sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PARA ONDE VOCÊ ESTÁ INDO? - ROSH HASHANÁ 5772

"Paulo entrou no avião já se preparando para a longa viagem com destino a Israel. Seriam quase 15 horas de vôo até o destino final. Apertou o cinto de segurança e, para relaxar um pouco, abriu seu guia de turismo sobre Israel, que havia comprado para aproveitar ao máximo a estadia.
No meio da viagem ele olhou com curiosidade para o senhor que estava sentado ao seu lado, que parecia muito à vontade no avião. Ele demonstrava já conhecer todas as diversões a bordo. Jogava jogos, assistia filmes, cochilava, passeava para conversar com outros passageiros, almoçava, comia salgadinhos na cozinha, estava bastante enturmado com os outros passageiros e com os comissários de bordo.
Paulo não quis parecer antipático e, apesar de estar cansado, tentou puxar conversa com ele. Descobriu que o senhor se chamava Gabriel e era um grande empresário de São Paulo. Paulo perguntou, curioso:
- Para onde você está indo?
Gabriel pareceu confuso com a pergunta. Ele simplesmente não sabia para onde estava indo. Na verdade, até aquele momento não havia parado para pensar naquilo. Paulo ficou irritado com a falta de claridade daquele sujeito e falou, indignado:
- Mas como o senhor está em um avião e não sabe nem mesmo para onde está indo? O senhor é louco?
- Não fique irritado, mas eu não estou preocupado com isso. Eu estou preocupado em aproveitar a viagem. Assisti dois filmes excelentes, ganhei três vezes jogando contra o computador e conheci muita gente interessante. Sem falar na comida, que estava uma delícia..."
Podemos achar que Gabriel é um louco, um lunático. Mas será que não fazemos o mesmo com nossas vidas? Assistimos bons filmes, comemos uma boa comida, conhecemos muita gente interessante. E depois, o que acontecerá? Para onde estamos indo? E o que estamos fazendo para chegar ao nosso destino verdadeiro?
Antes de pedir em Rosh Hashaná mais um ano de vida, antes de pedir a D'us para continuar nesta "viagem" chamada vida, precisamos saber para onde esta viagem nos levará.
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Rosh Hashaná está chegando. Para muitos, vem junto com uma sensação ruim. A primeira idéia que nos vem à cabeça é que seremos julgados por D'us, o Rei do Universo, e se não tivermos nos comportado bem, seremos duramente castigados. Infelizmente esta é uma visão incompleta de Rosh Hashaná, influenciada por muitos conceitos não judaicos. Por exemplo, nosso conceito de castigo é de um D'us bravo, descontando Sua raiva nas pessoas. É um conceito completamente equivocado, que nos afasta do verdadeiro significado espiritual de Rosh Hashaná, uma das festas mais bonitas e significativas do ano.
Há um versículo no final da Torá, sempre lido perto da festa de Rosh Hashaná, que nos intriga: "Eu chamo os Céus e a terra hoje para servirem de testemunhas contra vocês: Eu coloco diante de vocês a vida e a morte, a Brachá (benção) e a Klalá (maldição); escolha a vida, para que viva você e sua descendência" (Devarim 30:19). Qualquer ser humano em condições psicológicas normais sabe que devemos escolher a vida. Então por que a Torá precisa escrever "escolha a vida", como se D'us estivesse fazendo um pedido para nós? Não é Ele Quem decide tudo?
Em Rosh Hashaná comemoramos e revivemos a criação do ser humano, o ápice de toda a Criação. Portanto, para entender Rosh Hashaná, precisamos ter muito claro o propósito da vida. Segundo o livro Messilat Yesharim (Caminho dos Justos), de autoria do Rav Moshe Chaim Luzzato z"l, o ser humano foi criado com o único propósito de sentir prazer, sendo que o único e verdadeiro prazer é a proximidade com D'us. Mas se Ele nos desse este prazer de maneira gratuita, sem nenhum mérito, sentiríamos uma vergonha eterna por termos recebido algo que não conquistamos. Por isso Ele nos criou com livre arbítrio, para poder nos dar mérito por nossas escolhas corretas. O livre arbítrio é a habilidade de escolher entre viver na realidade ou em uma ilusão. Explica o Rav Noach Weinberg z"l que surge então um aparente dilema: D'us criou o mundo com o único propósito de nos fazer o bem. Por outro lado, Ele não pode nos dar esta bondade a não ser que a meritemos.
No dia 1º do mês judaico de Tishrei o ser humano foi criado. Todo ano este processo se repete e D'us nos permite ganhar o mérito de sermos recriados. Em Rosh Hashaná D'us nos julga se estamos escolhendo a realidade ou não. Se nós fazemos as escolhas corretas, Ele nos recria dentro de um ano de vida, isto é, viver dentro da realidade. Mas se escolhemos ficar dormindo, Ele nos recria dentro de um ano de morte, isto é, de desconexão, de sono espiritual, de ilusão, um ano sem sentido para a vida e sem verdade. D'us não faz isto para nos castigar, e sim por amor. Ele quer que tenhamos sucesso, mas a escolha final precisa ser nossa.
Rosh Hashaná é, portanto, o aniversário do livre arbítrio, quando devemos novamente reafirmar a nossa escolha: estar entre os vivos, que vivem uma vida com sentido, ou entre os mortos, que vagam todo o tempo dormindo acordados. Pelo fato da escolha estar totalmente em nossas mãos, em Rosh Hashaná D'us nos pede: "Eu criei o mundo para te dar prazer e felicidade. Por favor, Me deixe fazer esta bondade. Escolha a vida".
Outro ponto central de Rosh Hashaná é fazer de D'us o nosso Rei. Isto também nos traz um sentimento negativo, pois os reis que conhecemos são tiranos, egoístas e gananciosos, sedentos por poder, que subjugam as massas com ameaças e violência. Mas o conceito judaico de rei é justamente o contrário. O rei é alguém que ama e se importa com seu povo. Sua preocupação é apenas com a felicidade e harmonia das pessoas. A única razão pela qual ele cria leis e faz decretos é pelo bem estar dos seus súditos, e não para o seu próprio benefício. Por isso Rosh Hashaná é o dia de coroarmos D'us como o nosso Rei, dirigente e diretor das nossas vidas. Não fazemos isto por Ele, e sim por nós mesmos, para que Ele possa nos mandar todas as bondades e a Criação possa atingir seu propósito.
Rosh Hashaná é, portanto, o dia em que D'us quer praticar sua característica de fazer bondades. É o dia em que Ele nos implora para que possamos nos transformar, através do mérito de fazermos as escolhas corretas, em utensílios para receber todas as Brachót abundantes que Ele quer nos enviar.
Pelo fato de sermos recriados em Rosh Hashaná, temos a oportunidade de atingir níveis espirituais muito elevados, que não conseguiríamos atingir durante o resto do ano. Podemos nos recriar em um nível muito mais alto, que não éramos capazes nem de sonhar. Por isso, o nível que atingirmos em Rosh Hashaná será o nível que levaremos para todo nosso ano.
Na noite da próxima 4ª feira (28/09) começa Rosh Hashaná, o dia de escolher grandeza para nossas vidas. O dia de acordar para a realidade, de alcançar níveis ilimitados de espiritualidade. Nosso ano e nossa vida dependem disso. Que possamos aproveitar bem este dia tão especial.
Shaná Tová Umetuká – Um ano muito doce para todos.
"Sheticatev Vetechatem Bessefer Chaim Tovim" (Que sejamos inscritos e selados no Livro da Vida).
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Gn. 21:1-34 (Maftír Nm. 29:1-6), 1 Sm. 1:1-2:10, 1 Ts. 4:13-18

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Enquanto isto, no mundo islâmico…

Caio Blinder
Dia deste colunista ser cabotino, autocentrado. Ele (malandrão, escreve na terceira pessoa) não deveria mais se impressionar com estas coisas. No entanto… Expressões como Israel e palestinos geram frenesi entre leitores. Duas colunas na semana passada em torno do pedido de reconhecimento palestino como estado pleno nas Nações Unidas (o desfecho poderá ser um desastre ou um fiasco) foram um triunfo para o colunista. Os dois textos renderam mais de 500 comentários, um recorde na curta história de pouco mais de um ano desta coluna. E comentários foram vedados por antissemitismo ou insultos raciais contra palestinos e árabes.
O colunista já escreveu sobre assuntos palpitantes como Donald Trump e Kate Middleton, mas nada gera tanta paixão como a dobradinha Israel-palestinos (a favor e contra, com alguns mais salomônicos). Tem dia em que o colunista cheio de prosa acha que vai emplacar com uma sacada sobre algum assunto e a reação é abaixo das expectativas. Coitado, nem Barack Obama comove tanto como antigamente. Houve um tempo em que os arautos das conspirações que o havaiano-nasceu-no-Quênia se insurgiam contra a tal ingenuidade do colunista ou suposta atitude chapa branca de endossar a certidão de nascimento de Obama. Que nada, estes conspiradores se cansaram do colunista ou do presidente americano.
Um dos textos da semana passada salientou que existe uma obsessão patológica com Israel nas Nações Unidas, chega a ser hilária, até satírica. Numa reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, em 2010, o delegado sírio denunciou que as crianças israelenses aprendem canções sobre beber o sangue dos árabes. Nenhum país é alvo de tantas resolucões ou moções de repúdio como Israel (o colunista está se repetindo). Algumas merecidas. Matemática ajuda a explicar a obsessão. São quase 50 países com maioria islâmica na ONU. É verdade que Israel pode contar com o apoio de todos os estados judeus no organismo. Ao que tudo indica, existe também obsessão patológica de leitores sobre o tema.
O colunista e muitos dos seus leitores ficaram obcecados com a questão palestina nas Nações Unidas na semana passada. Por cortesia de outro colunista, Jeffrey Goldberg (ai, ai, ai, mais um judeu), aqui está uma relação do que acontecia na semana passada no mundo islâmico quando tanta gente estava enfeitiçada pelo espetáculo nas Nações Unidas. São dramas que deveriam merecer também debates exaustivos na assembléia-geral.
Na Síria, continuou a contagem de vítimas da repressão governamental. A rebelião já causou quase três mil mortes, inclusive de 100 crianças. Países no Conselho de Segurança das ONU, como o Brasil, lépidos para apoiar a resolução pró-palestina, travam moções mais duras contra a Síria, com o argumento de que irão desestabilizar a situação. E a resolução palestina?
No Iêmen, as forças de segurança mataram mais de 70 pessoas nos protestos contra a ditadura de Ali Abdullah Saleh. Na Líbia, foram descobertas as valas com os restos mortais de 1.270 prisioneiros massacrados pelas tropas de Muamar Kadafi em 1996. No Afeganistão, o Talibã assassinou o ex-presidente Burhanuddin Rabbani, num atentado suicida.
No Paquistão, 26 peregrinos xiitas foram tirados de um ônibus e massacrados, em mais um lance de violência de muçulmanos contra muçulmanos. Na Indonésia, o país com a maior população muçulmana do mundo, um ataque suicida feriu mais de 20 fiéis em uma igreja. Foi mais um incidente de violência muçulmana contra cristãos, que se agravaram desde a eclosão da primavera árabe, em particular no Egito.
Na Somália, o grupo Al-Shabaab, inspirado pela Al-Qaeda, continuava a impedir que doações chegassem à zona de seca. Por estimativas de organizações humanitárias, até 300 mil crianças podem morrer caso não recebam suprimentos em breve.
E, finalmente, temos a Turquia, país hoje campeão da causa palestina. Para o primeiro-ministro Recep Erdogan, é imperdoável o que Israel faz com Gaza. Para Erdogan, o Hamas é um grupo de libertação nacional (não terrorista) e os palestinos têm direito a um estado. Enquanto isto, terroristas separatistas curdos (são terroristas, sim) mataram três pessoas e feriram mais de 30, num ataque em Ancara. Os militares turcos prosseguiam com seus bombardeios aéreos de campos de separatistas curdos dentro do Iraque. Não consideram que estas ações sejam uma tática desproporcional na luta contra o inimigo do estado.
De volta ao nosso território, de obsessão patológica. Nas duas colunas sobre o tema, o colunista recebeu a visita de muitos leitores que nunca tinham escrito e estavam indignados com os argumentos dele ou com Israel. Nunca compareceram (e não se indignaram neste espaço) quando o tema da coluna eram massacres na Síria, repressão no Irã ou violações de direitos humanos em tantos países por este mundinho afora.
Agora realmente falando na primeira pessoa, eu pessoalmente me canso de escrever sobre Israel e palestinos. As posições são, em geral, manjadas, os talking points repetidos ad nauseam e o resultado emocional deixa qualquer um exaurido, mas infelizmente não dá para fugir do tema. E infelizmente deveremos retornar em breve à barafunda.
Mas, antes disso, feliz ano novo judaico, 5772, longa história, certo? E que um dia, que parece distante, os palestinos sejam felizes no seu estado, em paz, ao lado de um seguro estado de Israel. Shalom/Salaam!
http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/israel/enquanto-isto-no-mundo-islamico/

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

COMO NÃO SOFRER - PARASHIOT NITZAVIM E VAYELECH 5771

O rabino Yaacov Yossef Herman foi um dos maiores sábios dos Estados Unidos no começo do século passado. Quando era jovem, ficou por certo tempo longe de seus pais e teve que passar um Shabat na rua, dormindo no banco de uma praça, sem comida. Neste dia ele prometeu para si mesmo que, quando se casasse, sua casa estaria aberta a todos os que não tivessem um lugar para o Shabat. E ele realmente cumpriu sua promessa. Toda semana sua casa estava completamente lotada nas refeições do Shabat, e qualquer pessoa que necessitasse de um lugar para comer era bem-vinda.
Certa vez algo difícil ocorreu com a família Herman. Uma das filhas do Rav Yaacov, Esther, foi hospitalizada com difteria, na época uma grave doença que tinha poucas chances de cura. O Rav Yaacov e sua esposa passaram a semana no hospital, ao lado da filha já inconsciente, entre a vida e a morte. Então o Shabat se aproximou e o Rav Yaacov não sabia o que fazer. O que era melhor, ficar com a filha no hospital durante o Shabat ou voltar para casa e receber os convidados? Após pensar muito, decidiu que iria para casa com a esposa, pois o mérito de receber os convidados poderia ajudar na cura de sua filha.
O Shabat chegou e trouxe ao Rav Yaacov um espírito de tranqüilidade. Em nenhum momento ele demonstrou tristeza, sofrimento ou ansiedade. Durante as refeições ele cantou músicas de Shabat e explicou trechos da Parashá da semana. Mas muitos da família não conseguiram esta tranqüilidade, entre eles Molly, a irmã do Rav Yaacov. Na manhã de Shabat chegou um telegrama e Molly, sem que o Rav Yaacov soubesse, leu. Infelizmente eram notícias trágicas: Esther havia falecido. Ela correu aos vizinhos para contar as más notícias e chorou durante todo o dia, mas decidiu não contar nada ao Rav Yaacov até o fim do Shabat.
Assim que o Shabat terminou, antes mesmo de Molly conseguir dar as más notícias ao seu irmão, um mensageiro chegou apressado, trazendo outro telegrama. Era um pedido de desculpas do hospital pelo terrível equívoco cometido. Esther estava bem, inclusive havia melhorado tanto durante o Shabat que estava fora de perigo. Quem havia falecido era outra paciente com difteria, que estava na cama ao lado de Esther.
Quando soube de toda a história, o Rav Yaacov Yossef Herman aproveitou para ensinar que, quando temos Emuná (fé) em D’us, além de cumprirmos o que Ele nos comandou, sofremos menos na vida. (História Real, retirada do livro “All for the Boss”)
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Nesta semana lemos duas Parashiót juntas, Nitzavim e Vayelech, que contém as palavras ditas no último dia de vida de Moshé Rabeinu, nas quais ele reafirmou o pacto de D’us com o povo judeu e ensinou o importante conceito de que cada judeu é responsável pelo outro. Além disso, ele relembrou os perigos de se desviar do caminho correto, principalmente após o contato com os povos idólatras que viviam na terra de Israel, e as duras consequências negativas. E assim diz um dos versículos da Parashá Vayelech sobre a pessoa que se desvia dos caminhos corretos: “...E muitas coisas ruins e sofrimentos recairão sobre ele. E dirá neste dia ‘Não é porque D’us não está próximo de mim que estas coisas ruins recaíram sobre mim?’” (Devarim 31:17).
Ao observar com atenção este versículo surgem duas perguntas: por que o versículo começa falando sobre coisas ruins e sofrimentos, mas termina falando apenas sobre coisas ruins? E qual a diferença entre coisas ruins e sofrimentos?
Explica o Rav Elazar Man Shach, que foi o Rosh Yeshivá (Diretor) da Yeshivá de Ponovitch e um dos maiores líderes da nossa geração, que as linguagens “coisas ruins” e “sofrimentos”, apesar de parecerem sinônimos, foram utilizadas na Torá com significados completamente distintos. A linguagem “coisas ruins” se refere a acontecimentos desagradáveis do cotidiano que ocorrem além da nossa possibilidade de controle. Por exemplo, uma pessoa que levou uma batida no carro ou escorregou na rua e se machucou. Já a linguagem “sofrimentos” se refere à reação negativa de uma pessoa diante de um acontecimento desagradável. Por exemplo, a pessoa que levou a batida no carro fica extremamente chateada, pensando que deveria ter ido por outro caminho ou saído mais tarde do trabalho.
Do que depende a reação de uma pessoa diante de um acontecimento negativo? Da sua Emuná (fé) de que existe uma Supervisão particular de D’us sobre tudo o que ocorre no mundo. Quanto mais a pessoa entende que D’us controla tudo, cada pequeno detalhe que ocorre em nossas vidas, e que tudo é para o nosso bem, menos ela sofre e menos se preocupa com coisas negativas que ocorrem. Portanto, aquele que não tem Emuná, além da própria dificuldade pela qual passa, ainda perde com o sofrimento e a angústia que sente.
É justamente isto o que nos ensina o versículo da Parashá. As “coisas ruins” não estão sob nosso controle, é D’us Quem decreta tudo o que acontece em nossas vidas. Mas as pessoas que vivem sem Emuná também passam por sofrimentos que poderiam ser evitados. A falta de Emuná é consequência de estarmos afastados de D’us. Quando a pessoa percebe o quanto é errado sofrer por causa das dificuldades da vida, e que isso é resultado de não enxergar que tudo tem a mão de D’us, que cuida de nossas vidas com Supervisão particular, então os sofrimentos vão embora, restando apenas as “coisas ruins”, que não estão em nossas mãos, está nas mãos de D’us.
Portanto, a Emuná nos ajuda a ser pessoas mais tranqüilas. A pessoa que vive com Emuná sempre encontra, apesar das dificuldades que a atingem, tranqüilidade e consolo. É o que diz David Hamelech (Rei David) no livro de Tehilim (Salmos): “Mesmo que eu ande no vale das sombras da morte não temerei o mal, pois Você está comigo” (Capítulo 23).
Por que pessoas doentes e com dificuldades costumam ler os Salmos? O que há de tão especial? David Hamelech teve uma vida muito difícil. Por muitos anos foi desprezado por sua própria família. Era um simples pastor de ovelhas que vivia no deserto, completamente sozinho, em locais perigosos. Foi perseguido pelo Rei Shaul por ter sido visto como um usurpador do trono. Seu próprio filho, Avshalom, se rebelou contra ele e tentou matá-lo. Teve muitos inimigos e duras batalhas contras os povos vizinhos. Portanto, David Hamelech deveria ter escrito um livro de lamentações e reclamações contra D’us. Mas ao contrário, ele escreveu os Salmos, que são cânticos de louvor e agradecimento a D’us. Este é um dos motivos pelos quais os Salmos ajudam na recuperação de tantas pessoas que já estavam desenganadas pelos médicos, pois os Salmos representam o limite que o ser humano pode chegar com sua Emuná.
Como alguém com tantas dificuldades pode fazer cânticos de louvor e agradecimento? David Hamelech tinha uma Emuná completa. Ele sabia que todas as dificuldades são parte do plano de D’us. Ele escolheu não sofrer. Ele escolheu ver as coisas de maneira positiva. Por isso ele chegou a níveis espirituais tão elevados.
Muitas das coisas que ocorrem em nossas vidas não dependem de nós. Mas o que sim está em nossas mãos é como reagir a tudo o que acontece. Precisamos ter serenidade, aceitar a vontade de D’us, saber que Ele quer sempre o nosso bem, mesmo quando o que ocorre não é o que queríamos ou estávamos esperando. Este é o segredo para, além de ganhar méritos espirituais, sofrer menos neste mundo.

“Sheticatev Vetechatem Bessefer Chaim Tovim” (Que sejamos inscritos e selados no Livro da Vida).
SHABAT SHALOM
R’ Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Nitsavím Dt. 29:10-30:20, Is. 61:10-63:9, Rm. 10:1-12

Vaiêlech Dt. 31:1-30,Os.14:2-10, Jl 2:11-27, Mq.7:18-20, Is.55:6-56:8, Rm.10:14-18

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Seminário de Educação Ambiental

Convite

APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISAS
Os cursistas do curso de Especialização em Educação Ambiental da Universidade Federal de Lavras desenvolveram em seus municípios, especificamente nas comunidades escolares, projetos de pesquisa, tendo como foco a Educação Ambiental.

Estes projetos serão apresentados em seminário, onde você é nosso convidado a participar e a conhecer como a Educação Ambiental é tratada em diferentes municípios de nosso estado.

Cronograma:
Data:24/09/2011 (sábado)
Horário: 9:40h às 18:00 h
Local: Câmara Municipal de Ilicínea
Avenida VX de Novembro, nº —

Mais informações:
Email: ilicinea_polouab@.com.br
Fone: (35) 8455-9406

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Rosh Hashana תשע"ב


Rosh Hashana is one of the most important days in the Jewish calendar. On this day, we welcome the New Year and wish for a good, happy and fruitful year. A New Year makes us more optimistic, as we feel that a door is opened, a door that welcomes new opportunities, new directions, new hopes. We can walk through this door and move forward in a new way, a hopeful way, and a fearless way. During the previous month named Ellul we examined our deeds throughout the year that had passed, and now we are ready for a better, more promising year.
The name Rosh Hashana (רֹאשׁ הַשָּׁנָה) is composed of two words: Rosh (רֹאשׁ) which means “head” and Shana (שָׁנָה) which means year. Hence, Rosh Hashana means the beginning or the head of the year. The name "Rosh Hashanah" is not mentioned in the Bible - it refers to the holiday as Yom Ha-Zikkaron (the day of remembrance) or Yom Teru'ah (the day of the sounding of the shofar - a ram's horn which is blown somewhat like a trumpet).
"בַּחֹדֶשׁ הַשְּׁבִיעִי בְּאֶחָד לַחֹדֶשׁ, יִהְיֶה לָכֶם שַׁבָּתוֹן--זִכְרוֹן תְּרוּעָה, מִקְרָא-קֹדֶשׁ." וַיִּקְרָא כ"ג, פסוק כ"ד
“In the seventh month, in the first day of the month, shall be a solemn rest unto you, a memorial proclaimed with the blast of horns, a holy convocation.” Leviticus 23:24
Rosh Hashana falls on the first and second days of the month of Tishrey. In the secular year of 2011 it begins on September 28 at sundown and ends on September 30 at nightfall. It is a custom to wish “shana tova” (שָׁנָה טוֹבָה, Good year) in the days before Rosh Hashana. This is a wonderful opportunity for us to wish you a wonderful year, a year of health and happiness, a year of achieving your goals and creating new ones, a year of learning Hebrew in the most enjoyable way.
שָׁנָה טוֹבָה וּמְתוּקָה!
Shana tova umetuka!
Good and Sweet Year!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CCJ pode votar Código Florestal na quarta-feira

Canal do Produtor

Da Redação

O projeto de reforma do Código Florestal (PLC 30/11) volta a abrir a pauta da reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da quarta-feira (21). A matéria constou da pauta da última reunião, mas novo pedido de vistaPedido de vista é a solicitação feita por senador, ou por um grupo de senadores, para examinar melhor determinado projeto, adiando, portanto, sua votação. Quem concede a vista individual ou coletiva é o presidente da comissão onde a matéria está sendo examinada, por prazo improrrogável de até cinco dias. Caso a matéria tramite em regime de urgência, a vista concedida é de 24 horas, mas pode ser somente de meia hora se o projeto examinado envolve perigo para a segurança nacional. coletiva levou ao adiamento da votação mais uma vez. A motivação foram duas mudanças feitas pelo relator, senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), em seu substitutivo Substitutivo é quando o relator de determinada proposta introduz mudanças a ponto de alterá-la integralmente, o Regimento Interno do Senado chama este novo texto de "substitutivo". Quando é aprovado, o substitutivo precisa passar por "turno suplementar", isto é, uma nova votação.
Essas alterações foram anunciadas por Luiz Henrique na reunião da CCJ da última quarta-feira (14). Inicialmente, o relator retirou do texto a possibilidade de os governadores definirem situações em que a vegetação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) poderia ser suprimida. Ao fazer isso, ele manteve a norma em vigor, que define a autorização para uso de APP como prerrogativa exclusiva da União.
Quanto à outra modificação, refere-se à conversão em serviços de preservação ambiental das multas que incidirem sobre imóvel rural que aderir ao Programa de Regularização Ambiental.
Fonte original: Agência Senado

sábado, 17 de setembro de 2011

Mais um puxadinho

O Estado de S. Paulo
Celso Ming

O governo Dilma improvisou na quinta-feira decisões de política de comércio exterior, destinadas a proteger a indústria nacional de veículos da concorrência do produto proveniente do exterior.
As vendas de veículos importados por empresas sem fábricas no País foram 104,1% superiores às de agosto do ano anterior. O governo "ficou assustado", como admitiu o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e decidiu fazer qualquer coisa. A medida-chave foi a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 30 pontos porcentuais que, no entanto, não prevalecerá nos casos em que forem respeitados índices de conteúdo nacional (peças e partes fabricadas no Brasil ou no Mercosul) e de investimentos em tecnologia. Na prática, os preços dos carros importados, especialmente chineses e coreanos, subirão cerca de 28%.
Além de casuística, a decisão tomada em nome dos interesses do setor produtivo nacional e da criação interna de empregos é protecionista e, em princípio, contraria as regras de comércio exterior consagradas nos tratados internacionais. Talvez porque espere reação da Organização Mundial do Comércio (OMC), o governo brasileiro se definiu pelo caráter transitório das novas disposições. Vigorarão somente até dezembro de 2012 - período curto, que parece desestimular a interposição de recursos contra a decisão do governo em Genebra, onde está a sede da OMC.
Essa transitoriedade é, ao mesmo tempo, limitadora da eficácia dessa decisão. Se o objetivo é garantir mais conteúdo nacional e mais investimentos do veículo produzido em território brasileiro, pressupõe-se que as montadoras desenquadradas (e, aparentemente, são quase uma dezena delas no Brasil) precisem de um prazo mais esticado para planejar, contratar e incorporar peças nacionais.
Se a questão de fundo fosse de concorrência desleal do produto vindo do exterior, a ação adequada seria a abertura de processos antidumping ou, simplesmente, de embargo administrativo pelas autoridades aduaneiras. E, se fosse a necessidade de criar mais empregos, então outros setores, especialmente o de serviços, deveriam merecer mais atenção.
A questão de fundo é o reconhecimento de que a indústria instalada aqui no Brasil, seja lá qual for a origem do seu capital, trabalha em condições adversas tanto de custos como de produtividade. São a excessiva carga tributária, os elevados encargos sociais e trabalhistas, os juros mais altos do mundo, a infraestrutura precária ou inexistente, o excesso de burocracia, a corrupção, a Justiça lenta... e por aí vai. E isso não vale apenas para a indústria de veículos; vale para toda a cadeia produtiva do Brasil.
Em vez de trabalhar decididamente para diminuir o custo Brasil, colocar em marcha reformas de base e ampliar o mercado externo para o setor produtivo, o governo federal optou por remendos de duvidosa eficácia que, de quebra, criam insegurança jurídica, por serem claramente contestáveis na Justiça.
Enfim, essa é a "cultura do puxadinho" estendida para a política industrial do Brasil.

CONFIRA
Curto prazo por longo prazo
Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) voltará a definir que os juros básicos (Fed funds) permanecerão em torno de zero por cento ao ano. Até aí, nada de novo. É o nível dos juros já garantido até "meados de 2013", anúncio feito na última reunião do Fed, em 9 de agosto. O que o mercado espera de novo é alguma indicação de que o Fed colocará em marcha a chamada Operação Twist. Trata-se da troca de títulos de curto prazo da carteira do Fed por títulos de mais longo prazo. Como das outras vezes, a situação mudará pouco. Mas o mercado terá dois ou três dias de euforia.
Desova
O presidente da Apollo Global Management (firma de private equity), Leon Black, acredita que não sobrará opção aos bancos europeus senão se desfazerem de cerca de US$ 2,1 trilhões de dólares em ativos (títulos, aplicações e participações acionárias) para adequar suas necessidades de capital. É o que apontou ontem a agência de notícias Bloomberg.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

SHABAT SHALOM MAIL – PARASHÁ KI TAVÔ 5771

O Rav Shlomo Kluger, que viveu há cerca de 150 anos, era um dos maiores rabinos de sua geração. Certa vez ele foi honrado com um convite para ser o Sandak (pessoa que segura o bebê) em um Brit-Milá, e chegou na casa da família exatamente no horário marcado. Normalmente é comum que haja certo atraso no início do Brit-Milá, algumas vezes porque o Mohel está vindo de outro Brit-Milá e se atrasa, outras vezes porque a mãe e o bebê ainda não estão prontos. Mas daquela vez o atraso estava exagerado e o Rav Kluger, cansado de esperar tanto, decidiu perguntar para um dos familiares o que estava acontecendo.
O familiar explicou, com muita tristeza, que em um dos quartos daquela casa estava o pai do bebê. Ele estava com uma doença gravíssima, em estágio terminal, e havia sido completamente desenganado pelos médicos. Naquela manhã ele havia acordado muito mal e já estava agonizando. Como o costume Ashkenazi é não dar o nome de um pai que está vivo para o seu filho, a família estava atrasando o começo do Brit-Milá para esperar o falecimento do rapaz e assim poder dar ao bebê o nome do pai.
Quando o Rav Shlomo Kluger escutou o comportamento estranho da família, ordenou ao Mohel que fizesse o Brit-Milá imediatamente. Após o Brit-Milá, o Rav Kluger entrou pessoalmente no quarto do doente para desejar-lhe “Mazal Tov” e, sob o olhar de dúvida de todos os presentes, explicou:
- Sei que vocês estão estranhando porque eu quis começar o Brit-Milá imediatamente. A verdade é que eu não tenho força para trazer o anjo da cura especificamente para curar este doente. Mas durante a cerimônia do Brit-Milá, D’us manda um anjo, que fica ao lado direito do Mohel, para curar o bebê. Então, no momento que o anjo já estava presente, eu rezei para D’us e pedi para que o anjo entrasse também neste quarto e curasse o doente.
Para a surpresa de todos, depois de três dias o pai do bebê estava saudável, caminhando com suas próprias pernas para a sinagoga. Esta é a força de uma Tefilá (reza). (História Real)
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Nesta semana lemos a Parashá Ki Tavô, que foca principalmente em dois assuntos: a Mitzvá de Bikurim, a oferenda das primícias da terra de Israel; e as Brachót (bençãos) e Klalót (maldições) que podem recair sobre o povo judeu, durante toda a história, de acordo com o nosso comportamento em relação ao cumprimento das leis da Torá. Quando o povo judeu anda nos caminhos da Torá, recebe muita Brachá e fartura. Já quando nos desviamos e abandonamos as Mitzvót, as várias Klalót descritas na Parashá recaem sobre nós, como um tapa de um pai que quer que seu filho rebelde volte aos caminhos corretos
A Mitzvá de Bikurim tinha como uma das principais funções ajudar as pessoas a desenvolver a característica de “Hakarat Hatóv” (reconhecer as bondades recebidas). Por isso, para cumprir a Mitzvá não era suficiente apenas levar as primícias das frutas como oferenda ao Cohen no Beit-Hamikdash (Templo Sagrado), era necessário pronunciar uma declaração de agradecimento, que incluía as bondades de D’us desde a época em que éramos escravos no Egito e fomos salvos, com mão forte e braço estendido, como está escrito: “Os egípcios nos maltrataram e nos afligiram, e colocaram um trabalho duro sobre nós. Então nós gritamos para Hashem, D’us dos nossos antepassados, e D’us escutou nossa voz e viu a nossa aflição, nosso sofrimento e nossa opressão” (Devarim 26:5).
Desta declaração ficam duas perguntas: por que está escrito “gritaram” para D’us e não “rezaram”, já que certamente esta é a verdadeira intenção do termo “gritaram para D’us”? E, além disso, aparentemente a voz dos judeus foi escutada imediatamente após o pedido. Mas vemos, no nosso dia-a-dia, que nem sempre nossas rezas são atendidas imediatamente. Por que neste caso foi diferente e eles foram escutados imediatamente?
Para responder a estas perguntas precisamos voltar ao livro de Shemot, que nos detalha como foi a época de escravidão do povo judeu no Egito, para entender historicamente o que estava acontecendo neste momento. Os judeus estavam sob um intenso jugo egípcio, com sofrimentos inimagináveis. Castigos físicos, humilhações diárias, bebês sendo atirados vivos no Rio Nilo ou sendo utilizados como tijolos nas construções. Então a Torá diz que houve uma troca de governante, como está escrito: “E eis que, durante estes muitos dias, morreu o rei do Egito, e suspiraram os Filhos de Israel por causa do trabalho. Então eles gritaram por causa do trabalho, e subiram seus prantos para D’us. E D’us escutou suas lamúrias...” (Shemot 2:23,24). A Torá nos revela, portanto, que este grito descrito na declaração dos Bikurim ocorreu justamente após a troca entre dois faraós. Por que?
Explica o Rabino Israel Meir HaCohen, mais conhecido como Chafetz Chaim, que na verdade existem dois tipos de reza: a Tefilá normal e a Tzaaká (grito). O versículo que contém a declaração dos Bikurim nos ensina que os judeus não apenas rezaram para D’us, e sim gritaram para Ele com todas as suas forças. Por que justamente depois da morte do Faraó? Pois os judeus acreditavam que todos os seus sofrimentos eram consequência da maldade do coração Faraó e tinham certeza de que as dificuldades acabariam após a sua morte. Mas o Faraó morreu e novo rei do Egito que assumiu se mostrou tão sanguinário e violento quanto seu antecessor, jogando um verdadeiro balde de água fria na cabeça dos judeus. Eles entenderam que não podiam se apoiar na salvação através de motivos “naturais”, e então gritaram para D’us, colocando toda a sua Emuná (fé) em Sua salvação.
Explica ainda o Chafetz Chaim que todas as nossas Tefilót são escutadas por D’us, mas muitas são respondidas depois de dias, meses ou até mesmo anos. Já as Tzaakót são respondidas imediatamente. Foi por isso que os judeus, no momento em que gritaram para D’us, foram escutados. E é por isso que, diante de dificuldades e sofrimentos, devemos direcionar nossos corações diretamente para D’us e gritar por Sua ajuda, sem esperar a salvação de nenhum outro lugar.
O Chafetz Chaim nos ensina outras “dicas” espirituais para que as nossas Tefilót sejam aceitas e respondidas rapidamente por D’us. Por exemplo, sempre que queremos pedir algo para nós mesmos ou para outros, não devemos pedir para uma pessoa de forma isolada e sim incluir o pedido dentre todos os necessitados do povo judeu. Por exemplo, sempre que rezamos pela cura de alguém devemos mencionar “Que D’us mande a cura para esta pessoa dentre todos os doentes do povo judeu”. Também quando consolamos um enlutado dizemos “Que D’us possa trazer consolo para você junto com todos os enlutados de Tzion e Yerushalaim”. Por que? Pois os méritos do povo são maiores do que o mérito individual de cada um. Além disso, ao vencermos o nosso egoísmo e nos preocuparmos com as outras pessoas necessitadas do povo, despertamos a misericórdia de D’us.
Outra “dica” é sempre fazer pedidos depois de ter cumprido uma Mitzvá. É muito comum que as mulheres façam pedidos pelos filhos logo após o acendimento das velas de Shabat. Além disso, logo depois do Birkat Hamazon (reza que fazemos após comer pão) costumamos rezar um trecho chamado “Harachamam”, no qual pedimos Brachá para nossa casa e para nossa família. Nossos sábios tiveram o cuidado de inserir esta Brachá apenas depois de cumprimos a Mitzvá de rezar o Birkat Hamazon, para que nossos pedidos tenham mais efeito.
Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico, está se aproximando. Completamente diferente do “Reveillon”, Rosh Hashaná é um dia de introspecção, no qual nos questionamos sobre nossa conexão com D’us e nossa conduta em relação ao cumprimento das Mitzvót, e fazemos planos para o próximo ano. Em Rosh Hashaná tudo é decidido. Quem vai viver e quem vai deixar este mundo. Quem terá saúde e quem ficará doente. Quem terá tranqüilidade e quem terá problemas. Quem terá um bom sustento e quem terá dificuldades. Quem será honrado e quem será envergonhado. Toda a humanidade passa diante de D’us, como um rebanho de ovelhas, e todos os nossos atos são julgados. Como fazer para meritar e sair vitorioso neste julgamento? Ensinam os nossos sábios: “3 coisas podem mudar um mau decreto: Teshuvá (arrependimento sincero pelos nossos erros e o comprometimento de não voltar a errar), Tefilá e Tzedaká (caridade)”. É nossa vida e a vida de nossas famílias que está em jogo em Rosh Hashaná e, portanto, devemos gritar para D’us e pedir para que Ele nos mande um ano bom, cheio de Brachót.
Mais uma vez o anti-semitismo aflora pelo mundo. Invasões e ataques nos consulados de Israel em diversos países árabes. A mídia novamente atacando Israel de forma vergonhosa. Nas “cartas do leitor” dos jornais, uma enxurrada de comentários anti-semitas de pessoas que não tem nenhuma vergonha ou medo de expressar seu ódio pelo povo judeu. E o que nós fazemos? Esperamos o apoio dos EUA, nosso maior aliado político. Mas certamente não é de lá que vem a salvação. A situação geopolítica muda de maneira muito rápida. Aliados viram as costas em pouco tempo. Não temos que nos apoiar em pessoas ou governos aliados. Temos que nos apoiar em D’us, gritar para que Ele nos salve e nos dê tranqüilidade. Para que terminem as desgraças que vêm assolando o mundo. Para que não escutemos mais notícias de mortes precoces e doenças. É Nele que devemos confiar, e para Ele devemos voltar nossos olhos. Pois somente quando fizermos a nossa Tzaaká, direcionando toda a nossa força e a nossa Emuná para D’us, é que veremos nossos pedidos sendo imediatamente escutados.
“Sheticatev Vetechatem Bessefer Chaim Tovim” (Que sejamos inscritos e selados no Livro da Vida).
SHABAT SHALOM
R’ Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Dt. 26:1-29:9, Is. 60:1-22, Lc. 21:1-4

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Votação do novo Código Florestal é adiada por mais uma semana

Canal do Produtor
Assessoria de Comunicação CNA

Um novo pedido de vista coletiva adiou por mais uma semana a votação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/11, que trata da atualização do Código Florestal, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal. A decisão foi tomada pelo presidente do colegiado, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), após o relator da matéria, senador Luiz Henrique (PMDB-SC) anunciar algumas alterações no texto. Desta forma, a proposta voltará a ser discutida na próxima reunião da CCJ, no dia 21 deste mês.
O pedido de vista foi feito em cima das alterações feitas pelo relator. Uma delas, na alínea d do inciso XVI do artigo 3º, que trata dos itens definidos como situações de utilidade pública, prevê que apenas o chefe do Poder Executivo Federal terá a responsabilidade de definir outras atividades ou empreendimentos além dos que já estão definidos no texto. Na versão lida há duas semanas, essa responsabilidade também estava atribuída aos governadores. Outra mudança anunciada está no parágrafo 5º do artigo 33. O dispositivo, com nova redação, prevê a regularização das áreas ocupadas com atividades agrossilvopastoris nos termos do projeto de lei, depois de cumpridas as obrigações previstas no Programa de Regularização Ambiental ou nos Termos de Ajustamentos de Conduta (TAC).
Antes de o relator anunciar as mudanças, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) havia pedido vistas ao relatório, afirmando que o pedido seria feito em cima das alterações que já haviam sido comunicadas aos senadores. No entanto, o presidente da CCJ, recorreu ao regimento interno do Senado e disse que o pedido poderia ser concedido apenas após a leitura das alterações pelo relator, o que acabou acontecendo e gerando pedido de vista coletiva. Ao falar das revisões de redação, Luiz Henrique reforçou a necessidade de se ter um texto durável e exeqüível, evitando que a matéria “não transborde aos tribunais”. Defendeu, também, que o novo Código Florestal permita o desenvolvimento do país, a produção de alimentos e de biocombustíveis.
O relator manteve pontos considerados positivos pelo setor agropecuário, rebatendo as afirmações de que a nova versão do Código Florestal daria margem para novos desmatamentos. Um deles é o artigo 8º, que prevê que a supressão ou intervenção de vegetação nativa em Áreas de Preservação Permanente (APP`s) poderia ocorrer apenas em casos de utilidade pública, interesse social e baixo impacto ambiental. Estes três conceitos já haviam inseridos no PLC, definindo 20 itens relacionados aos três conceitos. O relator também reafirmou no texto a consolidação das áreas de produção em APPs abertas até 22 de julho de 2008, garantindo a continuidade das atividades agrossilvopastoris, ecoturismo e turismo rural, além dos conceitos de APP e reserva legal.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O QUE TANTO IRRITA ESTA GENTE? POBRE COMENDO ARROZ E FEIJÃO? OU: AS MENTIRAS ESCANDALOSAS SOBRE O CÓDIGO FLORESTAL! NÃO SE DEIXE ENGANAR! COBRE A VERDADE DA IMPRENSA!

Por definição, a verdade não tem duas caras; a verdade não é como a “lei de Gleisi” (Hoffmann): não tem uma “alternativa”. Quando se oferece a oportunidade de alguém expor o “outro lado”, não duvidem: ou ele conta a verdade e, pois, “o lado” está mentindo no essencial, ou ele mente. O que pode variar, de forma legítima, fora dos critérios da verdade e da mentira, é a leitura valorativa que se tem sobre um fato. Mas uma coisa é certa: ou ele aconteceu ou não aconteceu. A imprensa — sim, eu a critico porque a quero livre; o PT a critica porque a quer sob cabresto — lida mal com isso. Depois que se inventou esse negócio de “lado” e “outro lado”, parece bastar aos jornalistas e aos veículos enumerar opiniões e afirmações desse e daquele, as também opiniões e afirmações do grupo contrário, e a missão está cumprida. Mas e a verdade? Ah, a verdade… Todos se tornam relativistas: cada um tem a sua… Imaginem se as ciências exatas lidassem com essa larguezas de espírito. Os viadutos cairiam sobre as nossas cabeças, seríamos soterrados pelos túneis, os prédios viriam abaixo… Por que isso?
As comissões de Meio Ambiente, de Agricultura, de Ciência e Tecnologia e de Constituição e Justiça do Senado ouviram hoje, em sessão conjunta, alguns juristas sobre o novo Código Florestal. A base da discussão ainda é o excelente relatório do deputado Aldo Rebelo (PC do B), aprovado na Câmara, que é bombardeado pelas ONGs e pelas “marinas” estrangeiras. O mais espetacular, o mais formidável, o mais estupefaciente é que supostos especialistas — ainda que em leis, mas não em meio ambiente, florestas ou o que seja — falem a comissões do Senado e atribuam ao texto o que o texto não diz ou simplesmente ignorem o seu conteúdo, substituindo o fato pelo simples opinionismo.
Notem bem: eu acho que as pessoas têm todo o direito de odiar o agronegócio, os ditos “ruralistas”, a comida barata na mesa dos brasileiros. O ódio é livre. Eu, por exemplo, odeio o Bolero, de Ravel. Até reconheço as qualidades técnicas, mas aquilo me põe nervoso. Ponto! Fico à beira de um ataque de fúria. Deve ser o que sentem algumas pessoas quando vêem um pobre atrás de um prato de arroz e feijão, por exemplo. Ou quando pensam na balança comercial brasileira, cujo superávit é gerado por esses “ruralistas canalhas”, que só pensam na produção, né? Onde já viu? E o Anhangá? E o Curupira? E a Cuca?
Eu não quero que vocês acreditem em mim; quero que vocês acreditem no que vocês lêem. A íntegra da proposta de Aldo Rebelo está aqui (http://www.noticiasagricolas.com.br/dbarquivos/final.pdf ) . O Artigo 8º foi substituído pela Emenda 64, que está aqui (http://www.noticiasagricolas.com.br/dbarquivos/emenda-164-1.pdf ). Diretores de Redação de jornais, revistas, TVs, sites etc deveriam obrigar — sim, a palavra é essa — os editores e repórteres a ler esses textos. Ao escrever a respeito, eles precisam estar à mão. Para que se pare de dar curso à mentira, à vigarice, à picaretagem. Reitero: diretores, editores e repórteres, a exemplo de alguns “juristas” e ongueiros, podem odiar à vontade o prato de comida. Mas não têm o direito de enganar leitores, telespectadores, internautas.
Abaixo, reproduzo, em vermelho, a reportagem do Portal G1, com informações do Valor Online, sobre a tal audiência. É o que consegue ser um pouquinho mais preciso entre todos os que reportaram os fatos. E vocês verão como estamos no mundo da informação como barbárie da inteligência. Comento em azul.

Juristas manifestaram nesta terça-feira (13) preocupação com relação às questões constitucionais e de legalidade do texto do novo Código Florestal, que está em discussão no Senado. Foi realizada audiência conjunta das comissões de Meio Ambiente, de Agricultura, de Ciência e Tecnologia e de Constituição e Justiça e participaram representantes do Ministério Público, do Superior Tribunal de Justiça e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim.
“O projeto de lei do Código Florestal introduz um conceito de anistia, sem usar esse nome”, afirmou o especialista em direito ambiental da Universidade de Limonge, na França, professor Paulo Afonso Leme Machado.
Com o devido respeito, o professor Paulo Afonso Leme Machado está derrubando a verdade a machadadas. É mentira! Seja lá o que ele queira dizer com essa linguagem rebarbativa (”introduzir conceitos”), a verdade é que não há anistia nenhuma! Eu posso provar que ele recorre à mentira, mas ele não pode provar que quem mente sou eu. E só há uma verdade, não é questão de gosto. O texto está aí para a consulta de vocês. Os artigos 33, 34 e 35 tratam da regularização das propriedades e estabelecem as condições para o não-pagamento das multas: as compensações ambientais.
Quem não se adequar às exigências terá de pagar. Anistia é perdão, é não-punição. Paulo Afonso pode ser muito sabido, mas não consegue mudar o sentido das palavras. Anistia, aí sim, é o que há hoje. Sem a aprovação do novo código, as multas estão suspensas, sem que se exija compensação nenhuma.
Agora indago ao jornalismo, aos senhores diretores de redação, editores e repórteres de jornais, rádios, TVs, sites, revistas, portais: custa dizer a verdade? Custa informar o que está no texto? Nada os impede de informar: “Isso não é anistia; o professor Paulo Afonso Leme Machado não está sendo exato, mas nós estamos com ele porque odiamos ver aquela pobrada escondida atrás de um prato de arroz e feijão”. É uma coisa feia isso, sem dúvida, mas é uma opinião legítima, entendem? Sigamos.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin, discorda. “Anistia não é utilizada no texto porque não se quer anistia, mas isso precisa ficar claro no texto legal”, disse. Para ele, a reforma do código florestal não visa um mecanismo para estimular ou ampliar o desmatamento de florestas no Brasil. “Não vejo ninguém discordar a respeito dessa proposição”, afirmou.
Leram direito? Diz o texto do G1, com base em informações do Valor Online, o melhor jornal de esquerda do país, que o Herman Benjamin discorda — ele nega que seja anistia. ERRADO! Não é que ele discorde. Ele diz a verdade! Lá vou eu com Musil: a coitadinha veste apenas uma roupa de cada vez. Se o tal Leme, de Limonge, está certo, Benjamin está errado; se o contrário, então o contrário. Não é uma mera divergência de gosto, como preferir azul ou verde. Enquanto escrevo, é terça-feira no Brasil. É um dado da realidade. Os artigos do Código que tratam das condições para a não-aplicação da multa são matéria de fato. Eu vou insistir. Todos esses profissionais de imprensa têm o direito constitucional de escrever coisas assim: “Leme, de Limonge, não diz a verdade sobre o texto; Benjamin sim, mas nós achamos a mentira mais virtuosa do que a verdade porque só ela protege o Anhangá, a Curupira a Cuca e a Santa da Floresta.” Aí tudo bem! Vamos seguir?
“Se não foi o objetivo o desmatamento, ele vai sim acontecer porque vai diminuir a área de proteção”, disse a promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) Cristina Godoy de Araújo Freitas. Cristina cita como exemplo, a redução da área de manutenção das matas ciliares no entorno dos rios com até 5 metros de largura, passando de 30 metros para 15 metros e permitindo que os estados e o Distrito Federal reduzam ou aumente em 50% as faixas a serem preservadas. “O projeto de alteração do código florestal regulariza intervenções que eram ilegais, transformando os passivos ambientais em lei”, opinou.
Não! Essa é a opinião que frauda os fatos de modo mais sofisticado. Como, no parágrafo seguinte, a questão da participação dos estados volta, vou me ater ao falso aumento do desmatamento. Vá estudar o texto, moça! Aproveite que eu publico o link aí acima. Como poderia aumentar o desmatamento uma proposta que prevê a recuperação de áreas hoje desmatadas? Se não for má fé, darei de barato que não seja, a senhora lida mal com a geometria — nem que seja a geometria do desejo. Eu exemplifico. Se a senhora mora numa casa de 200 metros quadrados, sonha com uma de 400, mas só consegue construir uma de 350, a senhora não perdeu 50, entendeu?, mas ganhou 150. Em relação AO QUE SE TEM HOJE, o texto aumenta, e muito!, a área “matada”; só se poderia acusar desmatamento levando-se em consideração o DESEJO: pôr na ilegalidade milhares de produtores rurais, que teriam de abrir mão de culturas mais do que centenárias, para ver crescer o mato no lugar.
Na questão dos rios, a promotora exagera e comete uma falta feia! Sabem por quê? Porque ela ignora o texto — ou porque não o leu ou porque aposta que os outros não o leram. O artigo que trata da questão é o 4º, que segue. Prestem atenção ao item b. Leiam com atenção:
Considera-se área de preservação permanente, em zonas rurais ou urbanas, para só efeito dessa lei
I - As faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda do leito menor, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) metros de largura (observado o disposto no Artigo 35);
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros.
Vocês viram ali, no item b, que ele remete ao Artigo 35. E é disso que trata a procuradora. Pois bem. Então vamos ver o que diz o Artigo 35:
No caso de áreas rurais consolidadas, localizadas em áreas de preservação permanente, nas margens de cursos d’água de até 10 metros de largura, será admitida a manutenção das atividades agrosilvopastoris, desde que:
- seja recuperada uma faixa de 15 m contados da calha do leito regular do rio;
- sejam observados critérios técnicos de conservação do solo e água

Entenderam? Vai em caixa alta: O TEXTO FALA DE ÁREAS RURAIS CONSOLIDADAS, ONDE JÁ NÃO EXISTE COBERTURA VEGETAL NATIVA, SANTO DEUS! Como pode uma procuradora, que tem autoridade pública, afirmar que isso concorreria para aumentar o desmatamento? Caso se retirem as pessoas que ocupam hoje essas áreas CONSOLIDADAS, isso implica a retirada de milhares de pequenos proprietários de suas terras. O estado de Santa Catarina, por exemplo, depois de devastado pelo rio Itajaí, seria destruído pelos companheiros ambientalistas da promotora. O mesmo aconteceria com os pequenos agricultores do Rio Grande do Sul. Agora vamos tratar da outra questão levantada pela promotora, que recebeu um certo endosso de Nelson Jobim.
De acordo com o texto, os estados e o Distrito Federal podem criar regras suplementares, se elas estiverem de acordo com a norma geral criadas pela União. Jobim criticou o termo “norma geral” porque abriria espaço para que os estados legislassem amplamente sobre questões ambientais. “Estas regras não podem induzir concorrências predatórias entre os Estados”, disse Jobim. Para ele, os limites seriam diversos, o que poderia estabelecer até uma concorrência econômica. Jobim aconselhou que os parlamentares redijam regras gerais consistentes. “Produzam um texto com segurança jurídica. Não utilizem formas de delegação de poderes de forma indireta através de expressões equivocas e ambíguas. Quando o legislador usa da ambigüidade, transfere o poder legislativo ao judiciário”, advertiu.
Ok, Jobim está pedindo cuidado, mas sua fala, em tendo sido essa, dá curso à fantasia de que os estados poderiam criar a sua própria legislação ambiental. É mentira! Publico lá no alto a íntegra da emenda 64, que trata do assunto. Não poderiam, não! Qualquer adaptação local da norma geral tem de ser feita em parceria com o governo federal, cotando com a sua aprovação, ou seria ilegal. Aliás, isso corresponde a comprometer o estado com a vigilância, ou se espera que um burocrata de Brasília vá arbitrar questões do Oiapoque ao Chuí. Agora, se querem saber mesmo o que é bobagem, leiam o que segue.
Na opinião do subprocurador-geral da República Mário José Gisi, a norma prevista no projeto de reforma do Código Florestal que regulariza atividades agropecuárias em áreas de preservação permanente (APPs) “é um a afronta à sociedade brasileira”. Para ele, a consolidação das áreas ocupadas até 2008 aumentará o desmatamento no país. “O Brasil assumiu compromisso de não haver retrocesso”, disse lembrando compromissos internacionais assinados pelo Brasil.
De saída, não há raciocínio possível que demonstre o aumento do desmatamento. Afronta à “sociedade brasileira”??? Quem é a sociedade brasileira? Os milhares de pequenos agricultores que o doutor quer tirar de suas terras não são “sociedade brasileira”? Lamento! O TEXTO DE ALDO AFRONTA JUSTAMENTE A SOCIEDADE NÃO-BRASILEIRA. Não há retrocesso nenhum! Se aprovado, o Código Florestal brasileiro será o mais preservacionista do mundo. Enquanto a Europa — lá de onde vem o Leme, de Limonge — já escalpelou seu território, o Brasil estará preservando 70% do seu. Sabem quem está com o doutor Gisi? Aquela ONG americana que preparou um estudo intitulado Farms Here, Forests There (https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B-o3mZFR7nIWMjI2ZDhmZTMtNDJhNS00ZTQ2LWFiMTYtMmYyZjM4NDNlNmFj&hl=en_US&pli=1 ) . São americanos defendendo que eles desenvolvam a agricultura, enquanto brasileiro cuida de mato. Se der, a gente também fica pulando de galho em galho, dando cambalhotas e fazendo micagens…
Gisi, aliás, aproveitou o ensejo para atacar o uso de agrotóxicos na agricultura. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) respondeu que, com salário de R$ 30 mil, ele podia comprar produtos orgânicos. O senador Pedro Taques (PDT-MT), que costuma ter uma boa atuação, se abespinhou e mandou mal desta vez. Criticou sua colega e sugeriu que ela falava ali em nome da CNA, de que é presidente. Kátia não deixou barato e respondeu que corporativista era ele, já que sua origem é o Ministério Público, a exemplo de Gisi. Taques precisa resistir à tentação de censurar seus colegas. Seu companheiro de MP é grandinho o bastante para fazer as suas diatribes e para ouvir a divergência. Infelizmente, ficou parecendo reação corporativista mesmo. Um mau passo de quem vem sendo, até agora, um bom senador.
Encerro
As críticas ao Código Florestal são mentirosas! Os textos de referência estão sendo ignorados. A imprensa, com as exceções costumeiras, sonega informações dos leitores. Deixa prosperar a maior de todas as mentiras: aquela que assegura que haverá aumento do desmatamento. Não haverá. Não é questão de gosto. É questão de fato. Não é questão de “lado” e “outro lado”. Há o que está no texto. Os críticos da proposta de Aldo preferem criticar o que não está.É INÚTIL ME OFENDER. PROVEM QUE ESTOU ERRADO COMO PROVO QUE ERRADOS ESTÃO OS QUE DISCORDAM DE MIM!

É UMA QUESTÃO DE HONESTIDADE INTELECTUAL.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Custos de produção ameaçam agronegócio

Correio do Povo

Da Redação

Preço alto de energia, insumos e mão de obra é entrave à agropecuária

Alta carga tributária e gastos cada vez maiores com energia, logística, mão de obra e insumos são alguns dos sintomas de uma nova "praga" que tem afetado a produção agropecuária brasileira. Segundo o economista José Roberto Mendonça de Barros, "a doença dos custos altos, que é comum no setor industrial, está chegando ao agronegócio". Durante palestra no Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima, semana passada, em São Paulo, Mendonça de Barros ressaltou que esses são problemas que devem ser atacados, mas que não serão resolvidos no curto prazo. A alta das commodities no cenário internacional ameniza a situação, que, no entanto, poderia piorar diante de uma quebra de produtividade por causa do clima. Conforme o economista, produtores que fornecem para o mercado interno se veem em situação menos confortável. "Os produtores de arroz e suínos, por exemplo, estão tomando prejuízo."
O consultor Carlos Cogo acrescenta como outros agravantes o déficit de armazenagem no país e a elevação nos preços dos fertilizantes - cerca de 20% no último ano. "Hoje, o produtor colhe e é obrigado a vender em seguida porque o Brasil não tem armazenagem para uma safra toda." O cenário atual, segundo ele, é resultado do aquecimento da economia. "Quem acaba pagando esse custo é o produtor." Com um Porto à disposição, o Rio Grande do Sul está em vantagem frente a outros estados brasileiros. O maior problema enfrentado pelos gaúchos, na opinião do economista, é a baixa produtividade e a falta de investimentos em irrigação no Estado. "Tivemos sequencia de quebras de safra, mas as medidas anunciadas a cada novo governo são frágeis", avalia. O consultor também sugere incentivo ao escoamento por meio de ferrovias e hidrovias.

domingo, 11 de setembro de 2011

O VALOR DA NOSSA HERANÇA – PARASHÁ KI TETSE

"Sam havia perdido muito dinheiro com a queda das bolsas e estava traumatizado com a idéia de novos investimentos. Certo dia seu amigo Bill, dono de uma empresa de investimentos, ligou para ele e disse:
- Meu querido amigo Sam, eu tenho informações privilegiadas sobre um excelente investimento. É garantido que o investimento dobrará de hoje para amanhã. Queria te dar esta oportunidade, para te ajudar a recuperar seu dinheiro perdido. Invista comigo R$ 10.000 e vamos dobrar este valor.
Mas Sam não queria escutar de investimentos. Ele lembrava o que havia acontecido quando seguiu as "informações privilegiadas" de outros investidores. Agradeceu a oferta mas preferiu não investir nada.
Uma semana depois, Sam recebeu um telefonema de Bill, contando que havia investido os R$ 10.000 e o investimento havia dobrado. Bill avisou que tinha informações de que o investimento continuaria dobrando, e novamente convidou Sam a se juntar a ele nesta empreitada. Mas novamente Sam não aceitou.
Mais uma semana se passou e Bill ligou novamente, informando que os R$ 10.000 haviam sido reinvestidos e agora ele já acumulava R$ 40.000. Pela terceira vez ele convidou Sam a investir junto com ele, garantindo que o investimento novamente dobraria, mas Sam teve medo de arriscar.
Alguns meses se passaram e um dia o telefone de Sam tocou. Era Bill:
- Eu quero lhe dizer uma coisa. Você se lembra de quando, meses atrás, eu te convidei a investir comigo R$ 10.000? Bem, hoje meu dinheiro rendeu e eu tenho mais de 1 milhão. Mas eu não esqueci de você. No meu investimento inicial eu separei R$ 10.000 do meu dinheiro e investi em seu nome. Agora você tem mais de um milhão te esperando no banco. Nós somos bons amigos e eu me importo muito com você, Sam"
Alguém faria por nós um negócio como este? Sim, este 'investimento" existe e já foi feito por nós durante a história do povo judeu. Desde Moshé até Maimônides, do Templo Sagrado à Israel dos nossos dias, os nossos antepassados lutaram e se sacrificaram para construir e nos deixar um legado judaico. Um legado de sabedoria, de idealismo, de educação e de valores. Nossos antepassados construíram uma fortuna que está apenas esperando por nós. Por 3.000 anos o povo judeu tem guardado um grande tesouro acumulado. Somos os descendentes e esta é a nossa herança milionária, que temos agora a oportunidade de receber em nossas mãos e passá-las para os nossos filhos e descendentes.
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Por mais de 3.000 anos o povo judeu sobreviveu a vários tipos de ataques e tentativas de extermínio. Dos egípcios aos gregos, dos romanos aos nazistas, muitos foram os que se levantaram contra nós e não tiveram sucesso em nos exterminar. Mas infelizmente há um inimigo que o povo judeu não está conseguindo vencer: a assimilação. Muitos judeus têm abandonado o judaísmo sem nem mesmo saber o que estão deixando para trás. Mais de 3.000 anos de sabedoria, conhecimento e valores, que nos foram entregues diretamente pelo Criador do mundo e transmitidos de geração em geração. Mas afinal, o que há de tão especial no judaísmo, pelo qual nossos antepassados muitas vezes deram a vida para nos manter este legado?
No mundo há milhares de religiões, que prometem para seus fiéis a Vida Eterna. Mas quantas religiões ensinam as pessoas a serem pessoas melhores neste mundo, a respeitarem mais os outros, a serem retos em todos os atos do cotidiano? Em muitas religiões, para receber a Vida Eterna basta acreditar em um salvador, não é necessário mudar nenhum ato nem se esforçar. O judaísmo nos ensina que o único caminho para chegar à Vida Eterna é através do nosso esforço para cada dia se elevar um pouco mais espiritualmente, e as melhorias devem ser tanto em relação à D'us quanto em relação aos nossos semelhantes. Mesmo nas atividades cotidianas mais simples há sempre como crescer e melhorar.
Um exemplo da contribuição que a Torá dá ao mundo está na Parashá desta semana, Ki Tetse. A Parashá nos ensina muitas Mitzvót "Bein Adam Lehaveiró" (entre o homem e seu semelhante), e entre elas está a Mitzvá de "Hashavat Aveidá" (devolver ao dono um objeto perdido). Não apenas a Torá nos obriga a devolver um objeto que encontramos, mas somos proibidos de ver um objeto perdido e fingir que não o vimos para nos isentar da obrigação e do trabalho de devolver o objeto ao dono. Porém, se refletirmos um pouco, será que esta não é uma Mitzvá lógica, que cumpriríamos mesmo se a Torá não nos tivesse ensinado?
Apesar de parecer algo simples, esta é uma Mitzvá muito difícil de ser cumprida, e é um grande teste de honestidade e sensibilidade. Quando encontramos um objeto perdido na rua, principalmente se for algo de valor elevado, é muito tentador ficar com o objeto, mesmo sabendo que é de outra pessoa. Afinal, ninguém está olhando e ninguém vai ficar sabendo mesmo. Além disso, já que não sabemos quem perdeu o objeto, a vítima torna-se alguém "sem rosto", ficando mais fácil racionalizar o roubo e enganar o nosso lado racional. D'us nos comandou esta Mitzvá para que possamos trabalhar a nossa honestidade mesmo quando ninguém está olhando. Fora isso, a Mitzvá de "Ashavat Aveidá" também nos ajuda a ter mais sensibilidade, a sentir um pouco a dor dos outros, a quebrar o nosso egoísmo.
E a grande novidade é que, apesar de ser algo lógico, se D'us não nos tivesse comandado a devolver um objeto encontrado, provavelmente não o faríamos. Temos uma prova disso ao comparar os valores ensinados pelo judaísmo com os "modernos" valores da nossa sociedade. Por exemplo, segundo nossos valores ocidentais, "achado não é roubado". Quem definiu isso? Quem escolhe o que é roubo e o que não é? Os valores da nossa sociedade variam de acordo com as nossas necessidades e conveniências. Fixamos as regras de acordo com nossos interesses momentâneos. Será que isso é fazer o que é correto? Será que as consequências são positivas? Na nossa sociedade o mais importante são os direitos. Porém, o que acontece quando todos têm apenas direitos? O meu direito invade o direito do meu vizinho, o direito do vizinho invade o meu direito, e no final das contas se forma uma sociedade sem harmonia.
Um dos maiores legados do judaísmo para o mundo é que nós não temos direitos, nós temos deveres, que são as Mitzvót. Quando cada um se preocupa com os seus deveres, no final das contas os direitos de todos estão garantidos. É o que ocorre, por exemplo, no trânsito. Se todos tivessem somente direitos, um iria passar por cima do outro. Mas a partir do momento que os motoristas seguem regras e deveres, os direitos de todos ficam garantidos. A conseqüência é uma sociedade muito mais harmoniosa. Em muitos lugares de Israel é possível ver nas ruas bilhetes colados nos muros e nos pontos de ônibus, anunciando que alguém encontrou um objeto perdido e está procurando o dono para devolvê-lo. Algumas pessoas chegam ao ponto de gastar dinheiro colocando anúncios pagos em jornais e revistas para encontrar o dono de um objeto perdido. Esse é o verdadeiro caminho para o crescimento espiritual.
Ser uma boa pessoa não é algo que cai do céu. Demanda estudo, esforço e dedicação. Ser uma boa pessoa não é apenas dizer "eu não faço mal a ninguém". Os judeus não estão apenas obrigados a não fazer mal a ninguém, estamos obrigados a ativamente fazer o bem, temos que receber sobre nós a responsabilidade de melhorar o mundo. Se nos focarmos nos nossos direitos, estaremos contribuindo para o caos e a desunião que existem atualmente. Mas se nosso foco for os nossos deveres, estaremos dando nossa preciosa contribuição para fazer deste mundo um lugar melhor para se viver.
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/search/label/Parash%C3%A1%20Ki%20Tetze

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

FRIO ESPIRITUAL - PARASHÁ KI TETSE 5771 (09 de setembro de 2011)

Em uma madrugada, o Rabino Israel Salanter passou pela casa do sapateiro da cidade e percebeu que ainda havia uma luz acesa. O sapateiro estava sentado, concentrado, fazendo o seu trabalho sob a luz oscilante de uma vela que estava prestes a se extinguir.
- Por que você ainda está trabalhando? - perguntou o Rabino Israel Salanter- Está muito tarde! E, além disso, a sua vela em breve se extinguirá e você não poderá terminar o que você está fazendo.
- Isto não é problema - respondeu o sapateiro, com simplicidade - Todo o tempo que a vela estiver acesa, ainda é possível trabalhar e consertar.
O Rabino Israel se impressionou profundamente com estas palavras, e utilizou-as para seu trabalho espiritual. Se a pessoa deve trabalhar pelas suas necessidades físicas todo o tempo que a vela estiver acesa, muito mais a pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento espiritual todo o tempo em que a alma, a "vela de D'us", ainda estiver brilhando dentro dela.
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No final da Parashá desta semana, Ki Tetse, a Torá nos comanda a nunca esquecer todo o mal que o povo de Amalek nos fez. Os traços negativos de Amalek são tão fortes que a Torá nos comanda inclusive a apagar qualquer memória deste povo no mundo. Eles nos atacaram pelas costas na saída do Egito, de uma maneira covarde, como está escrito: "Lembre o que Amalek te fez em teu caminho de saída do Egito. Quando eles te encontraram no caminho, e eles atacaram aqueles que se retardavam, todos os que estavam fracos atrás, quando você estava cansado e exausto, e eles não temeram a D'us" (Devarim 25:17,18).
Mas o versículo aparentemente não explica o que Amalek fez de tão grave que precisa ser apagado. Muitos foram os povos que nos perseguiram e nos atacaram de maneira covarde durante nossa história. Por exemplo, os egípcios nos maltrataram, atiraram nossos bebês no rio Nilo, nos escravizaram, e mesmo assim a Torá não nos comanda a apagar sua lembrança do mundo. O que torna o ataque de Amalek tão grave? E qual a essência deste povo que, segundo a Torá, é tão negativo que precisa ser apagado completamente para que o mundo possa chegar ao seu objetivo?
Explica o Rav Chaim Shmulevitz que Amalek não é apenas mais um povo contra o qual o povo judeu lutou. Na realidade, todo o mal do mundo e o lado sombrio do ser humano estão enraizados em Amalek. E a essência do mal se encontra justamente no versículo do ataque de Amalek, mais precisamente nas palavras "te encontraram no caminho". A linguagem utilizada na Torá para "encontraram", "Karechá", vem da linguagem "Kar", que significa "frio'. A essência de Amalek é esfriar o ser humano. O que isto significa?
Para entender, antes precisamos observar as particularidades da luta do povo judeu contra Amalek. Diferente de todas as outras guerras descritas na Torá, na qual os povos lutaram contra o povo judeu para defender seus territórios, Amalek nunca foi ameaçado. Eles viajaram centenas de quilômetros no deserto apenas para nos atacar, com um ódio gratuito. Rashi, famoso comentarista da Torá, explica o motivo verdadeiro do ataque com uma parábola. Imagine que há uma banheira com água fervendo, com uma temperatura tão alta que ninguém se atreve a entrar nela. Vem então um estúpido e, apesar de saber que vai se queimar, se atira na banheira com o único intuito de esfriar a água e permitir que outras pessoas entrem nela.
Quando o povo judeu foi retirado por D'us do Egito, com milagres abertos que esmagaram o até então invencível exército egípcio, todos os povos do mundo temeram. Ninguém ficou apático diante daquela fenomenal demonstração de força, onde as leis da natureza foram quebradas. A única exceção foi Amalek. Não apenas eles não temeram a D'us, mas também saíram para guerrear contra o povo judeu. Eles não tinham visto os milagres? Eles não sabiam que seriam facilmente derrotados? Então por que assim mesmo atacaram?
O ser humano se diferencia de todo o resto da criação, pois é a única criatura em todo o universo que tem a possibilidade de mudar e melhorar as condições espirituais nas quais foi criado. Mesmo os anjos não têm esta característica, pois apesar de terem sido criados em um elevado nível espiritual, eles não pode mais crescer e melhorar em nada. Qual é a maneira de conseguir este crescimento? Prestando atenção, refletindo. Quando a pessoa reflete e presta atenção nas coisas que ocorrem à sua volta, ele pode se elevar espiritualmente a cada instante.
Mas se o ser humano tem este potencial de crescimento, por que não vemos todas as pessoas crescendo espiritualmente? Pois lutamos constantemente contra a apatia e a acomodação, dois terríveis obstáculos para o nosso crescimento. Pessoas apáticas não despertam e não aprendem a tomar decisões corretas nas questões mais importantes da vida. E esta é a essência espiritual de Amalek, que pode ser encontrada em todos os seres humanos: a apatia e a falta de reflexão, mesmo diante das maiores revelações de D'us. Amalek também escutou os milagres de D'us, mas por sua apatia não despertou. Além disso, eles quiseram também contaminar os outros povos com este sentimento. Por isso viajaram centenas de quilômetros para nos atacar, apenas para esfriar o fogo do povo judeu, o fogo da reflexão e do despertar, que estava começando a se espalhar por todos os povos.
A luta contra Amalek é uma batalha para todas as gerações. Infelizmente nos nossos dias sentimos mais do que nunca a terrível influência espiritual negativa da apatia. Acordamos, trabalhamos, comemos, dormimos. Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta. Vivemos para o próximo final de semana, para as próximas férias, para a nossa aposentadoria. E como vivemos o nosso cotidiano, os detalhes do nosso dia a dia? Como reagimos aos acontecimentos no mundo? Assistimos aos Tsunamis, terremotos, vulcões e tragédias sentados na poltrona, diante da televisão, como se estivéssemos assistindo a um filme de ficção científica, como se tudo aquilo não estivesse realmente acontecendo. Não paramos para refletir, para tentar entender a mensagem que está por trás de tudo o que ocorre. As forças da natureza são apenas uma capa que oculta a mão de D'us. Precisamos aprender a escutar as mensagens. E a única maneira é através da reflexão, prestar atenção às coisas que ocorrem no mundo e em nossas vidas. Nada é um acaso, nada segue regras naturais, pois tudo tem um motivo, qualquer manifestação física tem uma causa espiritual.
A grandeza do ser humano está no fato de podermos mudar nossas vidas em apenas um instante. Um momento de claridade pode mudar nossa eternidade. Como nos ensina um dos maiores líderes do nosso povo na época do Talmud, Rebi HaNassi: "Há aqueles que adquirem sua eternidade em um único instante". Amalek tentou nos esfriar, mas podemos reacender a chama a qualquer momento.
Estamos no mês de Elul, o último mês do ano, a reta final antes do nosso julgamento de Rosh Hashaná. Espiritualmente são dias propícios para tomar decisões, receber sobre si responsabilidade sobre nossos atos, fazer planos para o próximo ano. Estaremos em Rosh Hashaná pedindo a D'us mais um ano de vida, mas que planos mostraremos para Ele? Por que valerá a pena D'us investir em nós por mais um ano?
Nunca é tarde para começar. Enquanto a vela que temos dentro de nós estiver acesa, ainda há tempo. E cada vela que se reacende, ilumina e aquece um pouquinho mais o mundo inteiro, ajudando a acabar definitivamente com o frio espiritual de Amalek.
"Sheticatev Vetechatem Bessefer Chaim Tovim" (Que sejamos inscritos e selados no Livro da Vida).
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Dt. 21:10-25:19, Is. 54:1-10, I Co.5:1-5

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Message from Above

At one point during the Purim story, Mordechai decided to try and find out if he would be victorious in his struggle. He asked three children to tell him verses that they had learned that day. Such verses are said to have an inkling of prophesy and would indicate in which direction things were heading.
The first child said: “Be not afraid of sudden fear, nor of the ruin of the wicked, when it comes” (Mishlei 3,25). The second child said: “[Our enemies] take counsel together and it shall come to naught, for G-d is with us” (Yeshaya 8,25). The last child said: “Even in My old age I will carry you; even in My later years I will carry you, I have made and I will bear you, and I will carry and deliver you” (Yeshaya 46,4).
Mordechai understood that all three of these verses indicated that the Jewish people would be victorious and that their enemies would fall. Confident that these were Divine signs of his success, he continued his prayers and efforts. Eventually these prophecies were fulfilled, and the Jewish people prevailed in their struggle against Haman (Yalkut Shemoni Esther 1057).
Some halachic authorities mention the custom to say these three verses every day (Taz, end of Orach Chaim 132). In many siddurim they have been inserted after Aleinu. What is their connection to Aleinu?
Some commentators explain that Aleinu was established as part of our daily prayers to reiterate our belief in the One and Only G-d, since in the merit of this faith our prayers will be answered. Since this is the reward of such faith, Aleinu and these verses are said at the end of every tefilla (Seder Hayom p. 70).
Aleinu and these three verses are a final reminder before we leave the haven of the shul and go back to face our struggles, that the same message Mordechai heard so many years ago still applies to us today. No matter how bad things look, with Hashem’s help the Jewish people will ultimately prevail. As ever, Hashem is guiding the course of history with an Omniscient Hand, and He will ensure that our prayers are answered.
Aleinu sums up the message of our prayers and gives us hope that they will be answered quickly.

Tefilah: Waking Up Jewish, Copyright © 2011 by Rabbi Daniel Travis and Torah.org

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domingo, 4 de setembro de 2011

Falta tempo

Tem dias que precisavam ter 48 horas! Ou se eu fosse duas também ajudaria! Agricultora, dona de casa, artista, professora, estudante: tudo num só domingo, uau! Estou a mil e já são 9 horas da noite! E amanhã o dia começará cedo...

sábado, 3 de setembro de 2011

Perpetuando o parasitismo politico e espiritual

Julio Severo
O jornal O Estado de S. Paulo noticiou, num artigo de 30 de agosto, que o governo americano está interessado no Bolsa Família, um programa populista do governo brasileiro que provê dinheiro para milhões de brasileiros. Russlynn Ali, secretária-adjunta para Direitos Civis do Ministério da Educação dos EUA, disse que seu país está também interessado no Estatuto da Igualdade Racial no Brasil.
O que os EUA, ou mais especificamente Obama e seu partido, poderiam ganhar com o Bolsa Família? O Bolsa Família é uma estratégia política do Partido dos Trabalhadores, de Lula e Dilma Rousseff, que não oferece nenhuma solução real para o problema da pobreza, mas incentiva os pobres a verem um governo de Lula, Rousseff e outros de seus camaradas como um grande pai generoso. O Bolsa Família garante a perpetuação de seu parasitismo socialista no Estado brasileiro.
Agora, por que os EUA quereriam importar o Estatuto da Igualdade Racial? Não é uma política com raízes no Brasil. Aliás, tais políticas raciais (ou gays, ou feministas) foram em grande parte importadas dos EUA. Mas diferentemente dos EUA, onde enfrentaram oposição, as leis raciais no Brasil tiveram um desenvolvimento sem muita oposição, provocando uma proteção estonteante para a bruxaria negra sob a capa da cultura negra. Levá-la de volta aos EUA seria levar de volta um monstro que cresceu no Brasil, mas nasceu nos EUA. WND noticiou algumas das consequências dessa política americana que se desenvolveu no Brasil:
“No Rio, um pastor pentecostal levou um criminoso a Jesus e o convenceu a se entregar à polícia. O Pr. Isaías da Silva Andrade acompanhou o ex-criminoso à polícia e quando lhe perguntaram como a vida dele havia sido transformada, o pastor respondeu que o ex-criminoso vivia sob a influência de demônios das religiões afro-brasileiras que o inspiravam a se envolver com conduta criminosa, mas agora ele encontrara salvação em Jesus. Por causa desse relato inocente, o Pr. Isaías está agora sofrendo ações criminais por discriminação contra a ‘cultura’ afro-brasileira! Se condenado, ele cumprirá sentença de dois a cinco anos de prisão”.
O próprio Pr. Isaías é negro, mas as leis de igualdade racial protegem mais a “cultura” do que as pessoas. É uma forma invertida de nazismo.
A visita de Russlynn Ali também foi para assegurar um intercâmbio entre os negros americanos e brasileiros. A primeira grande iniciativa de intercâmbio foi iniciada por Condoleezza Rice, secretária de Estado dos EUA. Em 2008, sob a capa de “cultura”, ela visitou terreiros de bruxaria negra no Brasil, dizendo que os negros brasileiros haviam preservado o que os negros americanos haviam há muito tempo perdido. Um intercâmbio, ela disse, poderia ajudar os negros americanos a recuperar suas raízes.
Rice é filha de um pastor presbiteriano que quer que os negros voltem às suas raízes negras originais. E Isaías da Silva Andrade é um pastor negro brasileiro que quer que os negros renunciem às suas raízes negras originais para viverem para Cristo.
O intercâmbio infernal promovido pelos EUA coloca em perigo os cristãos, inclusive cristãos negros como o Pr. Isaías.
Versão em inglês deste artigo: Perpetuating political and spiritual parasitism
Fonte: http://www.juliosevero.com/

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

APRENDENDO COM AS ÁRVORES - PARASHÁ SHOFTIM

"Dois amigos jardineiros eram donos de um belo pomar de macieiras. As árvores eram muito bonitas, e produziam lindas e deliciosas maçãs. Cada ano que passavas havia uma nova safra, com frutas ainda mais bonitas e gostosas. Até que certo dia, após refletir muito, um dos jardineiros virou-se para o outro e falou:
- Veja só, estamos desperdiçando nossas macieiras com estas técnicas antiquadas. As raízes, que são tão feias e sujas, conseguem produzir maças bonitas assim. Então se arrancarmos uma árvore, virarmos ao contrário e enterrarmos seus lindos galhos e folhas na terra, imagine quão lindos serão os seus frutos!
O outro jardineiro gostou tanto da lógica do seu amigo que imediatamente começou a arrancar algumas árvores e a plantá-las de cabeça para baixo. As raízes feias e sujas ficaram para cima, enquanto as belas folhas e os galhos ficaram enterrados.
Passou um tempo e nada cresceu. Mas os jardineiros estavam tão obcecados com a idéia que repetiram novamente o processo, arrancando outras árvores e plantando-as de cabeça para baixo. Eles estavam dispostos a repetir o processo outra e outra vez, até que tivessem sucesso. E assim fizeram, até que perceberam que a idéia havia sido um grande desastre. Não havia mais nenhum fruto crescendo naquele pomar feio e sujo, que um dia havia sido tão bonito e frutífero.
Desanimados, os jardineiros sentaram-se para lamentar sua má sorte quando viram que milagrosamente uma maça havia sobrado. Rapidamente retiraram suas sementes e as plantaram. No ano seguinte uma pequena muda de macieira começou a brotar, e dessa muda renasceu a esperança para o futuro"
Apesar do judaísmo ter florescido muito durante séculos, as últimas gerações de judeus se viram na obrigação de "modernizar" o judaísmo, implantando estilos novos, lógicos e modernos de vida, na esperança de produzir gerações melhores. A idéia não funcionou e, ao contrário do esperado, a assimilação quase acabou com o povo judeu. Felizmente uma "maça" se salvou, e dela deve renascer o futuro do nosso povo. Esta maça é o movimento de Teshuvá (retorno ao judaísmo), do qual cada vez mais participam os judeus em todo o mundo.
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A Parashá desta semana, Shoftim, traz algumas leis sobre as guerras de conquista da terra de Israel. Por exemplo, a Torá ensina que algumas pessoas estavam isentas de ir para a frente de batalha, entre elas as pessoas que estavam com medo, pois elas poderiam influenciar negativamente as pessoas em volta delas. Outra lei que a Torá ensina é a de dar sempre a possibilidade da paz antes de iniciar o ataque a uma cidade. E finalmente, após muitas leis sobre as guerras e batalhas, a Parashá encerra o assunto com uma idéia muito interessante: a proibição de cortar as árvores frutíferas de uma cidade sitiada, como está escrito: "Quando vocês forem sitiar uma cidade por muitos dias para guerrear contra ela, para conquistá-la, não destrua suas árvores com o machado, pois delas vocês comerão; não as cortarão, pois o homem é como a árvore do campo..." (Devarim 20:19). Deste versículo aprendemos uma lição muito grande para nossas vidas: mesmo quando um judeu está em uma situação de vida ou morte, sob uma grande pressão psicológica, ele deve se lembrar de sua obrigação no mundo de fazer bondades.
Esta proibição de cortar as árvores frutíferas se chama "Bal Tashchit", e se aplica a evitar qualquer tipo de desperdício. Mesmo uma pequena uva não pode ser desprezada e atirada no lixo sem motivo. Mas observando a linguagem do versículo, surge uma dúvida. Por que a Torá compara o homem com a árvore do campo? Qual a semelhança?
Ensinam nossos sábios que observando as árvores podemos aprender muito sobre nós mesmos e sobre o nosso propósito neste mundo. Por exemplo, sabemos que cada árvore é única e especial nos cuidados que necessita. Existem árvores que necessitam de mais água, outras de mais sol, outras necessitam de locais tranquilos. Se colocarmos mais água do que uma árvore necessita ela morre, e se colocarmos menos água ela seca. Se a árvore receber menos sol do que precisa ela não se desenvolve bem, mas se receber mais sol do que necessita ela queima. Portanto, cada uma deve receber uma atenção e um cuidado especial. Assim também são os seres humanos, cada pessoa é única e tem necessidades únicas, e temos que ajudar cada pessoa exatamente no que ela necessita. É um grande erro que muitos pais cometem quando tentam dar a todos os filhos exatamente a mesma educação. Cada filho é único, cada um tem diferentes necessidades e precisam de uma atenção especial.
Outro ensinamento importante que aprendemos das árvores é que elas dependem da terra para retirar água e nutrientes, mas sem o sol para fazer fotossíntese elas não sobrevivem. Este também é um dos grandes ensinamentos do judaísmo. Segundo muitas religiões, o ideal é a pessoa se afastar completamente do mundo material e viver uma vida apenas espiritual. Voto de silêncio, voto de castidade e constantes castigos ao corpo representam o máximo de espiritualidade que se pode atingir. Porém, o judaísmo ensina justamente o contrário. D'us criou o mundo material para que justamente possamos tirar dele proveito. Porém, da mesma forma que uma planta não pode viver apenas dos nutrientes do solo, ela também necessita do sol, assim também nossa vida não pode ser voltada apenas à busca de prazeres materiais, sem nenhuma motivação espiritual. Podemos e devemos ter prazeres na vida, mas quanto mais voltados ao nosso crescimento espiritual, maior o prazer que sentimos.
Também podemos aprender das árvores que, se plantarmos maçãs, não devemos esperar uma colheita de laranjas. Assim também ocorre em nossas vidas, colhemos os frutos de áreas onde investimos, mas no que não investimos não colhemos bons frutos. Dedicamos anos e anos para aprender nossas profissões. Faculdade, mestrado, cursos profissionalizantes. O resultado é que temos no mercado de trabalho profissionais cada vez mais capacitados e competentes. Mas quanto investimos para ser um bom marido ou uma boa esposa? Quanto tempo nos dedicamos para aprender a cuidar dos nossos filhos? É por isso que chegamos a índices de mais de 60% de divórcios e cada vez mais casos de delinquência juvenil. Colhemos somente o que plantamos.
Mas talvez a comparação mais interessante entre as árvores e os seres humanos é a forma de saber se estamos vivendo uma vida espiritualmente saudável ou não. Se olharmos a parte externa das árvores, muitas vezes elas parecem saudáveis, apesar da parte interna estar completamente podre. A única maneira de saber de verdade como ela está por dentro é observando os frutos. Árvores saudáveis produzem bons frutos, árvores doentes produzem frutos ruins. O mesmo se aplica aos seres humanos, é através dos nossos frutos, isto é, dos nossos filhos e alunos, que podemos saber se realmente estamos fazendo o que é correto.
Nos últimos 3.000 anos existiram muito movimentos que tentaram "adaptar" o judaísmo à modernidade, como por exemplo os Caraítas (judeus que negavam a divindade da Torá Oral) e outros movimentos reformistas que surgiram durante nossa história. Aparentemente as idéias de modernizar o judaísmo sempre pareceram boas, pensava-se que teriam bons resultados para trazer os judeus de volta ao judaísmo. Porém, quais foram os frutos? Os Caraítas, que fizeram tanto barulho há 2.000 anos atrás, já não existem mais. E os modernos movimentos reformistas olham, sem poder fazer nada, o judaísmo se perdendo por causa da crescente assimilação. O único movimento que segue firme, há mais de 3.000 anos, é o judaísmo baseado nos imutáveis ensinamentos da Torá Escrita e da Torá Oral.
Uma criança que recebe uma boa educação judaica dificilmente se assimilará e perderá seu judaísmo. Um aluno que recebe uma boa base espiritual judaica na escola não sente a necessidade de modernizar nada. Se olharmos os bons frutos que saem de uma boa educação judaica, chegaremos à conclusão que não há nada tão bom e tão atual quanto os ensinamentos da Torá.
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/search/label/Parash%C3%A1%20Shoftim
Dt. 16:18-21:9, Is. 51:12-52:12, Jo 1:19-27