendo a essência da proteção ao meio ambiente sem o desnecessário sacrifício de áreas aptas para a agricultura e o pastoreio. O recurso à reserva legal coletiva combinará a dupla proteção: a do meio ambiente e a do esforço pelo desenvolvimento e pela produção. Em todos os casos será possível enfrentar a ilegalidade de boa parte da atividade agrícola e da pecuária em razão das restrições impostas, com um mínimo de criatividade permite aos Estados, dentro das exigências atuais, preservar os percentuais mínimos de cada bioma, adaptando-se às condições locais (...). O objetivo central do novo Código Florestal é deixar o agricultor trabalhar em paz e em harmonia com o meio ambiente. O Brasil precisa muito disso".
De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) a produção de alimentos terá de aumentar em 70% até 2050 para suprir a expansão da população mundial. Caso não sejam adotadas medidas urgentes, a entidade previu que cerca de 370 milhões de pessoas poderão passar fome daqui a 40 anos. Diante disto devemos valorizar mais nossa agropecuária e apoiá-la, ao invés de criminalizar ou até ofender como o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc já o fez, chamando produtores de vigaristas. Pois, agricultura tem produzido cada vez mais sem aumento da área, o que implica menos desmatamentos. No estudo realizado por José Juliano de Carvalho Filho ele demonstra:
“Considerando-se especificamente a década atual, informações obtidas junto à Conab sobre a evolução da área plantada e produção mostram queda da área e oscilações, com tendência a crescimento, da produção. A safra 87/88 correspondeu a 42,8 milhões de hectares plantados para uma produção em torno de 66 milhões de toneladas de grãos, enquanto a safra de 93/94 ocupou uma área de 36 milhões de hectares e atingiu 75 milhões de toneladas. Tais evidências permitem afirmar que a simples utilização da área anteriormente plantada implicaria expressivo aumento da produção”.
Já do ponto de vista dos ambientalistas, a aprovação seria um retrocesso. E elestêm conseguido adiar a votação há vários meses. Ong’s internacionais como Greenpeace e WWF sustentam que aumentaria o desmatamento; o que não é verdade. Fazem uso de falácias enquanto deveriam ser mais científicos em defesa de suas teses. Pois o meio ambiente deve ser protegido por todos os cidadãos, inclusive os que moram nas cidades, as verdadeiras fontes de poluição, que são excluídas deste debate recaindo somente sobre o produtor rural todo ônus.
Diante do exposto, temos uma situação e dois pontos de vista. Neste caso, é vital chegarmos a um consenso porque milhares de produtores não podem viver na ilegalidade e a demanda por alimentos só cresce no mundo enquanto temos o dever de preservar nossas matas e recursos naturais. Podemos produzir alimentos de maneira sustentável protegendo a natureza e respeitando o meio ambiente, basta apenas superarmos as diferenças entre “nós” e “eles”.

REFERÊNCIAS:
O ESTADO DE SÃO PAULO. Rebelo, Aldo. A Agricultura e o Código Florestal. Edição 08/05/2010. Disponível em: Acesso em: 29/11/2010.
REVISTA VEJA; Edição on-line. Produção de alimentos precisa aumentar em 70% até 2050. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/producao-alimentos-precisa-aumentar-70Acesso em 22/02/2011.
O GLOBO; Edição on-line. Minc chama ruralistas de vigaristas, e PT se desculpa. Disponível em: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/05/27/minc-chama-ruralistas-de-vigaristas-pt-se-desculpa-756051362.asp Acesso em: 24/02/2010.
FILHO, José Juliano de Carvalho. A Produção de Alimentos e o Problema da Segurança Alimentar. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141995000200008 Acesso em 24/02/2011.
CALVET, Vera. Enquanto a copa de futebol rola, a copa das árvores caem!
Primeira pagina do site do Green Peace Brasil: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/ Disponível em: http://veracalvet.wordpress.com/category/artigos-atualidade/
Acesso em 23/02/2011.

Mais um artigo produzido para a Pós-Graduação na Disciplina Diverdidade e Desigualdade.
Espero que apreciem! Não copiem sem citar a fonte.

domingo, 24 de abril de 2011

DÚVIDAS PASCAIS

Papai, o que é Páscoa? - Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa!
- Igual ao Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- Eu sei lá! É uma tradição. É igual ao Pai Natal, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?
- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era... era melhor, sim... ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na Sexta-feira Santa.
- Que dia e que mês?
- (???) Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia.
- Um dia depois!
- Não, três dias depois.
- Então morreu na quarta-feira.
- Não! Morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!
- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
- É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se Jesus morreu na sexta!!!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
- Ui...
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Ai Coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo!

LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

sábado, 23 de abril de 2011

Verdadeiro Amor

O que realmente aprendemos com a celebração da Páscoa? Vejo entristecida que, como no Natal, é somente mais um feriado para incentivar o consumo sem limite. Todas reportagens, sem exceção, são como comprar um bom bacalhau, as vendas de ovos de chocolate aumentaram, muitas viagens no feriado...
É cansativo ver como sempre as pessoas se perdem facilmente nos assuntos do mundo.
Yeshua (verdadeiro nome de Jesus) se entregou por nós para vencer o pecado.
Cordeiro de Deus inocente e exemplo de amor, muitas vezes esquecido ou em segundo plano nestes dias.
AMOR, o verdadeiro caminho para o Senhor. Já vivi muitas fases de religião e fé. Hoje apenas creio no Amor. Yeshua disse ser o caminho para Senhor e que ninguém chegaria a Deus, senão por Ele. O caminho é o Amor. Deus vê o coração de cada um e julga nossas ações pela Lei mais perfeita: a Torah! Já li e ouvi muitos pastores e padres dizerem que Yeshua aboliu a Lei. Por favor, não acreditem nisto!
"Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido".


Mateus 5: 17-18
Yeshua é o exemplo de que amando a Deus com todo o seu coração e com toda a sua alma e ao próximo como a si mesmo, cumprimos todos mandamentos e obtemos a vida eterna.
Por isso descanso e respeito o sábado (shabat) porquanto é um mandamento da Torah.
Pensem nisto; deixemos o consumismo e vivamos a Amor de Deus, em toda sua intensidade e profundidade!
Feliz Páscoa (Pessach) e que Yeshua ressucistado viva em nossos corações todos os dias!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O VERDADEIRO DONO DA FORÇA - PESSACH II 5771

"Certa vez um importante rei saiu para caçar com seus ministros e servos. Quando chegaram às margens de um rio, encontraram um simples pastor de ovelhas que tocava sua flauta, sentado em uma pedra. O rei pensou que se tratava de um pastor tolo e ingênuo, mas ao conversar com ele, descobriu que o pastor era extremamente inteligente. Quanto mais o rei testava a inteligência do pastor, mais ele demonstrava ser uma pessoa talentosa. O rei simpatizou tanto com aquele rapaz que decidiu levá-lo para o palácio. Deu-lhe roupas novas, educou-o com os melhores professores e, quando ele estava pronto, elevou-o a um dos cargos mais altos do reinado: ministro do tesouro.
O ministro teve muito sucesso e era querido por todos os súditos, pois tinha um bom coração e buscava o bem de todos. Porém, isto despertou muita inveja nos outros ministros, que começaram a falar mal dele para o rei. Em um primeiro momento o rei não deu atenção, pois gostava muito do ministro do tesouro. Mas os outros ministros insistiam tanto que o rei começou a desconfiar que houvesse algo errado com aquele rapaz. Finalmente os incansáveis ministros começaram a dizer que o ministro do tesouro estava desviando dinheiro do rei. Sugeriram ao rei fazer uma visita surpresa à casa do ministro, para comprovar que ele escondia em casa as riquezas desviadas do tesouro real. O rei, após tanta pressão, acabou cedendo e aceitou a sugestão dos ministros.
Chegaram de noite, sem nenhum aviso, pegando de surpresa o ministro do tesouro. Entraram na casa e viram que era uma casa muito recatada, com móveis simples e sem nenhuma ostentação. Vasculharam toda a casa e não encontraram nenhum sinal da suposta fortuna roubada pelo ministro. Os outros ministros ficaram envergonhados diante do olhar furioso do rei. Foi então que eles viram uma porta trancada, que dava para algum aposento da casa que eles não haviam vistoriado. Pediram para o ministro abrir, mas ele se recusou, dizendo que não permitia nem mesmo que sua esposa e seus filhos entrassem naquele aposento. Chorando, pediu ao rei que não abrisse aquela porta, pois para ele seria uma grande vergonha e humilhação. Mas o rei, intrigado, ordenou que a porta fosse imediatamente aberta.
Muito envergonhado, o ministro começou a abrir lentamente a porta. Foi então que todos viram, surpresos, que naquele aposento havia apenas roupas muito velhas, um bastão de pastor e uma flauta. O rei, confuso, pediu uma explicação. O ministro, sem alternativa, contou:
- Meu senhor, grande rei, quando você me conheceu, eu era uma pessoa muito simples, um humilde pastor de ovelhas. Você me deu roupas, uma casa, me educou e me elevou a ministro do rei. Então eu tive muito medo que o sucesso repentino me subisse à cabeça e me tornasse uma pessoa orgulhosa. Por isso eu deixei neste quarto as minhas roupas simples de pastor, o meu bastão e a minha flauta. Todas as vezes que eu sentia que o orgulho começava a me dominar, eu me trancava neste quarto, vestia minhas roupas de pastor e tocava minha flauta. Assim, eu me lembrava do meu passado humilde e me recordava que tudo o que eu tenho hoje é apenas pela bondade e misericórdia de D'us"
Assim como o pastor, temos que tomar muito cuidado quando chegamos ao sucesso, para nunca esquecer que tudo o que nós temos não é por nossa inteligência ou esforço, e sim por bondade e misericórdia de D'us.
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Nesta semana o Shabat cai no meio da festa de Pessach, também conhecida como "Zman Cheruteinu" (o tempo da nossa liberdade). Nestes dias temos influências espirituais positivas, que nos ajudam a nos libertarmos das nossas limitações e vícios. Se D'us não nos tivesse tirado do Egito, fisicamente e espiritualmente, até hoje seríamos escravos dos nossos desejos e vontades. Mas apesar de chamarmos a festa de "Pessach", este não é o nome dado pela Torá, pois nos versículos ela é mencionada como "Chag HaMatzót" (Festa das Matzót).
Mas este nome é um pouco estranho para se referir à nossa festa da liberdade. A Matsá é conhecida como o "pão da pobreza", como dizemos no começo da Hagadá de Pessach, quando levantamos as Matsót e recitamos "HaLachmá Aniá" (Este é o pão da pobreza que comeram os nossos antepassados na terra do Egito). Se a Matsá é o "pão da pobreza", por que a Torá, ao invés de dar um nome "orgulhoso" para a festa da liberdade, resolveu chamá-la justamente de "Chag HaMatsót"?
D'us criou o mundo material para nos testar e nos dar méritos. E justamente um dos testes mais difíceis é saber enxergar a mão Dele em todas as bondades que ocorrem em nossas vidas. Somos testados constantemente, em todas as áreas da vida. Quando tomamos um remédio e nos recuperamos de uma doença, quando ganhamos nosso salário no fim do mês, quando vencemos uma competição esportiva. O teste é se temos a certeza de que não foi o remédio que nos curou, nem nossa inteligência que trouxe o dinheiro no fim do mês, nem a nossa força que nos fez ganhar a competição. Tudo é D'us, pois é Ele quem nos dá a saúde, a inteligência e a força. Nosso esforço é apenas para encobrir as Suas bondades, para que o milagre não seja aberto. Não podemos esquecer isto nunca, pois quando esquecemos, nosso orgulho nos leva à idolatria de "minha força e o esforço das minhas mãos me enriqueceram", e nos afasta cada vez mais de D'us, que é, na verdade, Quem nos dá absolutamente tudo o que temos na vida.
Explica o Rav Shimshon Refael Hirsh que durante todos os anos que os judeus passaram como escravos no Egito, eles eram alimentados com Matsá, o "pão da pobreza". Por que então D'us fez com que os judeus tivessem que sair rapidamente do Egito, sem dar tempo para que fermentasse a massa que eles haviam preparado como provisão para o deserto, fazendo com que eles novamente tivessem que comer Matsá? Pois D'us queria ressaltar que mesmo na saída do Egito os judeus ainda eram escravos, ainda comiam o "pão da pobreza". Ele não nos tirou do Egito como homens livres para que não se levantassem pessoas, nas gerações futuras, e dissessem que os judeus saíram do Egito por causa de sua força e do esforço de suas mãos, esquecendo-se que foi a mão de D'us que fez todos os milagres e libertou os judeus do Egito. Da mesma forma que um pobre não tem nada que é dele, assim foi a saída do Egito, quando fomos meros coadjuvantes. O responsável por toda a salvação foi unicamente D'us.
Mas D'us não quis que esta lição fosse apenas para a geração da saída do Egito, Ele quis que todas as gerações pudessem constantemente se recordar disso e se afastar da idolatria de atribuir forças aos seus próprios atos. Este é um dos lembretes da Matsá, que comemos durante toda a festa de Pessach e que colocamos diante de nós durante o Seder, quando recontamos toda a história da Saída do Egito: a humildade de saber que éramos escravos, humilhados, sem nenhuma força ou possibilidade de ser redimidos por nossa própria força. Com isso não esquecemos a nossa obrigação de agradecer a D'us por ter nos libertado.
Quando um povo recorda a sua independência e a libertação das mãos dos seus opressores, o faz com orgulho e sentimento de superioridade, ressaltando a força e a valentia dos seus combatentes e heróis. O povo judeu revive a sua libertação com a Matsá, o "pão da pobreza", pois não exaltamos os nossos combatentes, exaltamos o verdadeiro e único salvador: D'us. Até mesmo o nosso maior profeta, Moshé Rabeinu, que nos liderou na saída do Egito, não é mencionado nenhuma vez na Hagadá, para que não exaltemos os intermediários e terminemos esquecendo o verdadeiro "Herói".
Por isso também a Torá chamou a festa de Pessach de "Chag HaMatsót", ao invés de chamá-la de "Festa da Liberdade" ou "Festa da Redenção". Ao repetir tantas vezes a idéia do "pão da pobreza", podemos nos comportar de maneira humilde. Somente assim conseguiremos reconhecer e agradecer a D'us por todas as bondades que Ele nos fez e continua nos fazendo a cada instante.
SHABAT SHALOM e PESSACH KASHER VE SAMEACH
http://ravefraim.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Jovem mãe com câncer sacrifica a própria vida por filho em gestação

John Jalsevac
(Notícias Pró-Família) — Em agosto do ano passado Jessica Council — uma bela mulher de 30 anos de idade, mãe de um filho — notou que estava com dor na garganta. Mais ou menos na mesma época, ela começou também a suspeitar que estivesse grávida.
Quando depois de duas semanas a dor de garganta não havia sumido, Jessica decidiu fazer um exame médico. O médico dela lhe disse que provavelmente era algum problema de aumento da tiroide, e que em análise final não era nada com que se preocupar muito. Só para se certificar, porém, ele realizou um teste, que ele disse confirmou suas suspeitas iniciais. Tudo ficaria bem, disse ele.
Mas tudo não estava bem. O médico interpretou mal o teste.
Em 15 de novembro, Jessica começou a ter dificuldades para respirar. Em 21 de novembro ela foi parar na sala de emergência de um hospital. Então, em 22 de novembro, sua garganta se fechou tão estreitamente que ela não conseguia respirar, mas nesse ponto os médicos deram um jeito de introduzir uma sonda na garganta dela, e a colocaram numa máquina de respiração artificial.
No dia seguinte, 23 de novembro, Jessica foi informada de que estava com câncer. Naquela altura, ela também sabia com certeza que estava grávida.
Assim começou uma jornada que imporia o teste máximo à fé e convicções pró-vida de Jessica e seu marido, Clint.
“Valeu cada dia”
Jessica e Clint se conheceram na Universidade Greenville, [uma instituição evangélica de ensino]. Numa entrevista longa para LifeSiteNews.com, Clint disse que ele havia descoberto a deslumbrante ruivinha sentada um dia no refeitório da universidade, e perguntou se ele podia se juntar a ela. Ela recusou. Mas Clint não desistiu.
Aliás, somente depois de um ano e meio de amolações de Clint Jessica concordou em sair para um encontro; o casal se casou dois anos e meio depois disso. “Suponho que entendemos quando chega a hora do casamento”, disse ele. “Eu tive de lutar muito por ela, mas valeu cada dia”.
O casal mudou para Traveler’s Rest, na Carolina do Sul, onde tiveram um filho e trabalhavam como mentores de adolescentes numa instituição evangélica de caridade. A vida era boa: eles eram jovens, apaixonados, saudáveis e gozando a vida.
Clint aponta para o fato de que sua esposa sempre cuidava meticulosamente de si mesma. “Ela tinha sempre sido extremamente, extremamente saudável”, disse ele. “Ela tomava muito cuidado com o que comia. Ela procurava honrar a Deus com seu corpo. Ela fazia exercícios regularmente”.
Por esse motivo, a última coisa que um deles esperava era o câncer que ocorreu em agosto passado.
Sem mais opções
Clint descreve a reação de sua esposa à notícia do câncer na garganta dela como “um misto de medo e surpresa”. Quanto a si mesmo, ele diz que sentiu “praticamente todas as emoções que dá para se pensar… exceto alegria. Eu me sentia como se tivesse sofrido amputação de todos os membros”.
Mas, é claro, Jessica não era a única ameaçada pelo câncer: ela estava grávida, e qualquer tratamento que ela fizesse quase que certamente prejudicaria, e possivelmente até mataria, seu bebê em gestação.
Em 25 de novembro, o obstetra do hospital ofereceu a realização de um aborto para o casal. Clint diz que Jessica nunca hesitou. “Isso nunca foi uma opção”, disse ele. “Isso era muito claro para nós”.
Mas o que era menos claro era se ou não aceitar os tratamentos: embora o oncologista tivesse dito que a quimioterapia provavelmente mataria o bebê, o obstetra discordou, dizendo que o bebê provavelmente sobreviveria, mas sofreria danos cerebrais.
“Jessica olhou para mim, e levou alguns segundos para ela”, diz Clint, “e ela balançou a cabeça e disse ‘não’”. Ela também recusou terapia de radiação por causa de riscos semelhantes.
“Nós realmente não tínhamos muitas opções de tratamento depois disso”, disse Clint, apontando que a cirurgia jamais foi uma opção por causa do local onde o câncer estava.
“Ela não despertou”
A questão do tratamento surgiu de novo quando o bebê alcançou o terceiro trimestre. Naquele ponto, diz Clint, a decisão era muito mais difícil, com os médicos afirmando que os riscos eram mínimos porque o bebê já estava quase inteiramente desenvolvido.
Entretanto, Jessica ainda recusava os tratamentos por amor ao seu bebê em gestação — uma decisão que Clint diz deixou os médicos dela “muito confusos”.
Clint conta em segredo que nem ele nem sua esposa sentiam que os médicos estavam sendo completamente francos acerca dos riscos. Mas ele também diz que sua esposa tinha outra razão para recusar os tratamentos.
“Ela sabia que de todo jeito ia morrer”, diz ele. “Ela só falou isso comigo pouco antes de morrer… Mas eu acho que ela sabia, e ela estava pensando em dar a este bebê toda chance que ela pudesse”.
Embora o casal tivesse tido algum sucesso com métodos alternativos para deter o crescimento do câncer, inclusive uma dieta rigorosa de sucos de verduras orgânicas e suplementos, sem tratamentos mais agressivos era só uma questão de tempos antes que o câncer prevalecesse.
Um milagre de 23 semanas
Na noite de 5 de fevereiro, Jessica foi dormir com dor de cabeça e náusea. “Ela não acordou”, diz Clint.
No dia seguinte o hospital declarou Jessica cerebralmente morta, e Clint deu aos médicos o sinal verde para fazer o parto cesáreo. Em 6 de fevereiro, o pequeno “Jessi” nasceu, pesando 535 g.
Os médicos haviam pensado que Jessica estava com 25 semanas de gravidez, mas depois que fizeram o parto eles perceberam que ela provavelmente estava com uma gravidez de apenas 23 semanas e meia — o limite absoluto da viabilidade.
“Só posso testificar acerca da graça de Deus nisso, pois Jessica morreu no momento exato em que o bebê estava viável para viver fora do útero”, diz Clint. Os médicos dizem que o bebê Jessi está indo bem.
“Emocionalmente brutal”
Clint descreve a experiência toda como “emocionalmente brutal”, e confessa que apesar de suas firmes convicções cristãs e pró-vida, foi a vereda mais sofrida que ele e sua esposa tiveram de trilhar.
“Sim, eu realmente lutei”, diz ele, “porque na Bíblia a única pessoa que temos ordem de amar mais do que a mim mesmo, essa era ela. Eu realmente lutei”.
“Às vezes é mais fácil ser altruísta com qualquer coisa que nos acontece”, ele aponta, “mas quando atinge com a perda da pessoa que você mais ama, é muito difícil”.
Foi também difícil para seu filho de dois anos e meio. Clint reconta que depois que Jessica foi internada, seu filho não pôde vê-la durante um mês, e durante esse tempo ele não queria nem mesmo olhar ou falar com seu pai. Mas depois que ele pôde visitar sua mãe, “ele começou a agir melhor”, diz Clint.
Depois da morte de Jessica o menino sofreu um período de aguda “ansiedade de separação”, embora seu pai dissesse que ele começou a se ajustar.
Quanto ao próprio Clint, mal se passaram dois meses após a morte de sua esposa, ele diz que está fazendo tudo como se estivesse em piloto automático, permanecendo ocupado com o trabalho e cuidando de seus dois filhos.
Nesse ponto ele faz uma pausa. “Vou ser muito franco”, diz ele, notando que ele quer fazer tudo o que puder para ajudar outros que podem estar em situação semelhante. “No primeiro mês, eu não conseguia — e quero dizer isso como numa incapacidade literal — eu não conseguia ler minha Bíblia, eu não conseguia orar”.
Ele descreve o sentimento como parecido ao de uma criança que está sendo disciplinada pelo pai: “Muito embora eu soubesse cognitivamente que o relacionamento estava ali, eu sabia que [Deus] me amava, eu aceitei essas coisas de um ponto-de-vista mental. Eu não sentia nada, espiritualmente. E não é sobre os sentimentos, mas a alegria em Deus havia desaparecido completamente de mim por um mês. Eu estava levando a vida exclusivamente com base no que eu sabia era verdade de um ponto-de-vista mental”.
Ele diz que agora, porém, avançou para além dessa primeira fase, e começou a orar de novo, inclusive por outras pessoas.
Apesar disso, ele diz que chegará provavelmente um tempo em que ele terá de deixar tudo, e fazer um luto apropriado pela perda de sua esposa.
“Deus seja louvado”
Muito embora o cansaço e o sofrimento sejam palpáveis na voz de Clint, ao falar com ele dá para se detectar algo mais também — uma profunda resignação nascida não do desespero, mas de uma fé autêntica e enraizada que aceita que esse sofrimento teve em análise final um significado, e que há tragédias piores até mesmo do que a morte.
Numa nota escrita menos de duas semanas depois da morte de Jessica, e postada num blog sobre a luta dela contra o câncer, Clint escreveu as últimas palavras que muitos esperariam ouvir de um homem que acabou de perder uma jovem esposa a quem ele muito amava.
“Que Deus seja louvado, meus amigos”, disse ele. “Não duvidem de Deus; não se irem contra Ele por mim. Tive o privilégio de ter tido uma esposa que estava cheia do amor do Pai. Regozijem-se comigo, irmãos e irmãs. Deus abençoou Jessica ao levá-la para um lugar de perfeita paz e sem dor. Devo ser grato pelo tempo que tive com ela em vez de ser ingrato por todas as coisas que nunca pudemos fazer juntos. Devemos dar graças em todas as coisas pois essa é a vontade de Deus em Jesus Cristo.
“Graça e Paz para todos”.

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com/

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Obra do Minha Casa, Minha Vida no AM derruba castanhal de 300 mil m2

Para erguer conjunto de 500 casas em Parintins, financiado pela Caixa Econômica Federal, construtora desmatou área equivalente a 30 campos de futebol da árvore símbolo da Amazônia e, até agora, não cumpriu exigência de plantio e replantio de 2.717 mudas
Marta Salomon - Enviada Especial -
O Estado de S.Paulo
Um conjunto habitacional de 500 casas do programa Minha Casa, Minha Vida está sendo erguido no município de Parintins (AM) numa área de 300 mil m² que era ocupada por castanheiras - árvore símbolo da Amazônia, cujo corte e comercialização são proibidos. A obra é financiada pela Caixa Econômica Federal.
O empreendimento atende pelo nome de Vila Cristina e ocupa parte de área da comunidade Macurany. "Não somos contra a construção de conjuntos habitacionais na cidade, mas as castanheiras eram uma das alternativas de renda de 130 famílias", diz Odirley Souza, morador da comunidade.
Há divergências sobre o número de árvores derrubadas. Souza conta que foram "mais de cem". A empresa NV Indústria e Construção, responsável pela obra, diz que o número de castanheiras abatidas foi menor: 81. No terreno destinado ao conjunto habitacional, que tem planos de expansão, havia ainda exemplares de espécies nativas. O total de árvores abatidas foi de 207, segundo a própria empresa, e ocupava uma área equivalente a 30 campos de futebol.
Há divergências também sobre o cumprimento da licença ambiental concedida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam). O Estado teve acesso ao documento, de 21 de agosto de 2009. A licença condicionava o corte das árvores e o início das obras ao plantio e replantio de 1.584 mudas de castanheiras, além de plantio e replantio de outras 1.133 mudas de espécies nativas. Essa exigência não foi cumprida até hoje, quase um ano e nove meses depois da concessão da licença.
O diretor administrativo da construtora, Hudson Tavares Almeida, disse que a continuidade das obras foi assegurada pela renovação da licença, no início do mês. "Estamos seguindo o que manda a lei", disse, argumentando que não existe prazo para o cumprimento das exigências fixadas pelo órgão ambiental.
A Caixa Econômica Federal, segundo a construtora, participou do financiamento de R$ 17 milhões ao empreendimento da Vila Cristina. O dinheiro público entra no negócio como subsídio às famílias interessadas pelos imóveis - casas de dois quartos ou três quartos com suíte. O subsídio é garantido à faixa de renda entre três e dez salários.
Renda. Denúncia entregue na sexta-feira passada à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira - que participava de um evento na cidade -, lembra que nem os professores públicos do município têm renda suficiente para comprar uma casa no conjunto habitacional. A construtora informa que parte das primeiras unidades já vendidas tem como compradores os moradores de outros locais, como Manaus, a capital do Estado, e até Rio Grande do Sul.
Parintins está localizada em uma ilha no Rio Amazonas. É um polo turístico da região, principalmente por causa das festas do Boi Bumbá, que dividem a cidade entre as cores azul e vermelho, marcas dos grupos Garantido e Caprichoso. As festas atraem turistas do País inteiro.
A construtora planeja outras quatro etapas da Vila Cristina, com mais 250 casas cada uma. Moradores da comunidade Macurany, porém, informam que os antigos castanhais integravam área de proteção ambiental do município.
Na obra, perto das casas recém-construídas, alguns troncos abandonados de castanheiras se misturam às novas ruas de barro da Vila Cristina.
Preço
R$ 37 mil - É quanto a população paga por uma casa, com subsídio. O custo real varia de R$ 54 mil a R$ 77 mil
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110420/not_imp708760,0.php

Comento:
Ora, ora... Não são os produtores rurais que desmatam??? Onde estão as ONG's internacionais? Os ambientalistas e o Bono???
Não entendo, será que a natureza da cidade é diferente da do campo? Interesses comerciais sempre falam mais alto, principalmente se tem órgão do governo envolvido.
Para que eu derrube um simples eucalipto, plantado por mim, para uso no próprio sítio tem uma via-sacra para fazer. Pagar taxas ao IEF, pedir autorização para o Papa...
Lá em Parintins, ao que me parece, tudo bem derrubar a fonte de renda da população!
Vivemos tempos tenebrosos, as concepções de ética; de certo e errado mudaram muito nos últimos anos.
Até quando aceitaremos pacificamente?

terça-feira, 19 de abril de 2011

O Homem Invisível

Olavo de Carvalho

Artigos - Desinformação
O bloqueio é completo, o controle do fluxo de informações é tão rígido e intolerante quanto a censura soviética ou nazista, com a diferença de que só vigora na grande mídia.
A controvérsia dos documentos inacessíveis, incognoscíveis e intocáveis de Barack Hussein Obama, que a mídia conseguiu abafar na base das chacotas, da rotulação caluniosa e da intimidação direta, voltou ao primeiro plano graças ao pré-candidato republicano à presidência, Donald Trump.
O bam-bam-bam dos imóveis, além de ter dinheiro suficiente para não se intimidar com o bilhão de dólares da campanha de Obama (a maior verba de propaganda eleitoral da História), ainda conta com um trunfo decisivo: ele tem todos os seus documentos em ordem e sabe exibi-los de modo a espremer o concorrente contra a parede mediante a pergunta irrespondível, hoje espalhada em cartazes por todo o território americano: "Where is the birth certificate"? Se John McCain tivesse feito isso, não só teria vencido as eleições, mas teria jogado a carreira do seu adversário na lata de lixo. Obama seria agora conhecido como aquilo que realmente é: um pequeno vigarista que grandes picaretas colheram na rua para um servicinho sujo porque, malgrado sua absoluta falta de qualidades, tinha o physique du rôle: a cor da pele politicamente oportuna, uma bela voz para ler discursos no teleprompter e, melhor que tudo, a perfeita vulnerabilidade a chantagens em razão de sua falta de documentos e da sua biografia falsificada. Desde o início da campanha, afirmei que a identidade de Obama, muito mais que suas ideias e propostas, era o ponto digno de atenção, porque a conduta de um homem no poder não depende do que ele diz em favor de si, mas de quem ele realmente é. Ora, as ideias e palavras de Obama foram abundamente alardeadas, debatidas, enaltecidas e esculhambadas, mas querer saber algo da identidade da criatura para além da publicidade oficial tornou-se reprovável, pecaminoso, um tabu na mais plena força do termo.
A grande mídia inteira, a classe política dos dois partidos, os astros e estrelas de Hollywood e batalhões de burocratas zelosos uniram-se para esse fim. Nunca uma blindagem tão forte e uma guarda-de-ferro tão intolerante se ergueram para proteger da curiosidade pública, como se fosse um tesouro sagrado, o passado sujo de um embrulhão.
Esse passado inclui, entre outros mil e um vexames mal encobertos, uma história familiar toda falsa - e onde praticamente nenhuma declaração do personagem confere com os documentos existentes nem com os testemunhos de terceiros; a carreira universitária financiada por um bilionário saudita pró-terrorista, até hoje não se sabe com que propósito; mil e uma relações íntimas com organizações comunistas e radicais; a militância nas hostes de Saul Alinsky, empenhadas em desmantelar a previdência social e o sistema bancário para apressar o advento do socialismo; a inscrição num partido socialista, mil vezes negada em tom de dignidade ofendida, até que apareceu a carteirinha de militante e não se falou mais nisso; a fraude literária dos dois livros que lhe granjearam a fama de grande escritor, e que hoje se sabe terem sido escritos por seu amigo William Ayers; o mistério, tipo "exterminador do futuro", do alistamento militar assinado em 1988 num formulário impresso em 2008; a fortuna gasta com advogados para esconder praticamente todos os documentos pessoais que, bem ao contrário, cada candidato à presidência tem a obrigação de exibir ao público e aliás todos sempre exibiram. E assim por diante.
Como é possível que, com uma biografia tão escandalosamente suspeita, um político seja imunizado pelo establishment inteiro contra qualquer tentativa de descobrir quem ele é? Quem, entre as altas hierarquias de demônios, decretou que o país mais poderoso do mundo tem de aceitar um desconhecido como presidente, reprimindo a tentação de fazer perguntas?
O episódio da certidão de nascimento é só uma onda a mais num tsunami de obscuridades ante o qual o eleitorado só tem o direito de guardar respeitoso silêncio, cabisbaixo e compungido como se a trapaça grosseira fosse um mistério sacral.
Obrigar um povo a suportar isso, sob pena de rotulá-lo de "racista", é com certeza a exigência mais prepotente, a chantagem psicológica mais descarada de todos os tempos.
Porém, uma vez que esse povo aceitou votar na cor da pele sem perguntar o que vinha dentro da embalagem, ele terá de continuar cedendo e cedendo até à abjeção total, pois deu ao homem da raça ungida o direito de lhe impor qualquer exigência danosa e absurda sem deixar de estar, jamais, acima de qualquer suspeita.
O muro de proteção erguido em torno de Obama não foi desmontado depois das eleições. Cresceu e tornou-se mais forte, a guarda-de-ferro mais agressiva, ao ponto de que praticamente nada do que o homem tem feito de maligno e fatal contra seu país chega jamais ao conhecimento do povo que o elegeu.
O bloqueio é completo, o controle do fluxo de informações é tão rígido e intolerante quanto a censura soviética ou nazista, com a diferença de que só vigora na grande mídia, deixando vazar informações na imprensa nanica e no rádio e buscando, segundo os ditames da engenharia social de ponta, não um utópico estrangulamento total mas apenas o domínio eficiente dos resultados estatísticos gerais.
No WorldNetDaily da semana passada, o colunista Craig R. Smith pergunta, perplexo: "Como pode Obama sair-se bem fazendo o que faz, sem que jamais se ouça um pio da grande mídia?"
O preço da gasolina e o débito nacional duplicaram desde que ele subiu à presidência, e nem um só jornal ou canal de TV dá o menor sinal de ter percebido que algo aconteceu. Ele demite 87 mil trabalhadores da indústria de petróleo numa só canetada, e não se ouve um soluço. Ele manda bombardear a Líbia sem a autorização do Congresso, e só o que se vê são louvores ao seu humanitarismo. Três trilhões de dólares da verba de "estímulos" - sim, trilhões, não bilhões - são espalhados sem nome de destinatário, e é como se uma moeda de um quarter tivesse sumido do bolso de um garoto de escola.
O homem dá um calote em milhares de credores legítimos da General Motors, enquanto distribui bilhões a picaretas sindicais seus amigos, e, a crermos no New York Times, na CNN, no Los Angeles Times e similares, ninguém disse um "ai".
Ele destroi a olhos vistos o melhor sistema de saúde do mundo, e a voz de milhões de prejudicados não ressoa na mídia nem como um vago sussurro de descontentamento. Metade do mundo clama para ele devolver seu Prêmio Nobel da Paz, e nada desse grito de revolta chega ao conhecimento do público americano.
Sem a menor sombra de dúvida, Obama foi colocado na presidência com a missão de destruir seu país, mas aqueles que o nomearam não o largaram desamparado na arena. Cercaram-o de todas as proteções necessárias para colocá-lo a salvo não só de críticas, mas até de perguntas. Obama pode fazer o que quiser, por mais obviamente desastroso e maligno que seja. Honni soit qui mal y pense.
Se, apesar disso, alguma informação ainda circula na internet ou no rádio, é só uma prova de que a falsificação perfeita não existe nem precisa existir. Quando Abraham Lincoln disse que não se pode enganar todo mundo o tempo todo, esqueceu-se de acrescentar que isso não é preciso: para obter os efeitos mais devastadores, basta enganar a maioria dos trouxas durante algum tempo - o tempo necessário para que a verdade, quando aparecer, já tenha de tornado apenas uma curiosidade de historiadores.
Quem quer que diante desse fenômeno, ainda imagine que a estrutura real do poder no mundo coincide com a hierarquia formal dos cargos públicos, com a ordem visível dos prestígios ou com as fronteiras geopolíticas convencionais, deve ser considerado um boboca incurável ou um espertalhão com agenda.
http://www.midiasemmascara.org/artigos/desinformacao/12017-o-homem-invisivel.html

segunda-feira, 18 de abril de 2011

CNA defende entendimento no Mercosul para fortalecer comércio agropecuário

Só Notícias

Da Redação
O entendimento entre os países do Mercosul nas questões comerciais poderá ampliar o comércio entre seus países membros, além de fortalecer o bloco econômico na conquistas de mais mercados para os produtos agropecuários. A afirmação é do vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Rivaci Sperotto, que participou na sexta-feira (15-4) do ciclo de discussões “Agricultura em debate”, promovido pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado para discutir o impacto das assimetrias do bloco na atividade rural. “Há dificuldades políticas e diferentes graus de desenvolvimento. Mas temos condições de construir uma posição conjunta”, afirmou.
Ao defender o entendimento no bloco, Sperotto justificou também que o Mercosul será “o grande fornecedor de alimentos ao mundo”, diante da dificuldade de outros países em aumentar suas áreas de produção. “Temos mais 150 milhões de hectares de terra para usar”, destacou o dirigente, que também preside a Comissão Nacional de Relações Internacionais da CNA. Em busca de alternativas que atendam aos interesses do setor agropecuário nos países do Mercosul, Sperotto citou o avanço das discussões sobre temas como a erradicação da febre aftosa e a mosca da bicheira, doenças que afetam o rebanho bovino, que já resultaram em ações práticas de controle sanitário nos quatro países que integram o bloco: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Ele lembrou que houve várias reuniões para propor soluções para reduzir a assimetrias no Mercosul, tanto no âmbito governamental quanto nos encontros da Federação das Associações Rurais do Mercosul (FARM), entidade que reúne as principais entidades representativas dos produtores rurais dos quatro países membros do bloco. Ressaltou, ainda, que apesar das divergências, o Mercosul já tem 20 anos de existência, fator que “pode ser considerado uma vitória”. O vice-presidente disse, ainda, que a criação de um Parlamento para o Mercosul também reforçaria as discussões em busca de um entendimento comercial.
O deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que também participou do debate, disse que, com as assimetrias no Mercosul, o produtor rural brasileiro perde competitividade para os países vizinhos por ter um custo de produção mais alto. Citando a região Sul como exemplo, ele afirmou culturas o trigo, o arroz, a uva e o alho estão entre as culturas mais prejudicadas com as distorções entre os países. “Enquanto um produtor do Paraguai para R$ 390 mil por uma colheitadeira, aqui ele paga R$ 590 mil. O frete para transportar a produção do Uruguai até o Nordeste é US$ 60 por tonelada. Do Rio Grande do Sul até o Nordeste, o mesmo frete é US$ 110”, disse.
Já a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres, apresentou dados sobre a balança comercial do agronegócio do Brasil com os países do Mercosul. De janeiro a março deste ano, as exportações brasileiras para o bloco cresceram 28,1% em relação aos primeiros três meses do ano passado. No mesmo período, as importações aumentaram 17,2%. Outro participante do debate foi o diretor do Departamento do Mercosul do Ministério das Relações Exteriores, Bruno Bath, que também defendeu um entendimento no bloco para ampliar o comércio.

domingo, 17 de abril de 2011

Curso Derivados do Leite


A semana foi dura. Muito trabalho e como sempre, correndo. Mas valeu a pena!
Este foi o encerramento do curso "Derivados do Leite" promovido pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Guapé-MG e o SENAR.
Excelente curso e de muito proveito comercial. Entretanto a melhor parte foi a degustação. Depois de uma semana inteira apenas produzindo, somente no final foi concedido experimentar de todas as delícias fabricadas por nós:
Queijo Minas Padrão, Minas Frescal, Requeijão em Barra, Iogurte, Muçarela, Ricota e Doce de Leite Pastoso.
Maravilhoso! Eu tirei estas fotos e por isso não apareço, também com esta touquinha, ninguém merece!

sábado, 16 de abril de 2011

Em defesa do pequeno agricultor

Gazeta do Povo Online

Aldo Rebelo
Apesar de estar sendo tratada como vilã na discussão do novo Código Florestal, a agricultura familiar é a grande responsável pela segurança alimentar do País
Informações distorcidas semeadas por todo o País estão contaminando o debate sobre o novo Código Florestal. Duas delas têm, notadamente, causado prejuízos à discussão: a primeira é que a agricultura e a pecuária estariam se expandindo à custa do desmatamento de matas nativas; a segunda é que a agricultura familiar deveria ter reserva legal semelhante à exigida para médias e grandes propriedades rurais. A análise dos dados do insuspeito Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desmente essas duas teses: a área da agropecuária está encolhendo no mapa do Brasil, e a agricultura familiar, com média de 18 hectares por produtor, faz uso intensivo da terra, cuja grande parte foi desmatada ainda no Brasil Colônia.
Não é difícil desmontar a tese do aumento do desmatamento das matas nativas pela agropecuária. Atentemos para o caso do Paraná, um dos principais polos da produção agrícola nacional, é um exemplo dessa realidade, ignorada por aqueles que querem tumultuar o processo de votação do novo código. No Paraná, o confisco das terras da atividade rural fez com que elas tivessem uma redução de 660.098 hectares, entre 1996 e 2006, quando foi feito o último censo Agropecuário do IBGE. Em toda a Região Sul, a redução de área chegou a 2,8 milhões de hectares.
Os especialistas atribuem a redução da área da agropecuária, nesses dez anos, à ampliação da demarcação de áreas indígenas, que teve aumento de 128%, e à expansão de unidades de conservação, que cresceu em 19%. Em contrapartida, o número de propriedades rurais saltou de 4,8 milhões para 5,2 milhões no período. Desse total, a agricultura familiar contava, em 2006, com 4,3 milhões de unidades de produção.
Apesar de estar sendo tratada como vilã na discussão do novo Código Florestal, a agricultura familiar, mesmo ocupando apenas 24% da área total da agropecuária, é a grande responsável pela segurança alimentar do País. Ela é responsável por abastecer a mesa do brasileiro com 87% da produção nacional de mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59% do rebanho de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos, 21% do trigo e 16% da soja. Aliás, para desconsolo de alguns ambientalistas, a agricultura familiar também produz essa outra “erva do diabo”, a soja, introduzida no Brasil pelas mãos de um poeta modernista, o gaúcho Raul Bopp, e de uma escritora comunista, a paulista Patrícia Galvão, a Pagu, que contrabandearam sementes da China na década de 1930.
Com média de 18 hectares por propriedade, a agricultura familiar tem dificuldades intransponíveis para atender às elevadas e inoportunas exigências de áreas de proteção permanente e reserva legal. Pelo Código Florestal em vigor, ela deve conservar uma faixa de 30 metros nas margens dos cursos d’água com até 10 metros de largura – não importa que seja um filete d’água de apenas um palmo que seca na estiagem.
Em inúmeros casos, a cobertura florestal original foi removida há séculos, desde o início da colonização do país. Ainda assim, segundo o Censo Agropecuário de 2006, nada menos que 28% da área das propriedades familiares estavam cobertas por mata, florestas e “sistemas agroflorestais”, na definição do IBGE, com taxa de reserva legal média de 10%. Agora, querem que o pequeno agricultor reponha toda a porcentagem de cobertura florestal exigida em lei. Ora, isso significa obrigá-lo a arrancar lavouras para replantar vegetação nativa, o que é uma total insensatez.
Por isso o projeto do novo Código Florestal isenta a pequena propriedade de manter a reserva legal, para que ela possa continuar usando toda a terra disponível na produção de comida para o povo brasileiro.
Aldo Rebelo, deputado federal pelo PCdoB-SP, é relator do projeto de lei do novo Código Florestal Brasileiro

Gasolina custa 70% mais em SP que em Nova York

O Estado de São Paulo 
Kelly Lima

Apesar de sair das refinarias da Petrobrás 25% mais barato que de uma refinaria americana, combustível chega mais caro ao consumidor
O litro da gasolina custa, em média, US$ 1,73 na cidade de São Paulo, valor 70% maior do que o cobrado em Nova York e 105% maior do que na Rússia, um dos países emergentes do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Os dados são do estudo realizado pela Airinc, consultoria norte-americana especializada em preços globais.
Apesar de sair das refinarias da Petrobrás 25% mais barato do que de uma refinaria americana, o combustível chega ao consumidor muito mais caro do que em qualquer posto de revenda de lá.
A carga tributária no País representa 57% do valor do litro do combustível, perdendo apenas para os países europeus, onde a política de desestímulo ao uso de carros puxa para 70% o tributo sobre a gasolina.
A pesquisa considera a cotação do dólar em R$ 1,67. Sendo assim, o preço médio do litro do combustível na capital paulista foi de R$ 2,89. No ranking das Américas, preparado pela consultoria, o Brasil possui o maior preço entre seus vizinhos, todos com tributação menor.
Na Venezuela, os fortes subsídios do governo Hugo Chávez fazem com que o litro da gasolina custe US$ 0,01, o mais barato do mundo. Neste ranking mundial, países com reservas gigantescas, como Arábia Saudita e Líbia, estão entre os que apresentam os preços mais baixos, respectivamente com US$ 0,110 e US$ 0,14.
Os maiores preços estão na Turquia, com o litro da gasolina custando US$ 2,54, e na Eriteia, país africano que vive em conflito com sua vizinha Etiópia, US$ 2,53. Nas Américas, atrás do Brasil, estão o Chile US$ 1,57, Cuba (US$ 1,35) e Canadá (US$ 1,31). Nos Brics, o Brasil também lidera o ranking: China cobra US$ 1,11; Índia US$ 1,26 e a recém incluída África do Sul, US$ 1,27.
"Os impostos sobre a gasolina no Brasil sempre estiveram lá em cima", lembra o diretor jurídico do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis. Além do PIS/Confins, que representam cerca de 20% do total dos tributos que incidem sobre a gasolina, há o ICMS, determinado pelas secretarias de Fazenda de cada Estado, e ainda a Contribuição por Intervenção de Domínio Econômico (Cide), criada em 2001 como colchão para amortecer oscilações bruscas do acompanhamento da cotação internacional.
De lá para cá, o governo utilizou o mecanismo por três vezes. A primeira, em 2008, para anular o impacto no preço ao consumidor - e consequentemente na inflação - de alta repassada pela Petrobrás. A segunda no ano seguinte para retomar sua arrecadação, quando a Petrobrás reduziu o preço do combustível, também acompanhando o preço no mercado internacional.
A terceira foi no ano passado, quando começou a escalada de preços do etanol - que é acrescido à gasolina na proporção de 25% do litro.
Por conta da alta no preço do barril do petróleo e a pressão do governo para que a Petrobrás não repasse a oscilação para seus preços - o que teria forte impacto na inflação - já existem estudos para que a Cide seja alterada novamente.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

APRENDENDO A DAR VALOR - PESSACH 5771

Certa vez um rabino foi até a cobertura de um edifício para apreciar a vista e se deparou com um homem que estava prestes a pular. O rabino tentou puxar uma conversa com o homem, que estava muito nervoso, e perguntou qual era o motivo pelo qual ele queria acabar com a vida daquela maneira. O homem relatou os tremendos sofrimentos e dificuldades pelos quais estava passando na vida. O rabino entendeu a dor que o homem sentia, mas fez uma pergunta:
- Com todo este sofrimento pelo qual você está passando, se você também fosse cego, seria melhor ou pior?
O homem concordou que, se fosse cego, certamente sua situação seria ainda pior. O rabino então continuou:
- Imagine então que você tivesse nascido cego e estivesse prestes a se matar pelos mesmos motivos que você quer se matar agora. Se no instante que você fosse pular um milagre acontecesse e você ganhasse a visão, mesmo assim você pularia?
- Não, rabino. Se este milagre acontecesse eu não pularia.
- Por que não? – perguntou o rabino, curioso – seus problemas continuariam os mesmos!
- É verdade – respondeu o homem – mas quando o milagre tivesse me trazido de volta a visão, eu iria aproveitar para ver o que eu havia perdido durante anos de escuridão. As cores, a natureza, a beleza do mundo. Sentir a alegria de ver meus amigos, minha família e um belo pôr-do-sol na praia.
- Mas você pode ver tudo isso agora – conclui o rabino – pois você não nasceu cego. Por que você não aproveita que tem olhos e vai ver tudo isso que você me descreveu?
- Pois eu já estou acostumado com tudo isso – respondeu o homem.
- Então entenda algo. Não faltam bons motivos para você continuar vivo, falta você enxergar os motivos. Se você foca no que você não tem e no que dá errado na sua vida, esta é a chave da sua desgraça e infelicidade. Mas se você quer ser feliz, você deve focar no que você tem e nos acertos que você fez na vida!
O homem, ao escutar estas sábias palavras, desceu do muro. Ele entendeu que certamente tinha muitas coisas boas que recebia todos os dias e nunca havia dado valor.
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Na próxima segunda feira de noite (18 de abril) começa a festa de Pessach. A noite se inicia com o Seder, no qual nos sentamos com nossas famílias e amigos e recontamos toda a história da saída do Egito e os milagres e bondades que D'us fez para nos salvar da escravidão física e espiritual. A noite do Seder de Pessach é uma noite voltada ao agradecimento a D'us por todas as bondades que Ele nos fez e nos faz a cada instante. E na própria Hagadá nossos sábios fixaram textos de reconhecimento e agradecimento.
Explica o Talmud que para cumprirmos a obrigação de recontar a nossa saída do Egito, precisamos começar a contar as coisas ruins antes de contar as coisas boas. E o Talmud traz duas opiniões sobre o que é considerado o início ruim. Segundo uma das opiniões, devemos começar mencionando a escravidão no Egito, enquanto segundo a outra opinião devemos começar mencionando que nossos antepassados, antes de Avraham, eram idólatras.
Ao observarmos a Hagadá, vemos que as duas opiniões do Talmud foram aceitas, pois a Hagadá descreve a nossa escravidão no Egito e menciona também os nossos antepassados idólatras. Por que as duas opiniões foram utilizadas? Pois nossos sábios entenderam que as duas opiniões nos ensinam alguma lição fundamental sobre a característica de "Hakarat Hatóv" (agradecer por uma bondade recebida).
Segundo a opinião que devemos começar pela escravidão, o ensinamento é mais fácil de ser entendido. Para sermos realmente agradecidos pelo que temos, precisamos contrastar a situação atual positiva com os sofrimentos passados e as dificuldades pelas quais passamos para atingir os bons resultados. Por exemplo, quando a pessoa chega a uma situação financeira confortável na vida, é muito fácil esquecer todas as bondades que D'us fez. Portanto, se a pessoa quer de verdade agradecer a D'us com toda a sua força, ela deve constantemente lembrar-se dos momentos difíceis, quando mal podia se sustentar, pois isso ajuda a despertar o sentimento de gratidão por D'us. O mesmo devemos fazer no Seder de Pessach: começamos lembrando da terrível escravidão e dos sofrimentos que nos eram infligidos no Egito para podermos realmente apreciar a bondade de D'us nos ter retirado de lá.
Mas de acordo com a outra opinião, que devemos começar a Hagadá lembrando que nossos antepassados eram idólatras, qual é o ensinamento que fica para nós sobre o agradecimento? No que ajuda, em termos de reconhecer as bondades de D'us, recordar esta "mancha" do passado?
Uma das características que D'us mais abomina nos seres humanos é o orgulho e a arrogância. A pessoa que é arrogante vive como se o mundo tivesse sido criado para ela, de forma que tudo o que as pessoas fazem é visto como uma mera obrigação. Por isso, um dos fatores que mais afasta a pessoa do sentimento de agradecimento é a arrogância. A pessoa sente que merece tudo o que recebeu e por isso não há nenhuma necessidade de agradecimento. É como se as pessoas não tivessem feito nada de especial por ela, pois afinal, ela se sente no direito de esperar que as pessoas a sirvam. Já a pessoa humilde sente justamente o contrário. Ela tem sempre um grande sentimento de agradecimento no seu coração, pois sente que não merece nada. Por isso, tudo o que alguém faz por ele é especial, é uma grande bondade, e ele se sente na obrigação de agradecer e reconhecer.
Portanto, é este o propósito de começar a Hagadá lembrando que nossos antepassados eram idólatras. Quando colocamos no coração que éramos descendentes de idólatras, isto quebra o nosso orgulho e nos torna humildes. Não temos que andar de nariz empinado, pois nossos antepassados se curvavam para ídolos de madeira e pedra e, se não fosse a bondade de D'us, seríamos idólatras até hoje, como está explicito na Hagadá: "No começo nossos antepassados serviram ídolos, e agora D'us nos aproximou para que servíssemos a Ele". Não está escrito "éramos idólatras e por nossa inteligência deixamos de ser", e sim "éramos idólatras e D'us nos aproximou", com Chessed e não pelos nossos méritos.
Este é um ensinamento que devemos levar para nossas vidas, não apenas durante Pessach, mas durante o ano todo. Devemos sentir que não merecemos nada, e tudo o que os outros fazem por nós é uma grande bondade. Se conseguirmos trabalhar esta característica de reconhecer as bondades que recebemos dos outros, chegaremos a reconhecer as bondades que recebemos de D'us a cada instante. Infelizmente vivemos como se D'us tivesse a obrigação de nos dar, todos os dias de manhã, a visão, a audição e a possibilidade de andar. Mas a verdade é que Ele não tem obrigação nenhuma. Tudo o que Ele faz é por bondade. Quem tem obrigação somos nós. A obrigação de reconhecer e agradecer por todas as bondades que recebemos, o tempo inteiro, que fazem a nossa vida, apesar dos problemas e dificuldades, valer muito a pena.
SHABAT SHALOM e PESSACH KASHER VE SAMEACH
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/

quinta-feira, 14 de abril de 2011

5 dicas para economizar energia e reduzir a conta de luz

Até 2015, a tarifa de energia elétrica residencial deve aumentar 8,5%. Algumas medidas simples podem ajudar a driblar os altos encargos e a poupar dinheiro.
Hoje, o Brasil tem a terceira tarifa de energia industrial mais cara do mundo e a nona residencial mais onerosa. O cenário futuro, infelizmente, não aponta para dias melhores. Até 2015, a tarifa de energia elétrica para os consumidores residenciais deve aumentar 8,5%. Para as indústrias, o aumento será ainda maior, de 19%. A aprovação pela Aneel, em fevereiro, de um novo cálculo para a conta de luz deve pesar quase um bilhão a mais no bolso dos brasileiros já neste ano.

Desde a última sexta (8), vigoram novos reajustes aprovados pela Agência para algumas concessionárias, como a paulista CPFL (aumento médio de 7,23%), a matrogrossense Cemat (aumento médio de 12,89) e a mineira Cemig (reajuste médio de 7,24%). Com a tarifa de energia mais cara, resta ao consumidor ficar de olho nos próprios gastos e evitar desperdícios, se quiser fugir de sustos no fim do mês. Com base em cartilhas da Secretaria de Saneamento e Energia de São Paulo, da Aneel e da UFSCar, preparamos cinco dicas que ajudam a economizar energia elétrica e a poupar dinheiro em casa e no escritório.

1 - Iluminação natural é gratuita, aproveite
Utilize ao máximo toda a luz natural que incide em casa ou no escritório. Durante o dia, mantenha janelas, cortinas e persianas abertas, permitindo a entrada da luz solar. Para aumentar a claridade de um ambiente, utilize cores claras nas paredes internas e no teto. Opte sempre por lâmpadas fluorescentes, ou pelo menos as utilize em ambientes que necessitam de maior iluminação (duas lâmpadas fluorescentes de 20 watts iluminam mais que uma incandescente de 100 watts).
Dê preferência às que possuem o Selo Procel Inmetro de Desempenho. Desligue a iluminação de ambientes desocupados ou que seja estritamente decorativa. Equipamentos como “dimers”, que controlam a intensidade da luz, e sensores de presença, que se acendem somente quando há circulação de pessoas, podem ser usados, resultando em significativa economia energética. Outra dica é orientar a limpeza do escritório, que em muitos lugares acontece à noite, para os primeiras horas da manhã, a fim de aproveitar a iluminação natural.
2 - Eletrodomésticos poupadores, os melhores amigos do bolso
Sempre que possível, opte por eletrodomésticos que levam o selo Procel, que indica os equipamentos com menor consumo energético. Leve em consideração antes de adquirir um aparelho as opções que consumam menos watts. Em casa ou no escritório, tire os aparelhos eletrônicos da tomada quando estão fora de uso, principalmente televisão, aparelhos de DVD/Blue-Ray e de som. Alguns aparelhos precisam de atenção especial:
Geladeira - Mantenha a geladeira em local ventilado para facilitar a troca de calor pelos radiadores. Não forre prateleiras com filmes plásticos, que dificultam a circulação de ar em seu interior. Evite deixá-la aberta por muito tempo e mantenha em boas condições a borracha de vedação da porta. Geladeiras em más condições podem ser responsáveis por até 70% da conta de luz.
Ar-condicionado - Quando comprar um aparelho de refrigeração, procure dimensionar o espaço que ele ocupará e o seu potencial refrigerador. Existem tabelas para este cálculo nas lojas, é só perguntar para o vendedor. Lembre-se de conferir se o aparelho possui o selo Procel de consumo reduzido. Na instalação, não deixe o aparelho em lugares quentes, próximo de equipamentos elétricos ou sob luz do sol. Isso força o desempenho e consome mas energia.

O ideal é instalá-lo de frente para a maior dimensão do ambiente, o que facilita o processo de refrigeração. Você pode desligar o ar condicionado meia hora antes do fim do expediente e também durante o almoço, que a sala ainda permanecerá climatizada. Mantenha as portas e janelas fechadas, de forma a impedir a entrada de ar quente de fora.
Chuveiro elétrico - Nos dias quentes, use o chuveiro com a chave na posição verão. Na posição inverno o consumo de energia é 30% maior. Nunca reaproveite resistência queimada, pois aumenta o consumo de energia e não é seguro. Estude a possibilidade de instalar um aquecedor de água por energia solar, que, atualmente, possuem preços mais acessíveis e dispensam grande manutenção. Para baixar o consumo de energia – e de água -– tente reduzir a duração do banho de 20 a 40%.
3 - Computador, notebook e outros eletrônicos
O consumo individual destes equipamentos é no geral baixo (10 kWh/mês em média). No caso dos monitores, os gastos aumentam conforme o tamanho. A maioria dos monitores de 14" atuais consome em torno de 80 W, já os de 17" consomem entre 100 e 110 W, dependendo do modelo.
No entanto, em um escritório com vários computadores a participação no consumo total poderá ser significativa. Procure orientar os usuários a desligá-los quando não forem utilizados por longos períodos e, a utilizar sempre que possível os recursos de economia de energia disponibilizados nas máquinas.
Periféricos como impressora e scanners consomem energia mesmo quando não estão em uso; nesse caso, desligue-os das tomadas, assim como as caixas de som. Evite também deixar os aparelho eletrônicos, incluindo celulares, recarregando durante toda noite. Plugue o carregador somente o tempo suficiente para completar a carga.

4 - Elevadores, só um por vez
Se você mora ou trabalha em um edifício com mais de um elevador, sabe que é bastante comum acionar todos eles ao mesmo tempo. Para economizar energia elétrica e evitar desgaste desnecessário dos equipamentos, o ideal é 'chamar' apenas um. Outra forma de evitar desperdícios é fazê-los atender a grupos diferentes de andares, pares e ímpares por exemplo.
Estude a possibilidade de desligar diariamente, de maneira alternada, um dos elevadores, no horário de menor movimento e utilização (por exemplo, das 22h00 às 6h00 e nos domingos e feriados). Em edifícios residenciais, crianças devem ser orientadas a não apertar todos os botões do painel.
5 - De olho na “fuga de energia”
Uma causa muito comum do aumento na conta de energia elétrica é a "fuga" de energia, uma espécie de “vazamento de eletricidade” que pode representar até 30% do consumo de luz no fim do mês. Emendas mal feitas, conexões frouxas, fios desencapados ou com isolamento comprometido pelo tempo são uma de suas principais causas. Outro vilão são equipamentos eternamente ligados na tomada por esquecimento.
Para descubrir se existe fuga de corrente no escritório ou em casa faça o seguinte: Desligue a iluminação e todos os equipamentos das tomadas. Com ajuda do zelador ou administrador do edifício, verifique se o disco do medidor continua girando. Em caso afirmativo, existe fuga de corrente. Para identificar a origem da fuga, desligue a chave geral. Se o disco parar de girar, o problema está na instalação elétrica. Para resolvê-lo procure o serviço de um técnico especializado.
http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/5-dicas-para-economizar-energia-e-reduzir-a-conta-de-luz

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um mártir da ciência

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 13 de abril de 2011
A narrativa praticamente inteira da origem das ciências modernas, tal como aparece na mídia popular, em livros escolares, em filmes, em peças de teatro e até numa boa quantidade de obras escritas por acadêmicos, é uma farsa publicitária de dimensões colossais, que a pesquisa histórica das últimas décadas vem desmascarando impiedosamente.
As biografias convencionais de Giordano Bruno, Galileu, Newton, Copérnico, Descartes e outros pais da modernidade falsificam não somente as suas doutrinas, para torná-las mais palatáveis ao gosto do público, mas os fatos materiais de suas vidas, para embelezar esses personagens à custa da difamação de seus contemporâneos.
Se você pretende que seus filhos venham a ter uma educação de verdade, comece por não permitir que eles sejam alimentados, por um sistema educacional criminoso, com balelas idiotas que deformarão para sempre sua visão do passado histórico e farão deles bois-de-presépio, prontos a dizer “amém” aos professores analfabetos que não vêem neles almas imortais a ser protegidas, mas militantes e eleitores em potencial, para a glória dos picaretas que nos governam.
Entre muitas outras, a lenda mais deformante é talvez a de Galileu Galilei como “mártir da ciência”, fundador da ciência experimental e homem corajoso que enfrentou a Inquisição em nome do direito de investigar a verdade.
Para começar, qualquer pesquisador sério da história das ciências sabe que Galileu nunca raciocinou a partir de dados experimentais, mas de construções matemáticas hipotéticas que depois ele legitimava com pseudo-experimentos puramente imaginários, jamais levados à prática, e usados sempre como meios de persuasão retórica, nunca de verificação. Os poucos experimentos efetivos que ele realizou foram todos errados. No que Galileu estava mesmo interessado eram antigas doutrinas ocultistas e esotéricas, das quais obteve a inspiração para suas teorias e dinheiro para sustentar uma vida senhorial como autor de horóscopos para celebridades.
Em segundo lugar, ele jamais sofreu pressão ou intimidação de qualquer natureza. Sob recomendação pessoal do Papa Urbano VIII, aliás seu padrinho, ele foi tratado com o maior respeito e deferência pelos inquisidores. Ao longo de todo o processo, teve completa liberdade de movimentos e ficou hospedado na embaixada da Toscana, que seu amigo Benedetto Castelli descreveu como “a melhor de Roma” e sua filha Maria Celeste como “um lugar tão delicioso”.
O confronto com a Inquisição não foi uma disputa entre “ciência e fé”, nem muito menos entre “ciência e superstição”, mas entre a pseudo-ciência presunçosa de Galileu e a ciência superior de São Roberto Belarmino, que desmantelou com argumentos irrefutáveis a presunção galilaica de que o Sol fosse o centro do universo (e não só de um sistema planetário em particular).
A famosa abjuração, ante a qual gerações de vigaristas intelectuais derramaram oceanos de lágrimas de crocodilo, foi apenas uma declaração pro forma feita ante o tribunal, após a qual Galileu, sob a proteção do Papa, pôde continuar a ensinar suas mesmas doutrinas de antes sem jamais voltar a ser incomodado.
Por fim, a única penalidade que a Inquisição lhe impôs foi de uma benevolência quase obscena, que hoje soaria como favorecimento ilícito: ele foi condenado a rezar uma vez por semana, durante três anos, os sete salmos penitenciais, podendo fazê-lo em privado, isto é, sem nenhum controle da autoridade. A coisa inteira levava quinze minutos no máximo, e ele ainda não precisava submeter-se à penitência pessoalmente, podendo solicitar que suas duas filhas, ambas freiras, a fizessem em seu lugar.
Nisso consistiu o “martírio” do grande homem.
Comparem esse e outros episódios do mesmo teor com os de centenas de milhões de inocentes torturados e assassinados em nome da ciência por iluministas, evolucionistas, marxistas ou nazistas, e verão que a famosa “opressão religiosa” da qual a modernidade teria nos libertado era um reino de tolerância e benevolência que a brutalidade da vida moderna soterrou num passado cada vez mais distante, cada vez mais inimaginável.
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