domingo, 29 de julho de 2012

Duzentos mil muçulmanos se convertem a Cristo

Xeiques, imans, líderes islâmicos e devotos comuns desafiam a morte e o ostracismo
WASHINGTON, EUA — Não é fácil deixar o islamismo num país muçulmano.
Pode colocar sua liberdade e a própria vida em risco.
Mas milhares estão fazendo isso, de acordo com um livro recente escrito por Jerry Trousdale, diretor de ministérios internacionais de City Team International. Aliás, ele escreve no livro “Miraculous Movements: How Hundreds of Thousands of Muslims Are Falling in Love With Jesus”(Movimentos Miraculosos: Como Centenas de Milhares de Muçulmanos Estão se Apaixonando por Jesus), uns 200.000 muçulmanos se converteram ao Cristianismo nos últimos seis anos. E eles incluem xeiques, imans, líderes muçulmanos e devotos comuns da religião muçulmana.
“Há um descontentamento e desânimo tremendo entre as próprias pessoas que mais conhecem o Corão e que estão desesperadas em busca de certezas em sua própria religião”, diz Trousdale.
City Team tem locais na Califórnia, Pensilvânia e Oregon e parcerias em 42 países no mundo inteiro. Desde 1998, a organização vem cuidando de pessoas no mundo inteiro treinando, equipando, mentorando e preparando líderes locais para cuidar dos que estão em necessidade em suas comunidades. Isso inclui treinar 600.000 novos cristãos que iniciaram 18.000 novas igrejas nos sete anos passados.
“Estamos iniciando um modo totalmente novo de pensar sobre a natureza da igreja”, diz Trousdale. “O modelo da igreja que está emergindo é muito diferente da igreja tradicional. Os movimentos discipuladores estão alcançando nações inteiras no mundo. É incrivelmente emocionante ser parte de um movimento onde vemos a vida das pessoas sendo radicalmente transformada pelo Evangelho”.
Ele crê que o que vem aprendendo com essa experiência pode tornar qualquer pessoa mais eficiente no compartilhamento do Evangelho — onde quer que ela esteja.
“Este livro, essas pessoas e os testemunhos miraculosos são de verdade!” exclama Chip Ingram, pastor sênior da Igreja Cristã de Ventura. “Há um movimento de Deus de mudança de paradigmas que toda e qualquer pessoa que tem o compromisso de fazer discípulos tem de ler e aplicar”.
Trousdale diz que viu mesquitas inteiras se convertendo ao Cristianismo. Ele conta de dois fazedores de discípulos que se recusaram a desistir de certa cidade que havia martirizado cinco cristãos.
Dentro de sete anos, havia sete igrejas na cidade.
O livro também documenta relatos de muçulmanos que estão descobrindo Jesus em sonhos e visões.
Traduzido por Julio Severo do artigo de WND: 200,000 MUSLIMS CONVERT TO CHRISTIANITY

sexta-feira, 27 de julho de 2012

LÁGRIMAS DO CORAÇÃO - PARASHÁ DEVARIM E TISHÁ BE AV 5772

“Quando o Campo de Concentração de Buchenwald foi libertado pelos aliados, todas as crianças órfãs sobreviventes foram levadas para um orfanato em Ecouis, um pequeno vilarejo da França, onde receberam muitos cuidados e carinho da comunidade judaica local. Havia no orfanato um total de 500 crianças e jovens que não tinham mais ninguém no mundo. Certa vez organizaram uma homenagem pública aos órfãos, onde estariam presentes muitas personalidades locais, entre eles o comandante da polícia, o comandante militar e o prefeito. Os órfãos não quiseram ir, pois sabiam que aquela homenagem era apenas por interesse das autoridades de fazer propaganda diante da mídia. Mas a responsável pelo orfanato, a Sra. Rachel Mintz, insistiu para que todos fossem, e os rapazes concordaram em comparecer, mas decidiram que não aplaudiriam e nem mesmo levantariam seus olhos do chão quando as personalidades discursassem.
E assim foi. 500 jovens escutaram os discursos de cabeça baixa, sem demonstrar nenhuma emoção. Até que subiu para discursar o último convidado. Era um senhor judeu que havia se salvado de Aushwitz, mas tinha perdido a esposa e todos os filhos. Desde sua libertação, ele havia dedicado todos os seus bens aos órfãos. Ele tentou começar seu discurso, mas as lágrimas embargaram sua voz. Tentou mais uma vez, mas ele tremia muito e as palavras não saíam. Finalmente conseguiu dizer apenas 3 palavras em Ídishe: “Filhos, queridos filhos”. Aqueles órfãos eram tudo o que havia lhe restado na vida.
Os órfãos então levantaram pela primeira vez seus olhos. Cada um começou, sem querer demonstrar a emoção, a enxugar as lágrimas com a manga da camisa, olhando com vergonha para o lado para ver se alguém tinha percebido aquela pequena lágrima escorrendo. E então, de repente, rompeu-se a barreira. De uma só vez abriram-se as comportas, e aqueles 500 jovens choraram um choro sincero e libertador.
Em meio ao choro, levantou-se um jovem chamado Aharon Feldberg, de 25 anos, um dos mais velhos do grupo, e dirigiu-se aos visitantes:
- Gostaria de dizer algumas palavras. Desejo, em nome de todos, agradecer a todos vocês. Não por terem vindo, pois não queríamos esta visita. Não pelos presentes que nos trouxeram, pois não estamos interessados neles. Queremos lhes agradecer pelo maior presente que recebemos de vocês há alguns instantes, que foi a possibilidade de voltar a chorar.
O rapaz, visivelmente emocionado, continuou seu discurso:
- Quando os nazistas levaram meu pai e minha mãe, eu não chorei. Eu estava seco de lágrimas. Quando diversas vezes me golpearam no Campo de Concentração, eu mordi os lábios e não chorei. Há anos não rio e não choro. Passamos fome, congelamos de frio, sangramos, mas não choramos. Desde a libertação do Campo, e ainda antes dela, eu andava com a sensação de que não sou mais uma pessoa normal. Achava que eu não tinha coração, que não conseguiria chorar nos momentos em que é preciso chorar. Achei que eu tinha uma pedra no peito e não um coração humano. Assim eu pensava até 5 minutos atrás, mas não penso mais. Agora eu chorei, e bastante, e lhes digo, que quem é capaz de chorar, poderá amanhã também rir e se alegrar. E é por isto que eu lhes agradeço”
Esta história real, retirada do livro “Lúlek”, uma biografia do rabino Israel Meir Lau, nos ensina que através das lágrimas sinceras, um dia chegaremos à alegria e consolo verdadeiros.
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Nesta semana começamos o último livro da Torá, Devarim, também conhecido como “Mishnê Torá”, cuja tradução literal é “Repetição da Torá”. Por que este “apelido”? Pois grande parte do livro contém o discurso de despedida de Moshé Rabeinu antes de seu falecimento. Para que o povo judeu aprendesse com o passado, tanto com os acertos quanto com os erros, Moshé relembrou muitos dos acontecimentos marcantes nos 40 anos em que o povo permaneceu no deserto.
Esta “revisão” feita por Moshé foi certamente importante para a geração do deserto, pois foi uma preparação para a entrada em Israel. Mas para que serve esta “revisão” para nós, mais de 3 mil anos depois? Se quisermos rever algum acontecimento, podemos simplesmente abrir a Torá na passagem que nos interessa e ler novamente. Então para nós, qual a importância do livro de Devarim?
A resposta é que, apesar de conter repetições, o livro de Devarim também traz muitas novidades. Em primeiro lugar, são ensinadas muitas Mitzvót novas, que ainda não haviam sido ensinadas antes. Além disso, quando a Torá repete os acontecimentos, acrescenta detalhes que ajudam a entender e a se aprofundar em alguns conceitos. É o que acontece, por exemplo, na Parashá desta semana, Devarim, que nos ajuda a entender melhor um dos eventos mais marcantes para o povo judeu: o pecado dos espiões.
Na Parashá Shelach, no livro de Bamidbar, a Torá descreve que o povo judeu, ainda no primeiro ano no deserto, se aproximava da terra de Israel. Ao invés de confiar na promessa de D’us, que havia garantido que a terra era boa e fértil e que eles teriam sucesso em conquistá-la, o povo pediu para enviar espiões. A consequência foi trágica, pois dos 12 espiões enviados, 10 voltaram falando mal da terra, causando uma histeria coletiva e um choro de desespero. D’us então jurou: “Hoje vocês choraram sem motivo. Este dia será fixado como um dia de choro para todas as gerações”. Este dia era Tishá Be Av, o nono dia do mês judaico de Av.
No próximo sábado de noite (28/07), assim que terminar o Shabat, é Tishá Be Av, um dia marcado por tristezas e sofrimentos. Neste dia, conforme D’us havia jurado, terríveis tragédias atingiram o povo judeu, desde as épocas bíblicas até os nossos dias. Exatamente neste dia nossos dois Templos Sagrados foram destruídos, fomos expulsos da Inglaterra, Espanha e Portugal, e foi o dia em que se iniciou a Primeira Guerra Mundial. Também a queda do primeiro avião da companhia aérea israelense El Al aconteceu justamente em Tishá Be Av. Neste dia nós jejuamos e nos abstemos de vários tipos de prazer, como relações maritais, usar sapatos de couro, tomar banho ou passar óleo no corpo. Será que há algo que podemos fazer para mudar este dia tão triste e consertar o erro dos nossos antepassados?
A Parashá Devarim é sempre lida na semana em que cai Tishá Be Av. Um dos motivos é que nesta Parashá Moshé relembra o erro do povo de ter chorado após o relato dos espiões, acrescentando alguns detalhes que nos ajudam a entender um pouco melhor qual foi o erro. A Torá diz que os judeus se desesperaram com as palavras dos espiões, que disseram que os habitantes de Israel eram gigantes e seria impossível derrotá-los. O povo então disse para Moshé: “Com ódio D’us nos tirou do Egito, para nos entregar nas mãos dos Emoritas para nos destruir” (Devarim 1:27). O que significam estas palavras? Por que os judeus achavam que D’us sentia ódio deles?
Explica o Sforno, comentarista da Torá, que o povo judeu pensou que D’us estava bravo por causa da idolatria que eles fizeram enquanto ainda viviam no Egito e que Ele, por causa deste ódio, mesmo tendo poder para esmagar os Emoritas, castigaria o povo judeu entregando-o nas mãos de seus inimigos. Por isso eles choraram tão amargamente.
Mas desta explicação do Sforno surge uma grande pergunta. Segundo suas palavras, o choro do povo judeu foi um choro de arrependimento por um erro cometido, isto é, um choro positivo, uma demonstração de temor a D’us. Então por que nossos sábios dizem que este foi um choro em vão, e que resultou em todas as catástrofes que nos atingem até hoje?
Responde o Rav Eliahu Dessler que realmente a motivação original do povo judeu era proveniente de uma fonte pura de temor a D’us. Porém, o Yetzer Hará (má inclinação) conseguiu misturar neles a falta de Bitachon (confiança em D’us), o que pode ser visto no final do versículo: “Não podemos subir contra eles (os habitantes da terra), pois eles são mais fortes do que nós” (Bamidbar 13:31). Rashi explica que a intenção da frase era também incluir D’us, isto é, o povo começou a acreditar que os habitantes da terra eram fortes demais até mesmo para D’us. O choro, uma demonstração de sofrimento interno, foi consequência da falta de Bitachon, causando uma rápida deterioração espiritual que os levou a se desconectar de D’us.
O conceito de “destruição do Beit Hamikdash (Templo Sagrado)” pode ocorrer em dois níveis: coletivo e individual. O Beit Hamikdash era o lugar onde a presença de D’us repousava. Quando ele foi destruído, os portões celestiais se fecharam e a Presença de D’us se ocultou, como se Ele estivesse em exílio. Há um paralelo com o coração de cada judeu. Existe uma faísca sagrada escondida dentro do coração de cada judeu, como se fosse a Presença de D’us. Esta faísca não pode ser apagada nunca, por mais assimilada e afastada que a pessoa possa estar. Mas quando a pessoa começa a cometer transgressões e a se impurificar, ela cria uma muralha de ferro entre esta faísca sagrada e o seu “eu” exterior. Isto causa um “exílio espiritual interno”, quando a espiritualidade, que deveria estar revelada e brilhando, está escondida e obscurecida. Quando isto ocorre com a maioria do povo, então é como se a presença de D’us tivesse se afastado de nós. É um momento crítico, onde se aproxima uma situação de extermínio espiritual. Foi nesta situação em que ocorreu a destruição dos nossos dois Templos Sagrados, isto é, o exílio espiritual interno causou o exílio espiritual externo.
Infelizmente hoje já não sentimos mais a perda do Beit Hamikdash e nem a falta da espiritualidade em nossas vidas. Aquele que não sente este vazio espiritual é porque já tem dentro de si um “exílio espiritual”, isto é, uma muralha bloqueando seu coração. Mas ao contrário, se a pessoa consegue sentir este vazio espiritual e sofre até o ponto de chorar, um choro verdadeiro e sincero, significa que percebeu a ausência de espiritualidade e conseguiu abrir uma brecha na muralha para começar a consertar o vazio do seu coração.
Por todas as tragédias que ocorreram neste dia, vemos Tishá Be Av de uma maneira negativa, queremos que esta data de luto e tristeza passe rápido. Mas temos que saber que o dia de Tishá Be Av é uma grande oportunidade de despertar espiritual. Quando D’us fixou um choro para todas as gerações, não foi um choro de castigo, e sim um choro de renovação, um choro de conserto espiritual. Quando conseguimos refletir e internalizar nossa perda espiritual, o choro vem automaticamente, sem a necessidade de nenhuma intervenção externa. Mas se não paramos para refletir, então D’us precisa nos mandar sofrimentos e dificuldades externas, para que elas nos causem motivos que nos façam sofrer pela perda da espiritualidade do nosso coração. Este choro, mesmo que causado por fatores externos, é o caminho para a redenção, tanto pessoal quanto do povo judeu como um todo.
Por que o conserto precisa vir através de lágrimas? Pelo fato de todo o problema ser algo interno, então necessariamente o conserto também deve ser de caráter interno. O Talmud (Brachót 32a) diz que quando o Beit Hamikdash foi destruído, todos os portões celestiais se fecharam, com exceção do Portão das lágrimas. Com a mesma intensidade que a pessoa se esforçar para abrir seu coração, assim serão abertos para ela os portões celestiais.
Portanto, quando nos abstemos dos prazeres em Tishá Be Av, junto com a leitura do Livro de Kinót (Lamentações), que nos ajuda a construir em nossas cabeças uma imagem real da destruição do Beit Hamikdash, é possível despertar e chegar ao choro verdadeiro, que sai do coração. E esta é a raiz do conserto interno, que nos ajuda a revelar a espiritualidade que estava escondida e obscurecida.
O que mais nos impressiona é poder perceber a mão de D’us nos acompanhando em todas as gerações. Os vários acontecimentos históricos que ocorreram justamente em Tishá Be Av, apesar de terem sido trágicos, nos ajudam a perceber que é apenas a mão de D’us que guia todos os acontecimentos, mesmo nos momentos de sofrimento. Se o Rei Fernando e a Rainha Isabel, que nos expulsaram de Portugal e Espanha, soubessem quanta Emuná (fé) eles plantaram no coração do povo judeu ao expulsá-los justamente em Tishá Be Av, certamente teriam se arrependido de seu ato.
A nossa preparação para Tishá Be Av é entender pelo que precisamos sofrer e para onde este sofrimento deve nos levar. Em geral a tristeza é um sentimento perigoso, que pode nos levar ao desânimo e a uma queda espiritual. Mas podemos utilizá-la de maneira positiva, para fixar tempos de reflexão, para pensar na grandeza de D’us, contra quem nós constantemente transgredimos, e possamos “quebrar” nosso coração em arrependimento. Mas imediatamente após este arrependimento, devemos abandonar a tristeza e voltar a colocar em nosso coração a certeza de que D’us perdoa as transgressões e é misericordioso com aqueles que se arrependem e decidem consertar seus caminhos. Esta é a alegria que vem imediatamente após a tristeza de Tishá Be Av. Por isto o Shabat logo depois de Tishá Be Av é chamado “Nachamu” (Se consolem), pois é um aviso que depois da tristeza e do choro verdadeiro vem a alegria verdadeira.
Portanto, o propósito de Tishá Be Av é, através da tristeza, enxergar que a destruição dos nossos dois Templos Sagrados, que causou o exílio da Presença Divina, é apenas consequência da nossa queda e do nosso exílio espiritual interno, a muralha de ferro que criamos com nossos maus atos e que separa nossa faísca de Divindade do nosso corpo material. Este choro e sofrimento é a preparação para a nossa redenção e a fonte da alegria verdadeira e do consolo, para nós e para todo o povo judeu.

SHABAT SHALOM
R’ Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com.br/
Dt. 1:1-3:22, Is.1:1-27, At 7:51-8:4 (Shabat Chazon)
Dt. 4:25-40, Jr 8:13-9:23, Mt. 23:1-13, 16-23, 34-24:3

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Billy Graham abre coração para os Estados Unidos

Billy Graham
Anos atrás, minha esposa Ruth estava lendo a versão preliminar de um livro que eu estava escrevendo. Quando terminou uma seção que descrevia a terrível espiral de decadência dos padrões morais dos EUA e a idolatria de adorar falsos deuses como a tecnologia e o sexo, ela chocou-me com a exclamação: “Se Deus não castigar os Estados Unidos, Ele terá de pedir perdão para Sodoma e Gomorra”.
Ela estava provavelmente pensando numa passagem de Ezequiel onde Deus diz que destruiu essas cidades. “E esta foi a malignidade de… Sodoma: ela e suas filhas eram arrogantes; tiveram fartura de alimento e viviam sem a menor preocupação; não ajudavam os pobres e os necessitados. Eram altivas e cometeram práticas abomináveis e nojentas diante de mim. Por este motivo Eu as exterminei, como sabes muito bem” (Ezequiel 16:49–50 KJA).
Fico tentando imaginar o que Ruth pensaria dos Estados Unidos se ela estivesse viva hoje. Nos anos desde que ela fez aquele comentário, milhões de bebês foram legalmente abortados e os EUA, em grande parte, não parecem estar nem aí. Os americanos só pensam nos seus próprios prazeres, são arrogantes e não sentem nenhuma vergonha do pecado. Esses pecados são agora emblemas do estilo de vida americano.
Semanas atrás, numa importante cidade do Sul dos EUA, capelães cristãos que atuam em delegacias de polícia receberam ordens de não mais mencionar o nome de Jesus em oração. Reportagens mostraram que durante um recente evento patrocinado pela polícia, a única pessoa que recebeu permissão de orar foi alguém que dirigiu sua oração para “o ser na sala”. Cenas semelhantes são agora comuns em cidades em todas as partes dos EUA.
A sociedade americana está se esforçando para evitar qualquer possibilidade de ofender alguém. Só não se importa de ofender a Deus.
Traduzido por Julio Severo do artigo da revista Charisma: Billy Graham Opens His Heart to the Nation

sábado, 21 de julho de 2012

50 cristãos queimados vivos na casa de um pastor na Nigéria

O país se transformou em um campo de extermínio; muçulmanos declaram “convertam-se ou morram”
Michael Carl
Cinquenta membros de uma igreja no norte da Nigéria foram queimados vivos na casa do pastor.
O ataque, realizado por homens armados, foi apenas o primeiro de uma onda de violência que se espalhou por 12 vilas e deixou mais de 100 mortos no estado nigeriano de Plateau, região que anteriormente estava fora da área de atuação do grupo islâmico terrorista Boko Haram e é a terra natal da etnia fula, majoritariamente islâmica.
Apesar disso, o Boko Haram assumiu responsabilidade pelos ataques e prometeu mais violência.
O porta-voz americano da Missão Portas Abertas, Jerry Dykstra, alerta que a recente onda de ataques está rapidamente se transformando em um funesto campo de batalha religioso, onde o Boko Haram declara que os cristãos devem se converter... ou morrer.
“A Nigéria está se transformando em um campo de extermínio para os cristãos. Centenas deles já foram brutalmente assassinados pelo Boko Haram, incluindo mulheres e crianças”, explica Dykstra. “Ainda esta semana o grupo afirmou que todos os cristãos deveriam buscar o islamismo ou ‘nunca teriam paz novamente’. O objetivo deles é transformar toda a Nigéria em um país governado e dominado pela lei islâmica da sharia”.
Os líderes da Igreja de Cristo da Nigéria relatam que todas as igrejas da denominação foram totalmente queimadas durante a destruição em 12 cidades.
O estado de Plateau é a terra natal dos fulas, grupo nômade e majoritariamente muçulmano, originalmente apontados pelas autoridades de segurança nigerianas como responsáveis pelo ataque.
Segundo uma reportagem local, o consultor criminal nigeriano Innocent Chukwuni teria dito que a logística sugere que o Boko Haram não poderia ter agido sozinho.
“Não acredito que o Boko Haram teria condições de atacar essas vilas tão de repente. Não conseguiriam sem apoio e cooperação local”, ponderou Chukwoma, segundo a reportagem.
O porta-voz dos fulas negou responsabilidade e não respondeu sobre a possível aliança com o Boko Haram.
A analista da Heritage Foundation na África, Morgan Roach, não acredita no envolvimento do Boko Haram devido ao histórico de violência dos fulas.
“Ataques a povoados cristãos não são novidade no estado de Plateau, uma vez que se sabe que os fulas já atacaram comunidades cristãs no passado”, sustenta Roach.
Ela afirma que, como o estado de Plateau é fora do território do Boko Haram, ela tende a concordar com as autoridades nigerianas. Ela também acredita que as queimas de igrejas são um desvio dos métodos do grupo terrorista, tipicamente mais avançados.
“Caso eles sejam responsáveis, isso seria um desvio das suas táticas anteriores, que tendem a ser mais sofisticadas”, questiona Roach.
“Acredito que convém fazer duas perguntas: O Boko Haram está tentando tirar vantagem da instabilidade de Plateau e se aliar aos fulas? Talvez, mas é preciso mais provas”, opina. “Se for confirmada a ligação do incidente ao Boko Haram, seria um caso preocupante para a segurança do país”.
Mas Michael Rubin, analista de Oriente Médio e Terrorismo do Instituto Empresarial Americano, diz acreditar que o Boko Haram é responsável pelos ataques.
“Ninguém iria se surpreender se o campo de ação do Boko Haram estiver se expandindo. Os jihadistas não podem ser aplacados; são expansionistas”, declara.
Roach teme pelas consequências caso o Boko Haram esteja realmente avançando sobre Plateau e sobre o território fula.
“Será que eles estão buscando expandir sua influência para outras partes do território? Provavelmente", constata Roach. “Certamente iria ao encontro do seu objetivo maior de criar um estado muçulmano”.
Dykstra acredita que a maior prioridade da Nigéria é proteger seus cidadãos cristãos e reforçar a segurança nacional.
“O governo nigeriano precisa se posicionar e proteger os fieis cristãos”, defende. “O Departamento de Estado Americano precisa reconhecer que o que está acontecendo na Nigéria não é apenas devido à pobreza e à injustiça”.
Dykstra estava se referindo a uma reportagem da Reuters de 11 de julho sobre um relatório sobre a Nigéria elaborado pelo Conselho Mundial das Igrejas.
“A pobreza, a desigualdade e a injustiça estão ameaçando desencadear um conflito sectário na Nigéria, explicou uma força-tarefa cristã-muçulmana na quarta-feira”, dizia a Reuters, citando o relatório. “O relatório identificou dezenas de problemas distintos, cuja resolução poderia contribuir para a paz de maneira geral”.
Ainda citando o relatório do CMI, a Reuters prosseguia: “A disparidade de riqueza entre os estados produtores de petróleo do sul e os países pobres em recursos do norte é um dos principais fatores para as tensões regionais, como são também as disputas por terra, como a falta de terra de pasto reconhecida para os pastores de gado do grupo nômade fula”.
O relatório também cita o príncipe Bola Ajibola, ex-ministro da justiça, dizendo, “Na Nigéria, três coisas são entrelaçadas: religião, política e etnia; e as três são ofuscadas pela corrupção, a pobreza e a insegurança”.
Dykstra questiona as conclusões do relatório, inclusive a afirmação que joga a culpa em “missionários bem financiados tanto do islamismo quanto do cristianismo” por aumentar as tensões.
“É ridículo”, critica.
Dykstra ressalta também que os cristãos precisam orar pelos seus irmãos e irmãs perseguidos.
Rubin alerta que terríveis consequências irão se seguir se o governo da Nigéria não colocar um fim na guerra civil auto-anunciada Boko Haram.
“Se não for contra-atacado e derrotado, o Boko Haram pode transformar a Nigéria no maior estado falido do mundo”, lamenta.
Traduzido por Luis Gustavo Gentil do artigo do WND:“50 Christians burned to death in pastor's home

sexta-feira, 20 de julho de 2012

QUEM ESTÁ NO COMANDO? - PARASHIOT MATÓT E MASSEI 5772

"Jacó estava com dificuldades financeiras e acabou pedindo muito dinheiro emprestado para Abrão. Como era uma soma muito alta, quando chegou o dia do pagamento, Jacó ainda não tinha conseguido o dinheiro necessário. Ele ficou andando na sala, de um lado para o outro, pensando em como conseguiria aquela quantia. Já era tarde da noite e ele não conseguia dormir. Tentou deitar, mas ficava revirando na cama. Sara, incomodada com tamanha agitação, perguntou:
- O que você tem hoje? Por que está assim tão agitado? Deita e dorme, pois já é tarde!
- Não consigo dormir, querida - respondeu Jacó - Amanhã de manhã preciso devolver um empréstimo para o Abrão, mas não tenho este dinheiro. O que eu vou fazer? Como eu posso dormir?
Sara, ao escutar isso, pegou o telefone e ligou para o Abrão. Quando ele atendeu, assustado com o telefonema no meio da madrugada, ela disse:
- Abrão, aqui é a Sara. Estou ligando apenas para te avisar que meu marido não vai pagar o dinheiro que ele está devendo. Não adianta insistir. Boa noite.
Quando ela desligou o telefone, o marido, atônito, perguntou:
- Querida, você ficou louca? Por que fez isso?
- Jacó, você já pode deitar e dormir. O Abrão já sabe que você não vai pagar a dívida. Agora quem vai ficar sem dormir é ele..."
Muitas vezes fazemos o mesmo em relação às dívidas que temos com D'us. Nos esquecemos das nossas obrigações e nos comportamos como se, no nosso relacionamento, somente Ele tem deveres.
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Nesta semana lemos duas Parashiót juntas, Matót e Massei, terminando o 4º livro da Torá, Bamidbar. E a Parashá Matót começa com um assunto muito importante dentro da lei judaica: as promessas e juramentos, como diz o versículo: "Um homem que fizer uma promessa para D'us ou um juramento para proibir algo sobre si, ele não deve descumprir sua palavra. Ele deve fazer de acordo com o que saiu de sua boca" (Bamidbar 30: 3).
Infelizmente não tratamos as promessas e juramentos com a devida seriedade. Estamos acostumados a nos comprometer e a não cumprir nossa palavra, sem sentir nenhuma vergonha por isso. Fazemos juramentos sem nenhuma intenção de cumprir, apenas para mostrar nossa convicção. "Juro que foi assim que aconteceu", "Juro que isso não acontecerá novamente". Será que não estamos desprezando algo importante, que pode ter graves consequências?
Existem duas categorias de promessas. A pessoa pode se proibir de algo que a Torá permite, como alguém que promete não comer mais maças, ou a pessoa pode se obrigar a fazer algo que não estava obrigada, como alguém que promete doar certa quantia de Tzedaká (caridade) para uma instituição. Em ambos os casos é muito grave a pessoa não cumprir sua promessa. E em relação às promessas nas quais nos obrigamos a fazer algo, não apenas é um problema não cumprir o que prometemos, mas também adiar o cumprimento de algo prometido já é extremamente grave. Podemos ver isto através das palavras de um Midrash (parte da Torá Oral), que nos ensina que aquele que prometeu algo e tarda em cumprir o que prometeu, seu castigo é ser lançado ao mar.
Apesar de parecer algo não literal, as palavras do Midrash já se cumpriram muitas vezes durante a história. O profeta Yoná, por exemplo, prometeu a D'us que iria à cidade de Nínive para advertir seus moradores sobre suas graves transgressões e avisá-los que a cidade seria destruída por D'us. Mas ao invés de cumprir sua palavra, Yoná tentou adiar sua missão, fugindo em um navio. D'us então mandou uma tempestade que quase afundou o navio onde estava Yoná. Os marinheiros, apavorados, jogaram a sorte e descobriram que o culpado era Yoná. A tempestade só parou quando ele foi atirado ao mar, cumprindo as palavras do Midrash.
Mas sabemos que os castigos de D'us são "Midá Kenegued Midá" (medida por medida), isto é, da maneira que erramos, assim somos punidos, para que possamos entender nosso erro e consertá-lo. Então por que a punição de alguém que adia o cumprimento de uma promessa é ser atirado ao mar? Mais do que isso, o que leva alguém a adiar o cumprimento de uma promessa? Provavelmente o Midrash não está falando de alguém que não cumpriu a promessa por algum impedimento de força maior, e sim daquele que poderia ter cumprido e não cumpriu. Se a pessoa prometeu, então por que não cumpre logo sua palavra? E finalmente, há um interessante ensinamento sobre promessas no Talmud (Nedarim 22a), que afirma que aquele que faz uma promessa se compara a alguém que constrói um altar próprio. O que o Talmud está nos ensinando, e qual a conexão com os ensinamentos trazidos anteriormente?
Explica o Rav Yohanan Zweig que, para responder todas estas perguntas, antes é necessário entender o que leva uma pessoa a fazer uma promessa. A promessa é uma ferramenta que a pessoa utiliza para fortalecer suas convicções. Se uma pessoa toma uma decisão sem nenhum tipo de comprometimento, ela pode facilmente mudar de ideia. A promessa entra como uma "ajuda Divina" para que a pessoa se mantenha firme em suas convicções, mesmo quando surgirem dificuldades e desejos contrários. Se refletirmos, vamos perceber que a promessa dá para a pessoa um direito que até agora pertencia somente à D'us: a capacidade de criar um novo status para um objeto. Por exemplo, quando alguém promete não comer mais maças, para esta pessoa a proibição de comer maças tem o status equivalente à proibição estabelecida por D'us de comer carne de porco. Pelo fato da promessa ser um poder dado por D'us aos seres humanos, aquele que a utiliza para o seu próprio benefício é comparado com alguém que constrói em seu quintal um altar para uso privado, ao invés de utilizar o altar coletivo.
Porém, esta consciência de que a pessoa precisa da ajuda de D'us para satisfazer suas necessidades pessoais causa uma forte sensação de endividamento. E assim diz Shlomo Hamelech (Rei Salomão): "Uma pessoa que toma dinheiro emprestado torna-se escravo daquele que emprestou" (Mishlei - Provérbios 22:7). Da mesma forma que alguém que pediu emprestado dinheiro ao seu companheiro sente que está nas mãos dele, assim também a pessoa que utilizou a força de D'us para o seu próprio benefício sente, mesmo que de forma subconsciente, que está nas mãos de D'us.
Há outro paralelo interessante entre as dívidas monetárias e as promessas. É muito comum encontrar pessoas que, apesar de terem dinheiro para pagar suas dívidas, ficam postergando o pagamento. Qual a verdadeira intenção delas? Ao atrasar o pagamento, elas estão reestruturando o relacionamento. Ao invés de serem controladas pela pessoa que emprestou o dinheiro, eles passam a assumir o papel de controladoras. Agora é a pessoa que emprestou o dinheiro que está nas mãos do devedor. Este paralelo pode ser aplicado à pessoa que pode cumprir uma promessa e adia. O adiamento da promessa dá para a pessoa a sensação de que ele não está mais nas mãos de D'us, ao contrário, ela sente que agora tem controle sobre seu relacionamento com Ele.
O que significa a punição de ser atirado nas águas? Na terra, a pessoa sente que tem controle. Como a terra é o nosso habitat natural, estamos acostumados e já temos muitas habilidades desenvolvidas neste meio. Já na água, a pessoa se sente completamente indefesa, ela sabe que não tem controle sobre nada. Foi o que ocorreu, por exemplo, com o general Tito, como nos ensina o Talmud (Guitin 56b). Após ter destruído o Beit Hamikdash (Templo Sagrado) e ter causado todos os tipos de desonra possíveis para o nome de D'us, Tito partiu de volta para Roma em um navio carregado de tesouros roubados do Beit Hamikdash. D'us mandou uma forte tempestade que quase partiu seu navio ao meio. Tito então gritou para os Céus: "O D'us dos judeus somente é valente na água. Veio o Faraó e Ele o afogou na água. Veio Sisra e Ele o afogou na água. E quanto a mim, Ele também quer me afogar na água. Se Ele é realmente valente, que me deixe chegar à terra firme e lá guerrearemos". Isto demonstra que, enquanto as pessoas pensam que na terra podem controlar, na água todos se sentem indefesos e totalmente sob o controle de D'us. Aquele que atrasa o cumprimento de uma promessa é atirado ao mar, pois como a pessoa estava motivada pelo seu desejo de controlar, a punição é dada de maneira que ela perca qualquer falsa percepção de que está realmente no controle.
Infelizmente não é apenas com as promessas não cumpridas que tentamos, mesmo que inconscientemente, tirar das nossas costas a responsabilidade do nosso relacionamento com D'us. Pois todo relacionamento implica em uma reciprocidade. Qualquer pacto precisa de duas partes ativamente envolvidas. Mas nós estamos sempre cobrando a parte de D'us. Por que Ele não nos deu o que precisávamos? Por que Ele não evitou aquele problema? Será que esta é a postura correta, sempre jogar a responsabilidade para o outro lado, sem nunca questionar se estamos fazendo a nossa parte?
Além disso, damos diversas demonstrações de que sentimos que somos nós que estamos no comando, não D'us. Por exemplo, todas as vezes em que acontece algo diferente do que esperávamos, ficamos extremamente irritados. O que isto significa? Que estamos insatisfeitos com a vontade de D'us, que queremos as coisas do nosso jeito e não do jeito Dele. Também todas as vezes que sentimos inveja, o que estamos demonstrando? Que sentimos que sabemos mais do que D'us. Se Ele deu o carro novo para o vizinho e não para nós, certamente é porque Ele está equivocado. E assim, se prestarmos atenção no nosso comportamento cotidiano, perceberemos o quanto esquecemos que quem está no controle é D'us, e não nós.
Este é o ensinamento que fica com o assunto das promessas: a seriedade que devemos olhar nosso relacionamento com D'us. O quanto devemos nos sentir endividados por tudo o que Ele fez, faz e fará por cada um de nós. E, principalmente, devemos trabalhar a nossa característica de humildade para aceitar que D'us, cuja sabedoria é ilimitada, busca apenas o nosso bem, mesmo quando, em nossa sabedoria pequena e limitada, não conseguimos enxergar.

SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com.br/
Nm. 30:1-32:42, At 9:1-22 (2ª Haftará da Aflição, Shim’u)

Nm. 33:1-36:13, Jr 2:4-28; 4:1-2, Tg. 4:1-12

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Setor e governo discutem plantio e comercialização do milho

Rural Centro

 

Ministério da Agricultura

A operação de plantio e comercialização do milho é fundamental para o sucesso da nova safra e, por isso mesmo, uma série de providências deve ser tomada para que tudo corra bem.

Atento a isso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Política Agrícola (SPA), realiza no dia 23 de julho, às 15h, reunião com o setor produtivo para discutir a questão.
O principal objetivo do planejamento é estabelecer um cronograma de atividades para que o produtor possa realizar o plantio de forma eficiente e segura e depois comercializá-lo, com custos competitivos, ressalta o secretário da SPA, Caio Rocha. “Vamos discutir o planejamento da cultura do milho, considerando a alta do preço, os custos de produção, a logística, entre outros tópicos”, explicou Rocha. Segundo o secretário, a cada ano o governo tem encargos elevados por conta do escoamento da produção e gastos com a logística. “O deslocamento do produto do Centro Oeste para o Nordeste e o Sul, por exemplo, representa custos, por isso precisamos planejar para ganharmos em competitividade”, salientou.
Com o planejamento, a expectativa é de avançar na produção e ganhar em produtividade. Hoje o cenário já está favorável ao milho. De acordo com o décimo levantamento da safra de grãos 2011/12, a estimativa de área plantada com milho segunda safra no período, foi estimada em 7,23 milhões de hectares, representando um incremento de 0,6% em relação ao nono levantamento, e de 22,7% comparado com o exercício anterior. O forte incremento observado nos importantes estados produtores da região Centro-Oeste e no Paraná, ajudam a explicar o surpreendente desempenho da lavoura nesta temporada, que deverá ficar marcada pela mudança de paradigma da lavoura no cenário produtivo nacional, onde se destaca o fato de que a segunda safra de milho assumirá cada vez mais a importância até então reservada à safra de verão.
O desempenho do clima durante toda a fase produtiva do cereal foi responsável pelos recordes de produtividade observado especialmente nos dois maiores estados produtores, Mato Grosso e Paraná. A produção consolidada, confirma as previsões informadas para a primeira e segunda safras, dando conta de um novo recorde para o cereal tanto na área plantada, quanto na produção, com incrementos de 9,5% e 21,0%, respectivamente.
Aliado a isso, outro movimento favorável aos negócios do milho no Brasil foi a constatação de que a estiagem que castiga o Meio-Oeste dos EUA pode derrubar a produção mundial de milho na safra 2012/13. Isso já está tendo reflexos imediatos sobre a comercialização do grão no Brasil, com a retomada das exportações, que em 2011 renderam US$ 2,7 bilhões ao país, e a escalada dos preços.

domingo, 15 de julho de 2012

Em quem você confia: em Deus ou no homem?

Don Hank
Se fossemos honestos com nós mesmos apenas por um breve momento, admitiríamos que a sociedade ocidental está em profundo pecado e até adorando o pecado, celebrando com carnavais e paradas gays, e ensinando crianças novas a praticasr atos sexuais nas escolas. Romanos 1:25 com precisão descreve o mundo ocidental (Paulo usa os homossexuais como exemplo, mas essa questão tem um extensão muito maior):
trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram objetos e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém!
E o final desse discurso sobre os pecadores descreve o resultado.
…homens com homens, e, por isso, receberam em si mesmos o castigo que a sua perversão requereu.
Uma descrição explícita de algumas dessas recompensas para esse grupo específico de pecadores pode ser vista. Citei isso também em meu artigo (em inglês) “The recompense of their error”.
Então, por que as pessoas deliberadamente se envolvem em práticas autodestrutivas que nossa inteligência superior deveria estar nos avisando para evitar a fim de que nos autopreservemos? Ou, igualmente, por que elas adotam as políticas econômicas de Keynes acumulando montanhas de dívida que ninguém conseguiria jamais pagar de volta numa corrida impetuosa para destruir nossa economia e nossos meios de sobrevivência?
A resposta está bem aqui no discurso de Paulo, e essa é a parte em que os cristãos precisam focar ao examinar o fracasso da sociedade ocidental em seus esforços para administrar suas leis, sua imigração, seus males sociais, suas finananças e sua economia, etc:
E, por essa razão, Deus os entregou a paixões vergonhosas.
Você já parou para considerar o que isso significa?
Foi Deus quem fez isso. Paulo está falando sobre pessoas que adoram a natureza em vez do Criador. Por que as pessoas que outrora adoravam a natureza dão meia-volta e cometem algo contra a natureza, conforme Paulo chama essa conduta nessa mesma passagem? Uma pessoa que analisa isso sem discernimento espiritual diria que não faz sentido e não saberia explicar isso em termos racionais. Alguns analistas espiritualmente cegos (mas, em outros aspectos, muito inteligentes) dizem que por esse motivo, Paulo realmente não queria dizer “contra a natureza” ao descrever essa conduta, e eles falsificam o grego original para fazê-lo dizer outra coisa. (Eles se esquecem de que no 4º século, Jerônimo, que falava fluentemente o grego koiné, traduziu esse termo como “contra naturam” em sua Bíblia Vulgata em latim).
Mas Deus permite que as pessoas cometam atos contra a natureza o tempo inteiro. Quando você se revolta contra Deus, Ele abandona você e você cai em padrões de comportamento projetados por Satanás. Não há nada de natural na conduta de pecado pelo simples fato de que não foi projetada por Deus. Se não é natural, então é sobrenatural ou acima da natureza?
Pois bem, considerando que Deus realiza obras sobrenaturais — isto é, obras acima da natureza —, então as obras de Satanás poderiam ser consideradas melhor como infranatural, ou abaixo da natureza. Um animal não destruiria seu próprio habitat e economia do jeito que os seres humanos estão fazendo. Um animal também não se dedicaria quase que exclusivamente à busca de sexo, principalmente sexo homossexual, do jeito que muitos seres humanos fazem (embora haja casos conhecidos de homossexualidade no reino animal, não existe nenhum caso de animais que são estritamente homossexuais e evitam todos os animais do sexo oposto).
Esses fenômenos infranaturais são exatamente o motivo por que enfrentamos um iminente colapso econômico mundial. Os economistas, supostamente especialistas em matemática, não mais fazem matemática. De forma semelhante, indivíduos com diploma universitário que entendem a anatomia humana de forma deliberada e rotineira utilizam um órgão físico projetado como saída como um lugar de entrada, um estilo de vida que leva a doenças horríveis e morte.
Deus permite isso, porque as pessoas pararam de confiar nEle e acharam que conseguiriam criar suas próprias respostas e soluções. Olhe ao seu redor. Você gosta dos resultados da conduta ocidental secularista, humanista, política, econômica e social? Vote em qualquer candidato, Obama ou seu opositor, e você obterá o mesmo resultado.
É por isso que o Ocidente não precisa de mais leis e um governo melhor.
O Ocidente precisa de reavivamento. E esse reavivamento não acontecerá sem o amor que Jesus ensinou. Os americanos, inclusive os melhores, os mais civilizados e os mais decentes entre nós, estão batendo uns nos outros porque pensamos que o problema tem a ver com pessoas. Acham que se as pessoas fizerem isso ou aquilo, ou se fizerem essa ou aquela lei ou se elegerem esse ou aquele político, então conseguiremos progredir de novo. Como é que esse ou aquele grupo pode ser tão burro, dizem eles?
Mas de novo, eles ignoram as palavras de Paulo em outra de suas cartas:
Porquanto, nossa luta não é contra seres humanos, e sim contra principados e potestades, contra os dominadores deste sistema mundial em trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.
Se você acha isso extravagante e celestial demais para se relacionar com sua vida e com o mundo ao seu redor, considere este artigo em inglês sobre John Maynard Keynes, o autor de nosso fracassado sistema econômico (assistência estatal para empresas falidas e intervenções governamentais que matam a livre iniciativa)
Se levarmos a sério a mensagem de Paulo em Romanos 1:25-27, poderemos facilmente ver que não é coincidência que Keynes era um pervertido sexual (pedófilo e homossexual) e autor do mais pervertido sistema econômico que a humanidade já viu.
Traduzido por Julio Severo
Versão em inglês deste artigo: Whom do you trust: God or man?

sábado, 14 de julho de 2012

ATINGINDO SEU PRÓPRIO POTENCIAL - PARASHÁ PINCHÁS 5772

"Eduardo foi convidado para participar de uma corrida. Era uma competição diferente, e Eduardo ficou sabendo de apenas algumas poucas informações: a data e o local da corrida, o valor do prêmio milionário que o vencedor receberia e que o outro competidor seria Rafael, um velho conhecido seu. As demais regras seriam divulgadas apenas no dia da competição, o que deixou Eduardo muito ansioso.
Quando finalmente chegou o dia marcado, Eduardo chegou ao local combinado. A competição seria uma corrida de 3 horas por uma estrada onde não havia limites de velocidade. Os organizadores então trouxeram para Rafael um lindo carro esportivo, com as mais modernas tecnologias. Eduardo ficou imaginando que receberia um carro igual, mas foi com grande surpresa que ele viu os organizadores trazendo para ele, nada mais e nada menos do que... uma bicicleta. Seria uma piada? Será que ele estava participando de um daqueles programas humorísticos de "câmera oculta"? Enquanto o outro competidor havia recebido um carro esportivo, ele havia recebido uma bicicleta, e ainda por cima sem marchas! Eduardo ficou muito decepcionado, aquela competição parecia muito injusta. Como ele poderia, com uma bicicleta, competir contra um carro?
A corrida começou e, apesar do desânimo, Eduardo deu o melhor de si. Ele pedalava com vontade e se esforçava, principalmente nas subidas, mas por mais que tentasse, não chegava nem perto de Rafael. Não que Rafael estivesse fazendo muito esforço, ao contrário, apesar de poder voar a quase 300 km/h, ele passeava tranquilamente, aproveitava para tomar sol e escutar Rock no seu aparelho de som digital. O tempo passava, Eduardo pingava de suor e seus músculos doíam, enquanto Rafael estava tranquilo, sentado no seu carro, com o ar condicionado ligado. Como Rafael viu que era muito mais rápido que Eduardo, não se preocupou em acelerar. Foi tranquilo, fez inclusive uma parada para cochilar e aproveitou para telefonar para seus amigos para contar sobre a sua grande sorte.
Após 3 horas de prova, Eduardo estava acabado. Apesar do esforço, havia conseguido completar apenas 90 km do percurso, enquanto Rafael, tranquilo, havia completado 100 km. Rafael já festejava por dentro, estava com um grande sorriso no rosto. Porém, o sorriso desapareceu quando os juízes anunciaram que Eduardo era o vencedor. Agora era Eduardo quem sorria. As dores musculares já não incomodavam mais, todo o esforço tinha valido a pena, ele era milionário! Rafael, inconformado, foi tirar satisfações com um dos organizadores:
- Escute aqui, eu venci, pois eu andei mais. Ele andou apenas 90 Km, enquanto eu andei 100 Km. Eu mereço receber o prêmio!
- É verdade que você andou mais – disse o organizador – mas quem falou que este era o requisito para a vitória? Você acha que se fosse este o requisito, seria justo você receber um carro esportivo e o outro competidor receber apenas uma bicicleta? Você não percebeu esta aparente "injustiça"?
- Na verdade – continuou o organizador - o vencedor foi aquele que melhor aproveitou o potencial do que lhe foi oferecido. O Eduardo recebeu uma bicicleta e andou com ela 90 Km. Como o máximo que ele poderia ter andado seria 100 km, ele aproveitou 90% do seu potencial. Mas você, que recebeu um carro possante, poderia ter andado quase 1.000 km com ele, mas como andou apenas 100 km, aproveitou só 10% do seu potencial. É verdade que você, no total, andou mais do que ele. Mas do seu enorme potencial, você não aproveitou quase nada, enquanto ele, com um potencial muito menor, aproveitou quase tudo. O Eduardo é o vencedor, pois a corrida não era um contra o outro, era cada um contra si mesmo."
Assim D'us também julga nossos atos. Ele não leva em consideração até onde cada um chegou, mas quanto cada um aproveitou em relação ao seu próprio potencial.
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Na Parashá desta semana, Pinchás, a Torá escreve em sequência dois assuntos aparentemente desconectados. Após terem cometido muitas transgressões durante os 40 anos no deserto e terem recebido castigos tão duros de D'us, o povo judeu estava desmotivado de entrar em Israel. Muitos estavam tão desanimados que preferiam até mesmo voltar para o Egito. Neste contexto vieram as cinco filhas de um homem chamado Tzlofechad reclamar que elas também queriam um pedaço de terra em Israel. Qual era o motivo da reclamação delas? Quando elas viram que D'us havia pedido uma nova contagem do povo antes da entrada em Israel, entenderam que aquele número era para fazer a divisão das terras entre as famílias que havia em cada tribo. Mas elas perceberam que apenas os homens foram contados, e então entenderam que a divisão das terras seria feita apenas de acordo com a quantidade de homens em cada família. Mas o pai delas, Tzlofechad, havia morrido sem deixar filhos homens e, portanto, elas não teriam direito a nenhuma terra, por isso foram reclamar. D'us gostou desta reclamação, pois demonstrou a vontade que elas tinham de ir para Israel, contrastando com o desânimo do resto do povo. Imediatamente a Torá ensinou as leis de herança, com os detalhes de como os bens deveriam ser passados para os filhos e parentes depois da morte dos pais.
Logo depois deste evento a Torá traz outro assunto. Moshé, avisado que sua morte estava iminente, pediu para D'us um novo líder para o povo, como está escrito: "Que nomeie Hashem, D'us dos espíritos de toda a carne, um homem sobre a congregação" (Bamidbar 27:16). Qual a conexão entre estes dois assuntos aparentemente tão distintos, a herança passada dos pais para os filhos e a escolha de um novo líder?
Explica Rashi, comentarista da Torá, que quando Moshé viu que D'us havia ensinado para o povo as leis de herança, isto é, que os filhos herdam o que era de seus pais, ele sentiu que era o momento de fazer um pedido pessoal para D'us. Ele pediu para que seus dois filhos, Guershom e Eliezer, também herdassem sua grandeza e se tornassem os próximos líderes do povo judeu. Porém, vemos que D'us não escutou o pedido de Moshé, pois logo depois está escrito "E disse D'us para Moshé: Pegue Yoshua bin Nun, um homem que está repleto de espírito (de sabedoria), e apoie suas mãos sobre ele" (Bamidbar 27:18). Isto quer dizer que D'us pessoalmente escolheu Yoshua, e não os filhos de Moshé, como o próximo líder do povo judeu. Mas qual o motivo desta escolha de D'us? O mais lógico não seria Moshé ter passado a liderança para seus filhos, como fizeram futuramente a maioria dos reis, que passaram o trono para seus descendentes? Então por que os filhos de Moshé não foram os escolhidos?
Há um Midrash (parte da Torá Oral) que traz uma resposta surpreendente. O Midrash diz que os filhos de Moshé não foram os escolhidos pois não sentavam para estudar Torá. Já Yoshua, ao contrário, não saía da tenda de estudos e se dedicava ao máximo para adquirir sabedoria de seu mestre Moshé. Mas como entender este Midrash? Moshé se importava demais com o povo, e comprovou isto durante toda sua vida, ao se dedicar de corpo e alma às necessidades do povo antes mesmo de pensar em suas próprias necessidades. Então como ele pode ter pensado em pedir para D'us que nomeasse como líderes do povo seus filhos, se eram pessoas que não estudavam Torá? Ele não sabia o quanto era importante que o novo líder tivesse muita sabedoria para ser também um juiz e um professor para o povo? Ele deixou que subisse à sua cabeça a vontade de que seus filhos herdassem seu posto de liderança, mesmo eles não sendo aptos para isso?
Explica o livro Lekach Tov que existe uma grande diferença entre o mundo material e o mundo espiritual em relação a quanto o esforço influencia no valor de algo realizado ou produzido. No mundo material, o valor das coisas não leva em consideração os esforços envolvidos, o que importa são apenas os resultados. Por exemplo, se um artesão habilidoso leva um dia para fabricar um vaso, enquanto outro artesão menos habilidoso leva 3 dias e precisa de muito mais esforço e dedicação, quando os dois vasos estão prontos, eles têm no mercado exatamente o mesmo valor. Isto quer dizer que todo o esforço e a dificuldade envolvidos na fabricação do vaso não são levados em consideração. Mais do que isso, se uma pessoa passa o dia inteiro criando e digitando uma matéria para ser publicada no jornal, mas no momento de salvar o arquivo fica corrompido e não pode mais ser aberto, quanto vale o que a pessoa fez e todo o esforço que ela despendeu? Absolutamente nada.
Porém, não é isto que ocorre no mundo espiritual. O valor de cada ato espiritual, como o cumprimento de uma Mitzvá ou o estudo da Torá, não leva em consideração apenas o resultado, mas também todo o esforço envolvido. Quanto maior a dificuldade, maior o valor do ato, como nos ensina a última Mishná do Pirkei Avót (Ética dos Patriarcas): "De acordo com a dificuldade, assim é a recompensa". Isto quer dizer que mesmo se duas pessoas cumprirem exatamente a mesma Mitzvá, mas uma delas cumprir com facilidade enquanto a outra cumprir com muita dificuldade e esforço, apesar do resultado ter sido o mesmo, o valor da Mitzvá é completamente diferente para cada pessoa. Para aquele que se esforçou mais, o valor de sua Mitzvá é muito maior.
Com este conceito podemos entender o ensinamento do Midrash. Certamente Moshé não era um irresponsável, nunca indicaria com líder alguém que não tivesse capacidade para isso. A verdade é que, em termos de nível espiritual e de conhecimento da Torá, os filhos de Moshé eram tão grandes quanto Yoshua. Mas o problema é que eles tinham um potencial de crescimento ainda maior do que o de Yoshua, eles poderiam ter chegado ainda mais alto. O que aconteceu? Eles desperdiçaram seu potencial, pois não utilizaram todas as suas forças e aptidões. Se tivessem se esforçado mais, teriam chegado muito mais alto do que Yoshua.
Quando o Midrash diz que eles não estudaram Torá, não quer dizer que não estudaram nada e não tinham conhecimento. O Midrash quer nos ensinar que eles não atingiram seus verdadeiros potenciais espirituais e, por isso, comparado com nível que poderiam ter chegado, é como se não tivessem estudado. Eles perderam para sempre a oportunidade de serem os líderes do povo judeu. Já Yoshua, ao contrário, apesar de ter menos aptidões do que os filhos de Moshé, utilizou seu potencial no limite. Ele madrugava para ir para a tenda de estudos, passava o dia inteiro próximo de Moshé, absorvendo seus conhecimentos, e só voltava para casa tarde da noite. Seu amor pela Torá e pelos conhecimentos era tão grande que era ele quem organizava a tenda de estudos no final do dia, arrumando as mesas, cadeiras e livros. Por isso foi ele, e não os filhos de Moshé, o escolhido para ser o sucessor na liderança do povo.
Este conceito espiritual pode ser aplicado também em outras áreas da vida e nos ajuda a responder uma das grandes perguntas filosóficas. Olhamos para o mundo e vemos muitas desigualdades. Enquanto alguns nascem em famílias abastadas, outros passam por dificuldades e privações. Enquanto alguns nascem fortes e saudáveis, outros nascem fracos e doentes. Por que há tanta desigualdade no mundo? Por que uma pessoa nasce milionária e pode doar milhões, enquanto outra nasce pobre e pode doar apenas alguns trocados? Por que uma pessoa nasce saudável e pode caminhar sem dificuldade para a sinagoga, enquanto outra precisa ir de muletas ou em uma cadeira de rodas. Onde está a justiça de D'us?
A resposta é que, pelo fato de D'us não medir as Mitzvót pelo resultado e sim pelo esforço, as dificuldades se transformam em oportunidades. Aquela pessoa pobre, que doa com esforço apenas alguns reais, uma quantia significativo para suas poucas possibilidades, seu ato vale aos olhos de D'us como se ele tivesse doado uma soma muito grande de dinheiro. Aquele que vai para a sinagoga com dificuldade, cada passo vale muito mais, cada palavra de sua reza tem muito mais força.
Yoshua nunca invejou os filhos de Moshé por eles terem mais aptidões, e no final vemos que foi ele o escolhido para liderar o povo judeu. Da mesma maneira, não devemos invejar se os outros têm mais dinheiro ou mais aptidões. A inveja é uma tolice, pois recebemos de D'us exatamente as ferramentas necessárias para cumprir nosso papel espiritual no mundo, nada a mais e nada a menos. Devemos lembrar sempre que a corrida verdadeira da vida não é contra os outros, é contra nós mesmos.

SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm

Nm. 25:10-29:40, Jr 1:1-2:3; Jo. 2:13-25 (1ª Haft. da Afli., Dibrei Yirmeyahu)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Brasil é 31° em ranking de segurança alimentar

Jornal do Comércio

Fernando Soares

Dar conta da expansão demográfica até 2050, com incremento esperado de mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, é um dos principais desafios impostos aos produtores de alimentos.

Esse é um discurso conhecido de cor e salteado no agronegócio, mas como solucionar os gargalos a fim de corresponder a essa demanda? Para auxiliar nesse processo, o Economist Intelligence Unit (EIU) e a Dupont divulgaram ontem, em São Paulo, a primeira edição do Global Food Security Index. O estudo analisa o desempenho de 105 países em relação à segurança, qualidade e disponibilidade alimentar. O Brasil, tido como um importante fornecedor em escala global, figura na 31ª posição.
O levantamento leva em consideração 25 indicadores, como desempenho da economia, investimento em inovação e qualidade da infraestrutura. Cada participante recebeu uma nota de zero a 100. Os brasileiros somaram 67.6, resultado inferior, na América Latina, frente ao Chile (68.9) e ao México (67.7). Entre os pontos fortes do Brasil estão o desenvolvimento de programas voltados à área, como o Fome Zero, e o compromisso com padrões nutricionais, ambos avaliados em 100. Por outro lado, a infraestrutura agrícola foi o item com pior avaliação, 19.4. Nos três eixos da pesquisa analisados separadamente, a situação do Brasil se encontra na média: disponibilidade de alimentos (71.2), acessibilidade financeira à comida (63.4) e qualidade da segurança dos produtos (69.9). “É bom que nossa posição no ranking geral seja 31º. Se estivéssemos nas primeiras colocações, iríamos deitar em berço esplêndido e não teríamos desafio algum. Agora, precisamos olhar o que os países que estão em cima fazem de diferente e tropicalizar isso”, acredita o presidente da Dupont no Brasil, Ricardo Vellutini.
O coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, diz que o Brasil tem um grande potencial para expandir a produção, nos próximos dez anos, em itens como soja, milho e carnes. Segundo projeção feita por ele, o volume produzido até 2020 no País deve crescer 40%, o que representaria a maior ascensão mundial no período.
Mesmo assim, Roberto Rodrigues aponta uma série de fatores a serem corrigidos no Brasil, sendo a estrutura de hidrovias, ferrovias e estradas o principal problema do momento. Para ele, inovação, segurança jurídica, apoio à agricultura familiar e estratégias de comercialização internacional são outras questões cruciais para melhorar o ambiente de negócios.
“Agora é o momento de começar a resolver essas questões e criar uma estratégia integrada para o setor agrícola”, aponta, salientando que a valorização de algumas commodities neste ano deveria acelerar a realização de melhorias, e não postergá-las.
Um dos aspectos com maior peso no ranking é o investimento em pesquisa e desenvolvimento de produtos, item em que a América Latina como um todo ainda está devendo. Neste sentido, o presidente mundial da Dupont Pioneer, Paul Schickler, aponta a necessidade de uma integração maior entre universidades, empresas e entidades ligadas à atividade. “A tecnologia e as colaborações precisam ser desenvolvidas localmente”, ressalta. No caso da Dupont, a intenção é investir US$ 10 bilhões globalmente em P&D; até 2020.
O dirigente do EIU Unit Robert Wood destaca que, em todas as nações com melhores resultados no demonstrativo, existem características em comum. “Nesses países, há amplo abastecimento, baixo custo para o consumidor e grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento”, destaca. O Global Food Security Index está disponibilizando o estudo, na íntegra, na internet (foodsecurityindex.eiu.com). Em relação aos indicadores de preços alimentares, o estudo deve receber atualizações a cada três meses.

sábado, 7 de julho de 2012

VIVER, E NÃO MORRER, POR UM IDEAL - PARASHÁ BALAK 5772

"Roberto era uma ótima pessoa. Era muito responsável e queria que sua família tivesse uma vida tranquila e sem nenhum tipo de privação. Para isso, trabalhava duro, inclusive aos domingos e feriados. Mas seu filho, o pequeno Johny, não estava contente. Apesar de ter os melhores brinquedos, ele sentia a falta do pai. Toda semana Johny perguntava para seu pai se eles poderiam jogar bola no domingo, mas sempre recebia a mesma resposta: "Infelizmente nesta semana não vai dar, filhão. O papai precisa trabalhar".
Então, numa certa semana, após muitas e muitas recusas de Roberto, Johny perguntou:
- Pai, quanto dinheiro você ganha quando trabalha no domingo?
O pai, perplexo com a pergunta do filho de 5 anos, fez algumas contas rápidas de cabeça e respondeu o valor. O filho agradeceu e entrou no quarto, sem dar nenhuma satisfação do porquê tinha perguntado aquilo. O pai ficou curioso, mas preferiu não falar nada.
No domingo de manhã, Roberto estava saindo de casa para ir trabalhar quando viu Johny parado na porta de casa. Era muito cedo, por que será que ele já tinha levantado? Johny mostrou ao pai a mão fechada. Quando abriu, Roberto viu que havia muitas moedinhas. Johny então começou a contá-las em voz alta e, quando terminou a conta, estendeu o dinheiro ao pai e disse:
- Pai, isto deve ser suficiente para pagar 1 hora do seu domingo. Podemos agora sair para jogar futebol?"
Esta história é um bom exemplo de como vivemos em uma triste ironia. Toda razão pelo qual um pai trabalha tão duro é para dar aos filhos uma boa vida. Mas o trabalho acaba ocupando tanto nosso tempo que, no final das contas, perdemos o propósito das coisas. Pois os filhos acabam tendo tudo do bom e do melhor, mas ficam sem o principal: ficam sem um pai...
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Nesta semana lemos a Parashá Balak, que nos descreve um dos personagens mais contraditórios da Torá: o profeta Bilaam. Em geral, todas as pessoas que estão mencionadas na Torá têm um comportamento bem definido, isto é, ou são Tzadikim (justos), apesar de algumas vezes cometerem erros, ou são Reshaim (malvados). Mas Bilaam é uma grande exceção. Por um lado era uma pessoa com alto nível de profecia, talvez até maior do que Moshé Rabeinu, e podia falar diretamente com D'us através de sonhos. Por outro lado, se comportava como um animal, dominado por seus desejos e pela busca de honrarias.
Bilaam era muito famoso por utilizar seus "dons espirituais" para amaldiçoar pessoas ou povos inteiros. O rei Balak, do povo de Moav, teve medo do avanço esmagador do povo judeu, que no deserto conseguiu derrotar todas as grandes potências da época. Balak sabia que era inútil tentar lutar contra os judeus, pois eram abençoados por D'us. Ele sabia que o sucesso na batalha dependia de méritos espirituais e, por isso, contratou Bilaam para amaldiçoar o povo judeu, aumentando suas chances de vitória. Bilaam aceitou, em troca de uma grande quantidade de moedas de ouro, mas sua missão foi um grande fracasso, pois D'us protegeu o povo judeu e, por três vezes, transformou as tentativas de maldição de Bilaam em Brachót (bênçãos) para o povo judeu.
Das palavras que saíram da boca de Bilaam aprendemos muito para nossas vidas. Por exemplo, da primeira vez em que ele tentou amaldiçoar o povo judeu, assim ele falou: "Que minha alma morra a morte dos justos, e que meu fim seja como o deles" (Bamidbar 23:10). O que estas palavras significam? Que tipo de morte Bilaam queria? E por que ele, um grande Rashá, se compara aos Tzadikim?
A resposta começa na diferença entre Bilaam e os grandes profetas do povo judeu. Os grandes profetas judeus tiveram que trabalhar duro para atingir o nível de profecia. Para cada um deles foi um trabalho de crescimento gradual, durante toda a vida. Pessoas como Moshé Rabeinu e Eliahu Hanavi trabalharam muito para chegar ao nível em que chegaram. Já Bilaam recebeu seu elevado nível espiritual pronto, sem nenhum esforço, e por isso não conseguiu manter-se elevado.
Mas se Bilaam era um profeta, então ele sabia toda a verdade. Ele sabia da existência de D'us, sabia que Ele entregou ao povo judeu a Torá, o documento Divino que contém valores morais para toda a humanidade. E se ele sabia que a Torá era Divina, sabia que todos nossos atos têm consequências espirituais eternas, para o bem ou para o mal. Então, com todo este conhecimento, como ele pode ter se transformado em uma pessoa tão baixa, quase no nível de um animal?
Explica um dos mais famosos comentaristas da Torá, o Rav Chaim ben Atar, mais conhecido como Or Hachaim, que Bilaam não conseguiu internalizar as verdades que conhecia porque não parava para refletir e, consequentemente, seus atos não estavam de acordo com seu elevado potencial espiritual. Mas por outro lado, as palavras que saíram de sua boca demonstram que, apesar de viver uma vida desregrada e vazia, ele esperava receber, após a morte, a mesma recompensa dos grandes Tzadikim, isto é, o Mundo Vindouro e seus prazeres espirituais infinitos. Bilaam, que sabia a verdade, achava que receberia uma recompensa mesmo sem ter feito nenhum bom ato? Certamente que não. Ele sabia que existe um sistema de castigo e recompensa para os nossos atos, nada é de graça no mundo espiritual. Então como ele esperava receber esta grande recompensa eterna?
O Or HaChaim traz uma resposta surpreendente. Bilaam planejava corrigir sua conduta e fazer Teshuvá (se arrepender de todos os seus maus atos). Mas quando ele pretendia fazer isto? Bilaam sabia que vivia uma vida de mentira e que perdia, a cada instante, méritos para adquirir a vida eterna no Mundo Vindouro. Ele queria mudar, queria ser uma pessoa correta, mas queria isto somente no final de sua vida.
Mas por que deixar para o final da vida? Se esta era a verdade, por que não se arrependeu imediatamente?
Bilaam fez um erro nos seus cálculos. E por mais ilógico que seus pensamentos possam parecer, não foi o único na história que errou desta maneira. O Or HaChaim diz que conheceu pessoalmente muitos Reshaim que afirmaram que, se fosse possível fazer Teshuvá e imediatamente morrer, eles fariam, mas não conseguiriam fazer Teshuvá e viver da maneira correta uma vida inteira. Eles argumentavam que eram dominados pelo Yetzer Hará, a má inclinação, e por isso logo voltariam aos maus atos. Bilaam e todos os seus "seguidores" durante a história achavam que era impossível derrotar o Yetzer Hará. Mas eles se esqueceram de um fundamento ensinado pelos nossos sábios: "Não há nada que pode impedir a vontade verdadeira". Mesmo que eles tinham muito Yetzer Hará, se quisessem de verdade poderiam ter vencido. Mas preferiram se acomodar e aceitar passivamente a derrota.
Bilaam não é apenas mais um personagem da Torá. Ele representa as pessoas que sabem a verdade e estão dispostas a morrer por ela, mas não estão dispostas a viver por ela. Parece que Bilaam era um grande tolo e fraco. Mas será que muitas vezes não cometemos o mesmo erro? Será que não nos comportamos da mesma maneira no nosso cotidiano, apesar de saber a verdade?
Há uma questão básica que todos devem se perguntar em algum momento da vida: "Qual é o propósito da minha vida? Pelo que eu estou vivendo?". E, ao contrário do que parece, esta não é uma questão simples de ser respondida. A grande maioria das pessoas não tem resposta, pois nunca se questionou ou, mesmo se chegou ao questionamento, nunca se aprofundou para encontrar respostas. E mesmo entre os que realmente buscam respostas, a maioria define seu propósito de maneira vaga, dizendo que a meta é se aproximar de D'us. Mas há muitas maneiras de se aproximar de D'us, e não é fácil encontrar um caminho específico, que se adeque ao potencial e às características individuais de cada pessoa. Como fazer então, na prática, para ter a certeza de que estamos vivendo uma vida de verdade?
O Rav Noach Weinberg dá uma sugestão para tornar esta busca menos abstrata. A pessoa deve pensar nas coisas pelas quais ela está disposta a morrer. Então, ela deve dizer a si mesma: "Eu não quero morrer por isso. Eu quero viver por isso".
Um excelente exemplo, que demonstra que não vivemos de acordo com nossas convicções, é como cuidamos dos nossos filhos. Qualquer um de nós daria a vida pelos filhos, mas será que dedicamos o tempo e a energia suficientes para viver por eles? Muitas vezes optamos por uma vida com mais conforto, mesmo que isto resulte em praticamente trocar o tempo com os filhos por mais e mais tempo no escritório. Também muitos dariam a vida pelo povo judeu, em situações em que a continuidade do judaísmo está sob ameaça de destruição, como fizeram tantos mártires durante nossa história. Mas quanto nos dedicamos para viver pelo povo judeu? Quanto do nosso tempo é dedicado aos nossos irmãos necessitados? Quanta energia gastamos para trazer de volta judeus afastados, que mal sabem o que é judaísmo? Abrimos mão do tempo em que ficamos no escritório em prol do judaísmo ou do povo judeu? Nos sentimos verdadeiramente responsáveis pela continuidade do judaísmo? Infelizmente não.
Apesar do seu potencial espiritual elevado, Bilaam é chamado pela Torá de Rashá, pois ele estava apenas disposto a morrer pela verdade, não a viver por ela. Por isso ele acabou se deixando levar pelos seus desejos mais baixos. Qualquer um deve parar e se questionar sobre suas convicções, para não nos perdermos com a correria de nossas vidas. A dica prática é sempre lembrar quais são as coisas pelas quais estaríamos dispostos a morrer, e nos questionar o quanto estamos efetivamente vivendo por elas.
Explica o Rav Yonathan Guefen que em muitas gerações os judeus precisaram morrer fazendo "Kidush Hashem" (santificando o nome de D'us), isto é, dando suas próprias vidas para manter a chama do judaísmo aceso. Durante a Inquisição, por exemplo, muitos judeus preferiram morrer a se converter. Também os judeus preferiram abandonar a comodidade de suas vidas em Portugal e na Espanha, e muitos morreram de fome e doenças pelo caminho, mas nunca abandonaram seu judaísmo. Mas nossa geração não precisa mais de judeus que estão dispostos a morrer pelo judaísmo. Nossa geração precisa cada vez mais de judeus que estão dispostos a viver pelo judaísmo. Pois decidir fazer um ato heroico e logo depois morrer é muito louvável e uma decisão difícil, mas não se compara a viver uma vida inteira heroicamente fazendo o que é correto, mesmo quando vai contra nosso comodismo e nossos desejos.

SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
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Nm. 22:2-25:9, Mq 5:6-6:8, Rm. 11:25-32