sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CRESCENDO SEMPRE - PARASHÁ VAYIGASH 5772


O rio seguia, confiante, seu caminho. Olhou para trás, para toda a sua jornada, orgulhoso por ter vencido todas as dificuldades: as altas montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas e as difíceis curvas através dos povoados.
De repente, o rio viu à sua frente o oceano se aproximando. Era tão vasto, imenso, parecia que entrar nele seria desaparecer para sempre.
Mas o rio entendeu que não havia outra opção. O rio não podia voltar, apenas podia seguir em frente. O rio tomou coragem, se arriscou e foi, confiante, em direção ao oceano.
E foi somente quando o rio entrou no oceano que o medo realmente desapareceu, pois ele entendeu que não se tratava de desaparecer no oceano, mas sim de tornar-se parte do oceano. Por um lado era uma anulação, mas por outro lado era um renascimento.
Assim somos nós. Voltar é impossível na nossa limitada existência neste mundo. Precisamos seguir em frente sempre, arriscar e ter a coragem de tornar-se, um dia, parte do oceano.
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A Parashá desta semana, Vayigash, traz dois dos momentos mais emocionantes da Torá: a revelação de Yossef para seus irmãos e o reencontro de Yossef com seu querido pai, depois de 22 anos de tristeza e luto pela dura separação.
É difícil até mesmo imaginar o tremendo impacto emocional que Yaacov sentiu ao receber a notícia que Yossef, seu filho preferido, que ele acreditava ter sido devorado por um animal feroz, ainda estava vivo. Temendo as consequências de um impacto tão grande, os irmãos de Yossef decidiram enviar uma das netas de Yaacov, Serach, para prepará-lo para a notícia. Ela começou a tocar harpa e a contar, através de uma música, que Yossef ainda estava vivo. Mas aparentemente os esforços não foram suficientes, pois Yaacov não conseguiu assimilar a notícia quando a recebeu, como está dito: "E eles subiram do Egito e vieram para a terra de Knaan, para Yaacov, seu pai. E eles disseram para ele: "Yossef ainda está vivo", e que ele era o governante de toda a terra do Egito. Mas seu coração rejeitou, pois ele não conseguia acreditar neles" (Bereshit 45:25,26).
Destes versículos ficam algumas perguntas. O que significa que Yaacov não acreditou na notícia dada pelos seus filhos? Por acaso eles eram mentirosos, estariam brincando com algo assim tão sério ou não teriam verificado se a informação era realmente verdadeira antes de transmiti-la ao pai? Além disso, no próximo versículo a Torá diz que logo depois Yaacov acreditou que Yossef estava vivo. O que mudou para que ele passasse a acreditar?
Antes de responder estas perguntas precisamos entender, segundo a Torá, qual é a definição de vida. Será que é suficiente uma pessoa estar andando, respirando ou falando para estar viva? A pergunta fica mais difícil ao analisar um versículo de Shlomo Hamelech (Rei Salomão): "Os vivos sabem que vão morrer e os mortos não sabem de nada" (Kohelet 9:5). O que significa este versículo? Não é óbvio que os vivos sabem que vão morrer e que os mortos, que já não estão mais neste mundo, não sabem de nada?
Explicam os nossos sábios que "vivos" são os Tzadikim, pois seus bons atos são eternos e permanecem mesmo depois de suas mortes. O que significa que eles sabem que vão morrer? Eles colocam no coração que a vida é limitada e, portanto, querem aproveitar cada oportunidade para adquirir eternidade. E ao aproveitar as oportunidades, eles crescem em todas as áreas da vida. Já "mortos" são aqueles que vivem sem se importar com o futuro, como se sempre tivessem tempo sobrando e, por isso, não aproveitam as oportunidades da vida, caindo espiritualmente e comprometendo sua eternidade.
Foi neste sentido que Yaacov não acreditou que Yossef estava vivo. Ele não teve nenhuma dúvida de que, fisicamente, Yossef estava vivo, pois seus filhos eram Tzadikim, nunca brincariam com algo assim ou dariam esta notícia sem verificar bem a veracidade. Mas depois de escutar que ele havia passado os últimos 22 anos na terra do Egito, um lugar de promiscuidades e idolatrias, imaginou que ele não havia resistido às más influências e havia se perdido espiritualmente. Ainda havia o agravante de ele ter se tornado o governante do maior império do mundo, completamente cercado pela luxúria e poder, que corrompem o ser humano. Portanto, Yaacov escutou que Yossef estava fisicamente vivo, mas seu coração acreditou que, espiritualmente, ele havia morrido.
O que fez Yaacov mudar de opinião? A resposta está no próximo versículo: "E eles contaram todas as palavras que Yossef disse para eles, e ele viu as carroças que Yossef havia mandado para transportá-lo, então o espírito de seu pai Yaacov reviveu" (Bereshit 45:27). Que palavras foram estas que os irmãos de Yossef contaram para Yaacov?
No dia em que Yossef foi vendido, 22 anos antes, ele havia ido, a pedido do pai, verificar se estava tudo bem com seus irmãos, que estavam no campo pastoreando. Como Yaacov sabia que seria uma missão perigosa para Yossef, já que estava ciente do ódio que os irmãos sentiam por ele, acompanhou-o parte do caminho e foi lhe explicando sobre a importância de acompanhar alguém, em uma despedida, para ajudá-lo a achar o caminho correto e não se perder. Este foi o último ensinamento de Torá que Yaacov transmitiu a Yossef antes dele ser vendido como escravo ao Egito.
Yossef, quando mandou seus irmãos avisarem ao pai que ele estava vivo, sabia que Yaacov pensaria que ele tinha se corrompido após viver tantos anos no Egito. Por isso repetiu para os irmãos os últimos ensinamentos de Torá que havia recebido de seu pai e pediu que eles repetissem a Yaacov estas palavras, para que ele tivesse certeza de que, apesar dos 22 anos no Egito, mesmo sendo tão poderoso, ele não havia esquecido sua espiritualidade e havia se mantido correto e íntegro.
Aprendemos, portanto, que não é suficiente apenas falar, andar e respirar para ser considerado vivo aos olhos de D'us. Vivo é aquele que aproveita seu potencial, que a cada dia cresce um pouco mais, que não se acomoda na vida. Vivo é aquele que, apesar de viver em um mundo material, não deixa de lado sua espiritualidade.
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Gn. 44:18-47:27, Ez. 37:15-28, Lc. 6:12-16

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Glórias acadêmicas lulianas

Escrito por Olavo de Carvalho


Todo mundo sabe que, neste país, para subir na carreira universitária não é preciso conhecimento nenhum, apenas ter as amizades certas e emitir, nos momentos decisivos, as opiniões políticas recomendáveis.
O sr. Paulo Moreira Leite, que no exercício do jornalismo assumiu como sua particular missão e glória nunca entender nada, escreve que as reclamações contra a pletora de títulos universitários concedidos ao ex-presidente Luís Inácio da Silva refletem um preconceito, um pedantismo acadêmico que não se conforma em ver subir na vida um self made man cuja pobreza o impediu de adquirir educação escolar.
Anos atrás dei ao sr. Moreira o apelido de sr. Moleira, por me parecer que a formação do seu aparato craniano tinha sido ainda mais incompleta que a educação do sr. Lula. Seu palpite de agora sugere que ela tenha mesmo retrocedido um pouco.
Quem quer que conheça a história intelectual do nosso país sabe que é uma constante da sociedade brasileira o ódio à inteligência, misto de temor e despeito, e acompanhado, à guisa de compensação neurótica, pelo culto devoto aos títulos, cargos e honrarias exteriores que a substituem eficazmente em festividades acadêmicas e homenagens parlamentares.
A mentalidade geral, já antiga e tão bem retratada por Lima Barreto, segue a das vizinhas fofoqueiras do Major Quaresma, que, ao ver pela janela a biblioteca daquele infausto patriota, comentavam: "Para que tanto livro, se ele não é nem bacharel?"
Que, em contrapartida, faltem livros nas estantes dos bacharéis e doutores, onde abundam garrafas de uísque e fotos de viagens internacionais, é coisa que não ofende nem choca a alma nacional. O estudante universitário brasileiro lê em média menos de dois livros por ano, e nem por isso deixa de receber seu diplominha e tornar-se, no devido tempo, chefe de departamento, reitor ou ministro.
Um amigo meu, nascido e criado no Morro da Rocinha, no Rio de Janeiro, confessava: "Sofri mais discriminação na favela, por ler livros, do que aqui na cidade por ser preto".
Todo mundo sabe que, neste país, para subir na carreira universitária não é preciso conhecimento nenhum, apenas ter as amizades certas e emitir, nos momentos decisivos, as opiniões políticas recomendáveis. Pessoas ilustres como o dr. Emir Sader, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, o ex-reitor da UnB, Christovam Buarque, assim como inumeráveis outras cujos pensamentos e obras exaltei em O Imbecil Coletivo, já deram provas sobejas de que uma sólida incultura e uma inépcia pertinaz são não somente úteis mas indispensáveis ao sucesso acadêmico, desde que acompanhadas de uma carteirinha do PT ou documento equivalente.
Se os títulos acadêmicos são tidos como valores absolutos em si mesmos, independentemente de quaisquer méritos intelectuais correspondentes, e se estes, por sua vez, nada valem se desacompanhados daqueles, a razão disso está nos profundos sentimentos democráticos do povo brasileiro.
A inteligência e o talento são dons inatos, que a natureza ou a Providência distribuem desigualmente aos seres humanos, criando entre eles uma diferenciação hierárquica que, do ponto de vista dos mal dotados, é uma humilhação permanente, uma ofensa intolerável e um mecanismo de exclusão verdadeiramente fascista.
Os títulos acadêmicos foram inventados para aplanar essa diferença, dando aos incapazes e medíocres uma oportunidade de se sentir, ao menos em público e oficialmente, igualados aos maiores gênios criadores das artes, das letras, das ciências e da filosofia, se não mesmo aos santos da Igreja, aos anjos do céu e até à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, como é precisamente o caso do sr. Lula.
Ao contrário do que diz o sr. Moleira, o que faltou a este último não foi a educação formal, foi justamente a educação informal, aquela que um trabalhador impedido de frequentar escola adquire em casa, em ônibus, em trens ou no metrô, lendo livros. O sr. Lula já expressou mais de uma vez sua invencível ojeriza a essa atividade dolorosa, na qual tantos escritores brasileiros, pobres como ele ou ainda mais pobres, adquiriram a única formação que tiveram.
A diferença entre eles e o sr. Lula reside precisamente aí: eles conquistaram seus méritos intelectuais por seu próprio esforço solitário, sem a ajuda de professores, do Estado ou de qualquer entidade que fosse, ao passo que o sr. Lula preferiu subir na vida sem precisar de méritos intelectuais ou morais nenhuns, contando apenas com a ajuda de algumas dezenas de organizações bilionárias – empresas, bancos, sindicatos, partidos – e o dinheiro do Mensalão.
Isso não o torna nem um pouco diferente dos bacharéis e doutores, apenas mostra que ele levou à perfeição o sonho de todos eles: ostentar um punhado de títulos universitários sem precisar, para isso, ter estudado ou aprendido absolutamente nada exceto a arte sublime do alpinismo social.
Quando cidadãos de nível universitário reclamam das glórias acadêmicas lulianas, não o fazem, como o imagina o sr. Moleira, por elitismo intelectual genuíno, que ao menos supõe algum amor ao conhecimento. Fazem-no por pura inveja do concorrente desleal que conquistou mais títulos sabendo ainda menos.
Quem fala pela boca deles não é a inteligência humilhada pelo sucesso da ignorância: é o corporativismo do establishment acadêmico, que gostaria de reservar para si o monopólio da produção de analfabetos diplomados, sem dividi-lo com a mídia e os partidos políticos.
O sr. Moleira imagina que se opõe a essas criaturas, mas na verdade expressa melhor que ninguém o sentimento delas todas, ao proclamar que os títulos acadêmicos de Lula devem ser motivo de orgulho nacional. Que maior motivo de orgulho existe, numa alma de brasileiro, senão o título enquanto tal, o título em si, o título sem nada dentro?

Publicado no Diário do Comércio.
http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/12693-glorias-academicas-lulianas.html

Cristãos perseguidos. O Natal nem sempre é como o homem quer

Escrito por Marta F. Reis


Notícias Faltantes - Perseguição Anticristã
Nos países que este ano viveram a “primavera árabe” muitos temem agora o "inverno cristão". Desde março, 100 mil cristãos fugiram do Egito com receio da Sharia, após a eleição de grupos islâmicos fundamentalistas. No Paquistão, um dos países onde a fé cristã tem menos expressão, as missas de Natal vão ser vigiadas por snipers. No Iraque, depois da retirada das tropas norte-americanas, as lojas de famílias cristãs foram saqueadas. No Cazaquistão há uma nova lei que prevê censurar todos os livros sobre religião que entrem no país e pode-se ir preso por rezar em sítios não autorizados. Em ano de revoluções, a liberdade religiosa ainda não é um direito universal.

Nigéria
80 milhões (50% da pop.)
Alerta
Apesar do diálogo entre líderes islâmicos e cristãos (já existe um conselho nacional inter-religiões), continuam as ameaças. Depois do presidente do Conselho Supremo Islâmico desejar aos cristãos um feliz Natal, a Associação Cristã alertou para o risco de atentados em igrejas, ameaça dos Boko Haram, que exigem a imposição nacional da Sharia. Desde 1999, quando a lei islâmica foi adotada em Zamfara (Norte), os confrontos já fizeram milhares de mortos. A Nigéria é hoje o país com mais cristãos da África subsaariana, com a quebra de cultos tradicionais e o crescimento da igreja protestante/pentecostal.

China
67 milhões (5% da pop.)
Emigrar?
Com apenas duas igrejas cristãs oficiais no país, cada vez há mais famílias chinesas a inscrever os filhos em escolas religiosas dos EUA – seis vezes mais em cinco anos, segundo o New York Times. Mas começa a haver sinais de mudança. Há um universo florescente de igrejas protestantes em casas particulares, ilegais. Esta semana a polícia invadiu uma festa da Igreja de Xintan, autoproclamada Vila do Natal, com uma produção de 78 mil milhões de dólares em artigos natalícios. Argumento: são proibidas manifestações religiosas ao ar livre e os budistas queixaram-se. O caso foi denunciado no YouTube.

Índia
31,8 milhões (2,6% da pop.)
Uma questão social
Segundo o estudo recente do think tank Pew sobre o cristianismo, é difícil apurar o número de cristãos na Índia porque os fiéis de extratos sociais mais baixos optam por dizer que são hindus, siques ou budistas para ter acesso a apoios sociais. A perseguição ainda é uma realidade em algumas zonas. Este mês, um tribunal popular em Orissa (Leste) apresentou um relatório que atesta que o governo foi negligente e recusou apoio às vítimas durante os ataques de Kandhamal, em 2008, contra cristãos que recusaram converter-se à fé hindu. Os ataques fizeram 100 mortos e destruíram 295 igrejas.

Indonésia
21,1 milhões (8,8% da pop.)
Frágil numa altura em que a “primavera árabe” começa a ser chamada de "inverno cristão", com a emergência política dos fundamentalistas islâmicos. Com 21 milhões de cristãos, a Indonésia tem mais fiéis que os 20 países da região Médio Oriente-Norte de África. Porém, representam apenas 8% da população e 90% professam o islamismo. Segundo o Fórum de Jacarta para o Cristianismo, até setembro houve 31 incidentes em igrejas, mais que em 2010. Na quarta-feira, uma imagem da Virgem Maria foi decapitada numa capela em Java Central.

Coreia do norte
480 mil (2% da pop.)
Terror
Os dados do Pew indicam 480 mil cristãos no país, mas não é fácil conceber onde. Num trabalho de 2005 de David Hawk para a comissão de liberdade religiosa dos EUA, vários refugiados testemunham que no país se defende que “ter fé em Deus é um ato de espionagem. Apenas Kim-II Sung é deus”. A morte de Kim Jong-il – filho do dito deus –, renovou os apelos à liberdade religiosa. O número de cristãos em campos de trabalho pode chegar a 70 mil. O site da organização North Korean Christians pede a denúncia de perseguição e execuções por crimes como “posse de Bíblia”, como ocorreu em 2009.

Afeganistão
30 mil (0,1% da pop)
Caça às bruxas
São a minoria mais reduzida nesta lista de dez países. No Afeganistão, apenas 0,1% da população professa o cristianismo. Nos sites de organizações contra a perseguição religiosa são denunciados vários casos de exilados afegãos na Noruega ou na Índia ameaçados mesmo no estrangeiro por terem se convertido à fé cristã. No ano passado, um grupo de 150 exilados na Índia denunciou uma ordem de execução de um ministro de Hamid Karzai a novos cristãos denunciados num programa de televisão. A constituição afegã pune com pena de morte o abandono da fé islâmica, a religião do Estado.

Paquistão
2,7 milhões (1,6% da pop.)
Snipers nas igrejas
2.500 polícias paquistaneses foram destacados para proteger a comunidade cristã nas celebrações dos próximos dias. A polícia afirmou que 433 igrejas, sobretudo em torno da cidade de Lahore, vão ter proteção de snipers e entradas controladas num ano em que a tensão religiosa aumentou e pelo menos duas pessoas foram condenadas à morte à luz da Sharia, por blasfêmia. Este mês, o presidente do partido cristão PCC, Nazir Bhatti, pediu à ONU que investigue atentados contra 20 milhões de cristãos afegãos: violações, raptos, execuções de padres e conversões forçadas. (N. do E.: A jornalista se confundiu. A denúncia de Nazir Bhatti diz respeito à perseguição sofrida pelos cristãos paquistaneses. O número dado por Bhatti é bem mais alto que os dados oficiais e os de outras agências, como, por exemplo, a Portas Abertas, que dá um percentual de 2,5% para a população cristã do país).

Cazaquistão
4,1 milhões (26,2% da pop.)
Lei aperta
Apesar de a fé cristã ser a segunda no país (26% para 70% de muçulmanos), a Lei da Religião, adotada em Outubro, restringiu a liberdade religiosa. Para “combater o extremismo”, há agora quotas para missionários e registro de locais de culto. A importação de literatura religiosa será sujeita a censura. A iniciativa nasceu de um relatório do partido no poder, que criticou a importação de cultos não tradicionais (igrejas protestantes, por exemplo) e disse que as pessoas precisavam de ajuda. Este mês, três batistas foram multados por participarem de encontros de oração. Um deles ficou detido por 48 horas.

Egito
4,2 milhões (5,3% da pop.)
Em fuga
Pelo menos 100 mil cristãos deixaram o país desde março, segundo dados da União Egípcia de Organizações de Direitos Humanos. Depois da queda de Mubarak, a eleição da Irmandade Muçulmana e de radicais salafistas alarmou a minoria cristã. Os partidos eleitos querem repor a Sharia como lei nacional. Cynthia Farahat, ativista política no Cairo, diz que, embora a perseguição fosse real e os cristãos considerados “cidadãos de segunda”, os atentados estão mais explícitos. A igreja ortodoxa do Egipto (coptas) fala de 17 milhões de cristãos no país. Oficialmente são 4 milhões.

Iraque
270 mil (0,9% da pop.)
Em extinção
A retirada do Iraque está a acentuar as tensões religiosas, não só entre sunitas e xiitas, mas, num último golpe, também em relação à debilitada minoria cristã. Há lojas saqueadas no norte e estima-se que os cristãos tenham sido reduzidos a um quinto desde 2003. Em Dora (arredores de Bagdá), as mulheres foram obrigadas a cobrir-se. Mais de 40 mil fugiram de bastiões da Al-Qaeda como Mossul. Michael Youash, do Projeto para a Sustentabilidade Democrática do Iraque, alertou já que daqui a 20 anos pode já não haver cristãos no país. No fim do ano passado, um atentado contra uma igreja de Bagdá fez 60 mortos.

Publicado no IOnline.PT no dia 25 de dezembro.
http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/noticiasfaltantes/perseguicao-anticrista/12695-cristaos-perseguidos-o-natal-nem-sempre-e-como-o-homem-quer.html

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Saudação de Natal e Ano Novo politicamente correta

Escrito por Heitor De Paola

Artigos - Movimento Revolucionário

Heitor de Paola traduz mensagem de Natal escrita do jeito que o progressista gosta, e comenta alguns “presentes” dados à população brasileira neste fim de ano pela nossa elite política.

Tudo o que eu gostaria de dizer era “Feliz Natal e Próspero Ano Novo”, mas atualmente tudo deve ser revisado pelo Departamento de Regras e Diretrizes Legais. Feito isto, seguindo as regras politicamente corretas, eis o resultado:

De mim (o “desejante”) para você (destinatário que suponho estar desejando):
Aceite, por favor, sem nenhuma obrigação implícita ou explícita de sua parte, meus melhores votos de uma feliz comemoração do solstício de verão (ou inverno, dependendo do seu hemisfério) praticado com as mais saudáveis tradições de sua(s) convicção(ões) religiosa(s), ou práticas seculares de sua escolha e respeitando as demais tradições dos outros ou de sua escolha de não praticar nenhuma tradição religiosa ou secular, dentro de uma maior consciência ambiental, responsabilidade social, idéias politicamente corretas, baixo stress sem dependência química, neutralidade de gênero (o que os antigos incorretamente chamavam de sexo, pois hoje se sabe que isto é de escolha própria).
Desejo sucesso financeiro e realização de seus desejos, sem complicações médicas, para este início do ano 2012 do calendário geralmente aceito, mas com todo respeito para com as demais escolhas de calendários de outras culturas ou seitas, levando em consideração sua raça, crenças, cor, idade, habilidades físicas, fé religiosa, livre escolha de navegador da internet ou sua preferência(s) sexual(ais).
Ao aceitar esta saudação você se compromete com os seguintes termos legais:
- Esta saudação está sujeita a futuros esclarecimentos ou anulação.
- Esta saudação pode ser livremente retransmitida, desde que sem alterações ao original, e deverá reconhecer os direitos autorais do desejante.
- Esta saudação não implica em promessa de parte do desejante de realmente implementar nenhum dos desejos acima referidos.
- Esta saudação não poderá ser acionada juridicamente, tanto quanto nenhuma das restrições contidas neste documento obrigarão aos demais destinatários, e somente será revogada se o desejante livremente assim decidir.
- Esta saudação está garantida nos limites adequados e dependendo de boas notícias de sua parte, pelo período de um ano, ou até o envio de nova saudação de feriados vazada em outros termos, o que ocorrer antes.
- O desejante garante seus desejos somente dentro dos limites destes desejos, e poderá revogá-los a seu exclusivo critério.
Qualquer referência a “Nosso Senhor”, “Papai Noel”, “Nosso Salvador”, “a rena de nariz vermelho” ou quaisquer outros personagens festivos, reais ou fictícios, mortos ou vivos não implicará em endosso destes nomes com respeito a esta saudação, ficando pelo presente documento implicitamente respeitados todos os direitos de propriedade de outros nomes ou imagens reservados às demais partes.
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Presente de Natal I
O Legislativo não poupa despesas! Depois de fixar o mínimo em R$ 622,73, e ter os centavos cortados pela “presidenta” (sic) para economizar R$ 200 milhões anuais, o presidente do Senado José Sarnento abrirá concurso para contratar 246 novos analistas, técnicos legislativos e policiais no início de 2012. O salário inicial do consultor (ele consulta o quê? para quem?) é de R$ 23.826,57. Os novos servidores (de quê, ou de quem?) custarão R$ 53,3 milhões aos cofres públicos por ano!
Receio que logo surja um "movimento contra a ganância do Legislativo" ou sei lá o quê, sem atentar para o geral: a formação e consolidação da Nova Classe, a Nomenklatura!

Presente de Natal II
Dois dias depois de eu ter escrito meu último artigo, seu Cristovam inova: durante uma reunião na UnB, preparatória da Conferência Rio+20, seu Bruaca, perdão Buarque, defendeu a criação do Tribunal do Futuro! (nothing less!) Sua tarefa seria julgar os governantes mundiais por decisões que possam comprometer o meio ambiente, os recursos naturais da Terra e o bem estar da população. Este Tribunal, diz o gajo referido, seria "constituído por grandes personalidades mundiais".

Saudação de fim de ano do mesmo gajo:
Cristovam Buarque deseja a paz como os índios bolivianos
SEX, 23 DE DEZEMBRO DE 2011 03:18
Em seu último pronunciamento do ano, nesta quinta-feira (22), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) desejou a paz como os índios bolivianos, ou sete tipos de paz diferentes. A primeira delas é a paz para frente, o que, para esses índios, simboliza o passado.
- Dizer que o futuro está à frente é uma arrogância nossa, ocidentais, porque o futuro a gente não conhece. À frente está o passado. Ter paz com o passado é viver sem remorsos - afirmou o parlamentar.
Em seguida, prosseguiu Cristovam Buarque, vem a paz para trás, que é o futuro, ou o que a gente não conhece. Essa paz, explicou o senador, é para que as pessoas não temam o que vem adiante.
Os índios desejam ainda a paz para lado direito, que é a paz com a família, e para a esquerda, que é a paz com vizinhos. O representante do Distrito Federal lembrou que, no mundo globalizado, cada um tem sete bilhões de vizinhos.
Na tradição boliviana há ainda a paz para cima, que simboliza a paz com Deus (UÉ, SEU CRISTOVAM, EU PENSEI QUE ALGUÉM, CUJO ANIVERSÁRIO COMEMORAMOS DE HOJE PARA AMANHÃ, TIVESSE DITO ISTO HÁ MAIS DE DOIS MIL ANOS. JÁ OUVIU FALAR EM JESUS CRISTO, SEU CRISTOVAM?) e com os antepassados e a paz para baixo, com a terra por onde a gente caminha.
- Não estamos em paz se destruímos florestas, se poluímos o ar, se degradamos a água - afirmou Cristovam Buarque, antes de desejar a todos o sétimo tipo de paz, que é a paz pra dentro, ou a paz consigo mesmo. (ÊTA PSICOLOGIA DE QUINTA, SÔ!)

Tradução e comentários: Heitor de Paola
http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/12686-saudacao-de-natal-e-ano-novo-politicamente-correta.html

domingo, 25 de dezembro de 2011

O Aniversariante de 25 de dezembro

Julio Severo

A família dEle não era rica nem pertencia à realeza, mas Ele deixou uma impressão de realeza no mundo.
Durante 30 anos, Ele aprendeu, com sua família, o ofício de carpinteiro. Com o que Ele tinha, não tirando do que os outros tinham, Ele lutou para trazer transformação para as pessoas no mundo.
Sem ter nenhum cargo político e nenhuma aspiração política, ele atraia e liderava multidões. Suas parábolas, com simplicidade, traziam promessas, inspiração e esperança. Ele dava lições sem possuir nenhum diploma universitário, mas todas as universidades juntas nunca alcançaram nem ensinaram nem muito menos transformaram tantos alunos.
Ele ajudava os pobres sem usar programas governamentais de assistência. Ele os ajudava com os recursos do Pai, não com recursos tirados de outras pessoas.
Ele curava os doentes sem usar nenhum sistema público de saúde. Ele os curava com a misericórdia do Pai, não com a pretensa misericórdia do Estado.
Ele alimentava os famintos sem usar bolsas-família do governo.
Para onde quer que fosse, Ele atraia multidões, que pareciam comícios, mas Ele nunca usou essas aglomerações para promover políticos e suas políticas. Pelo contrário, sabendo da influência dEle sobre o povo e como Ele não aceitava nenhuma aliança política, os políticos queriam matá-Lo.
Mas Ele não tinha medo deles, chegando a chamar um poderoso governante de “raposa”, termo que significava indivíduo maligno.
Durante três anos, Ele exerceu Seu ministério renunciando à Sua profissão de carpinteiro, e Ele nunca fez menção de pedir verbas governamentais para Ele ou Seu ministério, que era voltado aos pobres de espírito. Sem pedir nem depender de nenhuma assistência governamental, Ele completou todo o trabalho que precisava ser feito.
Ele nunca viajou de jatinho particular. Na maioria das vezes, Ele andava a pé, e só em raríssimas ocasiões Ele andou de jumento.
Quando O prenderam por uma acusação falsa, nenhuma autoridade governamental apareceu para defender os direitos humanos dEle. E se a prisão dEle tivesse ocorrido hoje, os direitos humanos teriam sido usados contra Ele, por ter libertado mulheres da “profissão do sexo”, um cobrador de impostos e outros pecadores.
Ele foi preso por prometer e fazer coisas que os políticos prometem, mas nunca fazem.
Apesar de totalmente inocente, Ele não proferiu murmurações no tribunal.
Ele não tinha advogado, nem se importava com a influência dos que O estavam julgando, pois Ele sabia que no final há um Supremo Juiz diante do qual todos, juízes e políticos, terão de prestar contas.
O tribunal O condenou por falsos crimes e O sentenciou à morte, tudo porque Ele mudou corações e mentes de multidões com um grupo de apenas 12 homens. Ele foi condenado por ódio e inveja religiosa e política.
A morte dEle, mais do que qualquer política governamental, trouxe esperança e redenção para milhões de oprimidos. Diferente das ideologias que derramam o sangue de milhões, Ele derramou Seu próprio sangue por milhões.
Nunca antes houve um homem como Ele.
Por mais de dois mil anos, o mundo e suas ideologias têm tentado deturpar, sequestrar, corromper e até apagar a memória e os princípios de compaixão, ajuda e sabedoria dEle.
No mundo inteiro, os seguidores dEle são hoje centenas de milhões, que estão sofrendo ódio e inveja política e religiosa, em países comunistas e muçulmanos, que condenam os cristãos a torturas, prisão e morte, e nos próprios países ocidentais, que atacam o Cristianismo e seus seguidores com leis politicamente corretas que protegem a liberdade de expressão de islâmicos, comunistas, abortistas e gayzistas, mas deixam os cristãos sem amparo.
Mais e mais, países ocidentais que têm fortes tradições cristãs estão impondo, em nome da diversidade e pluralidade, o aparelhamento do Estado ao islamismo, ao homossexualismo e — e no Brasil — às religiões afro-brasileiras, enquanto o Aniversariante não pode ser lembrado no seu próprio aniversário. Os governos ocidentais têm cada vez mais banido a menção oficial do nome dEle no dia 25 de dezembro.
É claro que eles lembram aos cristãos que deve haver uma separação entre religião e Estado. Essa separação é necessária, pois quem matou Jesus, por ódio e inveja, foi exatamente a religião e o Estado. Aliás, o Estado precisa se separar de toda ideologia de ódio e inveja, inclusive o feminismo, o abortismo e o gayzismo.
Mas o Estado e seus políticos precisam de Deus. Do contrário, o ódio, a inveja e a corrupção sempre reinarão e o Estado sempre fará uma aliança com qualquer ideologia ou religião politicamente correta contra Ele e seus seguidores.
No Natal, vamos nos lembrar do Aniversariante, que nasceu para prometer as bênçãos de redenção, socorro e provisão do Pai para toda a humanidade e morreu para garantir o cumprimento.
Adaptado de: The Perfect Conservative
Fonte: http://www.juliosevero.com/

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!

Espero sinceramente que o Messias esteja presente na vida de todos como o caminho, verdade e vida.
Creio que a bênção do Senhor acontece para quem O busca de todo coração.
Que todos tenham um Chanukah iluminado!
Feliz Natal!
Merry Xmas!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ENTENDENDO D'US - PARASHÁ MIKETZ E CHÁNUKA 5772

Alemanha, início do século XX. Durante uma aula com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim, ateu convicto, desafiou seus alunos. Perguntou se eles realmente acreditavam que D'us havia criado tudo o que existia no mundo. Um dos estudantes, apesar de conhecer o fervor anti-religioso daquele professor, respondeu corajosamente que sim. Mas o professor não desistiu. Ele continuou argumentando:
- Se realmente D'us criou tudo, e o mal existe, então D'us criou o mal. E se as ações são um reflexo da essência de quem as faz, então D'us é mau!
O estudante calou-se diante de tal argumento. O professor abriu um sorriso, contente por ter provado mais uma vez que a fé é apenas um mito. Mas seu sorriso não durou muito. Após alguns instantes, outro estudante, que até aquele momento estava quieto, levantou sua mão e disse:
- Professor, o frio existe?
- Mas que pergunta tola é esta, rapaz? Claro que o frio existe! Você por acaso nunca sentiu frio?
- Perdão discordar do senhor, professor, mas na verdade o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio é, na realidade, ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, sendo o zero absoluto a ausência total de calor. Portanto, o frio não existe, apenas criamos este termo para descrever a falta de calor.
- E a escuridão, professor, o senhor acha que existe? - continuou provocando o aluno.
- Mas é claro que sim – respondeu o professor, mas desta vez já bem menos confiante - Rapaz, você nunca apagou a luz do seu quarto?
- Novamente o senhor se engana - corrigiu o aluno. A escuridão tampouco existe. A escuridão é, na verdade, a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas não a escuridão. Determinamos quão escuro está um determinado local medindo a quantidade de luz presente. Escuridão não existe, é um termo que o homem criou para descrever a ausência de luz.
- Rapaz, onde você pretende chegar com esta filosofia barata? – perguntou o professor, visivelmente irritado por causa da humilhação pública que estava passando.
- Caro professor, o senhor começou a aula afirmando que o mal existe. Provavelmente baseado nos crimes e violência que vemos diariamente. Mas a verdade é que, como o frio e a escuridão, o mal não existe de verdade. O mal é simplesmente a ausência de D'us. É apenas um termo que o homem criou para descrever esta ausência de D'us.
- D'us não criou o mal - concluiu o aluno - Não é como a luz e o calor, coisas que existem. O mal é resultado dos atos daqueles que não querem D'us presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que resulta da falta de luz.
O professor sentou-se, completamente derrotado e humilhado. Era o começo de um futuro promissor para aquele jovem estudante, chamado Albert Einstein.
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A Parashá desta semana, Miketz, começa com a descrição de um dos sonhos do faraó. Ele viu em seu sonho sete vacas magras que engoliam sete vacas gordas e, sem entender o significado, acordou angustiado. Para seu desespero, não havia ninguém em todo o Egito que conseguia decifrar seu estranho sonho. O copeiro do faraó lembrou-se então que, quando esteve na prisão dois anos antes, teve um sonho estranho cujo significado ele não entendia. O copeiro contou ao faraó que na prisão também estava um jovem rapaz hebreu, chamado Yossef, que conseguiu interpretar seu sonho de forma exata. Yossef foi imediatamente retirado da prisão para tentar interpretar o sonho do faraó e, após ter sucesso, transformou-se na segunda pessoa mais poderosa do Egito.
E assim começa a Parashá, descrevendo o sonho do faraó: "E aconteceu que, depois de dois anos, o faraó sonhou, e eis que ele estava parado sobre o Nilo" (Bereshit 41:1). Mas deste versículo ficam algumas perguntas. Por que a Torá achou importante dizer o local onde o faraó estava quando viu as vacas gordas e as vacas magras? E, além disso, por que o versículo diz que o faraó estava "sobre o Nilo" e não "ao lado do Nilo"?
A explicação mais simples é que o sonho significava uma grande fome que viria ao Egito após anos de muita abundância. Como o Nilo era a fonte de toda a fartura egípcia, o sonho ocorreu justamente no Nilo.
Mas as palavras do versículo têm um significado muito mais profundo e demonstram a visão equivocada que os egípcios tinham do serviço a D'us. Para os egípcios, o rio Nilo era mais do que apenas a sua maior fonte de sustento. O Nilo era uma divindade, idolatrado por todos. Mas quando a Torá diz que o faraó estava parado "sobre o Nilo", e não "ao lado do Nilo", nos ensina que, apesar do Nilo ser uma divindade, o faraó sentia-se superior a ele. É um comportamento estranho, longe de demonstrar o respeito e a submissão esperados em relação a um deus. Este desvio de comportamento é ainda mais ressaltado nas atitudes do faraó que viveu na época de Moshé Rabeinu. Todas as manhãs ele ia ao Nilo para fazer as suas necessidades. Isto é o comportamento esperado de respeito em relação a um deus? Além disso, sem nenhuma demonstração de humildade, o faraó afirmava que ele mesmo havia criado o Nilo.
Já o comportamento de Yossef era exatamente o oposto, o que é ressaltado na forma como ele respondeu ao faraó quando questionado sobre sua habilidade de interpretar sonhos. Yossef estava doze anos preso injustamente e tinha nas mãos a possibilidade de conseguir sua libertação. Tudo o que ele precisava fazer era engrandecer seu nome aos olhos dos egípcios e do faraó, atribuindo a si mesmo todos os méritos da interpretação de sonhos. Mas Yossef não se comportou assim, ele fez o contrário. Ele respondeu que não tinha poder ou mérito nenhum, pois a interpretação dos sonhos pertencia somente a D'us. Ele mostrou uma grande humildade e submissão perante D'us.
Como podemos explicar esta diferença tão acentuada de comportamento entre o faraó e Yossef? E por que Chánuka sempre coincide com a Parashá Miketz? Qual a conexão espiritual entre as duas?
A grande diferença entre o faraó e Yossef estava na motivação do que eles faziam. Quando o faraó endeusava e servia o Nilo, não o fazia pelo respeito ou benefício do seu deus, fazia pelo seu próprio benefício. Como ele precisava do Nilo, buscava servi-lo para apaziguá-lo, mas na verdade era o Nilo que o estava servindo. Todo serviço aos deuses feito pelos egípcios emanava do desejo de receber e preencher suas próprias necessidades. Os deuses estavam ali, em última instância, apenas para servi-los. Por isso o faraó estava "sobre o Nilo".
Já Yossef servia a D'us sem nenhum interesse pessoal. Ele havia herdado de seu bisavô, Avraham Avinu, a característica de se auto-anular perante D'us. Avraham aprendeu a servir a D'us sem estar movido pelo desejo egoísta de obter tudo o que necessitava, ao contrário, ele anulou seus próprios desejos para cumprir a vontade de D'us. Foi assim que ele conseguiu cumprir mesmo ordens de D'us que ele não entendia, como quando foi ordenado a sacrificar seu próprio filho.
Explica o Rav Yonathan Guefen que esta diferença entre Yossef e o faraó representa também o choque filosófico que houve entre o povo judeu e os gregos. Apesar dos gregos terem muitos deuses, esta não era a verdadeira idolatria deles. Eles idolatravam o ser humano, acreditavam em um mundo onde o homem é o centro do universo e o propósito dos deuses é servir os desejos humanos. Eles ressaltavam a beleza e a perfeição do corpo humano e a supremacia da inteligência humana sobre qualquer outra forma de sabedoria.
Por ressaltar a submissão à D'us e o fato do ser humano ser imperfeito e necessitar constantemente se elevar, o judaísmo foi visto como uma ameaça aos ideais gregos. Por que os gregos proibiram o Brit-Milá e o estudo da Torá? Pois a mensagem do Brit-Milá é que o ser humano não nasce fisicamente perfeito e precisa ser melhorado, enquanto os gregos acreditavam que o corpo continha todos os níveis de perfeição possíveis. O estudo da Torá representa a tentativa do ser humano de entender como D'us olha o mundo, para tentar olhá-lo da mesma maneira, atitude que contrastava com a visão grega de que o intelecto humano é capaz de atingir sozinho o seu máximo potencial, sem estar subjugado a mais nada.
A filosofia grega era tão envolvente e tão enganadora que muitos judeus se helenizaram, isto é, abandonaram o judaísmo e adotaram para suas vidas a filosofia grega. O mesmo ocorreu muito tempo depois, no "Século das Luzes", durante o Iluminismo. Nesta época, o mundo redescobriu e glorificou os valores gregos: a superioridade do ser humano e a sua capacidade de entender tudo. Um dos legados do Iluminismo é a arrogância humana, a prepotência, a ilusão de que o ser humano pode sozinho resolver todos os problemas do mundo, curar todas as doenças e alcançar a paz. Outro legado, bastante encontrado nos nossos dias, principalmente no meio acadêmico, é a completa rejeição de qualquer coisa que não pode ser vista ou entendida, incluindo qualquer Ser metafísico. Qual é a consequência prática das idéias gregas, sentida até os nossos dias? O ser humano vive sob uma intensa pressão social, que o obriga a rotular qualquer coisa religiosa como sendo primitiva e desatualizada.
Por isso Chánuka não revive apenas a guerra física entre os judeus e os gregos, mas principalmente o choque entre duas filosofias: uma onde D'us está no centro e outra onde o ser humano está no centro. A luta física terminou, mas a luta filosófica continua até hoje.
Podemos achar que estamos livres das influências gregas em nossas vidas. Mas será que isto é verdade? Chánuka é a época de nos questionarmos, de avaliarmos se estamos realmente livres de qualquer tipo de influência espiritual negativa. Por exemplo, quando acontece algo que não entendemos, dizemos "isto é para o bem" ou muitas vezes questionamos a vontade de D'us? Nas nossas necessidades cotidianas, sentimos que realmente precisamos de D'us ou achamos que sempre podemos resolver sozinhos? Quando vemos o mal aparentemente triunfando, com pessoas ruins tendo sucesso e pessoas boas sofrendo, entendemos que há um plano superior ou chegamos a duvidar da perfeição e da bondade de D'us?
São perguntas que exigem sinceridade. Pois podemos enganar aos outros, podemos enganar até a nós mesmos, mas não podemos enganar D'us.
SHABAT SHALOM e CHÁNUKA SAMEACH

R' Efraim Birbojm
Gn. 41:1-44:17, Zc 2:14-4:7(Shabat Chanucá)http://ravefraim.blogspot.com/

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Desperdício começa no campo

Gazeta do Povo Online

Da Redação

Ao mesmo tempo em que ganha destaque como fornecedor mundial de alimentos, o Brasil figura como uma das regiões que mais desperdiçam o que retiram da terra. Conforme apuração da Gazeta do Povo baseada em dados técnicos de cada etapa da produção de grãos, 10% da safra fica nas lavouras, estradas, armazéns e portos de embarque para exportação. O quadro pede mobilização do setor e investimentos em pontos de fragilidade.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) estima que, mundialmente, cerca de 30% do que se produz são desperdiçados ou perdidos entre o campo e a mesa do consumidor final. Ao deixar 10% da colheita ir pelo ralo, o Brasil torna-se responsável por um terço das perdas nas cadeias de alimentos das quais participa. É como se cumprisse somente 90% das estimativas de safra e não atendesse à expectativa do mercado. Em se tratando de alimentos, o problema ganha extensão social, diante da avaliação de que mais de 900 milhões de pessoas não têm acesso à alimentação necessária para manter sua saúde.
O problema, que só para a cadeia da soja representa prejuízo de R$ 5 bilhões ao ano, parece não estar sendo levado a sério como deveria. Não basta que os produtores e transportadores se endividem comprando colheitadeiras com sensores de perdas ou caminhões com carrocerias mais bem vedadas. Estradas esburacadas, armazéns antigos e mal-equipados, portos com carregamento artesanal dependem de maior comprometimento e sensibilidade do poder público.
O Brasil pode, sim, reduzir o desperdício de alimentos em poucos anos. Não é difícil encontrar referências sobre o que precisa ser feito. Carregadores portuários com o rosto coberto de poeira, presentes o ano todo em Paranaguá, são raros nos Estados Unidos, maior concorrente do Brasil na produção agrícola.
O porto brasileiro que mais escoa grãos não tem estrutura com eficiência que possa ser comparada à dos portos norte-americanos dispostos ao longo do Rio Mississippi – que corta o cinturão da produção nos EUA, o corn belt. Por lá, os caminhões chegam, estacionam sobre rampas vazadas e despejam a produção sem acúmulo nas grades. As cargas passam por secagem e vão para as embarcações mecanicamente. Na Europa, os terminais que recebem a produção brasileira automatizam ao máximo o desembarque e se mantêm tão limpos quanto os nossos pátios de contêineres. Na verdade, até mais limpos. Em Paranaguá, a poeira dos grãos cobre as mercadorias de terminais próximos a ponto de os importadores de veículos terem de cobrir parte dos automóveis para preservar a pintura.
A aparência dos portos está ligada à natureza das atividades portuárias, é claro. Porém têm sido um forte indicador das perdas no Brasil. Termômetro similar são as estradas, que ficam com os acostamentos salpicados de soja na colheita de verão, quando o escoamento direto da lavoura para os portos ganha força. Quem nunca dirigiu atrás de um graneleiro que praticamente despeja soja, milho ou trigo no asfalto? Carrocerias de madeira, com frestas e malvedadas, percorrem centenas e até milhares de quilômetros entre as regiões produtoras e as indústrias e portos. O prejuízo, nesse caso, é proporcional à distância e atinge porcentuais além das médias.
Segundo o setor produtivo, o maior volume de perdas ocorre nos armazéns. Sem financiamentos suficientes para estimular a modernização dos silos, o agronegócio custa a se adaptar a normas discutidas há pelo menos uma década. Agora, o novo prazo é 2017, conforme o Ministério da Agricultura. E já existem estimativas privadas de que um terço das unidades de armazenagem não vai conseguir se adaptar. O processo exige, em muitos casos, a construção de complexos novos. Em outros, alterações estruturais e qualificação profissional.
Há muito a se fazer em relação à própria gestão do problema. O país ainda não conta nem sequer com mecanismos consensuais de monitoramento do desperdício. Uma reavaliação da dimensão dessas perdas, envolvendo todos os setores – colheita, transporte, armazenagem, embarque –, deve ser realizada a partir de 2012. E, se o resultado for além dos 10% estimados atualmente, não será surpresa.
Com potencial de produção de 165 milhões de toneladas de grãos em 2011/12, o Brasil vem ampliando a colheita continuamente. O campo abre novas áreas e avança também em produtividade. Trata-se de uma evolução cara, que depende de investimento em terras, máquinas e tecnologia de produção. As perdas de 10% dos grãos levam embora parcela significativa desses esforços.
Para se consolidar como produtor de alimentos eficiente, ganhar mercado e cumprir seu papel no combate à fome, o país não pode se dar o direito de jogar tanto alimento no lixo. É verdade que, conforme a própria avaliação da FAO, a maior parte das perdas ocorre na distribuição final e na casa do consumidor. Mas todos os esforços são válidos para que a cadeia produtiva deixe de ser responsável por um terço do desperdício.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O comércio e a lei da selva

O Estado de S. Paulo

Da Redação
Mais que um fiasco, a conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), no último fim de semana, foi um novo e estridente sinal de alerta. A atividade comercial foi o principal motor do crescimento econômico nas últimas quatro décadas e a expansão das trocas dependeu em grande parte da liberalização dos mercados. Mas a fase da abertura comercial e dos grandes acordos está encerrada e o vírus do protecionismo tende a se espalhar por todo o globo. As condições de concorrência se tornarão menos civilizadas e o atual sistema de regras será submetido a severos testes de resistência, se o salve-se quem puder superar todas as outras considerações. Dez anos depois de lançada a mais ampla negociação comercial de todos os tempos, a Rodada Doha, ninguém mais tenta disfarçar o fracasso dessa iniciativa. Foi a primeira concebida para ser uma Rodada do Desenvolvimento - seu outro nome - e deu em nada.
A grande negociação já estava emperrada em 2007, antes do agravamento da crise, mas ainda houve esforços para levá-la à conclusão. As dificuldades aumentaram nos anos seguintes, quando a recessão travou o comércio e os governos ficaram menos propensos a novas concessões. Além disso, a maior economia do mundo, a americana, passou a ser governada por um partido fortemente vinculado a interesses protecionistas. Alguns esforços ainda foram feitos para salvar compromissos alcançados na fase mais otimista da rodada, mas sem resultado.
O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, passou da coordenação das negociações a uma tarefa de pregação, alertando o mundo para as consequências de uma fragmentação do sistema global de comércio. A primeira ameaça ocorreu quando os governos, diante dos impasses da Rodada Doha, começaram a dar prioridade a acordos bilaterais e regionais, transformando as normas de comércio numa colcha de retalhos. O pior veio depois, quando a crise e o desemprego tornaram muito mais tentador o recurso às barreiras comerciais e aos incentivos causadores de distorções no funcionamento dos mercados.
A pregação de Lamy tem sido um esforço para mostrar o enorme perigo das políticas de restrição comercial adotadas nos últimos anos. Os sinais de isolacionismo lembram o cenário da década de 1930, alertou o diretor-geral da OMC. O seu discurso, assim como o da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, vem ganhando tons mais dramáticos enquanto se agrava a crise no mundo rico e aumenta o risco de uma recessão mais funda e mais duradoura que a de 2008-2009.
Economistas têm usado com menos parcimônia a palavra "depressão", reservada para a descrição de crises como a dos anos 30. Uma das marcas desse período foi a competição sem regras, com muito protecionismo e muito recurso a desvalorizações cambiais. Com cerca de 14 milhões de desempregados nos Estados Unidos e 23 milhões na União Europeia, a tentação de entrar na espiral das políticas de restrição ao comércio é muito forte. A perspectiva de uma crise prolongada realimenta essa tendência, perigosa para todos.
Incentivos à exportação e barreiras à importação, legais ou ilegais, com ou sem disfarce, multiplicam-se em todas as partes do mundo. A instabilidade cambial dificulta o planejamento das empresas. Países com câmbio subvalorizado, como a China, tendem a preservar essa vantagem competitiva, apesar das promessas de correção dos desvios.
Nesse ambiente, os conflitos tendem a multiplicar-se, impondo uma sobrecarga ao mecanismo de solução de controvérsias da OMC. Mas a violação consciente e quase sem disfarce das normas de comércio, como já se vê em vários países, põe em xeque o próprio sistema e tende a minar sua relevância. Mais grave que o abandono definitivo da Rodada Doha e a tendência ao protecionismo será a desmoralização aberta do regime de regras comerciais.
Talvez seja excesso de pessimismo imaginar uma OMC irrelevante. Mas a preocupação não é descabida. No limite, o salve-se quem puder desemboca na lei da selva. Neste momento, é essa a tendência predominante.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Brasil deveria aprender com a China o valor do sistema baseado no mérito Cap.IV e V

CAPÍTULO 4

O EMPUXO HISTÓRICO 
E CULTURAL

Os chineses sentem que têm contas a acertar com o seu passado, e isso torna sua ascensão mais obstinada, sua tolerância por sacrifícios maior e sua determinação de voltar a rivalizar com as potências coloniais que humilharam a China ainda mais sólida

No meu terceiro dia na China, nosso taxista estava ouvindo um programa de rádio que, pelo tom lento e voz pausada do narrador, me chamou atenção. Perguntei à tradutora do que se tratava e ela me disse que era uma aula de história sobre a dinastia Ming (1368-1644). Imagino que a China seja o único país do mundo em que essa cena possa acontecer. É um país completamente embebido em sua longuíssima história. Quando a dinastia Ming começou, o Brasil ainda era mata virgem e a Europa era uma colcha de principados feudais na Idade das Trevas, mas a China já era um império unificado havia 1 500 anos, já tendo passado por dois períodos de apogeu — as dinastias Han (206 a.C. a 220) e Tang (618-907) — e inventado a pólvora, o papel-moeda e a impressão por prensa móvel. Ajuda muito, portanto, um passado de glórias intelectuais e de apreço pelo estudo e pela disciplina. Graças a seus sábios oficiais, os mandarins, a China foi uma potência mundial, muito superior aos povos vizinhos, que tratava como bárbaros ou súditos, jamais como rivais. Voltar a ser uma potência pelo poder do estudo e do intelecto é para a China apenas uma volta ao passado glorioso.

CAPÍTULO 5
AS POLÍTICAS PÚBLICAS
Sob Mao Tsé-tung, o estado chinês tentou sufocar o pensamento, a técnica e o saber. Chamaram essa loucura de Revolução Cultural. Agora o esforço é todo na direção correta.
O baixo custo relativo é o maior contraste do caso brasileiro com a arrancada chinesa rumo a uma educação que leve o país ao posto de potência mundial de primeira linha. Em 2009, o governo chinês gastou 3,6% do PIB em educação. O setor educacional público brasileiro aumentou seu gasto de 4,1% para 5,3 % do PIB nos últimos sete anos e, mesmo com a qualidade do ensino não tendo melhorado em nível remotamente semelhante, a propaganda oficial continua aferrada a esses números como a um triunfo definitivo. Não é. O limite da profundidade do nosso debate sobre educação parece se esgotar na discussão da meta de gastos. Estaremos gastando 7% ou 10% do PIB em educação daqui a dez anos?
A China sacrifica as ideologias sempre que elas conflitam com a busca de resultado. Na educação, isso se expressa na definição do papel do professor. A China se deu conta de que precisava de professores bons e em grande quantidade. Dadas suas carências, montou um sistema em que o professor sai da faculdade mediano, e então é constantemente trabalhado e ajudado para que consiga ministrar aulas excepcionais. Um sistema em que os bons professores e as boas escolas subjugam os maus mestres das escolas ruins. Os chineses entenderam que é melhor ter quarenta alunos com um bom professor do que duas turmas de vinte, uma bem ensinada e outra sob a batuta de um incapaz. O professor é o centro gravitacional de todo o sistema. Pragmatismo, meritocracia, professores bem formados e premiados com dinheiro pelo bom desempenho, estudantes disciplinados e motivados por suas famílias. Essa é a fórmula do combustível da arma secreta chinesa para conquistar o mundo: a educação.

http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/china-ensina-o-valor-do-sistema-baseado-no-merito

domingo, 18 de dezembro de 2011

Brasil deveria aprender com a China o valor do sistema baseado no mérito Cap.II e III

Capítulo 2

A SALA DE AULA
A escola tem de ser limpa, silenciosa, simples e eficiente
Três grandes diferenças saltam aos olhos em relação às salas de aula do Brasil. A primeira é que, tanto em Xangai quanto em Pequim, há uma bandeira nacional sobre todo quadro-negro. A segunda é o uso constante do soft-ware de apresentação Power Point. A terceira é a vassoura e a pá no fundo de todas as salas. Antes de irem para casa, os alunos têm de deixar a sala de aula limpa. Equipes de limpeza só agem nas áreas comuns.
Acompanhei várias aulas de diversas séries. A liturgia é a mesma. A professora nunca se atrasa, nem os alunos. A professora, de pé, se inclina em direção à classe e diz: “Bom dia, alunos”. Os alunos, então, se levantam, se inclinam em direção à professora e, em uníssono, respondem: “Bom dia, professora”. Não há “turma do fundão”, conversas paralelas nem problemas de disciplina. Para quem está acostumado com salas de aula em que uma minoria presta atenção e vários outros grupelhos paralelos se formam, cada qual falando sobre o seu assunto, é um espanto ver uma sala de aula com rigor chinês. No Brasil ainda se confunde ordem com autoritarismo e a desordem é confundida com liberalidade. Dessa confusão mental dificilmente sai uma aula que preste.
Também não há chamada nas aulas chinesas. Cada turma tem um professor encarregado do contato aprofundado com os alunos e sua família. Uma vez por dia, em horário aleatório, o professor responsável passa pela turma. Se nota uma ausência, ele telefona para os pais do faltante. É um detalhe simples, mas pense em seu efeito. Se um professor tem oito períodos por dia e gasta, digamos, três minutos fazendo a chamada, quase meia hora de aula do dia terá sido desperdiçada com a verificação de presença.

Saber é sofrer  
No auge da Revolução Cultural, professores
e intelectuais eram humilhados

MAO FICOU NO PASSADO
Os historiadores ainda não fizeram justiça, no sentido maoista do termo, a Mao Tsé-tung, o “grande timoneiro”, e a sua mais tenebrosa ação coletiva, a Revolução Cultural. Entre 1966 e 1976, Mao promoveu uma insana e implacável guerra contra o conhecimento, tornando inimigos de estado os intelectuais, professores e alunos universitários. Eles foram mandados para “campos de reeducação”, onde deveriam se dedicar integralmente a tarefas braçais como arar a terra e cuidar de animais. As escolas secundárias foram formalmente fechadas de 1966 a 1968 e, depois disso, abriram basicamente para dar doutrinamento ideológico a camponeses e operários. As universidades ficaram fechadas até 1972 e depois disso começaram a receber alunos de acordo com critérios apenas ideológicos. Foi um pulo no abismo das trevas. Felizmente para os chineses, o pêndulo da história agora está no extremo oposto, o das luzes do saber. Que lição para o Brasil: em uma geração, a China foi da terra arrasada ao topo do mundo na área da educação. Podemos fazer o mesmo.

CAPÍTULO 3
OS PROFESSORES
São todos adeptos do gênio Albert Einstein: o sucesso vem de 1% de inspiração e de 99% de transpiração
Em trinta anos uma nação agrária e sem tradição industrial tornou-se um forte polo de tecnologia digital do mais alto grau de excelência. A meta é superar a fase da manufatura e ombrear com os Estados Unidos em software e conteúdo
Se raramente um aluno falta, um professor, nunca. Cui Minghua, 55 anos, diretora de escola em Pequim, contou-me estar na carreira há 32 anos, dos quais mais de vinte como professora. Em todo esse tempo, tirou uma única licença médica para se submeter a uma operação. Fora isso, jamais deixou de cumprir seu dever diário de educar.
Não há nada de especial na carreira de professor em Xangai. O salário não é exatamente atraente. Nos três primeiros anos de carreira, fica entre 30 000 e 40 000 iuanes por ano, ou algo entre 400 e 500 dólares por mês, quase metade da renda média salarial da região. Nessa fase, muitos professores recorrem a outros trabalhos para complementar a renda. Os melhores podem até dobrá-la dando aulas particulares ou em escolas de reforço. Os professores de nível médio recebem 72 000 iuanes por ano. Os melhores entre eles ganham 90 000. Os bônus por desempenho acima da média podem chegar a 40% do valor do salário. Mas lá, assim como cá, ninguém se torna professor pelo salário.
As diferenças com o Brasil começam na formação do professor. São três grandes diferenças. A primeira é que, na China, a prática de sala de aula se faz muito mais presente do que no Brasil. Ela começa já no segundo ano do curso, quando o futuro professor acompanha aulas em escolas regulares duas vezes por semana durante oito semanas e depois faz estágio de meio ano no penúltimo semestre do curso. A segunda é que as escolas chinesas são mais pragmáticas e diversificadas na escolha de seus pensadores pedagógicos. Há um esforço constante de se abrir ao mundo e ver o que funciona, e pinçar de cada lugar as melhores ideias. O Brasil ainda é dominado quase inteiramente pelo construtivismo. A terceira, e mais decisiva, é a ideologia. Nas escolas chinesas os estudantes têm seu momento diário patriótico e de louvação do Partido Comunista, mas, findo esse ritual, a ideologia sai de cena. No Brasil, os professores são formados em universidades tisnadas por ideologias de esquerda e instados a nunca ser “neutros”, nem nas aulas de matemática ou de física. E eles acreditam nisso. É o desastre costumeiro.
As universidades chinesas entregam professores competentes ao mercado, mas o que os torna excepcionais é o ritmo intenso e colaborativo de trabalho ao qual se submetem quando chegam às escolas. Aí eles passam a integrar um “grupo de estudos dos professores”, que é sem dúvida a inovação mais importante da educação chinesa. Cada professor faz parte de três grupos de estudo. Um com os colegas que ensinam a mesma matéria para a mesma série, que se encontra uma vez por semana para preparar as aulas. O segundo grupo é formado pelos colegas de disciplina de todas as séries da mesma escola. Esse se encontra duas vezes ao mês. O terceiro é formado pelos professores da mesma disciplina e série do seu bairro, que também se encontra duas vezes por mês. Nesses dois últimos grupos, o objetivo é compartilhar práticas de ensino de sucesso. Somando os três grupos, é um regime exigente: são duas reuniões por semana, toda semana. A maioria desses encontros leva entre duas e três horas.
O papel desses grupos é fundamental. Faz com que as melhores técnicas sejam rapidamente compartilhadas em toda a rede, cria uma saudável competição entre professores (os portadores das melhores práticas recebem bônus) e ao mesmo tempo provê uma rede de apoio e compartilhamento para todos os professores, ao contrário do isolamento e do desamparo que vitimam seus colegas brasileiros.

http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/china-ensina-o-valor-do-sistema-baseado-no-merito

sábado, 17 de dezembro de 2011

Brasil deveria aprender com a China o valor do sistema baseado no mérito Cap.1

Gustavo Ioschpe conta em cinco capítulos como funciona o sistema educacional que fez do país uma potência. No domingo, o autor mostra o que o Brasil pode copiar da China

CAPÍTULO 1
ALUNOS E SEUS PAIS

Encontrei Sun Juntao, 16 anos, às 7h30 da manhã perto do ponto de ônibus onde desembarcava, em uma das tantas largas e movimentadas avenidas de Xangai, a maior metrópole chinesa. A caminho de sua primeira aula do dia, de matemática, Juntao estava paramentado com roupas de marcas esportivas, ostentava um ralo bigodinho do qual provavelmente se arrependerá no futuro e falava com aquela mistura de entusiasmo, ingenuidade, determinação e timidez próprios da adolescência. O extraordinário na cena era o fato de ser domingo e Juntao estar indo para uma escola particular, onde receberia aulas de reforço. Mais tarde lá estava ele, com mais vinte alunos sentados em duas fileiras de mesas retangulares, separadas por um corredor. A sala não tinha ar-condicionado, monitor de televisão, microfone ou outro aparato tecnológico: só mesas, cadeiras e uma lousa. A aula era ministrada por um professor jovem, de 27 anos. Foi uma das aulas mais pesadas a que já assisti: sem fazer nenhuma concessão ao fato de ser um domingo de manhã, freneticamente o professor resolveu problemas de geometria por quase duas horas, sem intervalo, sem fazer muitas perguntas aos alunos nem esboçar algum sinal de senso de humor ou apelar para a espetacularização das aulas dos cursinhos brasileiros. Ninguém reclamou, nem se mexeu muito, nem saiu para ir ao banheiro. Depois daquela aula, um intervalo de dez minutos e mais duas horas de aula de química. Assim são todos os fins de semana de Juntao. Assim são os fins de semana de milhões e milhões de adolescentes chineses que lutam para superar milhões de colegas e entrar em uma universidade de primeira linha.
Juntao quer mais. Quer ser um dos melhores advogados do mundo, formar-se na China e fazer mestrado em Stanford, na Califórnia, do outro lado do Oceano Pacífico. Para chegar lá, ele precisa obter um ótimo resultado no Gao Kao, o temido e cobiçado exame nacional de admissão universitária. A nota no Gao Kao determina a universidade na qual o aluno será aceito. Por isso Juntao se esforça tanto. Ele acorda diariamente às 6 da manhã. Enfrenta um trajeto de quase uma hora de ônibus para chegar a sua escola. Entre 7h10 e 8 horas, lê com seus colegas livros didáticos da matéria que está estudando, em sala de aula, sem professor. Às 8 começam as aulas. Perto do meio-dia há uma pausa de uma hora e quinze minutos para o almoço, servido no refeitório da escola. À tarde, mais quatro períodos de aula. Às 5 ele vai para casa. Chega por volta das 18h30. Durante uma hora, descansa, toma banho e janta. Aí faz o dever de casa por, normalmente, três horas diárias. Às 22h30 vai dormir, e o ciclo recomeça no dia seguinte. Descanso, só aos sábados, mas por poucos meses: no ano que vem ele fará Gao Kao e frequentará aulas de reforço aos sábados também. Como praticamente todos os jovens que encontrei, Juntao não tem namorada, não vai a baladas, não usa drogas e não fuma. Apesar do embaraço causado à minha tradutora, que só fez a pergunta depois da minha insistência, quando o questionei sobre o que aconteceria se ele, involuntária e inadvertidamente, se apaixonasse por alguém nessa idade, a resposta veio rápida: “Espero até depois do Gao Kao”.
 A obsessão dos chineses pelo estudo é o primeiro dado para entender a notícia, divulgada no fim do ano passado, que abalou profundamente toda a compreensão da educação no mundo: Xangai, província chinesa, tinha tirado o primeiro lugar em todas as áreas aferidas (matemática, ciências e leitura) no mais importante e respeitado teste internacional de qualidade educacional, chamado Pisa. O teste, realizado a cada três anos pela OCDE (o clube dos países desenvolvidos), mede o conhecimento de jovens de 15 anos de idade. Começou a ser realizado no ano 2000 em 32 países (entre eles o Brasil, que ficou em último lugar) e, na edição de 2009, contou com 65 participantes (ficamos novamente na rabeira: entre a 53ª e a 57ª posições). Em suas edições anteriores, o topo do ranking era ocupado pelos suspeitos de sempre: Finlândia, Coreia do Sul, Japão, Canadá. O teste confirmava a crença de que renda e qualidade educacional estão intimamente associadas: só os países mais ricos do mundo conseguiriam produzir sistemas top de educação. Mesmo no teste de 2009, países de nível de desenvolvimento semelhante ao chinês ficaram muito atrás dos países ricos: na área de leitura, o foco da edição de 2009, a Turquia ficou em 41º lugar, a Rússia em 43º, o México em 48º e o Brasil em 53º. Xangai ficou em primeiro lugar, com uma dianteira considerável sobre todos os países desenvolvidos, em todas as áreas avaliadas.
Xangai é uma província e não um país, como a maioria dos outros participantes do teste. É uma província mais rica (com renda igual a duas vezes e meia a média chinesa). Mesmo com essas ressalvas, o feito é incrível. A renda per capita de Xangai em 2010 foi de 11 000 dólares. A Coreia do Sul, segundo lugar em leitura, tem renda de quase 21 000. A Finlândia, terceiro lugar, 44 000, quase a mesma de Singapura, quinto lugar. A renda média de Xangai é igual à brasileira. Ainda que Xangai seja um pequeno pedaço da China (tem um sétimo da área do estado do Rio), com população de 19,2 milhões de pessoas, a província é maior do que 42 dos 65 países participantes do Pisa. É uma região bastante complexa: 11% de seus habitantes vivem na zona rural e 54% dos alunos das primeiras cinco séries são filhos de residentes que vieram de outras províncias para trabalhar em Xangai.
O governo dá as condições e as famílias cuidam de aproveitá-las da melhor maneira. A família de Juntao é um bom exemplo. A mãe trabalha em um escritório de contabilidade e o pai é assistente de logística em uma fábrica. Eles estudaram até o fim do ensino médio. Seus avós maternos foram agricultores, os paternos, operários — estudaram só até o fim do ensino fundamental. Juntao, filho único, mora com os pais em uma quitinete de 40 metros quadrados. O rapaz tem um quarto só para si, para que possa se concentrar nos estudos. Apesar da renda módica dos pais, eles é que pagam as escolas de reforço do filho, e também seus estudos. Na China, só os níveis compulsórios de ensino — do primeiro ao nono ano — são gratuitos. Os três anos de ensino médio são pagos, até nas escolas públicas. Mesmo nos níveis gratuitos, os pais pagam o uniforme, o transporte e a alimentação. O estado dá apenas os livros. Juntao é um bom aluno — média em torno de 7,5 —, mas sua mãe cobra notas melhores. Até quando tira um 9 ou 10, ela diz: “Bom, mas precisa manter o mesmo nível”. O envolvimento emocional e financeiro das famílias chinesas para garantir uma educação de qualidade aos filhos nos proporciona uma grande lição.

Eficiência e simplicidade 
Estudantes se exercitam em uma escola de Pequim e, ao lado, a sala de aula típica, sob a bandeira nacional, sem apetrechos tecnológicos, mas com professor que se formou em boa universidade, onde aprendeu a dar aulas e assimilou a disciplina que ensina a seus alunos

A ciência aplicada
Wei Du, professora de engenharia química de Tsinghua, está trabalhando em uma linha de pesquisa que permitirá o uso de uma enzima que, misturada ao biodiesel, torna o combustível menos poluente e mais econômico. Interessadas em seu trabalho, as brasileiras Vale e Petrobras já procuraram a professora Wei Du. Do rendimento total de 13 000 iuanes da professora, algo em torno de 3 700 reais, mais de 40% vêm da venda de pesquisas aplicadas como a da enzima que limpa o biodiesel. Nominalmente um país de ideologia comunista, portanto avesso ao mercado, a China incentiva fortemente seus cientistas a buscar financiamento junto a empresas privadas internacionais. O contraste com os madraçais universitários brasileiros não poderia ser mais dramático

O centro do mundo
Vice-presidente da Universidade Xangai Jiao Tong, o professor 
Fei Xu tem poucas dúvidas sobre 
as potencialidades da China: 
“O centro científico do mundo foi a Inglaterra, depois a Alemanha, 
hoje são os Estados Unidos. Quando a China se tornar a primeira economia do mundo, em dez anos, as universidades e o mundo científico chineses também deverão conquistar essa posição de liderança. Não temos ainda Nobel dado a um pesquisador chinês, mas, quando tivermos um, 
será o primeiro de muitos”. O estado não fica esperando isso acontecer: está agressivamente repatriando cientistas chineses que hoje 
trabalham no exterior

Os inventores da meritocracia
Na China imperial, os cargos na burocracia já eram preenchidos de acordo com os resultados de exames acadêmicos. Aqueles que obtinham as maiores pontuações eram guindados às carreiras mais prestigiosas. Até hoje é assim: um exame determina a escola que o aluno cursará. Ao final dela, outro exame, o Gao Kao, determina a universidade à qual terá acesso. A estudante Keija Yang passou por toda essa peneira para chegar à Universidade Tsinghua, uma das melhores do país. A meritocracia é um conceito arraigado na China. Ela é o caminho dos mais humildes para a ascensão social. É assim desde os tempos dos mandarins, a partir do ano 605

Xu Junmin e Xu Huaze
O médico Xu Junmin, de Xangai, afirma que entre as qualidades de um bom pai não está a de fazer o filho, Huaze, feliz. “Espero que meu filho seja um dragão”, diz Xu Junmin, usando como metáfora o animal que na mitologia chinesa representa poder e excelência. Para isso, a cobrança sobre Huaze é fortíssima. Ele é um dos melhores alunos de uma das boas escolas de Xangai, onde vive em regime de internato de segunda a sexta-feira. Ele vai para casa nos fins de semana, mas a rotina de estudos não difere muito da enfrentada nos dias úteis. Conta o pai: “Quando ele reclama que não tem tênis de marca, eu digo que na idade dele nunca tinha calçado sapatos”

Sun Juntao quer ser o tal
Ele não fuma, não bebe, não usa drogas, nunca namorou e diz que se vier a se apaixonar agora vai deixar o amor passar e só se interessará por isso depois do Gao Kao, o temível exame pré-universitário cujas notas definem se o aluno vai cursar uma universidade de primeira linha ou terá de se contentar com as medianas ou ruins. Os avós de Juntao foram camponeses, os pais completaram o ensino médio e hoje têm empregos de nível gerencial. A família de Juntao vive em um pequeno apartamento de 40 metros quadrados em Xangai, mas o jovem tem um quarto só para ele, onde pode se dedicar ao estudos sem ser incomodado. Os pais pagam as aulas particulares de reforço para o filho, pois apostam no futuro do rapaz. Sun Juntao quer ser advogado e fazer mestrado na Universidade Stanford, nos Estados Unidos. Diz ele: “Se estudar muito, eu posso vir a ser um dos melhores advogados do mundo”

http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/china-ensina-o-valor-do-sistema-baseado-no-merito

Tomar café reduz risco de câncer endometrial, diz estudo

Consumir mais de quatro xícaras por dia reduz em 25% o risco do câncer
Tomar café pode ajudar a reduzir o risco de câncer endometrial. Segundo um estudo realizado pela Universidade de Harvard, e publicado no periódico Cancer Epidemiology Biomarkers & Prevention, beber mais de quatro xícaras de café por dia durante um período prolongado de tempo reduz em 25% o risco de desenvolver o câncer. Já o consumo de duas ou três xícaras reduz em 7%.
De acordo com Youjin Je, doutoranda da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard e coordenadora do estudo, os altos níveis de estrogênio e insulina foram associados a um maior risco de câncer de endométrio, aquele que se origina no revestimento do útero. Vários estudos epidemiológicos já haviam demonstrado que as mulheres que consumiam muito café tinham menores níveis desses hormônios, comparado com aquelas que bebiam pouco ou nada de café. Assim, surgiu a hipótese de que o consumo alto de café poderia reduzir o risco desse tipo de câncer.
"O café contém muitos compostos biologicamente ativos, incluindo os ácidos fenólicos e a cafeína, que têm uma potente atividade antioxidante e podem afetar o metabolismo da glicose e os níveis de hormônios sexuais, que estão relacionados com o risco de câncer endometrial", fiz Youjin.
Pesquisa — Foram analisaram os dados de um estudo mais amplo de saúde, com a participação de 67.470 mulheres durante 26 anos. Houve 672 casos de câncer de endométrio. Descobriu-se, então, que aquelas que costumavam tomar mais de quatro xícaras de café por dia tiveram 25% menos de probabilidade de desenvolver câncer endometrial, enquanto as que bebiam entre duas e três registraram 7%.
Uma relação similar foi observada no café descafeinado, já que as que disseram beber mais de duas xícaras por dia tiveram 22% menos de probabilidade, algo que o estudo atribuiu a que o café "pode modular os níveis de estrogênios e insulina favoravelmente", e isso reduz o risco de câncer. O estudo conclui que beber café, dado seu estendido consumo, pode ser uma estratégia adicional para reduzir o risco de câncer endometrial. No entanto, acrescentar muito açúcar ou creme "pode evitar os benefícios para a saúde".
As pessoas que participaram do estudo costumavam tomar café puro ou com pouco leite, açúcar ou creme. "Acrescentar grandes quantidades de açúcar ou creme ao café pode contribuir para o aumento de peso e à resistência à insulina, o que pode elevar o risco de câncer de endométrio, assim como outras doenças crônicas", adverte.
"Não recomendamos que as mulheres bebam mais café somente para reduzir o risco de câncer de endométrio. No entanto, as mulheres que consomem café devem ter a certeza de que esta bebida, em geral, não é uma substância nociva e pode, inclusive, oferecer alguns benefícios para a saúde", destaca a pesquisa.
(Com agência EFE)

http://veja.abril.com.br/noticia/saude/tomar-cafe-reduz-risco-de-cancer-endometrial-diz-estudo

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ORGULHO DE SER JUDEU - PARASHÁ VAIESHEV E CHÁNUKA 5772

"Nos Estados Unidos, há cerca de 60 anos, um grupo de rapazes judeus com idade de Bar-Mitzvá deixou de frequentar o colégio judaico da cidade. Um dos diretores da escola, preocupado com o futuro judaico daqueles rapazes, levou-os para conversar com um dos grandes rabinos da cidade. O rabino perguntou aos garotos por que eles haviam decidido abandonar os estudos em um colégio judaico, onde poderiam aprender muitos ensinamentos de Torá e aprimorar o cumprimento das Mitzvót. O primeiro garoto respondeu:
- Sabe, rabino, todos os garotos do meu bairro deixaram de frequentar a escola judaica. Por isso resolvi deixar de frequentar também.
O segundo rapaz, quando questionado, deu exatamente a mesma resposta. Como todos os seus amigos e conhecidos haviam deixado de frequentar a escola judaica, ele também decidiu parar.
O rabino, vendo que este era o argumento utilizado por todos os rapazes, fez outra pergunta:
- Gostaria de saber quem são os heróis judeus favoritos de vocês.
Um deles respondeu que era Avraham Avinu. Outro respondeu que era Noach (Noé). Então, olhando de forma carinhosa para os garotos, o rabino explicou:
- Vocês sabem que se Noach também tivesse seguido os meninos do seu bairro, provavelmente o mundo não existiria. E se Avraham tivesse seguido os meninos do seu bairro, o povo judeu não existiria. Portanto, não tomem uma decisão por causa dos meninos do bairro. Pode fazer muita diferença no futuro"
Às vezes, para seguir a maioria e nos sentir parte de um grupo, nos afastamos do judaísmo. Isto se chama assimilação, uma ameaça muito maior do que os nossos inimigos. Pois um inimigo pode nos tirar a vida neste mundo, mas a assimilação pode nos tirar a vida no Mundo Vindouro.
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Na próxima terça feira de noite, no dia 25 do mês de Kislev, acenderemos a primeira vela de Chánuka, revivendo o período de grandes milagres que salvaram os judeus, um povo pequeno e destreinado, das mãos dos gregos, o maior império da época. Não apenas relembramos a vitória na batalha, mas principalmente o grande amor de D'us pelo povo judeu, demonstrado através do milagre do óleo, que deveria durar apenas um dia mas durou oito. É interessante observar que a festa de Chánuka sempre coincide com a Parashá desta semana, Vaieshev. Qual a conexão entre as duas?
A Parashá Vaieshev nos conta a história de Yossef, filho de Yaacov, com seus vários altos e baixos. Ele foi vendido pelos próprios irmãos como escravo e foi comprado por Potifar, um dos ministros do faraó, mas virou a mesa e acabou tornando-se o chefe da casa de Potifar. Quando achou que tudo estava bem, foi falsamente acusado de ter atacado a esposa de Potifar e passou 12 anos na prisão. E quando tudo parecia perdido, foi repentinamente libertado e tornou-se, do dia para a noite, o vice-rei do Egito, o segundo homem mais poderoso do império egípcio.
Mas há algo difícil de ser entendido na história de Yossef. Diferentemente de Avraham e Ytzchak, que tiveram Ishmael e Essav, filhos Reshaim (malvados), Yaacov teve todos os filhos Tzadikim (Justos). Então como podemos entender a venda de Yossef? Como pessoas em um elevado nível espiritual puderam fazer algo tão grave contra seu próprio irmão?
Explicam os nossos sábios que todos os filhos de Yaacov eram realmente Tzadikim. Eles fizeram um julgamento para decidir qual castigo aplicar a Yossef. Mas por que um julgamento, qual havia sido o crime de Yossef? Ele começou a contar aos irmãos seus sonhos, nos quais ele estava no centro e todos se curvavam para ele. Os irmãos entenderam que Yossef estava planejando usurpar a posição de primogenitura de Reuven e se tornar, à força, o líder dos irmãos. O julgamento foi, portanto, por motivos válidos. Porém, o que eles não perceberam foi que a inveja que sentiam de Yossef fez com que fossem tendenciosos no julgamento. Este erro levou os irmãos a decidirem que Yossef merecia a pena de morte.
Reuven, o irmão mais velho, sugeriu jogá-lo em um poço, com o argumento de que não valia a pena derramar o sangue do próprio irmão. Na verdade sua intenção era salvá-lo mais tarde, quando todos tivessem ido embora. Os irmãos concordaram e Yossef foi atirado em um poço. Mas a idéia de Reuven não funcionou, pois ele teve que se ausentar por algum tempo e, enquanto estava fora, uma caravana de Ishmaelim passou por ali. Yehuda teve a idéia de tirar Yossef do poço e vendê-lo como escravo aos Ishmaelim, e assim foi feito. Quando Reuven voltou, Yossef já havia sido vendido.
O versículo que descreve o momento em que Yossef foi atirado no poço é muito interessante, pois assim está escrito: "E o poço estava vazio, não tinha água nele" (Bereshit 37:24). A Torá foi escrita de maneira muito concisa, até mesmo uma letra a mais contém muitos ensinamentos. Portanto, se já estava escrito que o poço estava vazio, era necessário dizer que não tinha água nele? Não era óbvio?
Explica Rashi, comentarista da Torá, que realmente água não havia no poço, mas ele não estava completamente vazio, pois estava repleto de cobras e escorpiões. O que este versículo está nos ensinando? Que, diferentemente do que os irmãos imaginavam, Yossef não era um Rashá (malvado) que queria roubar a primogenitura. A prova disso é que, apesar de ter sido atirado em um poço cheio de cobras e escorpiões, nada de mal aconteceu com ele, pois D'us o protegeu. Se os irmãos tivessem visto o milagre aberto que D'us havia feito, certamente entenderiam que haviam se equivocado em seu julgamento.
Mas existe um ensinamento mais profundo neste versículo. Em muitas fontes judaicas a Torá se assemelha à água. Por exemplo, da mesma forma que a água se acumula apenas nos lugares mais baixos, assim também a Torá se acumula apenas nas pessoas que são realmente humildes. Da mesma maneira que sem água não há vida no mundo material, sem a Torá não há vida no mundo espiritual. Portanto, quando o versículo diz que o poço estava vazio e não tinha água, está profetizando algo que se repetiu durante toda nossa história, em todas as épocas e lugares: no momento em que o povo judeu abandonou os ensinamentos e os caminhos da Torá, escolhendo o caminho da assimilação, não ficamos apenas vazios. Nestes momentos surgiram cobras e escorpiões, isto é, tragédias ocorreram ao povo judeu. Em todas as épocas em que abandonamos nossa identidade e quisemos seguir os costumes dos outros povos, o anti-semitismo despertou com força assustadora. Não por coincidência, as piores perseguições ocorreram nas épocas em que o povo judeu perdeu sua identidade e abandonou sua individualidade.
Foi exatamente isto que ocorreu durante o exílio grego. Apesar dos judeus estarem cumprindo as Mitzvót da Torá naquele momento, eles faziam apenas de maneira mecânica, sem alegria e sem intenção. A prova disso é que muitos judeus aceitaram facilmente as idéias "inovadoras" dos gregos, como o culto ao materialismo, onde se dava mais importância ao corpo do que à alma, conceito eternizado através da expressão "Carpe Diem" (aproveite o dia), isto é, aproveite ao máximo o mundo material, sem nenhum questionamento ou culpa. Pelo fato dos judeus terem enfraquecido sua espiritualidade, então D'us permitiu a invasão dos gregos, seguida de decretos proibindo as Mitzvót e as primeiras ameaças de extermínio.
O povo judeu entendeu a mensagem espiritual e se arrependeu. Com a energia renovada, eles se levantaram contra o exército grego. Apesar de saber que seria uma luta humanamente impossível de ser vencida, por causa da esmagadora superioridade grega, eles acreditaram na proteção Divina e venceram, expulsando os gregos e retomando o serviço espiritual do Beit-Hamikdash (Templo Sagrado). A luz havia vencido a escuridão.
A assimilação não terminou com o fim dos gregos, ao contrário, a vitória foi apenas uma batalha vencida, mas a guerra continua. Muitas vezes esquecemos o tesouro que temos nas mãos e nos assimilamos, procurando respostas fora do judaísmo. Abandonamos ensinamentos milenares, que trouxeram luz para o mundo, apenas para não nos sentirmos diferentes. Por isto Chánuka é uma festa tão importante, pois a luta contra a assimilação continua em cada geração. A cada vela de Chánuka que acendemos, contribuímos para transformar a escuridão em luz. Os ensinamentos da Torá são eternos, temos que sentir orgulho da oportunidade de trazer um pouco mais de luz ao mundo. O problema, portanto, não são nossos inimigos anti-semitas, é a nossa apatia.
Que as luzes de Chánuka possam iluminar nossos corações e nos ajudar a voltar aos caminhos corretos, que nos levam ao nosso crescimento espiritual verdadeiro.
SHABAT SHALOM e CHÁNUKA SAMEACH
R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Gn. 37:1-40:23, Am. 2:6-3:8, Mt. 1:1-6, 16-25

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Rede Brasil Rural

A Rede Brasil Rural é a soma dos esforços de produtores, indústrias, agentes de logística e setor público para dar mais eficiência à cadeia produtiva da agricultura familiar. Aqui você poderá adquirir produtos com sabores e texturas da biodiversidade brasileira.

De 13 de dezembro de 2011 a 18 de fevereiro de 2012 a plataforma Rede Brasil Rural estará aberta para cadastro dos produtores, fornecedores, gestores do PNAE e outros agentes envolvidos na cadeia produtiva da agricultura familiar.

A partir do dia 19 de fevereiro de 2012 estará disponível para todos os usuários.


Mapa de ofertas da agricultura familiar
Aqui o varejo e compradores institucionais encontram a mais ampla oferta de produtos da agricultura familiar.

Em Breve Catálogo de insumos
Aqui o agricultor encontra a mais ampla oferta de insumos para a produção primária e da agroindústria familiar.

Em Breve Editais do PNAE
Aqui os os agricultores familiares têm acesso a editais do Programa Nacional de Alimentação Escolar publicados em todo o País.

Em Breve Armazém virtual
Aqui o consumidor compra diretamente do agricultor produtos com os sabores e a diversidade que só a agricultura familiar tem.
http://www.redebrasilrural.mda.gov.br/

Comento:
A ideia é boa, falta funcionar efetivamente. Só tem um problema: tentei me cadastrar como produtora rural que sou e é exigido CNPJ. Como? Para agricultura familiar, ainda temos que caminhar anos luz para que nos formalizemos realmente.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cadastro Ambiental Rural

DCI

Da Redação
O Ministério do Meio Ambiente começou a receber, via Internet, inscrições para o Cadastro Ambiental Rural (CAR), de adesão ao Mais Ambiente, o programa de regularização ambiental do governo. A estimativa do governo é que cerca de 5 milhões de proprietários rurais se cadastrem. Com o CAR, o produtor que estiver irregular com a legislação ambiental ganha novos prazos para resolver as pendências. Também fica livre de restrições de acesso ao crédito rural e à comercialização da produção. Quem não aderir ao programa nem averbar a reserva legal da propriedade [área de preservação ambiental obrigatória] estará sujeito a sanções, entre elas, perder o acesso ao financiamento rural do Banco do Brasil.

Para quem deseja o endereço está disponível: http://www.maisambiente.gov.br/ .

O Cadastro Ambiental Rural – CAR é a porta de entrada para o Programa Mais Ambiente, que apoiará a regularização ambiental com vários benefícios para os produtores rurais. O Cadastro garante ao agricultor que estiver em situação irregular com a legislação ambiental novos prazos e meios para resolver suas pendências. Ele estará livre de restrições de acesso ao crédito rural e à comercialização de sua produção.

Para os agricultores familiares, assentados da Reforma Agrária, Quilombolas e Comunidades Tradicionais, o cadastro não terá custos. O pequeno produtor terá, ainda, assistência técnica, educação ambiental, capacitação e apoio para implantar viveiros, criando as condições para recuperar áreas degradadas. Para receber esses benefícios ele indica, no cadastramento, quais os subprogramas de seu interesse.
Outro benefício do Mais Ambiente é a possibilidade de suspensão da cobrança de multas aplicadas pelo Ibama, com base no Decreto 7.029/2009. Elas poderão ser convertidas em recuperação do dano ambiental.
Com base nas informações prestadas no Cadastro Ambiental Rural, os órgãos ambientais vão orientar os agricultores sobre as medidas necessárias para recuperar Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal (RL), quando for o caso.
O prazo de adesão ao Programa termina em 11 de dezembro de 2012. O produtor rural que não averbou sua reserva legal ainda e não aderir ao Mais Ambiente está sujeito a ser notificado pelo Ibama. Nesse caso, terá 180 dias para procurar o órgão ambiental e abrir o seu processo de regularização.

Fonte: Ascom/MMA

Os dois senhores da CNBB


O relativismo moral e ético das maquinações parlamentares da CNBB é mais que visível. É virtualmente delinquente. E o catolicismo? Jogaram na privada. A confissão religiosa é petista.
Leonardo Bruno, advogado católico
Escapou pela internet a notícia de que a CNBB fez um acordo secreto com a senadora Marta Suplicy, para aprovar tacitamente o PLC 122, a famigerada “lei anti-homofobia”. Em nota publicada na página da CNBB, de 7 de dezembro de 2011, a mesma negou que houve um acordo. Deu a entender que ocorreu apenas uma conversa, em audiência no dia 1º de dezembro de 2011, quando a entidade escutou a proposta da senadora, e reiterou o compromisso de “combater todo tipo de discriminação”. Linguajar visivelmente suspeito o do emissor da nota, o Cardeal Raimundo Damasceno Assis, de Aparecida.
Revelam-se aí duas versões diferentes e contraditórias. A pergunta que não quer calar é: quem está mentindo? Dona Marta Suplicy, que confirmou o apoio da CNBB? Ou a autonomeada entidade representante dos bispos do Brasil, que diz negá-lo? Se for verdade que existiu um acordo entre a política petista e os bispos (e muitas fontes confiáveis confirmam), a CNBB mostrou que é covarde, mentirosa e indigna do mínimo respeito de qualquer católico sério deste país. Diria mais, indigna do respeito de qualquer cristão.
A resposta do cardeal Raimundo Damasceno parece denunciar seu crime. Em nenhum momento ele falou em condenar o PLC 122 ou em denunciar a campanha homossexual de criminalização das opiniões religiosas incutidas na lei. Ou mais, nenhum pio sobre a proposta de Marta Suplicy, de transformar o cristianismo numa espécie de religião de gueto, onde as opiniões fora da Igreja podem ser marginalizadas, perseguidas ou excluídas da vida pública, através de medidas judiciais. Pelo contrário, sua opinião parece não querer assumir posições, para não afetar suscetibilidades políticas atuantes e comprometedoras. Suscetibilidades petistas, para deixar bem claro.
Está evidente demais a intenção de Marta Suplicy e do movimento gay. A lei é visivelmente perigosa para as liberdades individuais, uma vez que fere o princípio da liberdade religiosa e de pensamento, e cria mecanismos de censura contra qualquer indivíduo de criticar, contestar ou rejeitar publicamente o homossexualismo. O movimento gay quer destruir os padrões da família, espalhar educação homossexual nas escolas e, ainda, criar expedientes legais para prender quaisquer pessoas dissidentes desse projeto. No entanto, dentro da CNBB, o resto é só silêncio.
Mas não é o primeiro incidente envolvendo o nome da associação dos bispos.
Recentemente, o Conselho Indigenista Missionário da CNBB fez lobby político contra um projeto de lei que puniria agentes da FUNAI que não salvassem crianças indígenas do infanticídio. Ou seja, o direito à vida, que supostamente é defendido pelos bispos contra o aborto, não é válido para os menores indígenas. Nas palavras de alguns acólitos do Conselho Indigenista, isso criaria “preconceito” contra os índios. A CNBB abre uma exceção. Como na cabeça de certos antropólogos e padres esquerdistas de passeata, os silvícolas não passam de animaizinhos de laboratório de sua engenharia social, devem ficar eternamente isolados da civilização e dos direitos que ela promove, em favor de suas tradições culturais abjetas. Matar crianças indígenas? Isso é “direito” dos índios de viverem sua cultura criminosa. A CNBB contribui com a ideologia da morte. Ou mais, recusa a salvação das almas dos índios para o Evangelho de Cristo. Se as leis de Deus não chegam aos corações indígenas, pior é presumir que não cheguem ao coração do clero da CNBB. Esta transformou a fé católica num composto utilitário, tal como o New Age, o I Ching ou o horóscopo de jornal. O relativismo moral e ético das maquinações parlamentares da CNBB é mais que visível. É virtualmente delinquente. E o catolicismo? Jogaram na privada. A confissão religiosa é petista.
Ademais, o CIMI, pra quem não sabe, é uma entidade esquerdista sustentada pela Fundação Ford. Foi ele, junto com o CIR (Conselho Indigenista de Roraima), o idealizador da expulsão dos arrozeiros de Roraima na região de Raposa Serra do Sol. Através de uma articulação mafiosa, que envolveu políticos e até o STF, os clérigos esquerdistas da CNBB colaboraram para as manobras de um crime contra a nação brasileira. Em outras palavras, a economia de Roraima foi prejudicada pela demarcação de sua região e seu território entregue de mão beijada para ONG’s indigenistas parasitárias, financiadas com dinheiro estrangeiro. Milhares de brasileiros agricultores foram expulsos de suas terras e enviados para as favelas de Boa Vista, a capital do estado, levando os próprios índios. E atualmente a região, outrora rica e exportadora de uma das maiores produções de arroz no país, é um poço de miséria, que não poupa nem mesmo os nativos que perderam seus empregos.
A CNBB também agiu contra o arcebispo de Olinda, Dom José Sobrinho, que fez uma declaração relatando sobre a possível excomunhão dos médicos que participaram de um aborto de gêmeos, filhos de uma jovem que foi estuprada aos nove anos pelo padrasto. Embora o Vaticano tenha apoiado o arcebispo, a conferência dos bispos não moveu um apoio sequer. Pelo contrário, a CNBB resolveu atender à gritaria da turba e da imprensa, que queria crucificar o eclesiástico. Deixou o arcebispo em banho-maria. Na prática, jogou-o aos leões.
Na verdade, a CNBB pode ser qualquer coisa, menos uma entidade católica. Embora venda a idéia de representar os católicos do país, é apenas uma associação burocrática sem valor hierárquico na Igreja. Na prática, ela se tornou um braço ideológico do PT na Igreja Católica, falando indevidamente em nome dela e por ela, ainda que os católicos autênticos ou o Vaticano nem tenham sido solicitados. Porém, quem cala consente. Se os católicos realmente sinceros se calam diante do que é uma infiltração descarada dentro dos quadros da Igreja, pode-se dizer que também são covardes.
Fatos como os acima citados revelam dois comportamentos diferentes e seletivos: a CNBB é incisiva quando o assunto é o MST, a defesa do governo petista, o desarmamento civil, a reforma agrária e demais bandeiras de esquerda. E, no entanto, é tímida e omissa, quando a questão é a defesa intransigente dos valores católicos!
Já virou normalidade: muitos católicos militantes e pretensamente intelectuais se escandalizam quando os bispos, cardeais e padres são criticados pelas suas ações anti-religiosas e contrárias aos princípios da Igreja. Na prática, existe uma reverência inepta e cega ao sacerdócio, como se isso se confundisse com o papel das opiniões visivelmente heréticas e apóstatas do clero brasileiro. Escandalizam-se, porque também são cúmplices, são medrosos, não querem se comprometer combatendo essas violações indignas ao sacramento sacerdotal. A questão é elementar e bastante visível: se alguns padres e bispos, envolvidos com grupos ou partidos de esquerda, não respeitam a sua própria batina, por que o povo católico a respeitaria?
Eu já fui virulentamente criticado por católicos conservadores, pelo fato de atacar duramente a esquerda católica. Inclusive, fui chamado de "herético", por não respeitar comunistas travestidos de padres. Uma vez fiz a seguinte pergunta a um desses católicos "laboriosos", numa lista de rede de emails: “você teria reverência e respeito a um padre ou bispo introduzido pela KGB soviética? Imaginemos a KGB ministrando missa ou ouvindo a confissão católica”. Acabei expulso da lista. Em nome do respeito à batina e ao sacerdócio, os católicos omissos acabam por proteger e acobertar as ações da esquerda no clero, como se a batina fosse uma espécie de imunidade para qualquer atitude irresponsável e contrária às obrigações eclesiásticas e doutrinárias. É esta ação que afasta os católicos das igrejas, fartos da politização comunista descarada de padres e bispos comprometidos com a causa petista. E neste ponto, a CNBB é culpada pela destruição da Igreja Católica no Brasil. É a KGB do petismo com ordenação sacerdotal, é o esquerdismo sacramentado.
Julio Severo, o combativo militante evangélico que faz na internet um belo trabalho de denúncia às políticas gayzistas na sociedade brasileira, recebeu várias mensagens de católicos no seu blog, por conta da publicação do suposto conluio da CNBB com o movimento homossexual. Os católicos, mesmo os mais sinceros, querendo enganar a si mesmos, tentam corrigir o blogueiro, afirmando que a CNBB negou a aliança tácita. Por que será que os católicos se contentam com tão pouco? Percebe-se o quanto a Igreja Católica no Brasil está desorientada e perdida. Com exceção de alguns grupos dentro da Igreja, os católicos estão completamente omissos ao estado de coisas a que chegou o país. Viraram uma classe insignificante de pessoas, representada por um clero inepto e espiritualmente corrupto, inimigo da ortodoxia e do próprio Vaticano.
Não me espante que os católicos estejam virando cidadãos de segunda classe neste país. Se não fosse por uma parte barulhenta da bancada evangélica no Congresso, a ditadura politicamente correta estaria bem mais avançada. É supreendente pensar que um dos poucos defensores da integridade da Igreja Católica no Brasil seja um evangélico.
De fato, foi por conta do alcance das notícias de Julio Severo é que sabemos da podridão que se tornou o clero católico e seu comprometimento subserviente com a esquerda. Podridão que muitos dos católicos resistem em combater e denunciar.
Essa desorientação psicológica não se limita a CNBB. Ela foi também revelada quando a "Canção Nova", um dos berços da Renovação Carismática Católica, queria dar espaço em sua programação televisiva a um deputado, o tal Edinho do PT, apologeta do movimento gay e do aborto. O pior de tudo é que este mesmo deputado foi o responsável pelo confisco de panfletos emitidos por alguns bispos que criticaram a defesa do aborto, declarada pela presidente Dilma Rousseff, na época das eleições de 2010. Se não bastasse patrocinar a farsa da religiosidade de Dilma Rousseff numa igreja, quando ela mal sabia fazer o sinal da cruz, o deputado picareta Gabriel Chalita queria transformar a Canção Nova num novo curral do PT. Parece que não colou. E por quê? Por denúncia de alguns corajosos católicos e de Julio Severo, o evangélico!
Ao que parece, os católicos não sofrem apenas de desorientação psicológica. Sofrem mesmo de amnésia, ao não reconhecerem seus próprios inimigos. Eles se iludem em achar que algo vai cair do céu. Deus não respeita os covardes. Ele nos exige o dever de defender à sua Causa.
A CNBB, na Campanha da Fraternidade de 2010, dizia que não se pode servir a Deus e ao dinheiro, deturpando as palavras do Evangelho para seu credo comunista. E a mensagem que se encerra é: não se pode também servir a dois senhores. Qual senhor a CNBB serve? A Igreja de Cristo ou a religiãozinha laica do PT?

Fonte: Mídia Sem Máscara
Divulgação: http://www.juliosevero.com/