quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Pra não dizer que não falei do álcool

Escrito por Klauber Cristofen Pires

Artigos - Governo do PT
EUA estão para passar o Brasil nas exportações de etanol. Agradeçam ao Lula, que proibiu plantar na Amazônia e interveio no mercado!
Do que mais tenho falado em meu blog?
Que me acusem de ser um neurótico da teoria da conspiração e eu mando tomar no etanol! Qualquer brasileiro que se põe a besta para trabalhar e produzir, especialmente na Amazônia, terá diante de si o MST, uma infinidade de ONG's, laboratoristas sociais do mundo inteiro, uma plêiade de órgãos de regulação e de fiscalização, o governo falando grosso e a polícia de braços cruzados (isto é, a não ser se for para prendê-lo, quando então usará de todo o seu arsenal de recursos que alega faltar quando o problema for proteger o cidadão).
Vou repetir, sim, mais uma vez, feito doido: a indústria madeireira foi falida na marra com os créditos ao Greenpeace, que deixou milhares de brasileiros desempregados e passando fome em Breves; a pimenta-do-reino sucumbiu aos gafanhotos do MST e o Ministério do Trabalho; os agricultores não estão recebendo licença ambiental para produzir milho, fazendo com que as avícolas da região entrem em processo de falência, por conta do milho subsidiado ao Centro-Oeste e ao Nordeste; os pecuaristas estão sendo perseguidos impiedosamente pelo Ministério Público. A indústria pesqueira encolheu em cerca de 85%. O Pará, que já teve um pólo produtor de grãos com altíssima produtividade, agora vê seus campos tomados pelo mato e pela devastação praticada pelas favelas rurais criadas pelo governo. E claro, tornou-se proibido plantar cana-de-açúcar na Amazônia, porque "Seu Lula" não queria ferir as suscetibilidades dos seus padrinhos Fidel Castro e Al Gore.
Na contramão, toda sorte de merrecas estão sendo inventadas para o produtor doméstico - especialmente o amazônico - não trabalhar e não produzir: é seguro-defeso do peixe, seguro-defeso do caranguejo, PGPM, PGPMBio, e toda sorte de bolsas já extensíveis aos cidadãos urbanos. O negócio é dar "dezral" para cada um comprar um quilo de farinha e se virar com o que a floresta deixar cair no chão. Estão transformando o povo amazônico numa horda de esmoléus e nenhum, mas absolutamente nenhum político ou cidadão que ocupe uma posição de relevo denuncia esta calamidade!
Agora imaginem sermos ultrapassados por álcool de milho! Pra quem não sabe, a cana-de-açúcar é de longe muito mais eficiente em produzir álcool do que o milho, mas mesmo assim estamos perdendo mercado para os EUA, por conta de políticas intervencionistas entreguistas estabelecidas pelo PT, o partido que mais do que todos os outros na história cantou em prosa e verso sobre "soberania", inclusive a alimentar! Foi o Brasil que inventou o álcool como solução de combustível automotivo; somos nós quem temos a natural vocação de fornecer o mundo, e olhem que hoje a cana-de-açúcar ocupa apenas cerca de 1% da área plantada!
Eu não sou nenhum especialista de coisa nenhuma! Sim, devo dizer, até para justamente diferenciar-me destes que assim se proclamam! A única coisa que eu fiz foi parar e olhar em volta ao que está acontecendo! Às vezes, as coisas que parecem ser as mais óbvias, olhem só, são exatamente como se nos mostram! Mas então por quê raios estou sempre acertando em minhas previsões? Abaixo, CQD, para quem quiser conferir...

EUA devem superar Brasil nas exportações de etanol
Os Estados Unidos caminham para ultrapassar o Brasil nas exportações de etanol este ano, depois de figurarem como importadores significativos entre 2006 e 2008. Entre janeiro e maio, os americanos embarcaram 533 milhões de litros do biocombustível, segundo a Renewable Fuel Association (RFA).
A previsão de consultorias internacionais é de que as exportações americanas alcancem algo entre 1,9 bilhão e 2 bilhões de litros até o fim do ano. Se a expectativa se confirmar, os EUA vão superar os embarques brasileiros - estimados entre 1,2 bilhão e 1,6 bilhão de litros - e assumirão a liderança nas exportações do produto.
Nesta semana, o Departamento de Energia americano (EIA, na sigla em inglês) divulgou relatório em que reforça essa reversão da posição do país de importador para exportador de etanol em 2011. No documento, o órgão destaca que isso só será possível por causa do "relaxamento" das restrições comerciais por parte de países parceiros, como o Brasil, que reduziu a zero a alíquota de importação do etanol, que era de 20%.
O Centro-Sul do Brasil, que representa 89% da produção de cana do país, já chegou a exportar 4,2 bilhões de litros na safra 2008/09. Os embarques recuaram diante de um mercado doméstico aquecido e de escassez de cana, atingindo 1,9 bilhão de litros na safra 2010/11. A comercializadora de etanol Bioagência prevê que no ciclo atual, 2011/12, esse número cairá para algo entre 1,2 bilhão e 1,4 bilhão de litros. A Datagro aposta em 1,56 bilhão de litros.
Desde o ano passado os americanos avançam sobre os antigos clientes brasileiros de etanol. Parte deles está na Europa e na Ásia. Mas, segundo o Departamento de Energia americano, o etanol de milho avança no México e no Canadá.
Ainda não há consenso sobre quanto o Brasil deve importar de etanol na atual safra que vai até março de 2012. Para a consultoria Datagro, esse número ficará em torno de 1,9 bilhão de litros.
Segundo a Bioagência, desde abril até agora entraram no país 190 milhões de litros e já estão contratados mais 600 milhões de litros que devem entrar no país até março, totalizando até o momento uma demanda importadora de 790 milhões de litros.
Mas o real tamanho da safra brasileira é incerto. O último número oficial da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) estimou um processamento de 510 milhões de toneladas de cana, queda de 8,39% em relação ao ciclo passado (556 milhões de toneladas). Mas já há consultorias que projetam moagem abaixo de 500 milhões de toneladas, número que vem sendo encarado como "realista" pelo mercado.
Ontem, a Unica divulgou que a produção de etanol acumulada desde o início da safra, em abril, até 16 de agosto foi de 12 bilhões de litros, 18,74% menor do que a registrada em igual intervalo do ciclo passado. Somente na primeira quinzena de agosto a quebra foi de 16,25% com produção de 1,61 bilhão de litros.
Apenas a produção de anidro, que é misturado à gasolina, cresceu na safra para 4,49 bilhões de litros (+16%). A Unica também divulgou números acumulados para açúcar. Foram fabricados 17,42 milhões de toneladas do produto, 10,84% menos do que em igual intervalo do ano anterior. A moagem de cana somou no acumulado do ciclo 297,60 milhões de toneladas, 12% menos do que o observado em igual período da safra 2010/2011.
Fonte: Valor Econômico
http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/12373-pra-nao-dizer-que-nao-falei-do-alcool.html

terça-feira, 30 de agosto de 2011

SONETO ANTIGO

Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.

Cecília Meireles

domingo, 28 de agosto de 2011

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
(Fernando Pessoa)



sábado, 27 de agosto de 2011

Agronegócio quer produzir e preservar, diz Francisco Turra

Da Redação
Segundo ex-ministro, Brasil dispõe de grande quantidade de terra a ser aproveitada para a agricultura, sem a necessidade de abrir áreas florestadas
A vocação do Brasil é a produção de alimentos e atualmente os setores do agronegócio estão organizados para produzir e preservar. A afirmação é do ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra. O texto do novo Código Florestal é tema do debate que reuniu nesta quinta, dia 25, senadores e outros ex-ministros da Agricultura, como Alysson Paulinelli, Reinhold Stephanes e Andrade Vieira. A audiência se realiza sob a coordenação das comissões de Meio Ambiente (CMA), Agricultura (CRA) e Ciência e Tecnologia (CCT).
– O desejo do brasileiro é produzir e preservar – disse.
O ex-ministro afirmou que o Brasil dispõe de grande quantidade de terra a ser aproveitada para a agricultura, sem a necessidade de abrir áreas florestadas. Ressaltou ainda que organismos internacionais avaliam em 40% a demanda por alimentos no mundo, devendo o país atender a parte significativa dessa demanda.
O ex-ministro defendeu o projeto de reforma do Código, dizendo que o texto não prevê anistia a desmatadores e nem incentiva novos desmatamentos.
– O texto aprovado na Câmara foi cuidadosamente estudado, por isso recebeu votação da maioria absoluta.
O debate desta quinta dá prosseguimento a uma série de encontros que vêm sendo organizados desde o primeiro semestre com vistas a um texto que harmonize as demandas da produção rural e da proteção ao meio ambiente. Em maior ou menor grau, os senadores que vêm se pronunciando sobre o assunto mencionaram a necessidade de alterações no texto aprovado pela Câmara dos Deputados em maio.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SORRINDO PARA A VIDA - PARASHÁ REÊ 5771 (26 de agosto de 2011)

"Shlomo Klein (nome fictício) trabalhava em um enorme frigorífico na Noruega. No final do dia ele entrou em um dos congeladores para fazer uma inspeção de rotina. A porta do congelador escorregou, desprendeu-se da trava de segurança e fechou, deixando Shlomo trancado. Ele tentou bater na porta e gritar, mas sem sucesso. A maioria dos trabalhadores já tinha ido para casa e o som era abafado pelo grosso revestimento do congelador.
Shlomo ficou ali trancado durante cinco horas intermináveis. O frio começou a ficar insuportável, seu corpo tremia e ele se aproximava de um estado de hipotermia. A morte era apenas uma questão de tempo e ele já não tinha mais esperanças de ser salvo. De repente, a porta do congelador se abriu. O porteiro colocou a cabeça para dentro, procurando algo. Ao ver Shlomo quase congelado, veio rapidamente em seu socorro e conseguiu salvar sua vida.
A história ficou famosa e o porteiro tornou-se um herói. Foi até mesmo convidado para dar uma entrevista na televisão. Ao ser questionado por que pensou em abrir a porta do congelador, já que não fazia parte de sua rotina de trabalho, ele explicou:
- Eu trabalho nesta empresa há 35 anos. Centenas de trabalhadores entram e saem desta fábrica todos os dias. Porém, este judeu é o único que diz "Bom Dia" para mim quando chega de manhã e "Boa noite" no final do dia, quando ele sai. Todos os outros trabalhadores tratam-me como se eu fosse invisível.
Hoje - continuou o porteiro - ele disse "Bom dia" quando chegou, mas eu não escutei nenhum "Boa noite". Por que isso me chamou a atenção? Pois eu espero seu "Bom dia" e seu "Boa noite" todos os dias. Portanto eu tinha certeza que não havia escutado seu "Boa noite" naquele dia. Como todas as luzes estavam apagadas e não havia mais ninguém na fábrica, imaginei que algo ruim pudesse ter acontecido. Então eu o procurei por toda a fábrica e o encontrei, a tempo de salvá-lo, dentro do congelador" (História Real)
Pode parecer algo simples, mas há pessoas que esperam o dia inteiro apenas para escutar um "Bom dia" e um "Boa noite". E elas podem estar bem perto de você.
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A Parashá desta semana, Reê, trata, entre outros assuntos, de um tema central no judaísmo: a Tzedaká (caridade). E assim está escrito: "Abra sua mão para ele (um homem pobre), você deve emprestar o que ele necessita, qualquer coisa que falte para ele... Você deve certamente doar para ele, e você não deve se sentir mal em seu coração quando doar para ele, pois como recompensa disso D'us te abençoará em todos os seus atos e todos os seus empreendimentos" (Devarim 15:8,10). Mas destes versículos ficam algumas perguntas. O que nos ensina a linguagem "Abra sua mão"? Por que a Torá não diz simplesmente "Doe"? E além disso, por que a Torá se importa como nosso sentimento no momento de doar algo, ressaltando que não devemos nos sentir mal? O que importa não é apenas doar ao pobre o que ele necessita?
O Gaon Mi Vilna, baseado em ensinamentos do Talmud (Baba Batra 9b), nos diz algo impressionante sobre a Mitzvá de Tzedaká. Uma pessoa que dá uma pequena quantia de dinheiro para um pobre recebe 6 Brachót (Bençãos), enquanto alguém que conversa de maneira amigável enquanto dá a mesma quantia recebe outras 11 Brachót adicionais. Mas o que isto quer dizer? Certamente é um comportamento desejável e bonito ser amigável com um pobre, mas por que isto merece quase o dobro de Brachót do que dar ao pobre o dinheiro que ele desesperadamente necessita?
A mesma dificuldade encontramos em outro ensinamento dos nossos sábios. Em "Avót de Rabbi Natan" está escrito: "Se uma pessoa dá para seu amigo todos os presentes do mundo, mas o faz com uma cara mal-humorada, é considerado como se não tivesse dado nada. Mas aquele que cumprimenta seu companheiro com um rosto amigável, mesmo que ele não tenha dado nenhum presente, é considerado como se tivesse dado todos os presentes do mundo". Como entender estes ensinamentos?
Quando a Torá diz "abra sua mão", além do entendimento mais simples, que nos ensina a doar sem mesquinharia, quantas vezes for necessário, há um lindo ensinamento oculto nestas palavras. Quando olhamos nossa mão fechada, nossos dedos parecem ser todos iguais. Porém, quando abrimos nossa mão, vemos que os dedos são bem diferentes, alguns maiores, outros menores. Isto nos ensina que, quando vamos doar algo para alguém necessitado, não podemos doar algo "padrão", precisamos entender as necessidades específicas de cada pessoa, saber exatamente o que ela precisa receber.
Explica o Rav Chaim Fridlander que achamos que cumprimos nossa obrigação de ajudar ao próximo doando bens materiais. Mas a verdade é que o que as pessoas precisam de verdade não se encontra nos bens materiais. As pessoas necessitam da certeza de que existe alguém que se interessa e se preocupa com elas. Um presente é apenas um lembrete de que o doador pensou nas necessidades de seu companheiro e em como alegrá-lo. Se o presente não for acompanhado de um sentimento de calor humano, um sorriso, um rosto alegre, o propósito principal se perdeu e a pessoa não sente que é especial. E ao contrário, se a pessoa dá um sorriso verdadeiro para seu companheiro, mesmo sem dar nenhum presente, ele está dando o que a pessoa realmente precisa: o desejo de se sentir cuidado e querido. Portanto, mostrar interesse por alguém é um ato de bondade maior do que dar Tzadaká, e por isso recebe mais Brachót.
Além disso, nos ensina o Saba Mi Kelem que a Mitzvá de Tzedaká tem uma particularidade: ela não se cumpre apenas com o ato de doar, pois o propósito da Mitzvá de Tzedaká é fazer com que o doador ame ao próximo. Portanto, aquele que dá uma Tzedaká mas não sente a dor do próximo e não sofre junto com ele não cumpriu a Mitzvá de forma completa. Quando doamos algo junto com um sorriso ou um abraço, estamos participamos do sofrimento do próximo e dando para ele mais do que algumas moedas. Estamos dando para ele uma esperança de vida.
Nos ensina o Talmud que certa vez um rabino se encontrou com Eliahu Hanavi em um mercado e perguntou se havia alguém ali que já tinha méritos para receber vida eterna no Mundo Vindouro. Eliahu Hanavi apontou para duas pessoas que, apesar de cumprirem as Mitzvót da Torá, não eram os que recebiam sobre si as maiores rigorosidades. Curioso, o rabino questionou as duas pessoas para saber o que elas faziam de especial. Elas responderam que dedicavam seu tempo para alegrar pessoas que estavam tristes. A tristeza é algo que aproxima a pessoa da morte, como acontece com pessoas depressivas, que se suicidam ou morrem de desgosto. Portanto, aquele que traz de volta a alegria para uma pessoa que estava triste é como se tivesse devolvido a vida para ela. Então D'us se comporta "Midá Kenegued Midá" (medida por medida) com esta pessoa. Da mesma forma que a pessoa deu ao próximo vida, então D'us dá para ela como recompensa a vida eterna.
Se este ensinamento já era importante na época do Talmud, mais ainda se aplica nos nossos dias. Por que vemos tantas pessoas infelizes? Por que tantos jovens, que tem tudo o que o mundo material pode oferecer, se afundam em depressões? Pois atualmente ninguém tem tempo de prestar atenção nos outros. Estamos sempre tão focados nos nossos estudos ou no nosso trabalho que tratamos os outros como se fossem invisíveis. Principalmente pessoas mais simples, como motoristas de taxi, garis ou porteiros. As pessoas podem viver rodeadas de gente, mas se sentem cada vez mais sozinhas. Um pouco de atenção, um sorriso e uma palavra amiga podem mudar a vida de alguém.
Bons presentes às vezes podem custar muito caro. Mas um sorriso, o melhor de todos os presentes, é de graça. Por isso, não temos nenhuma desculpa para não passar o dia inteiro sorrindo para os outros.
"Para franzir a testa, utilizamos 32 músculos. Para sorrir, utilizamos apenas 28. Portanto, sorria, nem que seja por economia"
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Dt. 11:26-16:17, Is. 54:11-55:5, Jo 7:37-52

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A IMPUNIDADE INCENTIVA A CRIMINALIDADE

Nos últimos anos a sensação de insegurança deixou de ser apenas sensação. É uma realidade que os brasileiros comuns que trabalham e pagam seus impostos são condenados a conviver. A impunidade é crescente devido principalmente ao lento e ineficaz sistema judiciário, passividade em relação aos menores agraciados pelo ECA e um governo movido pelas ideias esquerdistas que protegem o criminoso em detrimento da vítima.
A violência que há alguns anos era relatada somente nos grandes centros tem crescido de forma impressionante independente do tamanho da cidade. Um dos principais fatores deste aumento é a morosidade da justiça. A aplicação de penas que realmente punam o criminoso é rara e geralmente voltada para quem não pode pagar um bom advogado. Um emaranhado de leis de diferentes interpretações e um sistema jurídico por vezes corrupto impõe à vitima de crimes no Brasil uma situação de total abandono.
O Estatuto da Criança e Adolescente protege criminosos menores de 18 anos. Parece que tanto esses menores criminosos, quanto os criminosos maiores de idade entenderam perfeitamente como é que devem agir para levar vantagem do sistema. Não obstante, os criminosos, sendo maiores ou menores, agem num esquema, de forma a deixar os atos executórios para o menor de idade, tendo em vista que são protegidos pela lei brasileira. Muitos dos crimes, inclusive cruéis e hediondos são praticados por crianças e adolescentes; pois a sensação de impunidade colabora para que pratiquem atos ilícitos. E mesmo quando há investigação e punição ocorrem apenas medidas socioeducativas sem uma real resposta à sociedade. Uma solução seria reduzir a maioridade penal, porém, ela constitui cláusula pétrea da Constituição Federal de 1988 onde garante a inimputabilidade penal da criança e do adolescente, podendo ser reduzida somente por um poder constituinte.
Não bastasse a morosidade da justiça, as leis são demasiadamente protetivas ao criminoso. Organizações de Direitos Humanos aliadas ao governo e movimentos sociais aumentam as garantias a quem desobedece a lei; enquanto as vítimas são completamente esquecidas. Sem dignidade e proteção o cidadão brasileiro se tornou o encarcerado limitando sua liberdade em função da liberalidade do sistema. E infelizmente não se pode esperar muito de um governo formado por pessoas que já cometeram vários crimes e hoje são indenizadas e tidas como heróis e heroínas.
Diante do exposto conclui-se que a impunidade incentiva a criminalidade porquanto o sistema judicial é moroso, ineficiente e protetivo ao bandido, potencializado pelo Estatuto da Criança e Adolescente onde menores de idade, independente da crueldade do crime, são submetidos apenas a medidas onde a punição não existe enquanto as vítimas, cidadãos comuns, são deixados à própria sorte sem dignidade e sentimento de justiça.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Se as commodities caírem

O Estado de S. Paulo

Rolf Kuntz
O Brasil continua aproveitando a onda de bons preços internacionais para minérios, produtos agrícolas e bens intermediários. Cotações favoráveis são a principal explicação para o bom desempenho do comércio exterior, com exportação de US$ 157,6 bilhões de janeiro até a terceira semana de agosto - valor 31,3% maior que o de um ano antes - e superávit de US$ 18,4 bilhões. O resultado final do ano deverá ultrapassar o de 2010, US$ 20,2 bilhões. A última projeção do mercado financeiro é um saldo de US$ 22,8 bilhões. E se os preços caírem? As cotações tendem a manter-se ou a diminuir, segundo comentou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em depoimento no Congresso nesta terça-feira. Não virão, portanto, novas pressões inflacionárias desse mercado, segundo sua avaliação. Mas poderá - faltou acrescentar esse ponto - haver consequências indesejáveis nas contas externas. De janeiro a julho, o País acumulou um buraco de US$ 28,9 bilhões nas transações correntes com o exterior, equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2010, no mesmo período, a proporção foi maior, 2,4%. Houve melhora, portanto, graças ao crescimento do PIB, e esse déficit parece perfeitamente administrável. Mas como ficará a situação, se houver uma desvalorização das commodities?
É bom levar em conta essa possibilidade, por causa do risco de uma nova recessão nas economias mais avançadas e da perspectiva de menor crescimento chinês. Nos últimos três anos os termos de troca - relação entre preços de exportações e de importações - aumentaram 35%. Isso permitiu suportar o aumento de importações, principalmente de bens de consumo e bens intermediários, ocasionado pela expansão da demanda interna e pela valorização do real. O déficit na conta corrente voltou a crescer, mas se manteve em níveis considerados seguros. Mas convém pensar nas consequências de uma volta dos termos de troca a padrões menos favoráveis.
Se os termos de troca permanecerem constantes, o déficit em transações correntes cairá dos atuais 2,1% do PIB para 1,8% no próximo ano, segundo estimativa da Sobeet, a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica. Se convergirem para a média observada a partir de 2000, o buraco aumentará para 3,1% em 2012. Mas poderá chegar a 3,3% ou a 3,6%, no mesmo ano, se as médias forem aquelas dos períodos iniciados em 1990 ou em 1980. A manutenção de todas as demais variáveis, incluído o crescimento do PIB, é um dos pressupostos adotados para esses cálculos. Mesmo na pior hipótese, o déficit continuaria financiável em 2012, segundo os autores das projeções. Mas poderia haver problemas nos anos seguintes.
utros economistas têm procurado estimar como ficariam as contas, no caso de uma alteração nos termos de troca. Se a relação entre preços de exportação e de importação estivesse na média de 1980 a 2010, o saldo comercial nos 12 meses terminados em julho seria um déficit de US$ 24,6 bilhões, em vez de um superávit de US$ 26,4 bilhões, segundo cálculo da Quest Investimentos citado pelo Valor.
O crescimento brasileiro, baseado principalmente no dinamismo do mercado interno, tem dependido, portanto, das condições excepcionalmente favoráveis do mercado de produtos básicos e bens intermediários. A demanda interna tem pressionado fortemente as importações. Neste ano, o gasto com produtos importados, mesmo sem grande influência de preços, foi até a terceira semana de agosto 28,2% maior que o de um ano antes. A diferença entre o valor exportado neste ano e o registrado em 2010 foi pouco maior - 31,3% - e é explicável essencialmente pelo aumento de preços internacionais. A relativa segurança das contas externas - com o déficit em conta corrente em nível ainda administrável - tem dependido, portanto, de fatores fora do controle dos brasileiros - o crescimento dos emergentes, especialmente da China, e seus efeitos sobre as cotações das commodities.
Esses fatores são reversíveis e já há quem preveja uma forte desaceleração da economia chinesa. Esse é o caso do professor americano Michael Pettis, da Universidade de Pequim, segundo reportagem da correspondente Claudia Trevisan, publicada no Estado de segunda-feira. Admitir a hipótese de um crescimento menor da China, pelo menos para montar uma estratégia defensiva, seria uma demonstração de prudência do governo brasileiro. Muito mais prudente, no entanto, teria sido um cuidado maior com o poder de competição da economia brasileira. Aproveitar a valorização das commodities é muito bom. Ruim é depender dos preços desses produtos e da fome de matérias-primas de umas poucas economias emergentes.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mensagem da Bíblia acerca da sodomia é censurada no Brasil

Julio Severo
O Brasil é a terra das mulheres sensuais, que são exibidas até mesmo em outdoors, sem nenhuma censura. Mas outdoors com mensagens da Bíblia foram removidas no sábado passado, por ordem de autoridades judiciárias de Ribeirão Preto.
Os outdoors, patrocinados pela Igreja Cristã Casa de Oração, diziam:
“Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável.” (Levítico 20:13 RA)


“Por causa disso, os entregou deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.” (Romanos 1:26-27 RA)


“Portanto, arrependam-se e voltem para deus, a fim de que ele perdoe os pecados de vocês.” (Atos 3:19 BLH)
Alegadamente, as mensagens foram removidas porque no domingo ocorreria a parada gay e seus organizadores ficaram ofendidos com os versículos bíblicos dos outdoors.
Entretanto, na parada gay de São Paulo, santos católicos foram retratados em posições indecentes, e seu tema foi uma passagem da Bíblia, “Amai-vos uns aos outros”, que não tem relação nenhuma com sexo homossexual. Católicos e outros cristãos ficaram ofendidos com a atitude gay de deturpar os santos católicos e a Bíblia, mas as autoridades judiciárias não adotaram nenhuma medida contra aqueles que cometeram os abusos.
Em sua decisão contra os outdoors bíblicos, o juiz Aleksander Coronado Braido da Silva afirmou que “a Constituição Federal protege a conduta do réu (a Casa de Oração de Ribeirão Preto) de expor suas opiniões pessoais, mas, ao mesmo tempo, também protege a intimidade, honra e imagem das pessoas quando violadas”.
Ribeirão Preto, que é majoritariamente católica, tem uma população de aproximadamente 500.000 habitantes. De acordo com os dados mais recentes do IBGE, há apenas 500 duplas gays vivendo na cidade. Mas os grupos gays dizem que os homossexuais são 20% da população local, um número duas vezes maior do que os 10% utilizados pela pesquisa fraudulenta de Alfred Kinsey. Pesquisas sérias hoje apontam não mais que 2% de homossexuais na população geral.
Conforme o Jornal A Cidade, apenas 5.000 participaram da parada gay local, um evento abertamente ofensivo no Brasil, com atos sexuais gays, drogas, violências e muita bebedeira. Mas essa minoria tem o direito de ofender a população geral, com mentiras e depravação, e tem o direito de receber proteção oficial de mensagens “ofensivas” que não contêm nada mais do que a verdade.
Apesar da remoção das mensagens da Bíblia, os militantes gays locais disseram que não gostam de censura. “As pessoas podem até se manifestar, desde que não ofendam o movimento gay”, disse o presidente da ONG Arco-íris, Fábio de Jesus Silva.
Contudo, a Casa de Oração não expressou suas próprias opiniões. Só colocou em outdoors declarações contidas originalmente na Bíblia. E elas foram censuradas, por amor às suscetibilidades dos gays.
Como não ofendê-los?
Se não se pode criticar a conduta deles, o único direito que resta é ficar em silêncio ou defender o estilo de vida deles. É exatamente isso o que a Igreja Anglicana de Ribeirão Preto fez: participou da parada gay.
Dom Ricardo Lorite de Lima, arcebispo anglicano local, disse que sua igreja estava à disposição para realizar cerimônias religiosas de “casamento” de mesmo sexo. “A nossa igreja tem a postura de aceitar todos, porque são filhos de Deus, sem qualquer distinção. Se houver o interesse de algum casal para receber a bênção, basta nos procurar”, disse ele.
“Em 2008, aprovamos uma resolução na qual aceitamos a ordenação de homossexuais”, disse o líder anglicano, também criticando a mensagem da Bíblia nos outdoors de Ribeirão Preto: “Existem vários trechos bíblicos que são traduzidos fora do seu contexto, e hoje existe uma releitura bíblica que é chamada de inclusiva. Temos vários teólogos com visões diferentes e atualizadas da Bíblia”.
Em entrevista para Julio Severo, o Pr. Antônio Hernandez Lopes, da Casa de Oração, disse que adotará medidas legais para restaurar as mensagens da Bíblia nos outdoors. Sua opinião é que numa sociedade livre a igreja deveria ser livre para denunciar qualquer pecado. Aliás, as igrejas tradicionalmente denunciam o adultério, a fornicação, as drogas, a embriaguez e outros pecados, e nenhuma igreja nunca foi acusada de incitar ódio e violência contra adúlteros, fornicadores, drogados, alcoólatras, etc.
Ao que tudo indica, a homossexualidade foi selecionada pelos poderes mundiais para receber proteção especial e privilégios, com a proibição do direito, religioso, filosófico ou médico, de denunciá-la.
O Pr. Lopes desafia as igrejas a se unirem, em oração, contra esses poderes mundiais, que querem impor a sacralização da sodomia na sociedade e na igreja.
Versão em português deste artigo: Bible message on sodomy censored in Brazil
Fonte: http://www.juliosevero.com/

domingo, 21 de agosto de 2011

Isso não vai dar muito certo

João Ubaldo Ribeiro
O Estado de S.Paulo

Os problemas brasileiros, como não podia deixar de ser, têm repercutido bastante em Itaparica. Bem verdade que nem sempre essa repercussão coincide com as vigentes em outras partes do País. Toninho Leso, por exemplo, ficou grandemente surpreendido, quando lhe informaram que chamar alguém de corrupto não é um elogio. Como, não é um elogio? Não se deve elogiar uma pessoa que nasceu pobre, teve pouco estudo e hoje é rica milionária, recebida em toda parte e chamada de doutora, ou senão Excelência? Quem não elogia é porque não chegou lá e tem inveja. Se o sujeito se elegeu é porque queria se fazer na vida, como todos os outros que também se elegeram. Agora que ele se fez, somente a inveja é que pode explicar essa raiva que têm deles.
Tentou-se esclarecer que o corrupto subiu na vida, sim, pelo menos em matéria de dinheiro, mas subiu roubando dinheiro público. Toninho, que tem esse apelido de Leso, mas de vez em quando surpreende pela agilidade de raciocínio, retrucou que, se o dinheiro era público, não tinha dono e, assim, nada mais justo que o primeiro que pudesse metesse a mão nesse dinheiro - e era assim desde que inventaram dinheiro, o resto é conversa. "Eu acho bonito quando vejo esses corruptos passeando aqui de lancha americana, cheios de mulheres, tomando o uísque deles e desfrutando da vida", disse ele. "Meus filhos, Deus ajudando, vão ser todos corruptos, vou querer pelo menos um, minha família vai melhorar. Quero ver meu filhão lá nos salões, um corrupto respeitado por todos, bem-sucedido, bonitão, cheio das mulheres, esse vidão de corrupto mesmo... O sujeito que não tem esse grande ideal não é bom pai de família."
Jorginho Leso, irmão de Toninho, também leso e raramente visto sem pelo menos umas duas ucas no juízo, aproveitou para dar sua opinião sobre uma conversa que ouvira, a respeito de algemarem corruptos presos. Contaram a ele que muita gente, até a presidenta, ficou chateada com as algemas. Ele concordou e observou que jogar ovos nas pessoas suja tudo e não adianta nada. Além disso, é um desperdício de ovo que podia muito bem estar alimentando o povo. Quando lhe disseram que algema não tinha nada a ver com gema de ovo e era um instrumento para acorrentar as mãos dos presos, ele não se deu por vencido. Pra quê, pra daí a pouco soltarem de novo? Só se for para treinar a polícia no uso da chave - fecha-abre, fecha-abre, fecha-abre, pra que tanto treinamento de chave? O verdadeiro corrupto nunca é preso e, se é, soltam logo, é uma pessoa de bem, normal, que não vai ser confundida com qualquer ladrão pé de chinelo.
Jacob Branco, que ainda não entrara em seu horário de discurso e ouvira tudo calado, sentiu-se na obrigação de manifestar-se. Os nobres amigos estavam muito enganados, a corrupção está deixando de ser uma atividade lucrativa no Brasil, os tempos estão mudando. Longe dele ser um governista, pois toda a ilha conhecia sua reputação de independência, mas a verdade era que a presidenta estava se revelando muito disposta na briga contra a corrupção. Era do conhecimento geral como ela vinha fazendo uma faxina no governo, faxina séria, de gente graúda. E a faxina ia continuar.
- A faxina vai o quê? - a voz roufenha e exaltada de Zecamunista se ouviu à entrada do bar.
- Vai continuar.
- Vai continuar coisa nenhuma, Toninho Leso é que tem razão, o certo é seguir a carreira de corrupto e é muito democrático, qualquer um pode procurar um jeito, que sempre vai achar, nem que seja desviando cestas básicas e outras mixarias. Ela acabou de passar a escova nuns dois ministérios. Depois tem que vir o pente normal. Depois o pente-fino e um dilúvio de piolhos. E depois a desinfecção, porque senão reinfecta tudo rapidamente. Isso em cada um dos não sei quantos ministérios que ela mesma não lembra de cor. Para não falar nas estatais e em outras áreas do governo. Nem que ela tivesse dezoito mandatos seguidos, ia dar. Mas esse não é o maior problema. O maior problema é a famosa base do governo. Já estão cansando de avisar a ela que vão jogar duro, se ela não parar com esse negócio de faxina e ameaçar os empregos e esquemas deles e dos apadrinhados. Você já ouviu vários dizendo "não faxina nada aí", não já?
- Mas também não é assim, eu também soube que houve senadores que formaram uma frente para apoiar as faxinas que ela fizer.
- Eu também já soube, os nove mosqueteiros não é? Nove contra mais de cinquenta. Isso é para compor o quadro, é como a folha de parreira de Eva.
- Mas pode ser que haja adesões.
- É, pode ser. Mais umas três. Meta na sua cabeça, nenhum desses partidos está no governo para cumprir programa nenhum ou seguir ideologia nenhuma, eles estão lá para defender o deles e o do pessoal deles. E aí o negócio é blindar a base aliada, como eles dizem, não pode pegar ninguém ligado à base. Ou blinda ou não consegue aprovação nem para requerimento, ela pode até ser valente, mas não é mágica. Mas tem uma novidade que eu acho mais importante do que todas essas. Você não leu nos jornais, não? Foi criado o Instituto Lula.
- Eu soube. E daí?
- É o que eu também pergunto. Pergunto muito.
- Ele disse que é a nova plataforma política dele.
- É aí que mora o perigo. Pode continuar com sua fé na faxina, mas vamos deixar o tempo correr e ver se quem vai mandar na faxina é a faxineira.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,isso-nao-vai-dar-muito-certo,761505,0.htm

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ENTENDENDO A MENSAGEM - PARASHÁ EKEV 5771

"O Rav Avraham Grodzinski, que chegou a ser o Mashguiach (líder espiritual) da Yeshivá de Slobodka, era um grande erudito de Torá desde muito jovem. Aos 17 anos ele começou a estudar na Yeshivá de Slobodka, tornando-se muito próximo do Rosh Yeshivá (Diretor), Rav Natan Tzvi Finkel. Além de se destacar nos estudos, ele era um rapaz com excelentes Midót (traços de caráter), em especial a vontade de ajudar aos outros. Desde pequeno, enquanto seus amigos iam brincar, ele acompanhava seu pai em trabalhos comunitários voluntários ou se esforçava para cumprir com perfeição a Mitzvá de Achnassat Orchim (receber convidados), pois sua casa estava constantemente cheia de convidados e visitas, em geral rabinos importantes e grandes estudiosos de Torá.
Foi justamente por todas estas boas qualidades que o Rav Ber Hirsch Heller, que na época era o Mashguiach da Yeshivá de Slobodka, quis casá-lo com sua filha, Chasia. Eles saíram algumas vezes para se conhecerem melhor e, como era esperado, ela ficou encantada com o rapaz. Apenas algo a incomodava demais: o Rav Grodzinski era notavelmente manco de uma das pernas. Infelizmente, por este motivo, ela desistiu de se comprometer com ele, deixando seu pai muito triste.
Algum tempo depois Chasia estava subindo no sótão da casa quando escorregou da escada e caiu, quebrando imediatamente a perna. Sabendo que nada ocorre por acaso, ela refletiu sobre os motivos pelos quais D'us teria mandado aquele sofrimento. O único motivo que veio em sua cabeça foi a tristeza que havia causado ao pai por ter desistido de se casar com o Rav Avraham Grodzinki, um rapaz com tanto potencial e tão boas Midót. Ficou arrepiada ao notar que havia quebrado justamente a mesma perna que ele mancava.
Arrependida de sua decisão equivocada, ele comunicou ao pai que gostaria se comprometer com o Rav Avraham Grodzinski, trazendo muita alegria para ambas as famílias. Após algum tempo eles finalmente se casaram e construíram uma casa com muita Torá e muito Chessed (bondade), cujas portas estavam sempre abertas para qualquer necessitado"
D'us está constantemente nos mandando "recados". Será que estamos "sintonizados" para escutar e entender o que Ele nos diz?
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Na Parashá desta semana, Ekev, Moshé continuou seu discurso de despedida, enfatizando ao povo judeu a necessidade de reforçar a Emuná (fé) no momento em eles estavam prestes a entrar na Terra de Israel. Por que ele sentiu a necessidade de reforçar a Emuná do povo justamente neste momento? Pois o decreto de permanecer 40 anos vagando no deserto foi consequência justamente da falta de Emuná. Como o povo havia passado por muitos sofrimentos e dificuldades, principalmente após alguns erros graves cometidos e os conseqüentes castigos recebidos, Moshé tentou encorajá-los e motivá-los, como está escrito: "E você deve saber em seu coração que, da mesma forma que um pai castiga seu filho, assim D'us castiga vocês" (Devarim 8:5). Que ensinamento Moshé quis transmitir ao comparar os castigos de D'us com a forma como um pai castiga seu filho?
O primeiro ponto é que um pai só castiga seu filho por amor e pelo seu crescimento. O pai sofre quando precisa castigar seu filho, mas sabe que o castigo é importante para que ele não continue nos caminhos errados. D'us também nos manda sofrimentos somente por amor e para o nosso próprio benefício. D'us tem controle sobre todo o universo, não há nada que Ele não possa fazer. Portanto, quando chega sobre nós alguma dificuldade, certamente esta é a vontade de D'us. Por isso, sempre que estivermos em um momento doloroso ou passando por uma dificuldade, mesmo quando não conseguimos entender racionalmente porque estamos passando por isso, precisamos ter a certeza de que D'us está fazendo por bondade infinita. D'us não foi obrigado a criar o mundo, Ele criou apenas por bondade e nos mantém vivos por bondade. Portanto, entendemos de maneira lógica que também os sofrimentos são baseados na Sua característica de bondade.
Mas há outro ponto importante que podemos aprender da comparação dos castigos de D'us com os castigos de um pai. Toda vez que o filho comete um erro, o pai tenta conversar. Se a conversa não resolve, o pai dá uma bronca. Se mesmo assim a bronca não funciona, então o pai castiga o filho. De que forma o pai castiga seu filho? De maneira que o filho entenda seu erro e o corrija. Se o filho não aprender nada com o castigo e voltar a errar, é sinal de que o castigo não atingiu seu objetivo. Este é também um dos principais propósitos pelo qual D'us nos castiga: para que possamos melhorar algum aspecto do nosso comportamento e não voltar a errar.
Explica o Rav Avraham Grodzinski, Mashguiach da Yeshivá de Slobodka, que durante muitos séculos o povo judeu teve grandes profetas, como Moshé Rabeinu e Eliahu Hanavi. A profecia era o canal de comunicação que D'us utilizava para advertir o povo sobre os erros que estavam cometendo. Mesmo quando não eram erros grosseiros e evidentes, os profetas conseguiam investigar o coração das pessoas e apontar com precisão o que precisava ser consertado. Mas atualmente não temos mais profetas. Então como D'us se comunica conosco? Como podemos saber o que é necessário corrigir e consertar em nossos atos e características?
A resposta é uma das chaves mais importantes para o nosso verdadeiro crescimento espiritual: quando terminou a profecia no mundo, D'us passou a demonstrar Sua preocupação e a se comunicar conosco através dos sofrimentos. Isto quer dizer que, quando uma pessoa está passando por uma dificuldade ou sofrimento, é D'us que está comunicando, por amor, que algo em sua vida precisa ser melhorado. Portanto, o sofrimento é um grande presente de D'us, uma oportunidade de consertar nossos erros e chegar à perfeição. O Talmud explica que mesmo pequenas dificuldades, como tentar pegar duas moedas no bolso e saírem três, também são considerados sofrimentos e carregam consigo uma mensagem.
Mas deste ensinamento do Rav Avraham Grodzinski fica uma pergunta óbvia: quando D'us se comunicava conosco através de profecia, a mensagem era direta e facilmente entendida. Agora que Ele se comunica através dos sofrimentos, como saber exatamente qual é a mensagem e o que devemos melhorar?
A resposta está em um dos fundamentos do judaísmo: D'us sempre pune uma pessoa "Midá Kenegued Midá" (medida por medida), isto é, da mesma maneira que cometemos um erro assim somos castigados. A Torá está repleta de exemplos deste comportamento de D'us. Os egípcios afogavam os bebês judeus no Rio Nilo e foram afogados no Mar Vermelho. Shimshon (Sansão) pecou com seus olhos e foi castigado através da cegueira. A pessoa que transgredia falando Lashon Hará (maledicência), tentando com seu ato causar o afastamento entre as pessoas, era castigada passando uma semana isolada do resto do povo. E assim há inúmeros casos na Torá onde podemos encontrar esta marcante característica de D'us.
Portanto, a comunicação de D'us continua sendo direta. Pelo fato de D'us nos castigar "Midá Kenegued Midá", se pararmos para refletir ao passarmos por um sofrimento, encontraremos o que precisamos mudar. Se alguém grita conosco, provavelmente estamos sendo desrespeitosos com alguém. Se alguém nos rouba, provavelmente estamos sendo desonestos em alguma área da vida. Se queimamos a língua, provavelmente estamos falando Lashon Hará (maledicência) ou mentiras. E assim com todos os tipos de sofrimentos.
Quando passamos por sofrimentos, muitas vezes tentamos escapar desta reflexão, principalmente ao utilizar fatores externos para explicar as nossas dificuldades. Por exemplo, muitos acham que suas dificuldades são sempre resultado de Ain Hará (inveja). Outros imediatamente verificam as Mezuzót para certificar que estão em ordem. É verdade que existe Ain Hará, uma força espiritual que pode causar danos, e por isso devemos tomar cuidado para não despertar a inveja nos outros. É verdade que devemos verificar periodicamente nossas Mezuzót para certificar que nenhuma letra está apagada ou danificada. Mas não podemos perder o foco principal dos sofrimentos, que é a reflexão, buscar algum tipo de crescimento nos nossos atos. Não podemos esquecer que os sofrimentos são uma mensagem clara de D'us nos dizendo que devemos crescer.
Temos que tomar apenas o cuidado de utilizar este ensinamento apenas para nós mesmos. É uma grave transgressão ver uma pessoa sofrendo e, ao invés de ajudá-la e confortá-la, ficar tentando buscar motivos para o sofrimento dela, imaginando que transgressão grave ela pode ter cometido. Esta forma de reflexão deve ser aplicada apenas para as nossas próprias dificuldades e sofrimentos.
D'us não gostaria de nos mandar sofrimentos. Ele nos manda bondades o tempo inteiro para que possamos refletir e consertar nossos erros. Mas infelizmente não prestamos atenção a tudo de bom que recebemos. Um surdo pagaria milhares de dólares para voltar a escutar, mas escutamos tudo e não damos valor. Um cego daria todo seu dinheiro para ter de volta sua visão, mas enxergamos e não apreciamos. Um paralítico trocaria até seu último centavo para levantar da cadeira de rodas e andar, mas andamos e nem prestamos atenção na bondade que estamos recebendo. E pelo fato de não refletirmos e corrigirmos nossos erros através das coisas boas, D'us precisa nos mandar sofrimentos, pois isto nos balança, nos desperta e nos faz pensar na vida. Ele faz isso apenas por amor e bondade, não o amor limitado de um pai, mas um amor ilimitado que apenas D'us pode sentir por nós.
Quando um pai dá uma bronca ou um castigo, ele não quer que seu filho fique depressivo. Ao contrário, ele quer que seu filho utilize o ensinamento de uma maneira positiva, consertando o que estava errado. D'us nos ama muito mais do que um pai ama seu filho. Cada sofrimento é resultado de amor e uma sabedoria infinita. D'us não se revela para nós de maneira aberta neste mundo e, por isso, pode ser que sairemos daqui sem entender muitos dos sofrimentos pelos quais passamos na vida. Mas uma coisa podemos ter certeza: através dos sofrimentos D'us está se comunicando conosco, Ele está demonstrando que se importa. Ele quer nos ensinar a escutar Suas mensagens que chegam através das dificuldades para que possamos, a cada dia, nos conectar um pouco mais com Ele para toda a eternidade.
Shabat Shalom
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Dt. 7:12-11:25, Is. 49:14-51:3, Hb. 11:8-13

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Consciência ambiental no campo

Agrolink
Da Redação


Comemorado em 18 de agosto, o Dia Nacional do Campo Limpo pretende conscientizar a população rural sobre a importância do descarte correto das embalagens vazias de defensivos agrícolas
Agricultores, distribuidores, cooperativas e indústria produtora são o público-alvo da campanha Dia Nacional do Campo Limpo, realizada pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias - Inpev, com o apoio da CNA e de outras entidades do setor. O projeto dissemina informações sobre cuidados com a saúde humana e proteção ao meio ambiente a partir do simples ato de retirar as embalagens vazias de defensivos agrícolas das propriedades rurais.. Além disso, mostra aos produtores rurais e todos os envolvidos na atividade agrícola, a destinação correta dessas embalagens.
Nesta quinta-feira, Dia Nacional do Campo Limpo, as centrais de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas, instaladas em 23 Estados, vão desenvolver atividades de educação ambiental. E, a exemplo do ano passado, as escolas rurais também ajudam na campanha. Alunos do 4º e 5º ano do Ensino fundamental participam de concursos de desenho e redação, ambos com etapas local e nacional. O tema do concurso de desenho para 2011 é “Cuidar do campo é cuidar da vida” e do concurso de redação é “O meio ambiente e as embalagens do campo: tudo a ver!”.
Durante o Dia Nacional do Campo Limpo O INPEV vai aproveitar para divulgar os resultados das campanhas de anos anteriores.
O Inpev divulga também que 94% das embalagens plásticas vazias comercializadas anualmente são descartadas de forma ambientalmente correta. No Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 52 toneladas de embalagens já foram retiradas do meio ambiente esse ano.
Sobre o Dia Nacional do Campo Limpo
O Dia Nacional do Campo Limpo é uma realização das centrais de recebimento de embalagens vazias e do inpEV, com apoio de seus associados e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação das Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas (Aenda), Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Associação Nacional de DefesaVegetal (Andef), Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). Prefeituras, governos e diversos parceiros locais também somam esforços no apoio.
Para mais informações sobre as atividades do Dia Nacional do Campo Limpo visite www.dianacionaldocampolimpo.org.br.
Assessoria de Comunicação do Sistema CNA/SENAR
Fonte original: CNA

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Código Florestal no Senado: aprimoramentos

O Estado de S. Paulo

Andre Meloni Nassar e Rodrigo A. C. Lima

Desde a aprovação do projeto do Código Florestal na Câmara dos Deputados, em maio deste ano, temos participado do maior número possível de debates e diálogos com diversas partes interessadas no tema. Baixada a poeira dos momentos mais quentes que se seguiram à aprovação, e reduzido o movimento que caracteriza o texto aprovado como um "liberou geral" para os produtores, já se tem clareza dos temas sobre os quais o Senado deverá debruçar-se na apresentação de um texto modificado.
Podemos separar em três as abordagens de alteração do texto em negociação no Senado. A existência de três senadores relatores, Comissões de Agricultura, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia, de certa forma, espelha tais abordagens. A primeira defende a ideia de que o texto legal precisa ser aprimorado, mas sem alterar seu mérito, ou seja, sem mudar os objetivos já definidos no texto aprovado na Câmara. A segunda abordagem defende aprimoramentos, ou para tornar mais restritivos os critérios que permitem a consolidação de atividades antrópicas, sobretudo nas áreas de preservação permanente (APPs), ou para fortalecer os instrumentos que garantirão a efetividade da aplicação da nova lei. A terceira defende a introdução de elementos novos no Código Florestal, principalmente no que diz respeito aos incentivos econômicos para conservação, sobretudo pagamento por serviços ambientais e o mecanismo de Redd+.
O texto aprovado na Câmara cria um conceito novo e fundamental para reduzir a insegurança jurídica dos produtores: área consolidada com ocupação antrópica. Juntamente com a introdução desse conceito, estabelece um conjunto de medidas que permitem a regularização de áreas que, pelas disposições do código atual, estariam ilegais. A primeira é o reconhecimento de que a legislação mudou no tempo e, portanto, reconhece que áreas desmatadas legalmente pela lei vigente à época não devem ser objeto de recomposição. A segunda é que existem atividades localizadas em áreas de APPs que devem ser mantidas, por serem praticadas há muito tempo e serem de baixo impacto ambiental. Além disso, o novo código facilita a regularização das propriedades, facultando o cômputo das APPs existentes na reserva legal (RL) e permitindo a compensação da RL no mesmo bioma. Tudo isso foi criado para eliminar a necessidade de recomposição de vegetação nativa dentro de cada propriedade, que é a situação de fato hoje existente sob o código vigente, a qual acarretaria enormes perdas econômicas para os consumidores e municípios pela substituição de atividades produtivas.
Esse é um ponto que merece esclarecimento. Contrariamente ao afirmado por Ana Valéria Araújo no caderno Aliás de 7/8, a reforma do código não é defendida para liberar mais área para produção. Até porque o texto aprovado na Câmara não altera em nada as regras para abertura de novas áreas, nem mesmo nas APPs. Ela é defendida porque o código corrente tem enorme potencial de deslocar área produtiva, resultando num efeito que ninguém quer: transformar em vegetação nativa áreas aptas e já utilizadas para produção.
Embora haja estudos científicos mostrando que existe um grande contingente de terras não aptas para produção agrícola, principalmente ocupadas com pastagens, que poderia ser utilizado para fins de recomposição e regeneração de reservas legais, a RL fora da propriedade sempre será tratada como exceção no código vigente, restringindo seu uso.
Agregar o olhar da ciência, como defendeu o senador Eduardo Braga em artigo na Folha de S.Paulo, significa incluir referências científicas na argumentação em favor dos aprimoramentos que precisam ser feitos no texto que sairá do Senado, e não usar os estudos científicos para defender a recomposição a qualquer custo nos moldes do código vigente. Conforme comentamos, é preciso fazer aprimoramentos no texto, sobretudo no tratamento dado à consolidação das atividades produtivas em APPs. Tais aprimoramentos poderão, naturalmente, ser vistos com desconfiança por alguns representantes de setores produtivos, e argumentos científicos racionais, desde que colocados de forma equilibrada e com objetivo de contribuir para a reforma - e não negá-la -, facilitarão muito a aceitação deles.
Os aprimoramentos que temos defendido são o fortalecimento do Cadastro Ambiental Rural e do Programa de Regularização Ambiental, para garantir que ambos saiam do papel e se transformem nos elementos que promovam a efetividade do novo código. Preferimos uma lei mais simples, mas com maior grau de cumprimento, a uma lei complexa de difícil implementação.
A outra abordagem de aprimoramento se refere à consolidação de atividades produtivas em APPs. O código aprovado na Câmara, em nossa opinião, endereça corretamente as situações de atividades florestais, culturas de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, que hoje ocupam APPs e precisam ser regularizadas, bem como as situações de agricultura praticada em várzeas. No entanto, diante da dificuldade de acomodar outras consolidações porventura legítimas, o texto acabou por flexibilizar demais, tornando a possibilidade de consolidação disponível para todas as atividades produtivas.
Quando compreendemos que 65% da vegetação natural ainda existente no Brasil está em áreas privadas, reconhecemos que é fundamental criar incentivos econômicos para estimular os proprietários a conservar além das exigências impostas pela lei. Utilizar o novo código como veículo para tirar os incentivos econômicos do papel é uma boa ideia, sobretudo para premiar aqueles produtores que estão legais na vigência do código corrente. Somos defensores dessa ideia, desde que ela não seja uma desculpa para atrasar a promulgação do novo Código Florestal ainda este ano.
PESQUISADORES DO ICONE (WWW.ICONEBRASIL.ORG.BR) E DA REDEAGRO (WWW.REDEAGRO.ORG.BR)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

“Enquanto Marina Silva se reunia com Clinton em hotel caro, eu descia o rio Purus, no Acre”

É, queridos, os dias não são nada simples. Abaixo, há uma notícia do jornal “Valor Econômico”. Leiam o que segue. Volto em seguida.
*
O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) criticou nesta segunda-feira (15) as ONGs (organizações não governamentais) internacionais. O parlamentar acusou o Greenpeace de ser uma organização aventureira e arrogante. A ex-senadora Marina Silva (AC) também foi alvo de acusações do deputado, relator do projeto de reforma do Código Florestal.
“No alto de sua arrogância, eles [Greenpeace] quiseram intimidar publicamente o Congresso Nacional quando votamos o Código Florestal”, disse Aldo Rebelo em palestra na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Sobre Marina, o deputado afirmou: “Enquanto Bill Clinton [ex-presidente dos Estados Unidos], o diretor do filme Avatar [James Cameron] e a dona Marina Silva se reuniam em hotéis caros, eu descia o Rio Purus (AC) para conversar com a população local”, afirmou.
O projeto de reforma do Código Florestal, cujo substitutivo foi aprovado na Câmara em maio, contou com o apoio de 410 deputados. Outros 63 foram contra. O texto aprovado prevê a anistia para desmatamentos ilegais feitos até julho de 2008 e permite o plantio em encostas e a criação de gado em topos de morro.
Além disso, permite a redução de 80% para 50% da área de Reserva Legal na Amazônia em casos de regularização. Na hipótese de ser aprovado dessa forma pelo Senado, o código representará uma elevação de vegetação nativa não protegida, apenas em Mato Grosso, de sete milhões para 11 milhões de hectares.

Comento
Pois é… Aldo Rebelo está certo, e ele é que é do PC do B. Já demonstrei aqui umas 300 vezes: é mentira! O código proposto por Aldo não “anistia” ninguém, ao contrário do que informa o texto do Valor. É um absurdo que essas porcarias continuem a ser escritas impunemente, como se verdades fossem. Os proprietários têm de aderir a um conjunto de medidas para que deixem de pagar a multa — ou ela será aplicada. Anistia, na prática, é aquela que está hoje em vigência.
Quanto à ocupação de encostas e topos de morros, o código não “permitirá” ocupação nenhuma; reconhece ocupações que já existem há décadas, algumas há uns dois séculos pelos menos. Essas mentiras, organizadas pelo onguismo com interesses muito bem-definidos, vão sendo repetidas por aí. Eu duvido que o redator tenha lido o código. Se leu, ou não entendeu ou decidiu agredir a verdade de modo militante e deliberado.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Novo código Florestal vai acelerar crescimento do Brasil

Canal do Produtor

Marciano Bortolin

Relator do novo código florestal no senado, o senador Luiz Henrique da Silveria enfatizou a importância desta lei para o crescimento do país. "O Brasil tem maiores condições de crescer do que países como Índia e China, mas enquanto eles crescem de 8% a 10% por ano, o nosso país não passa de 5%", fala Luiz Henrique acrescentando que a nova lei precisa ficar de acordo com o que diz a Constituição. Segundo o senador, um conjunto de fatores atrapalha o desenvolvimento do Brasil, e com o novo código florestal, parte destes empecilhos serão resolvidos. Como exemplo, ele citou a duplicação da BR 101.
"Enquanto na China, uma obra destas é feita em alguns meses, aqui levamos anos e parte disso se deve a nossa legislação. A Lei atual possui falhas que permitem a contestação da justiça", ressalta. Ainda durante sua apresentação, LHS deixou claro que a preservação do meio ambiente precisa ser lei, e a pena para quem desmatar deve ser máxima.
Outro assunto comentado foi com relação aos agricultores. Para ele, os produtores não devem ser tratados como agressores do ambiente. Segundo ele, o senador Aldo Rebelo propôs que os produtores de áreas onde a agricultura é praticada há muito tempo, devem apresentar um plano de recuperação da área degredada de até dez anos, e depois deste prazo as multas poderão ser retiradas.
O senador Luiz Henrique apresenta o seu parecer cobre o novo código no próximo dia 24.

Fonte original: Noticias do Sul

domingo, 14 de agosto de 2011

Saudades

Queria tanto que você estivesse aqui papai. Não precisava ter tanta pressa, ir assim tão cedo...
Ainda tinha tanto a aprender com você, tantas conversas, tantas risadas, broncas e discussões...
Aqui no sítio estou tentando manter tudo. É claro que eu não consigo fazer do seu jeito, mas tento fazer o melhor, pode ter certeza. Não há nada que eu faça que não pense em você e de alguma forma busque sua aprovação.
Espero que um dia a gente se encontre novamente e eu possa te dizer como eu te amo e como sinto saudades de você.

Obrigada pai, por tudo. Nos anos que estivemos juntos foi maravilhoso. Saudades...


sábado, 13 de agosto de 2011

AUTOCONTROLE – PARASHÁ VAETCHANAN 5771 (12 de agosto de 2011)

O rabino Moshe Feinstein foi um dos maiores sábio de Torá dos Estados Unidos durante grande parte do século passado. Escreveu diversos livros, em especial sobre Halachá, a lei judaica, demonstrando um incrível conhecimento. Mas além do seu estudo, Rav Moshe, como era carinhosamente conhecido por todos, era um modelo de bondade, compaixão e preocupação com os outros. Ele conseguiu, através do estudo da Torá e do cumprimento das Mitsvót, trabalhar seu caráter pessoal em um nível quase sobre humano. Isto pode ser verificado em várias histórias contadas por seus parentes e alunos mais próximos.
Entre as histórias, uma nos chama a atenção pelo grande nível de autocontrole atingido pelo Rav Moshe Feinstein. Certo dia ele estava na sinagoga, concentrado nos seus estudos, fazendo anotações em sua Guemará (livro da Torá Oral). Alguém o interrompeu em certo momento e ele deixou brevemente sua mesa para resolver algo fora da sinagoga. Enquanto ele estava fora, um dos seus alunos teve curiosidade de ler as anotações que o rabino havia feito na Guemará. Mas ao se aproximar, acidentalmente ele derrubou um frasco de tinta azul sobre a Guemará do Rav Moshe Feinstein, deixando a página completamente azul.
O aluno entrou em pânico. Ele havia estragado a Guemará de um dos maiores rabinos da geração! Se sentiu tão envergonhado que não conseguiu nem mesmo se mover para se afastar dali. Quando o Rav Moshe Feinstein voltou para sua mesa e viu sua Guemará completamente arruinada e seu aluno paralisado de medo, abriu um grande sorriso e disse carinhosamente:
- Sabe que azul é a minha cor favorita? O livro ficou ainda mais bonito agora do que antes.
Então o Rav Moshe Feinstein sentou-se e voltou a estudar, como se nada tivesse acontecido"
Muitas pessoas gostariam de ter autocontrole para nunca ofender outro ser humano. Mas apenas querer não é suficiente. A única maneira de atingir níveis espirituais elevados é através de muito esforço e dedicação.
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Na Parashá desta semana, Vaetchanan, Moshé continuou com seu discurso de despedida. A Parashá também traz o Shemá Israel, uma das maiores expressões de Emuná (fé) do povo judeu, e a repetição dos 10 Mandamentos, que já haviam sido ensinados na Parashá Itró.
No final da Parashá, aprendemos a importância da transmissão da Torá aos filhos. E assim está escrito: "E quando seu filho perguntar no futuro: 'O que são os testemunhos, os estatutos e as leis que Hashem, nosso D'us, comandou a você?'. E você deve contar ao se filho: 'Nós fomos escravos do Faraó no Egito, e D'us nos tirou do Egito com mão forte... E D'us nos comandou a cumprir todos estes estatutos, e temer a D'us, para o nosso bem, todos os dias, para nos dar vida como este dia" (Devarim 6:20,21,24).
Mas este versículo, muito conhecido por fazer parte da Agadá de Pessach, na pergunta do filho Chacham (sábio), desperta uma pergunta. Se o filho perguntou ao pai "o que são estas Mitsvót", por que o pai respondeu "D'us nos tirou do Egito"? Por que não disse diretamente que são as leis que D'us nos comandou?
Uma pergunta semelhante surge ao observarmos atentamente os Mandamentos da Torá. Logo no primeiro Mandamento está escrito "Eu sou teu D'us, que te tirei da terra do Egito" (Devarim 5:6). A saída do Egito foi acompanhada de muitos milagres, mas que envolviam apenas modificações da natureza existente. Já na criação do mundo os milagres foram muito maiores, pois toda a natureza foi criada a partir do nada. Portanto, a demonstração do poder e da grandeza de D'us foi muito maior na criação do mundo do que na saída do Egito. Então por que não está escrito no primeiro Mandamento "Eu sou teu D'us, que criou o mundo"?
Ibn Ezra, um famoso comentarista da Torá, nos ensina que o filho não está questionando "o que são as Mitsvót", e sim "por que recebemos um jugo maior do que as outras pessoas?". Quando a Torá começa respondendo que D'us nos tirou do Egito, está nos ensinando uma importante lição: as Mitsvót foram entregues para o nosso próprio bem. Da mesma forma que D'us nos tirou do Egito por bondade, assim também o comando das Mitsvót foi uma grande bondade. D'us também preferiu associar o primeiro Mandamento à saída do Egito para nos ensinar que da mesma maneira que toda a redenção do Egito foi para o nosso benefício, assim também as Mitsvót são para o nosso próprio benefício.
Poderíamos pensar que a Torá se refere aos benefícios que teremos no Mundo Vindouro, onde aproveitaremos, por toda a eternidade, o prazer da proximidade de D'us. Mas explica o Sforno, comentarista da Torá, que apesar do principal benefício das Mitsvót realmente ser no Mundo Vindouro, elas também nos trazem vida neste mundo.
Nossos sábios utilizam muito a expressão "jugo das Mitsvót". Por que? Jugo é uma palavra utilizada para descrever a peça de madeira que fica sobre o pescoço do boi durante seu trabalho no campo. O jugo, à primeira vista, é algo negativo, que prende o boi. Mas o que aconteceria se o boi trabalhasse sem o jugo? O tempo inteiro ele se desviaria do caminho, não conseguindo fazer seu trabalho. O jugo é justamente o que mantém o boi em linha reta, ajudando-o a fazer o que ele necessita. O mesmo benefício obtemos com as Mitsvót. À primeira vista parece que elas nos prendem e nos limitam, parecem um peso sobre nossos pescoços, mas a verdade é que as Mitsvót nos ajudam a não desviar do caminho correto. As Mitzvót nos dão autocontrole, nos dão equilíbrio e estabilidade emocional. Em um mundo tão complicado, com relacionamentos humanos cada vez mais difíceis, a Torá surge como uma bóia que não nos deixa afundar. Isto explica porque a cada dia mais pessoas, por mais afastados que estejam, começam a voltar ao cumprimento das Mitsvót.
Estes conceitos nos ajudam a entender um difícil Midrash (parte da Torá Oral) que se refere à época da destruição do nosso Beit-Hamikdash (Templo Sagrado). Assim está escrito: "Eles pecaram duplamente, foram castigados duplamente e serão consolados duplamente" (Yalkut Eichá). O que significa que o erro, o castigo e o consolo serão em dose dupla?
A resposta está na explicação de Ibn Ezra de que as Mitsvót foram comandadas para o nosso próprio benefício. Por isso, quando uma pessoa comete uma transgressão, ela comete dois crimes: um é a rebeldia contra D'us, o outro é um crime contra si mesmo, por ter causado para si a perda de uma Mitzvá. Consequentemente o castigo também é em dobro: não apenas D'us castiga a pessoa pela desobediência, como um pai que castiga seu filho para discipliná-lo e fazê-lo voltar aos caminhos corretos, mas também a pessoa é castigada com a perda do benefício que receberia pela Mitzvá. E finalmente o consolo também será em dobro: um dia finalmente entenderemos o benefício real de cada Mitzvá e, além disso, enxergaremos que os castigos que D'us nos mandou também foram para o nosso bem, para nos prevenir de perdermos nossa recompensa eterna.
Precisamos mudar nossa forma de olhar para as Mitsvót. D'us não ganha nada quando colocamos Tefilin, fazemos uma Tefilá (reza) ou acendemos as velas de Shabat. Quem ganha somos nós mesmos, tanto neste mundo quanto no Mundo Vindouro. E o maior ganho neste mundo é o nosso autocontrole. A Torá nos ajuda a ser donos da nossa vontade, transformando o corpo material em algo espiritual. Apenas querer crescer não é suficiente, as Mitsvót nos levam a praticar e a conquistar avanços diários. Não apenas para competirmos, mas para chegarmos a ser como o Rav Moshe Feinstein, entre tantos outros grandes rabinos, que se tornaram verdadeiros campeões de bondade, sensibilidade e autocontrole.
Shabat Shalom
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Dt. 3:23·7:11, Is. 40:1-26, Mt 23:31-39




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Revolução social

Olavo de Carvalho

Os novos meios de subir e cair já são uma realidade, já são a nova estrutura social. Quarenta anos de revolução cultural anestesiaram a população para que a aceitasse sem um pio, sem um vago sentimento de desconforto sequer.
Revolução social não é, como dizem os marxistas, a substituição de uma "classe dominante" por outra. Isso é apenas uma figura de linguagem, uma metonímia. Ao fim de uma revolução social, os mesmos grupos ou pessoas podem continuar no poder. Isso não faz a mais mínima diferença.
Substantivamente, literalmente, revolução social é uma mudança radical dos meios de alcançar riqueza, prestígio e poder. Quem manda pode continuar mandando, mas por outras vias.
Por exemplo, na Idade Média europeia, havia os seguintes meios de subir na vida (ou de manter-se no alto): a posse da terra, por conquista ou herança; a profissão militar; uma bem sucedida carreira eclesiástica. Fora disso, mesmo que você tivesse muito dinheiro, mesmo que fosse um gênio, não chegaria ao primeiro escalão do poder.
Quando se formaram os Estados nacionais modernos, os reis precisaram de dinheiro para criar exércitos que pudessem sobrepor-se ao poderes locais, assim como de uma burocracia administrativa e jurídico-policial, que desse ao governo central o controle do país inteiro. Resultado: de repente, banqueiros e burocratas passaram a mandar mais que os barões e cardeais.
Isso quer dizer que entrou no poder uma nova" classe social"? Não. Na Inglaterra, a velha classe aristocrática ocupou os lugares na nova hierarquia, e continuou mandando. Na França, deixou a vaga para uma horda de alpinistas sociais, e estes tomaram seu lugar. Nos dois casos houve uma revolução social. Revolução social não é uma troca de classe dominante: é troca dos meios de tornar-se (ou permanecer) classe dominante.
No Brasil um processo claro, patente, manifesto de revolução social está em curso, e aparentemente ninguém, fora os comandantes do processo – que, ao menos por enquanto, não têm o menor interesse de alardeá-lo –, parece dar-se conta disso.
Até uns anos atrás, ganhar dinheiro na indústria, no comércio ou na agricultura era um meio seguro de chegar ao poder ou, ao menos, de influenciar os ocupantes do poder. Uma carreira militar bem sucedida tinha o mesmo resultado. Ser um cientista, um técnico, um erudito, um escritor, um jurista de primeira ordem, idem.
Agora, todos esses velhos meios de ascensão estão sendo substituídos por um novo, que os domina e os controla. Isso não quer dizer que não funcionem mais. Funcionam, mas como instrumentos auxiliares do meio principal, que rapidamente vai-se tornando o único legítimo, o único socialmente aprovado.
Para adquirir ou conservar poder e prestígio no Brasil de hoje, até mesmo para conservar alguma margem de liberdade e segurança, você tem de pertencer ao partido governante, a um de seus associados ou aos grupos de influência que orbitam em torno dele. Chamemos a esse pool de organizações, para simplificar, o Esquema.
Na mais tolerante das hipóteses, você tem de negociar com essa gente e ceder. Ceder até o extremo limite da degradação e da humilhação. Aí permitem que você conserve o seu lugar na sociedade, mas sempre como concessão provisória, jamais como direito adquirido.
Suponha que você seja um juiz de Direito. Até algum tempo atrás, isso garantia poder, segurança e liberdade. Agora, depende de que você sentencie de acordo com a vontade do Esquema. Se você o contraria, logo descobre que grupos de pressão mandam mais que uma sentença judicial. De algum modo, todas as sentenças já vêm prontas, assinadas pelo Esquema. As outras são inócuas.
Nem falo dos empresários. Podem ganhar dinheiro a rodo, mas toda a sua influência no poder consiste em tentar ser úteis ao Esquema, que os tolera como um mal provisório.
E se você é um general de Exército, dê graças aos céus de que o Esquema lhe garanta ainda um lugarzinho no palanque, em troca das condecorações que você deu a comunistas, terroristas aposentados e ladrões notórios.
Um simples posto na diretoria de "movimento social" dá mais poder do que tudo isso junto. Coloca você acima das leis, dos Direitos Humanos, da Constituição, dos Dez Mandamentos e das exigências da aritmética elementar (num país que tem 50 mil homicídios por ano, as mortes de duzentos homossexuais no meio dessa massa de vítimas não consta oficialmente como prova de uma epidemia de violência anti-gay?).
Os novos meios de subir e cair já são uma realidade, já são a nova estrutura social. Quarenta anos de revolução cultural anestesiaram a população para que a aceitasse sem um pio, sem um vago sentimento de desconforto sequer. Essa etapa está encerrada. A revolução social já veio, já está aí, e a única reação do povo e das elites é procurar desesperadamente um lugarzinho à sombra dela, a abençoada proteção do Esquema.
Publicado no Diário do Comércio
http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/12312-revolucao-social.html

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Pesquisa avalia transferência de renda do agronegócio

Agrosoft
Ana Carolina Miotto
O agronegócio brasileiro, nos últimos 15 anos, aumentou sua produção e cresceu mais do que o PIB do País, permitindo que se expandissem o consumo interno e a exportação de seus produtos. Analisando esse contexto, uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), observou o papel do agronegócio no processo de transferência de renda para os demais setores da economia doméstica e também para o mercado externo.
De autoria de Adriana Ferreira Silva e orientação do professor Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES), o estudo intitulado Transferências Interna e Externa de Renda do Agronegócio Brasileiro apontou que a redução da concentração de renda e da pobreza no Brasil também teve suas raízes no agronegócio. "Ao assumir posição estratégica para o controle da inflação e geração de divisas no comércio exterior, esse setor teve participação relevante nesta trajetória", explica Adriana.
Segundo a pesquisadora, devido à queda de preços dos produtos agropecuários, a sociedade absorveu, entre os anos de 1995 à 2009, uma renda - R$ 837 bilhões - do agronegócio, principalmente do setor pecuarista e dos segmento primário e industrial da agricultura. "Essa queda de preços se dá devido ao aumento da produção, gerado pela aquisição de novas tecnologias. Isso significa que a renda perdida pelo agronegócio não afetou sua sustentação. Além disso, o fato da produção apresentar crescimento nesse cenário é um indicador de que as quedas de preço não representaram perda total da rentabilidade das novas tecnologias", afirma.
Adriana expõe ainda outro motivo para a queda dos preços no País: o avanço da tecnologia e o aumento da produção em escala internacional. "Aliados ao protecionismo dos países mais desenvolvidos, eles geraram uma baixa dos preços em grandes proporções. Ou seja, o desempenho do Brasil não se deu de forma isolada, ele apenas ajustou seus custos ao movimento dos demais países", explica.
O trabalho conclui que a redução dos preços reais dos produtos agropecuários foi fator primordial na capacidade do poder aquisitivo dos consumidores, em especial, para as famílias de baixa renda - nas quais grande parcela da renda é despendida em alimentos. Por outro lado, há que se garantir que os preços pagos aos produtores remunerem seus esforços, para que desestímulos à produção de alimentos não surjam, o que, em períodos futuros, possa refletir em redução da oferta e consequente elevação dos preços.
PESQUISA PREMIADA
Durante o 49º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober 2011), realizado na última semana de julho, na Faculdade de Ciências Econômicas (FACE), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG), a pesquisa de Adriana Ferreira Silva ganhou o Prêmio Edson Potsch Magalhães de melhor tese em economia rural.
Fonte original: Assessoria de Comunicação da Esalq





domingo, 7 de agosto de 2011

O preço dos alimentos seguirá pressionado

O Estado de S. Paulo

José Roberto Mendonça de Barros

A produção brasileira de grãos passou de 1.258 quilos por hectare na safra 76/77 para 3.274 quilos na safra 2010/11.
Em 2001 apresentei, junto com Juarez Rizzieri e Paulo Picchetti, uma avaliação da evolução dos preços de alimentos no País, buscando capturar parte dos benefícios da pesquisa agrícola, que induz a queda de preços. Evidentemente, nem toda queda de preços no varejo decorre da pesquisa; por exemplo, melhoras na organização da produção, na qualidade do empresário agrícola e da mão de obra e no sistema de comercialização podem levar a alimentos mais baratos. Entretanto, o nexo do sucesso da pesquisa agrícola que leva à elevação na produtividade, resultando em maior produção e queda de preços, é amplamente estabelecido na literatura.
Trabalhamos com os dados mensais do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe para a cidade de São Paulo, para o período que vai de janeiro de 1975 a dezembro de 2000. O índice da Fipe tem algumas vantagens, em particular a sistemática revisão dos orçamentos familiares e o fato de ser o único índice onde todos os produtos têm seus preços coletados todas as semanas. Nossa cesta de produtos é composta de leite, carne bovina, frango, arroz, feijão, laranja, tomate, cebola, batata, banana, açúcar, alface, café, cenoura, mamão, ovo, óleo de soja. É um conjunto bastante representativo do item alimentação. Os preços individuais e a cesta geral são comparados com o IGP da Fundação Getúlio Vargas.
Graças ao trabalho do excelente colega Juarez, os índices foram atualizados até maio deste ano e revelam uma queda extraordinária: de 48% entre dezembro de 1974 e final de 1989; de 50% entre 90 e 99 e, finamente uma queda final de 20,8% entre janeiro de 2000 e agosto de 2006.
Não tenho dúvidas que a primeira e mais forte razão para a elevação do poder de compra da população, especialmente de baixa renda, é a redução persistente no custo da alimentação.
É certo que uma redução de preços de tamanha magnitude é resultado de um conjunto de fatores. Entretanto, sem uma forte elevação da produtividade, que evidentemente decorre em boa parte dos efeitos da pesquisa, seria impossível aos agricultores absorver tais reduções de preços sem uma ruptura na oferta. A produção brasileira de grãos passou de 1.258 quilos por hectare na safra 76/77 para 3.274 quilos na safra 2010/11.
Na verdade, o período coberto pela presente análise mostrou uma constante expansão da oferta de alimentos, tanto para o mercado interno quanto para exportação. Em termos de grãos, a colheita cresceu de algo como 50 milhões de toneladas para mais de 160 milhões nos dias de hoje, com modesta elevação da área cultivada. Como o Brasil tem algo entre 50 milhões e 90 milhões de hectares de pastagens degradadas que podem ser reaproveitadas, o País pode produzir energia renovável sem prejudicar a produção de alimentos e sem derrubar florestas, caso praticamente único no mundo.
A queda de preços continuou forte até meados de 2006, quando houve uma reversão, de sorte que, entre setembro de 2006 e maio deste ano, a cesta de alimentos subiu 13,6% em termos reais, a despeito da valorização do real.
Como a produção e a produtividade continuaram a crescer nos anos recentes, é claro que algo mais deve explicar a elevação das cotações. A forte elevação da demanda de alimentos pelos países emergentes bem-sucedidos, liderados pela China, alterou o equilíbrio nos mercados internacionais, implicando em elevações de preços, mesmo com a oferta global crescendo, especialmente a partir de 2000.
De fato, a produção mundial de milho, soja, trigo e arroz, que foi de 1,76 bilhão de toneladas na safra de 2000/01, cresceu para 2,18 bilhões de toneladas na safra de 2010/11, uma expansão de 24%. Reforça o argumento lembrar que os estoques globais de alimentos se reduziram nos últimos anos. No mesmo período e para os mesmos produtos, os estoques caíram de 563 milhões de toneladas para 473 milhões. A maior instabilidade climática e volatilidade nos mercados futuros também tem um papel neste processo. Porém, estamos convencidos que o fundamento básico da alta dos preços é a força da demanda, que tem tudo para continuar. Como escreveu recentemente o ex-ministro indiano J Singh, "os trabalhadores da Índia e da China agora querem um padrão de vida melhor, exigência que nem o sistema político de controle rigoroso da China pode ignorar". De fato, é muito provável que a expansão asiática continue forte nos próximos anos, a despeito de riscos maiores na China mais adiante, como tive oportunidade de discutir aqui no Estado recentemente.
Dessas observações podemos tirar pelo menos três conclusões.
Em primeiro lugar temos aqui mais um exemplo de que o mundo não começou em janeiro de 2003, como querem alguns.
Em segundo lugar, o preço dos alimentos deverá continuar a pressionar a inflação, e a política econômica deveria levar isso em consideração.
Finalmente, uma boa política agrícola nunca foi tão importante. A continuidade da inclusão social também depende muito disto.
P.S.: A turbulência destes dois dias não altera minha visão do mercado de alimentos acima apresentado, embora a volatilidade vá se manter alta.

sábado, 6 de agosto de 2011

The Lazy Song

Bruno Mars

Today I don't fell like doing anything
I just wanna lay in my bed
Don't fell like pickin up my phone
So leave a message at the tone
'Cause today I swear I'm not doing anything
I'm gonna kick my feet up, then stare at the fan
Turn the TV on, throw my hand in my pants
Nobody's gonna tell me I can't
(Naahh)
I'll be lounging on a couch, just chillin in my snuggie
Click to MTV so they can teach me how to Douggie,
'Cause in my castle I'm the freakin man
Ooooh
Yes I said it
I said it
I said it 'cause I can!
Today I don't fell like doing anything
I just wanna lay in my bed
Don't fell like pickin up my phone
So leave a message at the tone
'Cause today I swear I'm not doing anything
(Nothing at all)
Huhul, huhuuuul
(Nothing at all)
Huhuuul, huhuuul

Yeeaah
I might mess around
And get my college dregree,
I bet my old man will be so pround of me.
But sorry paps you'll just have to wait
Ooooh
Yes I said it
I said it
I said it 'cause I can!

Today I don't fell like doing anything
I just wanna lay in my bed
Don't fell like pickin up my phone
So leave a message at the tone
'Cause today I swear I'm not doing anything
No, I ain't gonna comb my hair.
'Cause I ain't going anywhere
No, no, no, no, no,
no, no, no, no, ooooh
I'll just strut in my birthday suit,
and let everything hang loose
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah,
eah, yeah, yeah, yeah, yeeeaaah

Oooh, today I don't fell like doing anything
I just wanna lay in my bed
Don't fell like pickin up my phone
So leave a message at the tone
'Cause today I swear I'm not doing anything
(Nothing at all)
Huhul, huhuuuul
(Nothing at all)
Huhul, huhuuuul
(Nothing at all)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

NUNCA MAIS EU RECLAMO - PARASHÁ DEVARIM E TISHÁ BE AV 5771 (5 de agosto de 2011)

"Fernando estava no meio de uma longa e cansativa viagem. Havia começado a chover forte e, como ele viu que o tanque estava quase vazio, achou melhor parar logo em um posto de gasolina para não correr o risco de ficar parado no meio da estrada por falta de combustível em um tempo chuvoso daqueles.
Fernando estacionou no primeiro posto que encontrou. A tempestade havia apertado ainda mais e o vento forte fazia com que a chuva caísse sobre o frentista, deixando-o completamente ensopado enquanto ele enchia o tanque. Confortavelmente sentado dentro de seu carro, Fernando viu o frentista trabalhando embaixo daquela chuva fria e sentiu-se mal. Mas o mais interessante é que o frentista não estava triste ou irritado. Ao contrário, ele assobiava alegremente enquanto trabalhava. Após encher o tanque, ainda se ofereceu para medir o nível do óleo e da água do radiador, mesmo embaixo daquela chuva.
Quando Fernando estava partindo, como que se desculpando, disse:
- Sinto muito que você tenha que estar aí fora com este tempo.
- Não se preocupe, isto não me incomoda nem um pouco – respondeu o frentista, com um sorriso no rosto.
- Você sempre teve este alto astral? – perguntou Fernando, curioso.
Na verdade não – respondeu o frentista – Eu era um jovem que tinha tudo. Estudava em uma boa faculdade, tinha um bom carro, morava com meus pais em uma bela casa e tinha muitos amigos. Mas eu não sabia dar valor para tudo o que eu tinha e estava sempre reclamando de tudo. Perdi bons amigos e diversas vezes briguei com meus pais por motivos fúteis. Foi então que eu fui convocado para lutar no Vietnã. Tive que deixar tudo para trás e viajar para um lugar estranho onde eu não conhecia ninguém. Foi lá que eu conheci o inferno. Passava dias sem comer uma refeição decente, dormindo na lama, acordando com o barulho de tiros e vendo meus colegas caindo mortos ao meu lado.
- Então certo dia eu cheguei ao meu limite – continuou o frentista, emocionado. Comecei a lembrar quantas coisas boas eu tinha na minha vida e nunca soubera dar valor, principalmente minha família e meus amigos. Naquele momento eu prometi a mim mesmo que, se um dia eu conseguisse sair vivo daquele inferno, eu seria tão grato a D'us que nunca mais reclamaria de nada. Uma semana depois a guerra acabou e eu fui mandado de volta para casa. E assim, desde aquele dia, nada mais me aborrece"
Assumir a responsabilidade por nossas atitudes é parte da construção de uma vida feliz.
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Nesta semana começamos o último livro da Torá, Devarim, também conhecido como "Mishnê Torá" (repetição da Torá), já que grande parte do livro recorda os acontecimentos mais importantes dos 40 anos do povo judeu no deserto. E a Parashá desta semana, Devarim, traz o discurso final de Moshé, no qual ele aproveita o momento da despedida, quando as pessoas estavam com o coração mais aberto, para fazer uma crítica construtiva sobre os graves erros cometidos pelo povo judeu.
Um dos erros ressaltados por Moshé nos chama a atenção pela profunda falta de sensibilidade do povo judeu. Mesmo após D'us ter garantido que a Terra de Israel era boa, o povo pediu o envio de espiões para verificá-la. As consequências foram desastrosas, pois dos 12 espiões enviados, 10 voltaram falando mal da terra, descrevendo-a como um local habitado por gigantes, sem chance de ser conquistada. Isto causou uma histeria coletiva e um choro sem motivo. Mas o mais grave foi a reclamação feita pelo povo contra D'us, como está escrito: "E vocês falaram mal em suas tendas e disseram: 'Por ódio D'us nos tirou do Egito, para nos entregar nas mãos dos Emoritas para nos destruir' " (Devarim 1:27).
D'us, para nos tirar do Egito, fez inúmeros milagres. Mandou as 10 pragas sobre o Egito, abriu o Mar Vermelho para que o povo judeu pudesse passar em segurança e fechou o mar para afogar os egípcios. Além disso, a própria sobrevivência no deserto foi acompanhada de milagres abertos: nuvens que guiavam e protegiam o povo dia e noite, roupas que cresciam junto com a pessoa sem se desgastarem com o tempo, o "Man" que caía do céu diariamente, entre muitos outros milagres.
Então surge uma grande pergunta: como pode ser que, após verem tantos milagres abertos e bondades feitas por D'us, os judeus chegaram neste nível espiritual tão baixo de não apenas negar as bondades de D'us, mas também enxergar as bondades como se tivessem sido maldades?
Explicam os nossos sábios que, em geral, as pessoas não "despencam" espiritualmente. Nosso Yetzer Hará (má inclinação) vai nos derrotando em pequenas batalhas e, sem percebermos, vamos caindo em queda livre. Foi isto o que aconteceu com o povo judeu. Mas o que motivou o começo da queda?
Nos ensina o Rabeinu Yona, em seu livro "Shaarei Teshuvá", que uma das piores características do ser humano é ser reclamão. A natureza do reclamão é estar sempre descontente e reclamando de tudo e de todos, constantemente criticando o que as pessoas fizeram ou disseram. Por sempre focar o lado negativo das coisas, o reclamão se torna uma pessoa rigorosa e intransigente. Mesmo quando alguém faz algo sem intenção, o reclamão julga o próximo para o mal e considera como se tivesse sido uma agressão intencional.
E o que ocorre com quem não trabalha esta terrível característica? Ao se acostumar apenas a reclamar e a procurar coisas negativas nos outros, no final o reclamão termina reclamando também daqueles que nunca fizeram nenhum mal, ou pior, reclama daqueles que somente fazem bem a ele. Ele se considera sempre como agredido e perseguido pelos outros, como se os atos errados do próximo fossem intencionais contra ele, mas na verdade ele é o agressor e o perseguidor, que machuca os outros com suas reclamações constantes. Por isso o reclamão acaba se tornando uma pessoa sozinha, pois como se torna alguém inconveniente, seus amigos e pessoas próximas se afastam dele.
Mas talvez a pior consequência de ser reclamão é que ele acaba se tornando um negador de bondades recebidas, ao ponto de considerar coisas boas como sendo coisas ruins, pagando o bem com o mal. Ele fica tão obcecado em exigir "justiça" que, mesmo quando alguém faz algo para o seu bem mas de uma maneira que ele não concorda, ele acaba enxergando isso como uma maldade. Por exemplo, os jovens sentem que suas mães são malvadas por não permitirem que eles voltem das festas às 5 da manhã. A mesma mãe que deu vida ao filho, que constantemente dá tudo o que ele necessita, é vista como vilã apenas por sua decisão de ir contra as vontades do filho. Por medo da violência e da inconsequência de muitos motoristas que dirigem embriagados pelas ruas de madrugada, as mães fazem de tudo para proteger seus filhos, mas são vistas como desalmadas. Por que? Pois somos reclamões, olhamos feio para tudo o que não é feito do nosso jeito. Foi isto o que aconteceu com o povo judeu durante os 40 anos no deserto.
Em diversos eventos descritos pela Torá podemos perceber que os judeus tinham naturalizado esta péssima característica em seus corações. Apesar das bondades e milagres constantes de D'us, eles reclamavam por causa da comida, por causa da água, por causa do caminho um pouco mais longo, e em diversas situações se rebelavam sem motivo. Nem mesmo os terríveis castigos mandados por D'us eram suficientes para fazer com que as pessoas entendessem o quanto esta característica é nociva. Por não tratarem esta característica negativa eles chegaram ao ponto de realmente acreditar que D'us os havia tirado do Egito, com milagres abertos, quebrando todas as leis da natureza, apenas por maldade, para prejudicá-los no deserto.
Quando olhamos os eventos descritos na Torá, enxergamos facilmente os erros do povo judeu e as conseqüências. Mas enxergamos os mesmos erros em nós mesmos? Será que também não somos tão reclamões quanto os judeus do deserto? Será que não sofremos também duras consequências por termos em nossos corações esta terrível característica? Achamos absurda a forma como o povo judeu questionou a bondade de D'us, mas será que não fazemos o mesmo quando acontecem coisas que fogem do nosso controle e entendimento?
Na próxima 2a feira de noite é Tishá Be Av, o dia mais triste do ano, no qual nos enlutamos por várias catástrofes que ocorreram com o povo judeu em nossa história. Mas de todas as tragédias, nenhuma se compara à destruição do nosso Beit Hamikdash (Templo Sagrado). Por que ele foi destruído e até hoje, dois mil anos depois, ainda não foi reconstruído? Por causa do ódio gratuito entre os judeus. Se o nosso Beit Hamikdash não foi reconstruído até hoje, é uma prova de que continuamos persistindo no mesmo erro.
De onde vem o ódio gratuito? Principalmente de julgarmos sempre os outros para o mal, mesmo sem conhecer as pessoas de verdade. Nos acostumamos a sempre reclamar e exigir nossos direitos, ao invés de focar nos nossos deveres. São cada vez mais comuns passeatas pelos direitos, mas são cada vez menos freqüentes as demonstrações de preocupação verdadeira com o próximo e com os nossos deveres.
A Torá nos ensina que não temos direitos, temos deveres, temos obrigações, temos responsabilidades. Somente quando cada um focar mais nos seus próprios erros do que nos erros dos outros estaremos realmente caminhando para um mundo melhor. Um mundo com mais justiça, com mais união, onde o direito de cada um será verdadeiramente respeitado. Somente então mereceremos a reconstrução do nosso Beit Hamikdash.
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Deuteronômio 1:1-3:22, Is.1:1-27, At 9:l-21

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um terrorista norueguês com treinamento comunista

Comentário de Julio Severo:
Breivik esteve várias vezes na Belorússia, aí recebendo treinamento terrorista da seção local da FSB. A Belorússia fazia parte da União Soviética, o maior império comunista que o mundo já viu. Assim, toda a propaganda que a mídia esquerdista vem fazendo dele como “anticomunista” e “cristão” tem muito a ver não só com cortina de fumaça, mas também com uma estratégia de desviar a atenção dos reais culpados. Essa atitude da mídia foi um verdadeiro ato terrorista contra os cristãos.

Fechando a torneira
Olavo de Carvalho
A facilidade com que o comentário político se deleita em miudezas, deixando de lado o essencial, impõe a quem compreende a gravidade do fenômeno a obrigação de avisar ao distinto público que aquilo que hoje lhe vendem como jornalismo é na verdade um produto novo e distinto, com finalidade inversa à daquilo que uma geração atrás se consumia sob essa denominação.
A palavra "notícia" vem do verbo "notar", que quer dizer captar, apreender, perceber. Quando as notícias que você recebe de vários canais vêm com conteúdo uniforme e num tom acachapantemente idêntico, é claro que elas não expressam a percepção humana, variada e individualizada por natureza, e sim um trabalho de engenharia, um molde prévio imposto aos fatos, não para refleti-los e sim para substituí-los. O caso dos atentados em Oslo é exemplar, sob esse aspecto. Informações flagrantemente erradas disseminaram-se pelo mundo em poucos minutos, num tom de certezas universalmente reconhecidas, ao passo que seus desmentidos só vieram aparecendo aos poucos, um aqui, outro ali, sem força de rechaçar a massa homogênea de falsidades que, como a "bolha assassina" do famoso thriller, já havia engolido multidões inteiras. Atentados terroristas, convém repetir, nunca são a finalidade de si mesmos. Estão sempre inseridos em alguma estratégia geral que, por meios políticos e midiáticos incruentos, prepara o seu advento e colhe (ou produz) os seus resultados. A destruição física deve ser precedida e seguida de empreendimentos de demolição moral ou chantagem política que transfigurem a mera carnificina em vantagem política concreta.
Só para dar dois exemplos clássicos, o 11 de setembro apoiou-se numa década inteira de propaganda anti-americana crescente e em seguida conseguiu inverter a impressão inicial de horror ao terrorismo, transformando-a numa onda mundial de ódio aos EUA (v. http://www.olavodecarvalho.org/traducoes/ terrorism2.htm); na Espanha, menos de 24 horas depois do atentado de 2004 já estava nas ruas uma gigantesca manifestação popular, não contra os terroristas, mas contra... o governo conservador do primeiro-ministro Aznar (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/040325jt.htm).
Mas nem precisaríamos ir tão longe: no Brasil, entre 1964 e 1988, cada bomba, cada roubo de armas, cada sequestro foi seguido de intensa propaganda baseada no slogan de que a culpa desses crimes não era de seus autores, e sim do governo que combatiam. A lenda dos "jovens idealistas em luta contra a tirania" veio
a render seus frutos com o retorno maciço dos comunistas ao país e sua irresistível ascensão ao poder (http://www.olavodecarvalho.org/semana/110428dc.html). Cito os meus artigos anteriores para enfatizar a continuidade das análises que venho fazendo, capítulos aliás de um estudo de muitos anos sobre o fenômeno da mentalidade revolucionária.
Ora, no caso norueguês a única campanha de propaganda que se observou foi voltada contra o próprio terrorista, mas associando-o a evidentes bodes expiatórios, os sionistas e os cristãos conservadores. A regra áurea, na análise de atentados terroristas, é: veja contra quem vai a campanha que se segue,
e entenda que a autoria do crime vem necessariamente da direção oposta.
O próprio Anders Behring Breivik deu-nos uma indicação preciosa ao declarar, no seu Manifesto, que não era um cristão, mas apenas um darwiniano persuadido de que a civilização cristã Ocidental era evolutivamente superior às outras. Isso não apenas desmentia a versão oficial da "grande mídia", mas alinhava decididamente Breivik no padrão ideológico da Nouvelle Droite Francesa, materialista e evolucionista, chefiada por Alain de Benoist.
E outra coisa que os iluminados comentaristas políticos não sabem é que a Nouvelle Droite é uma aliada incondicional... do "projeto Eurasiano" de Alexandre Duguin e Vladimir Putin!
Baseado nessa informação, anunciei no meu programa True Outspeak, de 27 de julho último, que, por trás de todas tentativas perversas de inculpar sionistas e cristãos, a verdade não tardaria em aparecer ostentando na testa um rótulo de três letras: K,G,B, ou, em versão modificada pela enésima vez, F,S,B.
Não tardou nem 48 horas: sexta-feira, 29, recebi da minha amiga romena Anca Cernea esta notícia da agência russa RiaNovosti: Breivik esteve várias vezes na Belorússia, aí recebendo treinamento terrorista da seção local da FSB (v. http://en.rian.ru/world/ 20110728/165436665.html).
É verdade que aí ele teve também contato com um "extremista de direita", Viacheslav Datsik, mas Datsik, preso na Noruega por contrabando de armas, acabou confessando que trabalhava para a FSB.
Para tornar as coisas ainda mais claras, Breivik, no seu Manifesto (v. http://www.asianews.it/news-en/Russia-as-the-mass-murderer%E2%80%99s-political-model-22193.html) declara
que o alvo ideal de sua luta seria substituir a estrutura política europeia, que ele qualifica de "disfuncional", por um modelo de democracia autoritária "similar à da Rússia" (sic).
E, de quebra, faz os maiores louvores a Vladimir Putin.
Completando o quadro, o interesse russo em desestabilizar o governo norueguês é o mais óbvio possível: a Noruega é o único concorrente da Rússia no fornecimento de gás ao continente europeu - quer dizer, o único obstáculo que se opõe ao sonho de Vladimir Putin, de um dia colocar a Europa de joelhos mediante a simples ameaça de fechar a torneira.
Fonte: Midia Sem Máscara
http://juliosevero.blogspot.com/2011/08/um-terrorista-noruegues-com-treinamento.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+JulioSevero+%28Julio+Severo%29&utm_content=Yahoo%21+Mail