segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Por que o capitalismo sempre foi o verdadeiro socialismo. Agora a prova aritmética

Vocês sabem que a tirania chinesa é o grande farol do petismo. Os companheiros são fascinados por aquele misto de estatismo, ditadura, elite pistoleira e, ora veja, crescimento econômico. Se há um lugar onde o capitalismo exibe a sua face realmente selvagem — sem, vamos dizer, os requintes civilizatórios dos direitos sociais —, esse lugar é a China. Fez-se uma sociedade de mercado para uns 400 milhões de pessoas, mantém-se uns 900 milhões debaixo de chicote, e a vida continua.
- Os petistas são obcecados pela “ditadura que funciona”.
- Alguns plutocratas nativos são obcecados pela “parceria” lá existente entre estado e iniciativa privada. Chamam ”parceria” a mais pura pistolagem.
- Alguns que se querem “pragmáticos” são obcecados pelo, como chamarei?, “produtivismo”.
Como todo mundo sabe, a China só pode fazer o dumping clássico e exportar ao mundo a preço de banana porque faz um outro dumping, o de vidas humanas. Até alguns que se querem da minha turma, liberais, acham aquilo lindo! Lixo! Não são da minha turma. O liberalismo que não supõe o exercício das liberdades individuais e de organização é só a pistolagem dos mais fortes. Assim como o comunismo original era a pistolagem dos mais fracos. É claro que não poderia dar em nada.
Por que isso tudo? No Radar Econômico do Estadão Online, Sílvio Guedes Crespo traz uma informação espetacular, veiculada pela agência Bloomberg. Leiam trechos:
Um levantamento da agência Bloomberg a partir de dados da Hurun Report, instituição que mede riqueza na China, mostrou que a elite política do país asiático tem um patrimônio dezenas de vezes superior ao das autoridades americanas. Em reportagem intitulada “Congresso bilionário chinês faz seus pares americanos parecerem pobres”, a Bloomberg informa que os 70 delegados mais ricos do Congresso Popular da China (que tem no total 3 mil membros) possuem, juntos, uma fortuna de US$ 89,8 bilhões. Enquanto isso, nos Estados Unidos, os 535 membros do Congresso, o presidente, os secretários (equivalente a ministros) e os nove membros da Suprema Corte - 660 pessoas no total - detêm, juntos, um patrimônio de US$ 7,5 bilhões.
A Bloomberg acredita que isso seja uma amostra de como o crescimento econômico chinês tem ocorrido de forma desequilibrada. É muito provável que seja verdade, mas, para não deixar dúvida, a agência poderia ter mostrado a evolução desses números ao longo do tempo. “É extraordinário ver esse grau de casamento entre riqueza e política”, disse à Bloomberg um analista do Brookings Institution, em Washington.
Na China, vários bilionários têm cargo público. Por exemplo, Zong Qinghou, segundo homem mais rico do país de acordo com a lista mais recente da Hurun Report, é um delegado do Congresso. Zhang Yin, a mulher mais rica da China, é membro da Conferência Consultiva Política Popular da China. Segundo a Bloomberg, o ex-presidente chinês Jiang Zemin promoveu a inclusão de empresários privados no Partido Comunista.
Essa diferença entre o patrimônio das autoridades americanas e o das chinesas ocorre porque na China parte considerável da elite econômica é ligada diretamente ao governo ou ao partido. Já nos EUA, as autoridades e os legisladores não são necessariamente bilionários.
(…)
EncerroA democracia liberal é o único regime que permitiu, até hoje, a efetiva participação do homem comum no processo político: não precisa ser um plutocrata nem um membro do “partido”. Tudo aquilo que os comunas sempre pregaram é garantido, ora vejam, pelo capitalismo — desde que exercido sob a tutela democrática. Verdade insofismável: existe capitalismo sem democracia, mas não há democracia sem capitalismo. Se livres, é claro que a tendência dos homens será em favor da redistribuição da riqueza. O verdadeiro “socialismo”, pois, é a democracia capitalista. Sob ditaduras, o que se terá sempre será a concentração da riqueza.
O PT só não consegue ser “chinês” porque é incompetente. No mais, aquele modelo os inspira. O partido também ama o estado, a ditadura e vive de braços dados com espertalhões subsidiados, convertidos em grandes esteios da economia nacional.
Não se esqueçam jamais, meus queridos: o verdadeiro confronto de posições hoje em dia se dá entre “a direita” (como eles chamam) que trabalha para arrecadar impostos e “a esquerda” que vive pendurada nas tetas do estado, com seus plutocratas agregados.
Voltando ao centro: aquela desproporção entre a concentração de riqueza dos políticos chineses e dos homens de Estado nos EUA é ainda mais eloqüente se nos lembrarmos que os EUA têm um PIB de US$ 15 trilhões para uma população de 300 milhões de habitantes, e a China, de US$ 7 trilhões para a uma população de 1,3 bilhão! Os EUA, nação mais rica do planeta, tem o 15º PIB per capita do mundo (US$ 48.147); a China, o 90º (US$ 5.184). Só para vocês terem uma idéia, o PIB per capita de Banânia (US$ 11,177) é mais do que o dobro do chinês, o que nos coloca em 71º no ranking.
De novo: o modelo chinês, tão admirado pelos “companheiros”, consegue ter o 90º PIB per capta do mundo e concentrar nas mãos de 70 políticos a estratosférica quantia de US$ 89,8 bilhões. Em 15º lugar, toda a elite política americana tem apenas o correspondente a 1/12 desse total.
Ah, sim: o comunismo, o tal “regime da igualdade” tão apreciado pela petezada, é o chinês, tá, pessoal? Do modelo americano, os companheiros não gostam. Acham que ele é muito concentrador de renda…
Essa é uma das razões por que esses homens justos me encantam tanto. É por isso os JEGs (Jornalistas da Esgotosfera Governista) os defendem tanto!
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

OURO PURO POR DENTRO E POR FORA - PARASHÁ TERUMÁ 5772

"O Rav Menachem Mendel Morgensztern, mais conhecido como Kotzke Rebe, viveu há cerca de 200 anos e foi um grande líder Chassídico. Além de tudo o que ele ensinou durante sua vida, um dos ensinamentos mais importantes foi justamente perto de sua morte.
Quando o Kotzke Rebe estava já no final de sua vida, no leito de morte, ele estava cercado por muitas pessoas queridas, entre familiares, amigos e alunos. Certo dia ele se sentiu tão fraco que, em determinado momento, pensou que iria morrer. Cobrindo os olhos com a mão, ele pronunciou o "Shemá Israel" com grande fervor, achando que aquelas seriam suas últimas palavras no mundo.
Ao ver aquela cena, todos os presentes entenderam que o pior estava para acontecer. Mas nada aconteceu, o Kotzke Rebe não faleceu naquele momento e até mesmo voltou a recuperar um pouco de suas forças. Os alunos, curiosos, perguntaram quais foram os pensamentos que passaram pela sua cabeça no momento em que recitava o que seria o último "Shemá Israel" de sua vida. O Kotzke Rebe respondeu:
- Quando senti que o fim estava chegando, o primeiro pensamento que passou em minha cabeça foi: "O que todos pensarão e dirão sobre mim quando virem que minhas últimas palavras foram o Shemá Israel?".
Obviamente que o Kotzke Rebe teve intenções muito elevadas e puras no momento em que pronunciou o Shemá Israel. Provavelmente ele se referiu a algum sentimento sutil de contentamento que sentiu ao imaginar o que as pessoas diriam sobre ele. Este foi um grande ensinamento que o Kotzke Rebe nos deixou: mesmo sendo uma pessoa tão elevada, e nos prováveis últimos instantes de vida, ele não estava livre da necessidade de buscar louvores. Muito mais nós, que não estamos em níveis tão elevados, devemos nos cuidar desta necessidade de buscar reconhecimento público por nossos bons atos.
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Na Parashá desta semana, Terumá, a Torá começa a descrever todos os detalhes da construção do Mishkan, o Templo Móvel que acompanhou os judeus durante todos os anos em que permaneceram no deserto. O Templo Móvel ainda foi utilizado durante muitos anos na Terra de Israel, mas depois foi substituído, durante o reinado de Shlomo Hamelech (Rei Salomão), pelo Beit Hamikdash de Jerusalém. No total, a Torá dedica quase cinco Parashiót inteiras para descrever os detalhes do Mishkan. Por que estes detalhes são tão importantes, se o Mishkan permaneceu por apenas algum tempo e depois foi definitivamente substituído?
Ensinam nossos sábios que cada detalhe do Mishkan traz consigo preciosos ensinamentos para nossas vidas. Por exemplo, ao prestar atenção na estrutura do Aron Hakodesh (Arca Sagrada), aprendemos algo interessante. O Aron Hakodesh foi construído com madeira de acácia, mas D'us instruiu que ele fosse revestido de ouro, tanto por dentro quanto por fora, como está dito: "E você o revestirá de ouro puro por dentro, e por fora o revestirá" (Shemot 25:11). É interessante perceber que, quando a Torá descreve o revestimento interno, fala explicitamente que deve ser de ouro puro, mas não menciona o ouro puro quando descreve o revestimento externo. Será que havia alguma diferença entre os revestimentos interno e externo do Aron Hakodesh?
Explica o Kli Yakar, famoso comentarista da Torá, que certamente o revestimento externo também foi feito com o ouro mais puro, pois em todos os detalhes do Mishkan foram utilizados apenas os melhores materiais. Então por que a Torá diferenciou a parte interna da parte externa, se as duas foram feitas exatamente da mesma maneira?
Quando um artesão faz uma peça, a tendência é que ele capriche muito mais no acabamento externo, a parte que todos vêem, do que no acabamento interno. Por isso a Torá não precisou ressaltar que o revestimento externo também deveria ser de ouro puro, pois se o artesão sabia que deveria fazer o revestimento interno de ouro puro, certamente que faria o revestimento externo também.
Mas há uma explicação ainda mais profunda, relacionada com a grande dificuldade que o ser humano tem de vencer seu orgulho e sua necessidade de buscar honra. Estamos sempre procurando elogios e reconhecimento. Grande parte das coisas boas que fazemos na vida recebe um "empurrãozinho" quando sabemos que há alguém olhando. Queremos parecer boas pessoas aos olhos dos outros e, por isso, muitas vezes fazemos bons atos em público que nunca faríamos se estivéssemos sozinhos. Pode parecer algo normal e até aceitável, mas nossos sábios ensinam que o orgulho é uma das piores características do ser humano, da qual devemos fugir com todas as nossas forças.
Sentir orgulho pelos nossos atos é tão grave que, durante o Vidui (confissão) que pronunciamos 10 vezes durante Yom Kipur, mencionamos muitas transgressões relacionadas com o nosso orgulho. Por exemplo, uma das confissões é "pelos pecados que pecamos diante de Você com mesquinharia". Explicam nossos sábios que mesquinharia inclui também todas as vezes em que deixamos de fazer favores aos outros por saber que não se tornariam públicos e, portanto, não receberíamos louvores por eles.
O oposto do orgulho é a humildade em nossos atos cotidianos. A humildade é uma característica tão importante que a Torá abre exceções para que possamos atingi-la. Por exemplo, a Torá nos adverte duramente sobre a gravidade de falarmos mentira. Porém, o Talmud (Baba Metzia 23b) ensina que há 3 coisas pelas quais temos permissão de mentir, sendo uma delas a humildade. Existe a permissão de esconder nosso verdadeiro nível espiritual, mesmo que para isso seja necessário ocultar a verdade. Por exemplo, se alguém pergunta para um grande estudioso de Torá se ele já estudou todos os tratados do Talmud, mesmo se já tiver estudado ele pode dizer que não.
O grande valor da humildade nos atos também pode ser enxergado na Mitzvá de Tzedaká (caridade). Por mais que seja muito louvável qualquer ato de doação, quando ele é feito de maneira oculta, sem que a pessoa que recebeu ou outras pessoas em volta saibam quem está doando, ele adquire muito mais santidade e pureza.
Por isso nossos sábios ensinam que a pessoa é julgada pela bondade que faz em casa, com sua família, e não pelas bondades que faz na rua. Mesmo que alguém seja presidente de uma associação beneficente que ajuda milhares de carentes, se ele não ajuda também sua esposa e seus filhos, sua bondade não tem valor. Pois na rua as pessoas fazem bondades para mostrar aos outros o quanto são caridosas, mas o verdadeiro teste do ser humano é o quanto ele faz bondades dentro de casa, mesmo quando ninguém está olhando.
É isso que a Torá está nos ensinando através dos detalhes da construção do Aron Hakodesh. Quando alguém faz um ato "interno", isto é, sem que os outros estejam olhando, então este ato é como o ouro puro, pois é certamente movido por boas intenções verdadeiras. Já os atos "externos" nem sempre são puros, pois podem ter outras motivações menos nobres envolvidas, como a vontade de que outras pessoas testemunhem estes bons atos e o elogiem. Na realidade, é muito difícil manter motivos completamente puros quando fazemos uma Mitzvá em público.
Nos ensina a Torá: "Em todo lugar que encontramos a grandeza de D'us, lá encontramos também a Sua humildade". Não há grandeza verdadeira sem humildade. Temos que nos assemelhar ao Criador, buscar a humildade em nossos atos, fugir das honras e elogios. A pessoa espiritualmente elevada, que conhece seu valor verdadeiro, não precisa fazer propaganda de seus bons atos, pois para ela é suficiente que o Criador esteja vendo suas bondades. Por isso temos que nos esforçar para fazer nossos bons atos de maneira oculta, onde não há chances da pureza de nossas intenções ser manchada pelo desejo de reconhecimento.

Como vencer o nosso orgulho? Ensina o livro "Orchót Tzadikim" (Psicologia dos Justos) que todas as vezes em que fizermos um bom ato, temos que nos questionar: "Se ninguém estivesse olhando o que vou fazer agora, eu faria do mesmo jeito ou não?". Somente assim poderemos ter a certeza de que nosso revestimento é de ouro puro, tanto por dentro quanto por fora.
SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Ex. 25:1-27:19, 1 Re. 5:12 -6:13, 2 Co. 9:1-15

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Israel moderno: o maior milagre da história humana?

Exclusivo: Joseph Farah repreende os cristãos que não são gratos pelo fato de que o Salvador é judeu


Joseph Farah

Se você acredita na Bíblia, como eu acredito, o retorno de Israel como nação depois de 2.000 anos é um milagre maior do que o milagre que ocorreu com a saída do povo de Israel do Egito.
É isso o que Deus diz em Jeremias 16:14-15:
“Portanto, eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que nunca mais se dirá: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito”.
“Mas: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua terra, a qual dei a seus pais.”
Pense nisso.
A restauração da nação de Israel em 1948 e o ajuntamento dos judeus dispersos de todas as partes do mundo é um milagre maior do que todos os seguintes milagres:
* a divisão do mar Vermelho;
* o maná do céu;
* a água das rochas;
* a entrega da lei no monte Sinai.
Penso que a maioria dos cristãos e judeus do século 21 não aprecia de modo pleno o que significa serem testemunhas de tal milagre estupendo.
Às vezes quando lemos a Bíblia zombamos da cegueira que o povo do passado demonstrava para o que estava ocorrendo na época. Mas acho que somos tão culpados quanto eles — talvez até mais.
O milagre do ajuntamento é maior do que os milagres da saída do povo de Israel do Egito. Quem diz isso não sou eu. É o Senhor quem diz isso. E é um milagre que tivemos o privilégio de experimentar de primeira mão. Mas esse privilégio vem com uma responsabilidade — a responsabilidade de reconhecer o que Deus está fazendo e reconhecer sem demora que foi uma obra poderosa.
Os Estados Unidos têm hoje muitos cristãos que não entendem isso. Eles não estão ficando do lado dos filhos de Israel, nossos irmãos cuja aliança experimentamos e vivemos pela virtude de sermos enxertados, como Paulo explica no livro de Romanos.
Os cristãos que não mostram gratidão por estarem conectados a esse milagre são cristãos que em última análise não são gratos pelo presente da salvação e redenção oferecido ao mundo inteiro. Eles não são completamente gratos por quem é seu Senhor e Salvador — por que Ele veio e que Ele está voltando!
Eles não são gratos pelo lugar que Ele escolheu para voltar.
Ele não estará indo para Washington, D.C., para governar o mundo. Ele estará indo para Jerusalém.
Quando e por que Ele estará vindo? Ele estará vindo num tempo em que Israel estará enfrentando desastre, e Ele estará vindo para salvar Israel.
A teologia da substituição não é apenas uma teologia perigosa. É uma teologia rasa — é uma teologia que tentou interpretar a maior parte da Bíblia como irrelevante e retratar Deus como um quebrador de alianças que muda de ideia e até Sua personalidade.
Mas hoje boa parte das igrejas está confusa sobre quem somos como crentes e a rica herança bíblica que serve como o alicerce da nossa fé e nossa esperança.
Alguns cristãos não têm certeza se nosso Salvador estará mesmo voltando — sem mencionar que duvidam que Ele estará voltando para salvar e preservar Israel.
Alguns cristãos estão confusos sobre se o moderno milagre de Israel é verdadeiramente uma manifestação profética.
Alguns cristãos até veem mais conexão entre sua fé e o islamismo do que veem entre sua fé e o judaísmo, muito embora o Cristianismo não faça sentido fora do contexto da promessa messiânica do Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Cabe a todos nós como crentes ler e estudar as ricas e abundantes passagens das Escrituras que lidam com a Segunda Vinda, pois suspeito que haverá crentes despreparados e pegos de surpresa.
Muitas pessoas não compreenderam nem enxergaram a primeira vinda dEle porque estavam antecipando um rei conquistador. Suspeito que muitos cristãos não reconhecerão o rei conquistador quando Ele voltar porque estarão antecipando, em vez disso, um servo sofredor.
O que Yeshua vai fazer quando voltar?
A Bíblia nos diz que Ele estará voltando para fazer justiça. Suas vestes estarão com manchas de sangue. Ele vai destruir nações. Ele vai impor Sua vontade com vara de ferro.
Estamos preparados para esse Yeshua?
Ele vai julgar indivíduos e nações, conforme lemos em Mateus 25. As nações serão divididas em nações de ovelhas e nações de bodes em grande parte com base no modo como trataram Seu precioso Israel.
Ele abençoará aqueles que abençoam Israel e amaldiçoará aqueles que o amaldiçoam.
Nossa fé cristã — e nossa própria redenção — foi construída num alicerce de promessa feita pelo Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Sem uma compreensão e apreciação dessa conexão, nossa fé nem faz sentido. Nosso Salvador não apareceu de repente certo dia em Belém 2.000 anos atrás sem nenhuma expectativa. Ele veio como o messias judeu há muito tempo esperado, o Rei dos Judeus, da linhagem de Davi, e Ele no final reinará no trono de Davi por 1.000 anos no futuro.
A propósito, Ele não veio para começar uma nova religião chamada Cristianismo. Ele veio para cumprir a lei e os profetas e oferecer salvação aos judeus e aos não judeus igualmente.
Se você crê que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus, você também reconhecerá que quando Ele voltar você, eu e outros crentes vamos guardar o Sábado e observar a Festa dos Tabernáculos. Estaremos visitando Jerusalém regularmente — e se não visitarmos, não haverá chuva alguma. Acho que alguns cristãos vão ficar chocados com o fato de que, no reino de mil anos, o centro de nossa vida será Israel.
Quantos cristãos nos Estados Unidos hoje realmente compreendem a realidade de que nosso Deus e Salvador é judeu? Ele não estará comendo sanduíches de presunto nas lanchonetes das igrejas.
Quantos de nós O reconheceremos quando Ele voltar?

Traduzido por Julio Severo do artigo de WND: Modern Israel: Greatest miracle ever?
http://www.juliosevero.com/

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Jejum pode ajudar a proteger cérebro, diz estudo

Pesquisa afirma que comer praticamente nada por um ou dois dias por semana pode proteger contra doenças degenerativas como Mal de Alzheimer e Parkinson

Jejuar um ou dois dias por semana pode proteger o cérebro contra doenças degenerativas como mal de Parkinson ou de Alzheimer, segundo um estudo realizado pelo National Institute on Ageing (NIA), em Baltimore, nos Estados Unidos.
"Reduzir o consumo de calorias poderia ajudar o cérebro, mas fazer isso simplesmente diminuindo o consumo de alimentos pode não ser a melhor maneira de ativar esta proteção. É provavelmente melhor alternar períodos de jejum, em que você ingere praticamente nada, com períodos em que você come o quanto quiser", disse Mark Mattson, líder do laboratório de neurociências do Instituto, durante o encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Vancouver.
Segundo ele, seria suficiente reduzir o consumo diário para 500 calorias, o equivalente a alguns legumes e chá, duas vezes por semana, para sentir os benefícios.
O National Institute of Ageing baseou suas conclusões em um estudo com ratos de laboratório, no qual alguns animais receberam um mínimo de calorias em dias alternados.
Estes ratos viveram duas vezes mais que os animais que se alimentaram normalmente.
Mattson afirma que os ratos que comiam em dias alternados ficaram mais sensíveis à insulina - o hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue - e precisavam produzir uma quantidade menor da substância.
Altos níveis de insulina são normalmente associados a uma diminuição da função cerebral e a um maior risco de diabetes.
Além disso, segundo o cientista, o jejum teria feito com que os animais apresentassem um maior desenvolvimento de novas células cerebrais e se mostrassem mais resistentes ao stress, além de ter protegido os ratos dos equivalentes a doenças como mal de Parkinson e Alzheimer.
Segundo Mattson, a teoria também teria sido comprovada por estudos com humanos que praticam o jejum, mostrando inclusive benefícios contra a asma.
"A restrição energética na dieta aumenta o tempo de vida e protege o cérebro e o sistema cardiovascular contra doenças relacionadas à idade", disse Mattson.
A equipe de pesquisadores pretende agora estudar o impacto do jejum no cérebro usando ressonância magnética e outras técnicas.

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,jejum-pode-ajudar-a-proteger-cerebro-diz-estudo,838262,0.htm

Comento:Além de fazer bem ao espírito, faz bem ao corpo! A sensação de purificação que o jejum proporciona sempre está aliada à consagração em oração ao Senhor como forma de buscar elevar nosso espírito. Entretanto, se ainda faz bem, é sinal que o Senhor, em Sua perfeição, sempre e sempre nos abençoa.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O dogma do coletivismo

(Extraído do capítulo 11 do livro Theory and History.)

O que distingue o coletivismo do realismo conceitual ensinado pelos filósofos não é seu método de aplicação, mas as tendências políticas implícitas. O coletivismo transforma a doutrina epistemológica em uma pretensão ética. Ele diz às pessoas o que elas devem fazer. Não existe uma ideologia coletivista uniforme, mas várias doutrinas coletivistas. Cada uma delas enaltece uma entidade coletivista diferente e exige que todas as pessoas decentes se submetam a elas. Cada seita idolatra seu próprio ídolo e é intolerante com todos os ídolos rivais. Cada uma ordena a total subjeção do indivíduo; todas são totalitárias.
O caráter particularista das várias doutrinas coletivistas poderia ser facilmente ignorado, pois elas normalmente utilizam como ponto de partida a oposição entre a sociedade em geral e os indivíduos. Nesse contraste, existe apenas um coletivo, o qual abrange todos os indivíduos. Não é possível, portanto, surgir nenhuma rivalidade entre várias entidades coletivas. Porém, no curso detalhado da análise, um coletivo especial é imperceptivelmente substituído pela abrangente e única 'sociedade'.
Vamos primeiro examinar o conceito geral de sociedade.
Os homens cooperam uns com os outros. A totalidade das relações inter-humanas criadas por tal cooperação chama-se sociedade. A sociedade não é uma entidade por si mesma. Ela não tem vida própria. A sociedade é uma expressão da ação humana. A sociedade não existe ou vive fora da conduta das pessoas. Ela é apenas uma orientação da ação humana. A sociedade não pensa e nem age. São os indivíduos que, ao pensarem e agirem, constituem um complexo de relações e fatos que são chamados de relações sociais e fatos sociais.
Essa questão acabou sendo confundida com uma metáfora aritmética. Seria a sociedade — perguntam as pessoas — apenas uma soma de indivíduos ou seria mais do que isso e, por conseguinte, uma entidade provida de uma realidade independente? Tal pergunta não faz sentido. A sociedade não é a soma de indivíduos; e também não é nem mais e nem menos do que isso. Conceitos aritméticos não podem ser aplicados a essa questão.
Outra confusão surge da não menos vaga pergunta sobre se a sociedade é ou não anterior aos indivíduos — tanto na lógica quanto no tempo. A evolução da sociedade e a evolução da civilização não foram dois processos distintos; foram o mesmo. A passagem biológica de uma espécie de primatas para além do nível da mera existência animal e sua transformação em homens primitivos já denotava o desenvolvimento dos primeiros princípios da cooperação social. Quando o Homo sapiens surgiu no curso dos eventos terrenos, ele não era nem um solitário em busca de comida nem um membro de um rebanho gregário, mas sim um ser que conscientemente cooperava com outros seres de sua espécie.
Foi somente por meio da cooperação com seus semelhantes que ele conseguiu desenvolver a linguagem, essa indispensável ferramenta do pensamento. É impossível imaginar um ser racional vivendo em total isolamento e não cooperando um mínimo que seja com os membros de sua família, clã ou tribo. O homem, sendo um homem, é necessariamente um animal social. Algum tipo de cooperação é uma característica essencial de sua natureza. Porém, ter consciência desse fato não justifica lidar com as relações sociais como se elas fossem algo mais do que meras relações, ou com a sociedade como se ela fosse uma entidade independente, que está fora ou acima das ações dos indivíduos.
Finalmente, existem as interpretações erradas causadas pela metáfora orgânica, que diz que podemos comparar a sociedade a um organismo biológico. A tertium comparationis é o fato de que a divisão do trabalho e a cooperação existem entre as várias partes de um corpo biológico assim como existe entre os vários membros da sociedade. Porém, a evolução biológica que resultou no surgimento dos sistemas estruturais-funcionais das plantas e dos animais foi um processo puramente fisiológico, em que não se pode descobrir nenhum traço de atividade consciente das células. Por outro lado, a sociedade humana é um fenômeno intelectual e espiritual. Ao cooperar com seus semelhantes, os indivíduos não se desfazem de sua individualidade. Eles retêm o poder de agir antissocialmente, e frequentemente o fazem. Entretanto, cada célula do seu corpo invariavelmente se mantém no mesmo lugar. Os indivíduos espontaneamente escolhem a maneira como eles se integram na cooperação social. Os homens têm ideias e escolhem fins específicos, ao passo que as células e órgãos do seu corpo não possuem tal autonomia.
É algo manifesto que ninguém é capaz de observar e analisar a sociedade como um todo. Tudo o que pode ser observado é apenas a ação de indivíduos. Ao interpretarem os vários aspectos das ações do indivíduo, os teóricos criam o conceito de sociedade. Não há como analisar a parte analisando-se o todo. Qualquer propriedade de uma sociedade só pode ser descoberta por meio da análise da conduta de seus membros individuais.
Ao contrastar sociedade e indivíduo, e ao negar a este qualquer realidade "verdadeira", as doutrinas coletivistas veem o indivíduo meramente como um rebelde teimoso e insubmisso. Este infeliz pecador tem o atrevimento de dar preferência aos seus interesses egoístas e insignificantes em detrimento dos sublimes interesses de toda a grande deusa sociedade. É claro que o coletivista designa essa eminência somente para o ídolo social que ele considera justo e probo, e não para qualquer aspirante.
Quando o coletivista glorifica o estado, ele não está se referindo a todo e qualquer estado, mas somente àquele regime que ele aprova, não importa se tal estado já existe ou se ele terá de ser criado. Para os irredentistas tchecos na antiga Áustria e para os irredentistas irlandeses no Reino Unido, os estados cujos governos residiam em Viena e em Londres eram usurpadores; seu estado justo e probo ainda não havia sido criado. Especialmente notável é a terminologia dos marxistas. Marx era severamente hostil ao estado prussiano da dinastia dos Hohenzollern. Para deixar claro em sua proposta que o estado que ele desejava ver onipotente e totalitário não era exatamente aquele tipo de estado cujos soberanos residiam em Berlim, Marx recorreu ao truque de rotular o estado de 'sociedade'. A inovação era meramente verbal. O objetivo de Marx era abolir toda e qualquer esfera de iniciativa individual, transferindo o controle de todas as atividades econômicas para o aparato social de compulsão e repressão, o qual é comumente chamado de estado ou governo. O embuste conseguiu seduzir várias pessoas. Mesmo hoje ainda existem ingênuos que crêem que há diferença entre economia socializada e outros tipos de socialismo.
A confusão entre os conceitos de sociedade e estado se originou com Hegel e Schelling. É costumeiro diferenciar duas escolas de hegelianos: a de esquerda e a de direita. A distinção refere-se apenas à postura desses autores em relação ao Reino da Prússia e à Igreja Evangélica da Prússia. O credo político de ambas as ideologias era essencialmente o mesmo. Ambas advogavam a onipotência do governo. Foi um hegeliano de esquerda, Ferdinand Lassalle, quem mais claramente expressou a tese fundamental do hegelianismo: "O Estado é Deus."[1] O próprio Hegel havia sido um pouco mais cauteloso. Ele declarou apenas que é "o percurso de Deus através do mundo que constitui o Estado" e que ao lidarmos com o estado devemos contemplar "a Ideia, o próprio Deus presente na terra."[2]
Os filósofos coletivistas são incapazes de perceber que o que constitui o estado são as ações dos indivíduos. Os legisladores, aqueles que impõem obediência à lei pela força das armas, e aqueles que se submetem aos ditames das leis e da polícia constituem o estado por meio de seu comportamento. Apenas nesse sentido o estado pode ser considerado algo real. Não existe estado fora destas ações individuais dos homens.

Notas:
[1] Gustav Mayer, Lassalleana, Archiv für Geschichte der Sozialismus, 1, 196.
[2] Hegel, Philosophy of Right, sec. 258.
 Ludwig von Mises foi o reconhecido líder da Escola Austríaca de pensamento econômico, um prodigioso originador na teoria econômica e um autor prolífico. Os escritos e palestras de Mises abarcavam teoria econômica, história, epistemologia, governo e filosofia política. Suas contribuições à teoria econômica incluem elucidações importantes sobre a teoria quantitativa de moeda, a teoria dos ciclos econômicos, a integração da teoria monetária à teoria econômica geral, e uma demonstração de que o socialismo necessariamente é insustentável, pois é incapaz de resolver o problema do cálculo econômico. Mises foi o primeiro estudioso a reconhecer que a economia faz parte de uma ciência maior dentro da ação humana, uma ciência que Mises chamou de "praxeologia".

Publicado no site do Instituto Ludwig Von Mises Brasil.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

DESTRUINDO O INIMIGO - PARASHÁ MISHPATIM 5772

"Um dos mais famosos presidentes dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, certa vez foi duramente criticado por seus opositores. O motivo das críticas era a política de boa vizinhança que ele utilizava no tratamento com seus inimigos. Durante um discurso público, ele foi duramente questionado por um jornalista:
- Senhor presidente, por que você tenta ser amigo de seus inimigos?
- O que você acha que eu deveria fazer com eles? – perguntou o presidente.
- Você deveria destruí-los – respondeu o jornalista.
- Mas não é exatamente isto o que eu estou fazendo? - respondeu o presidente, sorrindo - Toda vez que eu fico amigo de alguém que não gostava de mim, eu estou destruindo um inimigo..."
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A Parashá desta semana, Mishpatim, traz muitas Mitzvót "Bein Adam Lehaveiró" (entre o homem e seu semelhante), que nos ensinam o quanto D'us se importa com o nosso comportamento em relação aos outros seres humanos. Na realidade, um dos maiores indicadores da grandeza de um ser humano é a maneira como ele se comporta com as outras pessoas.
Sabemos que não é fácil ser uma boa pessoa. Passar por cima de ressentimentos, saber abrir mão do que gostamos para evitar uma briga, saber perdoar quando somos ofendidos, ser extremamente cuidadosos com a honra e a propriedade dos outros. É necessário um trabalho constante para conseguir controlar nossas más características, como a raiva e o orgulho, e desenvolver nossas boas características, como a humildade e a bondade.
Será que somos realmente boas pessoas? Por exemplo, imagine uma situação em que você é ofendido em público por outra pessoa. Você fica extremamente magoado, envergonhado pelo constrangimento público que passou. Alguns dias depois, ainda com o ego machucado, você está passando pela rua e vê seu desafeto em uma situação difícil. Você conseguiria não sentir alegria ao vê-lo na pior? Você venceria seu ressentimento e iria ajudá-lo?
Há uma Mitzvá na Parashá que nos ensina o quanto estamos distante do nosso verdadeiro potencial, o quanto estamos afastados do nível que D'us espera que possamos alcançar: "E se você vir o burro de uma pessoa que você odeia caído sob sua carga, você vai deixar de ajudá-lo? Você deve ajudar com ele" (Shemot 23:5).
Mas se prestarmos atenção nos detalhes desta Mitzvá, surgem vários questionamentos. Em primeiro lugar, a Torá nos proíbe veementemente de odiar outra pessoa, como está escrito: "Não odeie seu irmão em seu coração" (Vayikrá 19:17). Então por que a Torá traz justamente o exemplo de alguém que odeia seu companheiro? Além disso, quando a Torá nos comanda a ajudar nosso inimigo, por que utiliza a linguagem "Azov", que também significa "abandone", ao invés de "Azor, que significa "ajude"? E finalmente, por que Torá utiliza uma linguagem repetida, "Azov Taazov"?
Explica o Talmud (Pessachim 113b) que o versículo está falando sobre um ódio permitido pela Torá. Que ódio permitido é este? Segundo a Torá, uma pessoa só pode ser condenada por um tribunal através do testemunho de duas pessoas. Mas se uma transgressão foi testemunhada por apenas uma pessoa, de nada adianta esta pessoa ir ao tribunal para relatar o que viu. Esta pessoa, que testemunhou sozinha uma transgressão e não pode fazer a justiça se cumprir, desperta em seu coração um ódio pelo transgressor. É este o ódio ao qual o versículo se refere, um ódio permitido, que vem da vontade de fazer justiça e de zelar pelo nome de D'us, como está escrito: "O temor a D'us é odiar o mal" (Mishlei – Provérbios 8:13). Mas se foi a Torá mesma que nos permitiu odiar esta pessoa pelo grave erro que cometeu, então por que agora a Torá nos obriga a ajudá-la?
Para aumentar ainda mais a pergunta, o Talmud (Baba Metzia 32b) explica que se há, no mesmo momento, uma pessoa necessitando de ajuda para carregar seu burro e outra necessitando de ajuda para descarregar seu burro, a prioridade é ajudar aquele que precisa descarregar seu burro, para evitar causar um sofrimento desnecessário ao animal que já terminou seu trabalho. Mas o Talmud diz que, se no mesmo momento há um burro de um inimigo necessitando de ajuda para ser carregado e um burro de um amigo necessitando ser descarregado, a Mitzvá é ajudar primeiro o inimigo a carregar seu burro, indo contra a lógica apresentada anteriormente de que o ato de descarregar um animal tem prioridade sobre o ato de carregar . O que há de tão especial na Mitzvá de ajudar um inimigo que justifica inclusive passar por cima de outras Mitzvót?
Explica o livro "Lekach Tov" que as Mitzvót foram entregues para refinar o caráter do ser humano e ajudá-lo a vencer sua má-inclinação. No caso em que existe um ódio entre duas pessoas, mesmo que é um ódio permitido pela Torá, D'us quer ensinar o ser humano a vencer as suas tendências naturais e a desenvolver seu autocontrole, mesmo em situações extremas, para assim chegar à perfeição. O propósito das Mitzvót é arrancar do coração do ser humano qualquer resquício de maldade e ajudá-lo a se purificar completamente. Portanto, neste caso a Torá isentou a pessoa de outras Mitzvót para que ela pudesse refinar seu caráter e tirar do coração o ódio que sente pelo seu inimigo.
Mesmo nos casos em que a Torá nos deu permissão de sentir ódio, a permissão é apenas de odiar o ato, mas nunca de odiar a pessoa. Porém, quando deixamos o sentimento de ódio entrar em nosso coração, abrimos a possibilidade de que este ódio se espalhe e acabe se tornando um ódio pessoal, que é proibido e muito grave. É por isso que a Torá utilizou a linguagem "Azov", pois apesar de ser um ódio permitido, apesar de termos inclusive a possibilidade de corrigir a pessoa que errou com uma bronca ou até um castigo, é melhor para nós mesmos abandonar este sentimento e tirar completamente o ódio do nosso coração. Pois da mesma forma que D'us poderia constantemente nos corrigir através de castigos, mas muitas vezes Ele aguarda com paciência e amor o nosso arrependimento, assim temos que fazer com o próximo, tentar trazê-lo de volta aos caminhos corretos com amor e não com gritos.
E por que a repetição "Azov Taazov"? A explicação mais simples é que devemos repetidamente ajudar o nosso inimigo, quantas vezes for necessário, até que seu burro readquira a firmeza para continuar sua caminhada. Mas há uma explicação um pouco mais profunda. No momento em que a pessoa tira do seu coração o ódio que sentia pelo transgressor, no Tribunal Celestial também as suas próprias transgressões são canceladas, como ensinam os nossos sábios: "Aquele que passa por cima de suas características, passam por cima de todas as suas transgressões". A linguagem repetitiva ressalta que, se tratamos com misericórdia aqueles que transgridem, assim também seremos tratados com misericórdia por D'us quando transgredirmos. Mas se formos sempre rigorosos com todos, também nosso julgamento celestial será muito rigoroso e detalhado.
Portanto, mais ódio que sentimos dos nossos inimigos de carne e osso devemos sentir do nosso verdadeiro inimigo, o Yetzer Hará (má inclinação), que tenta desviar nosso coração do trabalho espiritual de purificação que viemos fazer neste mundo. E uma das principais maneiras de derrotar o Yetzer Hará é deixando de fora qualquer sentimento negativo, como raiva e ressentimento, mesmo quando forem permitidos.
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
Ex. 21:1-24:18, Reis 11:17-12:17, Mt. 17:1-11(Shabat Sh`kalim)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Brasileiro paga gasolina de primeiro mundo

O Globo

Bruno Villas Bôas

Subsídios da Petrobras não impedem que combustível custe 70% a mais no Brasil do que em Nova York, diz estudo

Mesmo com o controle de preço dos combustíveis pelo governo - uma tentativa de estabilizar a inflação ao consumidor no país - o motorista brasileiro paga um dos litros de gasolina mais caros do mundo. Uma pesquisa da consultoria americana Airinc, obtida pelo GLOBO, mostra que a gasolina comum vendida nos postos do país (R$ 2,90 por litro) custa 40% a mais do que em Buenos Aires (R$ 2,08) e 70% acima do comercializado em Nova York (R$ 1,71). Os dados foram coletados em 35 países, no mês de janeiro, e revela que a gasolina brasileira ocupa a 13 posição entre as mais caras do mundo, próximo de países desenvolvidos. Como na Noruega, onde o combustível chega a custar R$ 4,49. Também estão à frente do Brasil, Inglaterra e Itália.
Segundo especialistas, os impostos cobrados sobre o produto nas bombas são os responsáveis pela distorção. O preço do combustível ao consumidor é atualmente composto por 39% de carga tributária (ICMS, Cide, PIS/Pasep e Cofins). Outros 18% são a margem da distribuidora e revendedora; 9% são o custo do álcool anidro (que é adicionado à gasolina) e mais 34% referem-se ao custo da refinaria.
Segundo Alisio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), o principal problema está no imposto na esfera estadual. No Rio, por exemplo, o governo do estado cobra 31% de ICMS sobre a venda da gasolina. Isso representa R$ 0,90 do preço do produto.
- Não é nosso papel ficar reclamando de tributação. Quem tem que fazer isso é o consumidor. O imposto é estabelecido pelos poderes Executivo e Legislativo. Mas a carga tributária é sim muito alta - afirmou Vaz, para quem o peso tributário torna desprezível, por exemplo, os problemas logísticos do país na distribuição de combustíveis, o que aumentaria em "alguns centavos de real o custo final do produto".

Especialistas divergem sobre redução de impostos
Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, no entanto, política tributária do combustível no país está correta. Ele explica que uma gasolina barata aumentaria o consumo do produto, causador de poluição, e beneficiaria apenas a parcela da população que tem dinheiro para ter automóvel:
- Uma gasolina barata não beneficiaria a coletividade. Reduzir impostos da gasolina significaria abrir mão de arrecadação para outros objetivos, como saúde e educação. Esse recurso pode ir para melhorar metrô, transporte coletivo. Gasolina barata é coisa de país pouco desenvolvido.
O tema é controverso. A classe C tem sido a principal responsável pelo aumento do consumo de combustíveis e pela compra de automóveis no Brasil. Segundo o antropólogo Everardo Rocha, da PUC-Rio, a carência de transportes públicos de qualidade muitas vezes exige a compra de um carro.
- Uma gasolina mais barata também incentivaria a indústria e a economia inteira. Foi assim nos EUA. Uma gasolina barata não é uma questão apenas de classe social. E quem garante que os recursos arrecadados são revertidos em investimento ou se perde em coisas menos importantes? - disse Rocha.

Petrobras alega que recebe R$ 1 por litro vendidoO combustível brasileiro aparece na pesquisa com o mais caro da América Latina, superando países como Chile (R$ 2,71), México (R$ 1,29) e Venezuela (R$ 0,03). Esta última tem o combustível mais barato do mundo.
O preço do combustível brasileiro não é mais caro porque a Petrobras vende o produto a preços subsidiado na refinaria, o que chegou a prejudicar o resultado da companhia no quarto trimestre do ano passado, cujo lucro caiu 52% frente ao mesmo período do ano anterior. E isso pode aumentar a pressão na estatal por um reajuste de preços.
Em entrevista exclusiva ao GLOBO publicada ontem, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que "num tempo determinado, os preços terão que ser ajustados" ao ser perguntada sobre os impactos da perdas com combustíveis da companhia no ano passado. "Comparando 2011 com 2010, tivemos uma diferença de R$ 2,8 bilhões, o que é muito", acrescentou Graça Foster.
Segundo a Petrobras, a companhia recebe sem impostos R$ 1,02 para cada litro de gasolina comum vendida nos postos, considerando um valor de R$ 3 por litro. A empresa acrescenta que não tem ingerência sobre o valor restante (R$1,98). "Portanto o preço final da gasolina no varejo não depende exclusivamente da companhia, mas envolve outros agentes", acrescentou em nota.
Adriano Pires, do Cbie, defende a livre flutuação de preço do combustível e afirma que o governo brasileiro erra ao usar a gasolina como mecanismo de controle de inflação.
- O governo brasileiro tem que procurar outros meio de controlar a inflação sem ser pelo controle de preço do combustível. Em outros países, quando o preço do petróleo sobe, o custo da gasolina cresce - explica.
O produto comercializado pela Petrobras está 16% mais barato na gasolina e 21% mais barato no óleo diesel em relação ao preço lá fora. Por isso, a estatal deixou de arrecadar R$ 7,8 bilhões em 2011.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ainda o "Memorial das Mentiras", planejado com os bens alheios

No post anterior, listei algumas claras e óbvias agressões do PT ao regime democrático, o que desmoraliza a proposta de se DOAR UM TERRENO PÚBLICO para Lula fazer o seu “Memorial da Democracia”. Fique de olho nos vereadores. Se você não é petista, nas eleições deste ano, eis um bom critério para avaliar se o vereador que concorre à reeleição merece ou não o seu voto. Se ele concordar em entregar o que é seu ao PT — o nome disso é privatização do espaço público —, então não merece o seu voto.
Nesta madrugada, fiz 16 perguntas a Kassab, a Lula e a quantos sejam a favor desse absurdo. Mas é claro que posso acrescentar outras tantas.
17: Boxeadores cubanos - O Memorial da Democracia do Apedeuta, com terreno NOSSO, doado por Gilberto Kassab, trará a imagem dos boxeadores cubanos que fugiram da ditadura dos Irmãos Castro e foram indignamente devolvidos à ilha? Não custa lembrar: o avião que os reconduziu ao presídio, embora formalmente pertencente a uma empresa espanhola, tem registro na Venezuela e presta serviços a Hugo Chávez. Tratou-se de uma conspiração de ditaduras contra dois pobres-coitados.
18: A mulher do terrorista - Terá o Memorial da Democracia a coragem de exibir num quadro, logo à entrada, uma reprodução ampliada do ofício em que a então ministra Dilma Rousseff pede a transferência para Brasília da mulher do terrorista Olivério Medina? A agora Soberana, então chefe da Casa Civil, a colocou no Ministério da Pesca.
19: O e-mail do terrorista - Ao lado do ofício, haverá a exposição do e-mail em que o terrorista Medina, de próprio punho, relata a um dos chefões da organização a ajuda do governo petista para protegê-lo e à sua mulher?
20: Estripulias de Lulinha - No Museu da Democracia, haverá o acordo que Fábio Luiz da Silva, o “Ronaldinho dos negócios” de Lula, celebrou com a então Telemar, que injetou R$ 10 mihões da Gamecorp? O ex-monitor de Jardim Zoológico, tornado empresário célebre, vai deixar registrado no memorial esse verdadeiro milagre da ascensão social e profissional?
21: Primeiro o negócio, depois a lei - Veremos no memorial aquele momento histórico, quando Lula, ao arrepio da Lei de Telecomunicações, põe o BNDES para financiar a compra da Brasil Telecom pela Oi (ex-Telemar, aquela da empresa de Lulinha…)? A lei foi mudada só depois de celebrado o acordo. O evento levou este blog a sintetizar assim a operação: “Nas democracias, fazem-se negócios de acordo com as leis; no petismo, fazem-se leis de acordo com os negócios.”
22: O terrorista é nosso - Trará o Memorial da Democracia, que terá a assinatura de Lula e de Kassab, a decisão do governo petista de manter no Brasil o assassino italiano Cesare Battisti ao arrepio do Tratado de Extradição, da decisão do STF e do Conselho Nacional de Refugiados? Veremos aquele momento lindo em que Tarso Genro trata a democracia italiana como se fosse uma ditadura, alegando que Battisti, o assassino, correria riscos na Itália? Sim, Tarso foi o mesmo que não pensou no risco que os boxeadores cubanos correriam em Cuba.
23: Amor pelas Farc - Veremos, afinal de contas, nesse memorial as simpatias reiteradas dos petistas pelos terroristas das Farc? Merecerá destaque a fala de Marco Aurélio Top Top Garcia, que, em entrevista ao jornal francês Le Figaro, afirmou que o Brasil era “neutro” no debate sobre se as Farc eram ou não terroristas?
24: Farc e Venezuela - O Memorial da Democracia de Lula exporá os visitantes à nojeira dita por Celso Amorim quando armas do Exército venezuelano foram encontradas em poder dos terroristas das Farc, na Colômbia? Amorim, o megalonanico, afirmou que não havia provas de que fossem, de fato, venezuelanas. O próprio Chávez admitiu que eram, mas inventou a cascata de que tinham sido roubadas.
25: Democracia até demais - Merecerá o devido destaque no Memorial da Democracia a frase de Lula, tornada célebre, segundo a qual na Venezuela de Chávez “existe democracia até demais”?
26: Fogo em livros - O magnífico memorial lulista trará a bagunça promovida em São Paulo por sindicatos petistas, como a Apeoesp, que tentou liderar uma greve de professores anunciando, abertamente, que o objetivo era “quebrar a espinha” do então presidenciável tucano, José Serra? Seguindo o exemplo dos nazistas na Alemanha, os militantes queimaram livros em praça pública.
27: Greves nas polícias - Lula vai reunir em seu memorial o apoio que ele próprio deu às greves da PM na Bahia em 1991 e 2001, ao lado de companheiros como Jaques Wagner? O arquivo trará gravações e vídeos em que Wagner incentiva a bagunça na Bahia, e Ideli Salvatti, em Santa Catarina? O PT vai se orgulhar do apoio descarado que deu a um movimento de uma minoria na Polícia Civil de São Paulo, em 2008, que tentou fazer um protesto no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, de arma na mão? Um oficial da PM chegou a levar um tiro.
Não tenho a pretensão de esgotar a lista das vezes em que o PT meteu um pé no traseiro da democracia para consolidar o seu projeto de poder. Podemos passar dias fazendo o inventário das indignidades. É por isso que você tem de ficar de olho no vereador que é candidato à reeleição. Condescender com o presente que Kassab quer dar ao lulo-petismo é dizer “sim” às mistificações do PT. Se você for petista, aplauda; se não for, sinta-se roubado.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Perguntas de Reinaldo Azevedo

O Instituto Lula quer construir no Centro de São Paulo, num terreno que fica na antiga Cracolândia, o que chama “Memorial da Democracia”, que reunirá, com especial ênfase, um acervo de documentos e objetos dos oito anos de mandato do Apedeuta. Os petistas agora dizem que pretendem dar atenção também a outros momentos importantes da história, como a luta contra a escravidão, a proclamação da República etc. Para tanto, pediram à Prefeitura de São Paulo a cessão do tal terreno, com o que concordou o prefeito Gilberto Kassab (PSD), que já enviou o pedido à Câmara, onde tem folgada maioria. Então ficamos com o roteiro completo para o triunfo da mistificação: Lula, um ex-presidente bastante popular, pede um terreno ao prefeito; este, que vive uma fase de aproximação com o PT, acha a idéia boa e envia a mensagem à Câmara, onde tem maioria. A maioria dos vereadores tende a concordar: quem não é fiel a Lula é fiel a Kassab. Resta ao Ministério Público demonstrar se tem ou não vergonha na cara e memória histórica ou se também está rendido a um partido político. E por que escrevo assim?
O escracho já começa no nome do empreendimento. O inspirador do “Instituto Lula” — que quer privatizar uma área de mais de 4 mil metros quadrados, que pertence a todos os moradores de São Paulo — decidiu, como se vê, privatizar também a democracia. Julga-se no papel de quem pode ser o inspirador de um “memorial”. É uma piada grotesca, típica de asininos enfatuados, de exploradores da boa-fé pública. Se Lula é o senhor de um “Memorial da Democracia”, o que devemos a Ulysses Guimarães, por exemplo? A canonização? Estamos diante de uma pantomima histórica, de uma fraude.
Tenho algumas perguntas a fazer a Lula, a Kassab e aos vereadores que estão doidos para cair de joelhos.
1: Constituição - A negativa dos petistas em participar da sessão homologatória da Constituição de 1988, uma das atitudes mais indignas tomadas até hoje por esse partido, fará parte do “Memorial da Democracia”, ou esse trecho será aspirado da historia, mais ou menos como a ministra da Mulher diz que aspirava úteros na Colômbia?
2: Expulsões - A expulsão dos três deputados petistas que participaram do Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves, pondo fim à ditadura - Airton Soares, José Eudes e Bete Mendes - fará parte do “Memorial da Democracia”, ou isso também será aspirado da história, como a Universidade Federal de Santa Catarina aspirou a entrevista da agora ministra da Mulher? Em tempo: vi dia desses Soares negar na TV Cultura que tivesse sido expulso. Diga o que quiser, agora que fez as pazes com a legenda. Foi expulso, sim!
3: Governo Itamar - A expulsão de Luíza Erundina do partido porque aceitou ser ministra da Administração do governo Itamar, cuja estabilidade era fundamental para a democracia brasileira, entra no Memorial da Democracia, ou esse fato será eliminado da história junto com os fatos, os fetos, as fotos e os homens que não são do agrado do petismo?
4: Voto contra o Real - A mobilização do partido contra a aprovação do Plano Real integrará o acervo do Memorial da Democracia, ou os petistas farão de conta que sempre apostaram na estabilidade do país?
5: Guerra contra as privatizações - As guerras bucéfalas contra as privatizações — o tema anda mais atual do que nunca — e todas as indignidades ditas contra a correta e necessária entrada do capital estrangeiro em setores ditos “estratégicos” merecerá uma leitura isenta, ou o Memorial da Democracia se atreverá a reunir como virtudes todas as imposturas do partido?
6: Luta contra a reestruturação dos bancos - A guerra insana do petismo contra a reestruturação dos bancos públicos e privados ganhará uma área especial no Memorial da Democracia, ou os petistas farão de conta que aquilo nunca aconteceu? Terão a coragem, já que são quem são, de insistir na mentira e de tratar, de novo, um dos pilares da salvação do país como um malefício, a exemplo do que fizeram no passado?
7: Ataque à Lei de Responsabilidade Fiscal - Os petistas exporão os documentos que evidenciam que o partido recorreu à Justiça contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, tornada depois cláusula pétrea da gestão de Antônio Palocci no Ministério da Fazenda?
8: Mensalão - O Memorial da Democracia vai expor, enfim, a conspiração dos vigaristas, que tiveram o desplante de usar dinheiro sujo para tentar criar uma espécie de Congresso paralelo, alimentado por escroques de dentro e de fora do governo? O prédio vai reunir os documentos da movimentação ilegal de dinheiro?
9: Duda Mendonça na CPI - Haverá no Memorial da Democracia o filme do depoimento de Duda Mendonça na CPI do Mensalão, quando confessou ter recebido numa empresa no exterior o pagamento da campanha eleitoral de Lula em 2002? O museu de Lula terá a coragem de evidenciar que ali estava motivo o bastante para o impeachment do presidente?
10: Dossiê dos aloprados - O Memorial da Democracia que tanto entusiasma Lula e Kassab trará a foto da montanha de dinheiro flagrada com os ditos aloprados, que tentavam fraudar as eleições — para não variar —, buscando imputar a José Serra um crime que não cometera? Exibirá a foto do assessor de Aloizio Mercadante, que disputava com Serra, carregando a mala preta?
11: Dossiê da Casa Civil - Esse magnífico Memorial da Democracia trará os documentos sobre o dossiê de indignidades elaborado na Casa Civil contra FHC e contra, pasmem!, Ruth Cardoso, quando a titular da pasta era ninguém menos do que Dilma Rousseff, e sua lugar-tenente, ninguém menos do que Erenice Guerra?
12: Censura à imprensa - Kassab, que quer doar o terreno, se comprometeria a pedir a Lula que o Memorial da Democracia reunisse as evidências das muitas vezes em que o PT tentou censurar a imprensa, seja tentando criar o Conselho Federal de Jornalismo, seja introduzindo no Plano Nacional de Direitos Humanos mecanismos de censura prévia?
13: Imprensa comprada e vendida - Teremos a chance de ver os contratos de publicidade do governo e das estatais com pistoleiros disfarçados de jornalistas, que usam o dinheiro público para atacar a imprensa séria e aqueles que o governo considera adversários nos governos dos Estados, no Legislativo e no Judiciário?
14 - Novo dossiê contra adversário - O Museu da Democracia do Instituto Lula reunirá as evidências todas das novas conspiratas do petismo contra o candidato da oposição em 2010, com a criação de bunker para fazer dossiês com acusações falsas e a quebra do sigilo fiscal de familiares do candidato e de dirigentes tucanos?
15 - Uso da máquina contra governos de adversários - A mobilização da máquina federal contra o governo de São Paulo em episódios como o da retomada da Cracolândia e da desocupação do Pinheirinho entrará ou não no Memorial da Democracia como ato indigno do governo federal?
16 - Apoio a ditaduras - O sistemático apoio que os petistas empenham a ditaduras mundo afora estará devidamente retratado no Memorial da Democracia? Veremos Lula a comparar presos de consciência em Cuba a presos comuns no Brasil? Veremos Dilma Rousseff a comparar os dissidentes da ilha a terroristas de Guantánamo?
Fiz acima perguntas sobre 16 temas. Poderia passar aqui a noite listando as vigarices, imposturas, falcatruas e tentativas de fraudar a democracia protagonizadas por petistas e por governos do PT. As que se lêem são apenas as mais notórias e conhecidas.
NÃO! ERRAM AQUELES QUE ACHAM QUE QUERO IMPEDIR LULA — E O PT — DE CONTAR A HISTÓRIA COMO LHE DER NA TELHA. QUEM GOSTA DE CENSURA SÃO OS PETISTAS, NÃO EU! O Apedeuta que conte o mundo desde o fim e rivalize, se quiser, com Adão, Noé, Moisés ou o próprio Deus, para citar alguém que ele deve julgar quase à sua altura. MAS NÃO HÁ DE SER COM O NOSSO DINHEIRO.
Kassab tem o direito de doar uma área pública para aquilo que será, necessariamente, um monumento à versão da história de um só partido, com especial ênfase no trabalho de um líder? Não! Essa conversa de que será uma instituição suprapartidária é mentirosa desde a origem. Supor que Paulo Vannuchi — JUSTAMENTE O RESPONSÁVEL POR AQUELE PLANO SINISTRO QUE DIZIA SER DE DIREITOS HUMANOS E QUE PREVIA CENSURA PRÉVIA — e Paulo Okamotto possam ter qualquer iniciativa que não traga um viés petistas é tolice ou má fé. Ou, então, o prefeito transforme o centro de São Paulo numa espécie de Esplanada dos Partidos. Por que só para Lula?
Fique de olho, leitor! Se você for petista, deve achar a doação de um terreno a Lula a coisa mais normal do mundo, um presente merecido. Se não for, veja lá o que vai fazer o vereador. Se ele disser “sim” à proposta, estará sendo generoso com o seu dinheiro, com aquilo que lhe pertence.
Espalhe este texto. Herói é você, que sobrevive no Brasil mesmo com a classe política que aí está, não Lula. Ele é só um contumaz sabotador de governos alheios, que agora pretende, com a ajuda do prefeito e dos vereadores, tomar um terreno que pertence à população de São Paulo para erguer no lugar o Museu das Imposturas. De resto, basta que ele estale os dedos, e haverá empresários em penca dispostos a lhe encher as burras de grana. Que compre o terreno! E Kassab que transforme esse dinheiro em creches.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Autossuficiência é inatingível, reconhece setor

DCI

Bruno Cirillo  

O principal candidato a celeiro do mundo depende de outros

países para fertilizar as próprias terras, e não há sinal de

que o Brasil poderá superar, a curto ou longo prazo, sua

insuficiência na produção de adubos.

Pelo contrário, a importação dos principais macronutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio) -
matérias-primas indispensáveis à fabricação de fertilizantes - cresce conforme a demanda
nacional, sendo responsável pelos maiores déficits encontrados na balança comercial da indústria
química do País.
No ano passado, o saldo negativo foi de US$ 8,7 bilhões, quase o dobro do que os US$ 4,8
bilhões de 2010, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Entre
todos os produtos listados pela entidade - que vão de farmacêuticos a tintas -, os três itens de maior
importação estão ligados justamente ao segmento de adubos: (1º) o cloreto de potássio, pelo qual
se pagou US$ 3,4 bilhões; (2º) o fosfato de amônio, US$ 1,4 bilhão; e (3º) a ureia, US$ 1,3 bilhão.
As importações desses componentes cresceram, em 2011, respectivamente, 57%, 140% e 85%.
"Exceto pelo potássio, o Brasil tem esses recursos disponíveis, e condições de investimento. Mas
não tem condições de preço e garantia de fornecimento, por isso há importações dessa grandeza",
disse a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Ferreira. Ela citou o caso da ureia
como exemplo da disparidade de preços existente entre o mercado nacional e o externo.
A ureia, bem como a amônia, advém da fração de metano do gás natural. No País, o combustível
custa quatro vezes mais do que nos Estados Unidos: US$ 12 contra US$ 3 por milhão de BTUs
(unidade térmica britânica, na sigla em inglês), segundo Fátima. Portanto, o Brasil importa 25% da
amônia e 67% da ureia que consome. Os elementos fazem parte do grupo de nitrogenados, essenciais
na produção de adubos.

Inalcançável

O novo presidente da Abisolo, associação que reúne 70 empresas voltadas à produção de
fertilizantes alternativos, Clorialdo Roberto Levrero, não acredita que a indústria brasileira
vá alcançar, um dia, a autossuficiência no segmento de adubos. O máximo que pode acontecer,
segundo o representante, é o País "não ser tão dependente quanto hoje".
A Abisolo propõe o aproveitamento de subprodutos da agropecuária, ou seja, restos de animais e
de colheitas, por meio da transformação das sobras em compostos especiais, para a nutrição da
terra. "Com isso, potencializa-se a eficiência do nitrogênio, do fósforo e do potássio. Pode-se reduzir
em até 30% a dependência na compra desses insumos", afirmou Levrero.
De acordo com ele, ao importar cerca de 25 milhões de toneladas por ano de produtos relacionados
à fertilização, o Brasil mantém um nível de dependência de 70% em relação ao mercado externo.
"Os preços acabam sendo caros e a concorrência, desigual."
Por outro lado, um dos diretores da Yara Brasil Fertilizantes - braço de uma multinacional norueguesa
- enxerga os adubos como uma espécie de commodity. "E como todas as commodities, a produção
nacional não significa redução de custos", disse Paulo Ricardo Schuch. Para ele, "o agricultor não
está disposto a pagar mais por uma produção local".
A Yara Brasil importa macronutrientes de regiões distintas do mundo, como Marrocos, Bielorússia
e Canadá. "A maioria dos fertilizantes já vem próxima da forma de uso. Fazemos alguns ajustes
para o agricultor brasileiro", disse o executivo.
Schuch é da opinião de que o Brasil pode diminuir sua dependência externa, mas que continuará a
importar porque a demanda é crescente. "A China, que consome cinco vezes mais adubos do que nós,
é um grande produtor, mas também um grande importador. O Brasil, no futuro, será o mesmo", afirmou.
"A autossuficiência, se um dia for alcançada, será no longuíssimo prazo", previu Schuch.
Gargalos

Outro empresário do ramo, o vice-presidente da Mbac Fertilizer, Roberto Belger, frisou que "o
produto importado não paga ICMS [Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços], o
nacional sim. Isso aumenta a falta de competitividade no setor". A questão tributária é um dos
principais entraves, segundo as fontes consultadas pela reportagem.
Outro ponto refere-se a problemas com logística: em muitos casos, as reservas de macronutrientes
já mapeadas se encontram em locais de difícil acesso. As minas de fósforo, por exemplo, concentram-se
em torno de Uberaba (MG), e o custo do transporte faz com que as importações sejam mais vantajosas.
E também há limitações naturais, como acontece com o potássio, cuja produção nacional é a menor
dentre as três matérias-primas usadas na fabricação de adubos: vindos principalmente do Sergipe,
apenas 10% do potássio consumido no País são extraídos do mesmo.
No ano passado, a presidente Dilma Rousseff havia declarado que "é um absurdo importar 60% [do
consumo interno de fertilizantes]". Dois anos antes, em 2009, o então ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes, tinha esboçado uma meta (2020) para o País atingir a autossuficiência.
Houve até a criação de um Plano Nacional de Fertilizantes.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Por que a crise não é o fim do capitalismo

Paulo Guedes

O capitalismo nunca foi tão disseminado. Pergunte aos chineses o que eles acham das previsões pessimistas.
É mesmo o fim dos tempos para o capitalismo?
A civilização ocidental está condenada ao declínio?
A grande crise contemporânea demonstra o fracasso das democracias liberais e suas economias de mercado?
O avanço da globalização piorou a distribuição de renda no mundo. Reunidos no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, financistas, políticos e intelectuais exibiram seu pessimismo. A nova ordem global, diziam, está na mais completa desordem. A celebração anual de uma “Era dos Excessos” em Davos tornou-se agora um Muro das Lamentações. O que os economistas chamavam de “A Grande Moderação”, para sua eterna vergonha, foi na verdade uma época de absoluta falta de moderação. Os financistas anglo-saxões sabem de seus abusos, estimulados por bancos centrais que promoveram excessos com dinheiro barato e regulamentação frouxa. Sabem também de seus excessos os políticos de uma obsoleta social-democracia europeia, que arruinou as finanças públicas de seus países a pretexto de promover o bem-estar social. Quando celebravam seu sucesso em Davos, exibiam suas pretensas virtudes e sabedoria. Agora, sob os efeitos devastadores da farra do crédito e da irresponsabilidade fiscal, financistas e políticos dissimulam hipocritamente sua contribuição à crise contemporânea. A culpa é do capitalismo.
E o que dizer dos bem pagos intelectuais, que sempre enfeitaram com seu brilho as celebrações dessa época de excessos? Ora, dizem todos agora que é o fim do capitalismo. Por ressentimento com os privilégios dos financistas? Em busca de atenção e influência? Ou pelo simples cacoete ideológico de renovação das profecias do fim do capitalismo? Afinal, continuará parecendo respeitável falhar miseravelmente nessas previsões desde que na ilustre companhia de economistas como o alemão Karl Marx (1818-1883) ou o austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950).
Ora, nunca antes na história tantos praticaram o capitalismo, em suas mais variadas versões. Somos um organismo vivo, a população mundial estreitamente conectada pela teia dos mercados globais. As democracias e os mercados são instituições extraordinariamente flexíveis. Bombardeados por choques colossais nas últimas duas décadas, são em princípio capazes também de extraordinários saltos evolutivos. Mas, comprimidos numa estreita janela de tempo, agonizam sob enorme esforço de adaptação para acomodar em seus mercados de trabalho o mergulho de 3,5 bilhões de eurasianos, deserdados pelo colapso do socialismo. Como absorver esse formidável aumento de produção eurasiana sem vergar ante as ameaças da desindustrialização e do desemprego em massa? E isso está ocorrendo ao ritmo alucinante das novas tecnologias, que agravaram as pressões de uma competição em escala global.
O capitalismo nunca foi tão disseminado. Pergunte aos chineses o que eles acham das previsões pessimistas .
Os governos ocidentais em sua maior parte tentam evitar as reformas exigidas para enfrentar esses novos desafios. Recorreram a velhos e perigosos truques para manter artificialmente o crescimento econômico. O resultado é desastroso. Estão abalados os alicerces dos modernos regimes fiduciários. Os abusos de financistas e políticos quebraram a confiança do público nos bancos e nos governos.
As economias avançadas chegaram ao fim de um ciclo longo e agora estão paradas para conserto. Mas há outra dinâmica em funcionamento: a maior prosperidade dos países emergentes, que prosseguem em crescimento, mesmo desacelerando em meio à crise global. Não é só Bill Gates que diz, com uma perspectiva histórica, que o “mundo está muito melhor hoje”. Os bilhões de eurasianos que saem da miséria pelo mergulho nos mercados globais em busca de inclusão social também têm a mesma opinião. Pergunte particularmente aos chineses o que acham de sua inserção na ordem capitalista.
A distribuição de renda piorou em países que perderam competitividade industrial e sopraram bolhas financeiras no processo de globalização. Os ganhos salariais dos trabalhadores ficaram travados pela competição global, enquanto a especulação imobiliária e financeira criava riqueza de papel. Mas é inegável que aumentaram a produtividade e os salários dos trabalhadores eurasianos competindo nas mesmas indústrias. A diminuição das diferenças salariais se estende agora para os profissionais liberais e ao setor de serviços, em função do melhor nível educacional e da maior produtividade da mão de obra desses países. Ao contrário das previsões sombrias, com os desenvolvidos no atoleiro e o crescimento dos emergentes, a distribuição mundial de renda deve continuar melhorando nos próximos anos.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PROGRESSO: PASSADO OU FUTURO? - PARASHÁ ITRÓ 5772

"Um senhor idoso estava sentado em um banco na frente de sua casa, ao lado de seu filho que lia, concentrado, as notícias do jornal. De repente, o pai escutou um barulho e perguntou ao filho o que era aquilo. O filho desviou os olhos do jornal, olhou para o local que o pai havia indicado, respondeu que era apenas um pássaro que havia pousado ali e imediatamente voltou à sua leitura. Mais alguns instantes se passaram e o pássaro fez um novo ruído. Novamente o pai idoso perguntou o que era aquilo e o filho, já um pouco mal humorado, respondeu que era apenas um pássaro. Quando pela terceira vez o pai interrompeu o filho após escutar um barulho, o filho perdeu a paciência, estourou e começou a gritar:- Você está surdo? Você não escutou que é apenas um pássaro? Um pássaro!!! Só um pássaro!!! Nada mais do que um pássaro, entendeu?
O pai, calado e cabisbaixo, levantou-se do banco, entrou em casa e voltou alguns instantes depois, trazendo um livro na mão. Era um diário, que ele havia escrito muitos anos atrás, quando seu filho ainda era pequeno. Abriu em uma página, estendeu ao filho e mandou-o ler em voz alta. O filho começou:
- Hoje meu filho, que fez três anos há poucos dias, estava sentado comigo em um parque quando um pássaro veio em nossa direção. Meu filho me perguntou 21 vezes o que era aquilo e eu respondi, 21 vezes, que era um pássaro. Eu o abraçava cada vez que ele me fazia a mesma pergunta, sem ficar zangado, sentindo carinho pelo meu pequeno garoto...
O filho não conseguiu mais terminar de ler. Lágrimas rolavam do seu rosto. Ele abraçou e beijou seu pai, arrependido por ter perdido a paciência e tê-lo tratado tão mal"
Como diz o ditado, um pai pode cuidar de 10 filhos, mas 10 filhos não conseguem cuidar de um pai.
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A parte central da Parashá desta semana, Itró, e certamente o evento que mudou a história da humanidade, é a entrega da Torá no Monte Sinai, a primeira e única revelação de D'us para um povo inteiro, mais de 3 milhões de pessoas. D'us começou com a entrega das duas tábuas que continham os 10 Mandamentos. Por que duas tábuas e não apenas uma? Pois a primeira tábua continha os Mandamentos "Bein Adam LaMakom" (Entre o homem e D'us), como, por exemplo, não cometer idolatria nem pronunciar o nome de D'us em vão, enquanto a segunda tábua continha os Mandamentos "Bein Adam Lehaveiró" (Entre o homem e seu semelhante), como, por exemplo, não matar e não cometer adultério. D'us estava nos ensinando que não podemos ser rigorosos apenas no cumprimento das Mitzvót que são relacionadas com Ele, mas lenientes com as Mitzvót relacionadas aos outros seres humanos, pois todo aquele que causa um dano ao seu companheiro, tanto se for algo físico, emocional ou financeiro, é como se também estivesse causando um dano ao próprio Criador.
Mas se observarmos com cuidado os Mandamentos, surgem algumas perguntas. Por exemplo, o quarto Mandamento é "Lembre-se do Shabat para santificá-lo" (Shemot 20:8), enquanto o quinto Mandamento é "Honrarás teu pai e tua mãe, para que se alonguem seus dias sobre a terra que Hashem, teu D'us, dá para vocês" (Shemot 20:12). Será que existe algum motivo especial para D'us ter juntado estes dois Mandamentos? A pergunta fica ainda mais forte quando observamos, na Parashá Kedoshim, que estas duas Mitzvót são mencionadas juntas no mesmo versículo: "Todo homem deve respeitar sua mãe e seu pai, e Meu Shabat você deve observar. Eu sou Hashem, teu D'us" (Vayikrá 19:3). Qual a conexão entre estas duas Mitzvót aparentemente tão diferentes? Além disso, se a primeira tábua traz Mandamentos entre o homem e D'us, por que a Mitzvá de honrar os pais, que aparentemente é uma Mitzvá entre o homem e seu semelhante, foi escrita na primeira tábua? E, finalmente, é interessante perceber que a Mitzvá de honrar os pais é uma das poucas Mitzvót da Torá cuja recompensa está explicitamente escrita. Mas por que a Torá utiliza a linguagem "alongar seus dias", ao invés de "aumentar seus dias"? Quem cumpre a Mitzvá de honrar os pais faz com que seu dia fique mais longo?
Muitas vezes surgem dilemas morais em nossas vidas. Por exemplo, um cardiologista que está a caminho do casamento de sua própria filha e recebe um chamado urgente para operar um paciente que está entre a vida e a morte, o que ele deve fazer? O que é mais correto, deixar sua própria filha sozinha na Chupá e salvar a vida de um estranho? Quem pode responder perguntas deste tipo, onde os dois lados parecem ser corretos?
Quando D'us nos entregou a Torá, não recebemos apenas um livro, recebemos um "Manual de instruções" da vida. Portanto, a Torá deve conter todos os ensinamentos que precisamos para tomar sempre as decisões corretas, inclusive quando surgem dilemas morais.
 Explica Rashi, comentarista da Torá, que a proximidade entre os assuntos de Shabat e honrar os pais nos ensina a resolver um difícil dilema moral. A Torá obriga os filhos a respeitarem seus pais, e também a Torá nos obriga a guardar o Shabat, evitando fazer qualquer atividade criativa neste dia. Mas o que acontece se os pais nos ordenam a desrespeitar o Shabat? O que prevalece? A ordem das Mitzvót no versículo nos ensina que devemos respeitar os pais, mas se eles nos ordenarem a quebrar o Shabat ou qualquer outra Mitzvá da Torá, estamos isentos de escutá-los. Por que? A explicação está nas últimas palavras do versículo, "Eu sou Hashem, teu D'us". É como se D'us estivesse dizendo: "Eu comandei a vocês escutarem seus pais, mas Eu também comandei seus pais a guardarem Meu Shabat. Por isso, se seus pais ordenarem que Meu Shabat seja quebrado, vocês estão isentos de escutá-los, pois Eu sou D'us, Quem criou todas as leis da Torá".
Mas se o ensinamento é em relação a todas as Mitzvót da Torá, isto é, que estamos isentos de escutar nossos pais se eles forem contra qualquer uma das 613 Mitzvót que D'us nos comandou, por que justamente o Shabat foi escolhido para nos transmitir este ensinamento?
Outra grande pergunta, que muitos educadores tentam responder, é por que os jovens atualmente desrespeitam tanto seus pais? Não estamos falando de casos extremos, como o de jovens que chegam a utilizar violência física e moral contra seus pais. A pergunta é sobre a maioria dos jovens, pessoas normais, mas que tratam seus pais como se fossem colegas de escola, passando por cima de suas ordens e tomando suas próprias decisões sem levar em consideração a opinião dos pais. Qual é a fonte deste desrespeito? Por que os jovens já não escutam mais a orientação e a experiência de seus pais?
Explica o Rav Yaacov Kamenetzky que a resposta está justamente na proximidade entre os conceitos do Shabat e de honrar os pais. O Shabat representa a Emuná (fé) de que D'us criou o mundo em 6 dias e descansou no sétimo dia. Todo aquele que guarda o Shabat demonstra, através do seu ato de respeito, que ele acredita que foi D'us Quem criou o universo e o primeiro homem, Adam Harishon, à Sua imagem e semelhança, isto é, em um nível espiritual muito alto. Portanto, esta pessoa consegue automaticamente entender que cada geração acima de nós estava mais próxima da Criação e, portanto, é mais meritória de receber respeito. Já uma pessoa que acredita que o mundo é uma grande "coincidência" e que viemos de simples proteínas que se juntaram ao acaso e formaram a vida, quanto mais a geração se afasta do "Big Bang", mais evoluída se torna. Portanto, cada nova geração se sente mais meritória do que a anterior.
O próprio Rav Yaacov Kamenetzky, quando já tinha certa idade, vivenciou este conceito ao viajar de avião acompanhado por seus filhos e netos. Ao seu lado viajava um professor israelense não-religioso que durante toda a viagem observou, surpreso, os netos do rabino vindo a todo instante para servi-lo ou apenas para verificar se estava tudo bem. Ele questionou como o rabino conseguia ter netos que o respeitavam tanto, já que ele também tinha alguns netos, mas que não lhe davam o mínimo respeito. O rabino respondeu que o professor havia ensinado aos seus netos que eles descendiam do macaco. Portanto, cada geração que passa se afasta mais dos macacos e torna-se mais evoluída e, portanto, era ele quem deveria honrar seus netos. Já os netos do rabino haviam aprendido que eles descendem de Adam Harishon, um ser criado à imagem e semelhança de D'us, e cada geração que passa vai sofrendo uma queda espiritual e se afastando da criação inicial. Portanto, eles entendem que o avô está em um nível mais elevado que eles e, por isso, o respeitam tanto.
A visão judaica nos ajuda a ver o passado com um brilho especial, justamente ao contrário da Cultura Ocidental, que enfatiza o progresso e vê o passado como algo velho e decadente. O judaísmo enfatiza que devemos viver de acordo com os ensinamentos da Torá, que foram entregue há mais de 3 mil anos e, apesar disso, continuam completamente atuais. Em Lashon Hakodesh, a palavra "progresso" é "Kadima", que vêm da mesma raiz de "Kedem", que significa "passado". Segundo a Torá, o progresso verdadeiro deve estar conectado com os valores do passado, pois estes valores verdadeiros e eternos podem nos ajudar muito em nossas vidas. Se não há respeito pelo passado, não há futuro.
É por isso que atualmente os jovens não respeitam mais seus pais, pois em suas vidas D'us não está mais presente. Para a juventude, a religião tornou-se algo mecânico, que se pratica apenas nas poucas vezes em que vão à sinagoga, sem nenhuma importância para seu cotidiano. Por isso, o respeito aos pais virou algo antiquado. Nos sentimos mais modernos que nossos pais, pois conhecemos melhor do que eles os computadores, os Ipads e os smartphones. Apenas nos esquecemos que eles têm algo que demoraremos muito para ter: experiência de vida.
Portanto, isto ajuda a explicar por que a recompensa de honrar os pais é "alongar seus dias". No nosso dia-a-dia, por inexperiência, perdemos muito tempo. Por causa de pequenos erros muitas vezes precisamos refazer as mesmas coisas várias vezes. Por isso, aquele que honra seus pais e escuta seus ensinamentos, que aproveita a experiência de vida que eles têm a oferecer, aproveita muito melhor seu tempo e evita muitos erros, fazendo com que seus dias sejam mais bem vividos, como se fossem mais longos.
Qualquer ser humano é criado através de uma "sociedade" entre o pai, a mãe e D'us. Portanto, quando um filho honra seus pais, D'us também é honrado, pois Ele diz: "Se eu estivesse ali com eles, também estaria recebendo esta honra". Mas se um filho não respeita seus pais, D'us também se sente desrespeitado e diz: "Se eu estivesse ali com eles, também estaria sendo desrespeitado". É por isso que o quinto Mandamento, que nos comanda a honrar nossos pais, apesar de ser entre o homem e seu semelhante, está na primeira tábua, junto com os outros Mandamentos entre o homem e D'us.
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
Ex. 18:1-20:26, Is. 6:1-7; 9:6-7, Mt. 5:8-20