quarta-feira, 29 de junho de 2011

Brasil poderá ser o maior produtor de alimentos do mundo, diz senadora Kátia Abreu

Canal do Produtor

Da Redação
O Brasil está diante da possibilidade de ser o maior produtor mundial de alimentos, com a aprovação integral do novo Código Florestal Brasileiro, em debate no Senado Federal depois de aprovado na Câmara, com 410 votos a favor e 63 contra. A opinião é da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. Ela participou, ontem (27/6), da reunião conjunta dos conselhos Político e Social e de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Estamos no momento de decidir se vamos ganhar dinheiro com a produção agrícola ou se vamos ser apenas uma grande reserva legal de florestas do mundo", disse.
Segundo levantamento da CNA, somente com a promulgação do texto do Código Florestal será possível alcançar o crescimento de 23% da produção de grãos (soja, milho, feijão, arroz, trigo, cevada, centeio, aveia, amendoim e algodão) no País previsto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atingindo 175,8 milhões de toneladas em dez anos. Para a pecuária, a estimativa é de aumento de 26,5% na produção de carnes (bovina, suína e de aves), totalizando 31,2 milhões de toneladas na próxima década.
Reservas – O território brasileiro é formado por 851 milhões de hectares. Destes, 27% (236 milhões) estão destinados à produção agropecuária. Outros 11% (93,9 milhões de hectares) são reservas legais localizadas dentro das propriedades rurais. Descontados os territórios urbanos, o País tem ainda cerca de 62% de seu território destinado a reservas ecológicas, áreas demarcadas e de preservação ambiental. "As entidades ambientais e ONGs querem dobrar o volume de reserva legais localizadas dentro das propriedades", observou Kátia Abreu.
Em sua exposição na defesa da atualização do atual Código Florestal de 1965, a senadora afirmou que o Brasil é capaz de ampliar a produção de alimentos, silvicultura e biocombustíveis sem a expansão desordenada da área desmatada. De acordo com a senadora, o País deve cumprir a meta de redução de 80% de desmatamento da Região Amazônica e a diminuição das emissões de gases efeito estufa em 39% oito anos antes do prazo estipulado – 2020. O compromisso foi assumido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-15), realizada em 2009, em Copenhague (Dinamarca).
Associação – O presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério Amato, observou que o País vivencia hoje uma grande revolução na produção agropecuária, na produtividade e ocupação de áreas degradadas e mesmo assim ainda existe uma enorme reação contra quem produz. "Acreditamos que o Código Florestal vai normalizar todas as relações entre os produtores e a sociedade", afirmou. Segundo Amato, tanto a ACSP quando a Facesp estão engajados na luta da CNA pela atualização do Código Florestal para atender aos anseios da livre iniciativa e o direito à propriedade.
Debate – O vice-governador de São Paulo e vice-presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, elogiou o debate. Segundo ele, a discussão é importante, pois o Brasil passa por grandes transformações e somente com posições muito claras a respeito das questões primordiais, como o ambiente, pode-se chegar a regulamentações que encaminhem o desenvolvimento nacional.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Viram no que deu?

Percival Puggina

Viram no que deu, este país ficar votando compulsivamente na esquerda?

Era de se imaginar que maconheiros, traficantes, falsos progressistas, defensores do relativismo moral, partidários da tolerância com o intolerável, turma do politicamente correto, bem como seus assemelhados na esfera política onde todos gravitam, se encantassem com as mais recentes decisões do Supremo. Afinal, o Brasil está ficando como eles querem e o STF levando os descontentes a entender quem é que manda no pedaço.
Viva! A decisão sobre a reserva Raposa Serra do Sol foi um sucesso cívico: conseguiu lançar indígenas e colonos na miséria. Viva! No Brasil já se pode jogar embriões humanos no vaso e puxar a descarga. Viva! Battisti só não terá cidadania brasileira se não quiser, que qualificações não lhe faltam. Viva! Quando a Constituição Federal fala em homem e mulher enuncia apenas um estereótipo, um clichê em desuso, para representar qualquer tipo de encaixe. Viva! A marcha pela maconha é uma festa da cidadania patropi. E deve virar feriado nacional.
Li e reli as atribuições constitucionais do STF. Em nenhum lugar lhe foi outorgada a função de precursoria, de vanguarda social, incumbido de levar a nação, pelo nariz e a contragosto, para onde apontam os narizes e os gostos de seus membros. Já não falo em substituir-se ao Congresso Nacional que esse está nem aí para o que acontece, contanto que não faltem cargos e emendas necessárias à preservação dos mandatos. Raríssimas vozes se ouvem, ali, apontando os devidos limites às vontades da Corte.
Mas o que está acontecendo eram favas contadas. A partir de Fernando Henrique Cardoso, por 16 anos consecutivos, as indicações para o STF são buscadas no mesmo nicho. Embora a esquerda goste de dizer que FHC era neoliberal, o fato é que ele e Lula pertencem à mesma extração esquerdista, com diferenças apenas no nível intelectual. FHC é um Lula de salão nobre, com doutorado, ao passo que Lula é um FHC de piquete grevista e curso primário. Lula defende a cachaça e FHC, no melhor estilo da esquerda dos anos 60, de Woodstock, da contracultura, oitentão modernoso que é, defende a maconha. Aparta-os a política, não as ideias. Os indicados por ambos formam 80% do Supremo e não faz muita diferença o fato de que Lula tenha escolhido boa parte dos seus no partido e no partidão. As cabeças são parecidas. As disputas que por vezes se esboçam entre eles são, essencialmente, de beleza. Temas para espelho mágico. De nada vale, então, aguardar o futuro porque o futuro não nos reserva algo melhor. Os ministros mais antigos e mais próximos da compulsória são os dois Mello - o Celso e o Marco Aurélio. Estão piorando com a idade e com a vaidade. Gravitam no mesmo círculo filosófico dos demais. E só saem, respectivamente, em 2015 e 2018.
Viram no que deu, este país ficar votando compulsivamente na esquerda? A mesma sociedade, majoritariamente conservadora, cristã, consciente da importância dos valores tradicionais, ao votar na esquerda por motivos menores, é obrigada a assistir suas posições maiores - religiosas, filosóficas e morais - serem desrespeitadas e ridicularizadas nos votos e nas decisões dos ministros do Supremo.
http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/12193-viram-no-que-deu.html

domingo, 26 de junho de 2011

Marcha para Jesus atrai 5 milhões de pessoas e incomoda críticos

Julio Severo
A 19ª edição da Marcha para Jesus, uma das maiores manifestações religiosas do mundo, se transformou num ato contra o PLC 122, contra a legalização da maconha e contra as afrontas cometidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O evento, que ocorreu em 23 de junho de 2011 na cidade de São Paulo, reuniu mais de 5 milhões de pessoas e enfureceu a esquerda radical.
“Ranço um tanto raivoso” dos evangélicos?
Cuspindo fogo e enxofre, Gilberto Dimenstein, da Folha de S. Paulo, se queixa de que a Marcha para Jesus “tem um ranço um tanto raivoso”, enquanto que a parada gay “usa alegria para falar e se manifestar” — como se atos sexuais obscenos e uso de drogas, tão comuns nesses eventos gays, representassem a verdadeira alegria, e como se ninguém mais tivesse direito de se manifestar contra os abusos do STF, sob risco de levar o rótulo de ter “um ranço um tanto raivoso”.
Esse “ranço um tanto raivoso” foi muito bem mostrado pela mídia esquerdista, que não poupou nenhuma crítica à Marcha para Jesus. O noticiário Último Segundo destacou que participaram da Marcha para Jesus Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, e o Pr. Silas Malafaia, que foi tachado de “radical” por ter dito: “O STF rasgou a Constituição que, no artigo 226, parágrafo 3º, diz claramente que união estável é entre um homem do sexo masculino e uma mulher do sexo feminino. União homossexual uma vírgula… Amanhã se alguém quiser fazer uma marcha em favor da pedofilia, do crack ou da cocaína vai poder fazer. Nós, em nome de Deus, dizemos não”. (Assista aqui ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=DOnW0kOJeW8)
Para decepção da Folha de S. Paulo e Último Segundo, 5 milhões de pessoas estavam ali para confirmar as palavras de Malafaia, que, numa coragem que raramente se vê no Brasil, afirmou: “Eles querem aprovar uma lei para dizer que a Bíblia é um livro homofóbico e botar uma mordaça em nossa boca. Se aprovarem o PL 122 no mesmo dia, na mesma hora, tudo quando é pastor vai pregar contra a prática homossexual. Quero ver onde vai ter cadeia para botar tanto pastor”.
É de admirar tanta manifestação de “ranço um tanto raivoso” contra os evangélicos por parte de uma mídia que apoia de coração o PLC 122 e todos os abusos do STF?
Escândalos financeiros da Renascer versus escândalos financeiros do PT
Finalizando sua matéria, Último Segundo tentou desqualificar a Marcha para Jesus citando questões financeiras de seu fundador: “O apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, organizador da marcha, reafirmou o caráter estritamente religioso do evento e disse que manifestações como as de Malafaia e Crivella são opiniões pessoais. Apesar disso, admitiu ser contra o ‘casamento gay’ e a liberação da maconha. Questionado por um repórter sobre o qual fator pesa mais na desagregação da família, o homossexualismo ou o crime de evasão de divisas, pelo qual foi condenado a pena de 140 dias de prisão nos EUA, o apóstolo mudou de assunto”.
O problema de Hernandes é o mesmo do Bispo Macedo, que lidera uma denominação que é alvo de frequentes manchetes internacionais de corrupção e lavagem de dinheiro.
Por que Macedo e Hernandes e suas denominações lidam com o dinheiro de um modo que os expõe a escândalos? Com certeza, eles percebem o óbvio: o que o governo tira de impostos é muito mais do que o justo. E tentam proteger seu dinheiro com esquemas para desviá-lo da ganância estatal.
Macedo e Hernandes bem que poderiam dar atenção ao exemplo de Tiradentes, que se revoltou contra o governo português pela cobrança abusiva de 20 por cento de impostos sobre os cidadãos do Brasil. Superando em muito a ganância do governo português, o atual governo brasileiro cobra quase 40 por cento de impostos, e só isso já deveria ser inspiração suficiente para motivar todos os pastores do Brasil a proclamarem jejuns, orações e ações contra esse roubo descarado. Mas em vez de orientar suas denominações e pastores a denunciarem esse imenso roubo estatal contra o Brasil, Macedo e Hernandes preferem apoiar o governo que rouba e recorrer a meios ilegais (pelos padrões do insaciável tubarão brasileiro do imposto de renda) para proteger suas próprias riquezas.
Contudo, não é por esse motivo que a Folha de S. Paulo, Último Segundo e outros jornais esquerdistas estão manifestando seu “ranço um tanto raivoso”. Se eles se importassem com lavagem de dinheiro e evasão de divisas, eles dariam a Lula e ao PT o mesmo tratamento de desprezo que dão aos evangélicos. Em matéria de roubo e lavagem de dinheiro, ninguém no Brasil supera o PT e outros partidos socialistas.
De longe, o maior problema é apoio ao PT
O maior problema de Estevam Hernandes foi ter dado para Marta Suplicy na Marcha para Jesus de 2008 espaço para ela falar. Suplicy, que é a relatora atual do PLC 122, tem o total apoio da Folha de S. Paulo, Último Segundo e outros jornais esquerdistas e já teve oportunidade até de falar do púlpito da Igreja Renascer em época de eleição.
De maneira paradoxal, Silas Malafaia e a multidão de evangélicos da atual Marcha para Jesus estavam então denunciando ameaças semeadas até mesmo em Marchas para Jesus anteriores, onde Marta Suplicy foi uma das estrelas do show.
Mas não é por causa de Suplicy no evento que a Folha de S. Paulo, Último Segundo e outros jornais esquerdistas criticam a Marcha para Jesus. Aliás, até protestantes estão fazendo isso. O tabloide sensacionalista Genizah, com seu habitual radicalismo de esquerda, atacou a Marcha para Jesus a partir de uma perspectiva como se ser calvinista fosse a maior das virtudes e ser neopentecostal fosse a pior. Seguindo essa linha, o Pr. Renato Vargens, outro calvinista, igualmente atacou a Marcha para Jesus.
Ranços doutrinários versus ranços ideológicos
Independente dos erros dos neopentecostais, o Pr. Silas Malafaia e a Marcha para Jesus deste ano cumpriram um papel vital denunciando o PLC 122 e o STF — tendo sido, de longe, a maior manifestação cristã no Brasil contra essas ameaças. Cumpriram um papel que nem o Genizah nem Vargens ousaram cumprir. Por isso, a mídia esquerdista está furiosa. Por isso, os invejosos estão ladrando.
Se o grande problema é o fato de que o casal Hernandes apoiou Suplicy, esse não é um pecado de monopólio exclusivo da neopentecostal Renascer. Aliás, quase todas as igrejas têm culpa no cartório nessa questão, inclusive as calvinistas. Em 2002, Guilherminho Cunha, presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, deu seu apoio a Lula para presidente.
Seja como for, tanto o Genizah quanto Vargens deram apoio no passado ao Rio de Paz, um movimento esquerdista, fundado por um pastor presbiteriano, cujo objetivo é o desarmamento da população civil, que foi um dos principais pilares da União Soviética e da Alemanha nazista. Nunca se subjuga um povo sem antes desarmá-lo. Como um cristão pode se prestar a esse tipo de serviço ideológico é um mistério, assim como é um mistério o motivo por que, sob o canto da sereia caiofabiana vários anos atrás, líderes de praticamente todas as grandes denominações evangélicas do Brasil entregaram suas almas no altar eleitoral de Lula e do PT.
Precisamos agora aprender com os erros passados, embora no meu caso eu tivesse aprendido com os erros dos outros, pois nunca votei no PT.
Precisamos parar de levantar acusações contra questões menores, enquanto ameaças imensas estão prontas para nos tragar, com a ajuda de uma mídia que nos odeia. Não podemos deixar “ranços doutrinários raivosos” criarem divisões neste momento em que governo, mídia e ativismo gay estão unidos num “ranço ideológico raivoso” contra nós.
Gilberto Dimenstein, da Folha de S. Paulo, que atribuiu um “ranço raivoso” aos evangélicos, também disse: “Por trás da parada gay, não há esquemas políticos nem partidários”. Se eu levar a sério essa declaração, terei então de supor que as imensas verbas para os grupos gays não estão vindo do governo, mas da Branca de Neve e os Sete Anões!
Dimenstein também disse: “Na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, basta ver o número de políticos no desfile em posição de liderança”. Sim, reconheço que ele está certo. Crivella é grande aliado de Lula, Dilma e do PT. O casal Hernandes se mostrou fiel a Lula e Marta Suplicy. E o próprio Malafaia cometeu seus pecados, apoiando duas vezes Lula para a presidência e na primeira vez o nefasto Sérgio Cabral para governador do Rio. E Dimenstein e a Folha de S. Paulo são fiéis àqueles que fielmente patrocinam seu jornalismo “objetivo, justo e imparcial”. Por pura coincidência, o maior patrocinador desse tipo de jornalismo é o próprio governo petista.
Se Dimenstein e a Folha de S. Paulo não tivessem essas ligações, poderiam de fato atirar a primeira pedra. Mas, como estão envolvidos até o pescoço, só podem lançar acusações preconceituosas e ladrar.
Em vez de ver o “ranço raivoso” que o STF, o movimento ideológico homossexual e o governo federal estão demonstrando sistematicamente contra a família e os bons costumes, Dimenstein prefere enxergar esse ranço entre os evangélicos.
Escritores católicos dão apoio à Marcha para Jesus
Entretanto, não é preciso ser evangélico para apoiar o bem que a Marcha para Jesus está fazendo. Até Reinaldo Azevedo e Nivaldo Cordeiro, que são católicos, estão dando todo apoio. Aliás, Nivaldo, que é colunista colega meu no site noticioso Mídia Sem Máscara, deu uma opinião positiva da Marcha para Jesus neste vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=Lk33GVIutic
Portanto, em vez de criticarmos a Marcha para Jesus, denunciemos o apoio de protestantes, pentecostais e neopentecostais ao PT e ao socialismo. Esse, de longe, é um problema muito maior do que picuinhas doutrinárias.
O que estamos esperando? Se queremos fazer uma diferença saudável, denunciemos todo apoio evangélico ao PT e ao socialismo. Atacar a Marcha para Jesus, num momento crítico como esse, é suicídio e ser cúmplice das hostes satânicas enfurecidas com as manifestações do testemunho cristão na sociedade.
Fonte: www.juliosevero.com

sexta-feira, 24 de junho de 2011

RESPEITANDO AS MULHERES - PARASHÁ KORACH 5771 (24 de junho de 2011)

"Um professor de francês estava explicando para a classe algumas diferenças entre o francês e o inglês. Citou como exemplo que em francês os substantivos têm gêneros, masculino ou feminino, diferentemente do inglês, onde substantivos não têm nenhum gênero. Um estudante, intrigado, perguntou:
- Professor, "computador" em francês é masculino ou feminino?
O professor não sabia e a palavra não constava em seu dicionário de francês. Assim, para divertir a turma, dividiu os alunos em grupos e pediu-lhes para decidissem se "computador" era um substantivo masculino ou feminino. Cada grupo deveria dar quatro razões para a sua escolha. A melhor resposta foi de um dos grupos que decidiu que os computadores devem definitivamente ser do gênero feminino. Eles apresentaram os seguintes motivos para a sua escolha:
1) Ninguém, com exceção de seu criador, entende sua lógica interna;
2) A língua nativa que eles usam para se comunicar com outros computadores é incompreensível para todos os outros;
3) Mesmo os menores erros são armazenadas em memória para possível recuperação posterior;
4) Assim que você assume o compromisso com um, acaba gastando todo o seu dinheiro em acessórios para ele."
Apesar desta ser apenas uma piada, infelizmente as mulheres sofreram, e ainda sofrem, muitos tipos de preconceitos. Mas a Torá, que nos foi entregue por D'us, nos ensina o verdadeiro valor das mulheres e o quanto devemos respeitá-las.
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A Parashá desta semana, Korach, nos ensina as terríveis consequências da inveja e da luta pelo poder. Assim começa a Parashá: "Korach ben Itzhar ben Levi se separou, junto com Datan e Aviram, filhos de Eliav, e On ben Pelet, descendente de Reuven. Eles estavam de pé diante de Moshé, com 250 homens... Eles se juntaram contra Moshé e contra Aharon" (Bamidbar 16:1-3). A Torá nos conta que eles se rebelaram contra a liderança de Moshé e Aharon, baseados na acusação de que seus cargos de liderança haviam sido escolhidos por eles mesmos. O ato foi visto com maus olhos por D'us, pois os cargos haviam sido Divinamente designados, e os rebeldes receberam uma punição tão milagrosa que a liderança de Moshé e Aharon foi reafirmada por D'us diante dos olhos de todo o povo judeu. Qual foi a punição? Moshé chamou os rebeldes para um desafio e, no horário marcado, a terra abriu uma boca e engoliu Korach, Datan e Aviram, junto com suas famílias e pertences, enquanto um fogo Divino consumiu os outros 250 homens que haviam se juntado à rebelião.
Prestando muita atenção nos detalhes de tudo o que ocorreu com os rebeldes, surge uma pergunta: quando a Torá enumerou os líderes da rebelião, On ben Pelet foi mencionado, mas quando a Torá falou sobre o final trágico dos rebeldes, seu nome não foi mais mencionado. Afinal, o que aconteceu com On ben Pelet?
O Talmud (Sanhedrin 109b) nos ensina que os caminhos de Korach e On ben Pelet começaram iguais, quando ambos se desviaram e se rebelaram contra Moshé, mas terminaram completamente diferentes. Enquanto Korach teve uma morte terrível e vergonhosa, On ben Pelet escapou do castigo. O Talmud nos ensina algo ainda mais curioso: exatamente a mesma coisa que causou a queda de Korach foi o que salvou a vida de On ben Pelet!
Atualmente um dos temas mais discutidos no mundo é o feminismo, a busca de diretos iguais para as mulheres. Por séculos as mulheres foram excluídas de muitos tipos de profissão, receberam salários menores e foram proibidas até mesmo de exercer sua cidadania. Muitas religiões também praticaram e praticam até hoje atos de violência e exclusão social contra as mulheres, tratando-as mais como objetos do que como seres humanos. Mas o judaísmo nunca teve problemas com os movimentos feministas, pois segundo o judaísmo, as mulheres sempre tiveram um papel de destaque dentro do povo judeu. Desde as matriarcas Sara, Rivka, Rachel e Léa, passando por profetizas como Miriam, juízas como Dvora e líderes como Ester, o povo judeu sempre deu uma importância elevada para suas mulheres. De todas as transgressões cometidas pela geração do deserto, tais como o bezerro de ouro, o choro por causa dos espiões e as reclamações por água e comida, as mulheres não participaram de nenhuma. E uma das maiores provas do grande valor espiritual das mulheres está justamente na Parashá desta semana.
O Talmud explica exatamente o que ocorreu com On ben Pelet. Quando ele chegou em casa, muito empolgado com a rebelião de Korach e contando sobre o confronto marcado por Moshé, sua esposa percebeu que aquilo estava tirando-o do racional, como um fogo que o consumia. Então ela o fez voltar à razão com uma simples pergunta: "Se Moshé for o líder do povo, você será apenas seu seguidor. Se Korach for o líder, você também será apenas seu seguidor. De qualquer maneira sua situação não mudará! Que diferença fará para você a rebelião?".
Mas os argumentos ainda não haviam sido suficientes para convencer On ben Pelet a não participar da rebelião. Apesar de ter caído na real após a chacoalhada de sua esposa, mesmo assim ele achava que era tarde demais para voltar atrás, pois já havia jurado lealdade a Korach e estava muito envolvido. Mas sua esposa não desistiu. Ela o embriagou com vinho para que ele dormisse e ficou de guarda na porta da tenda para que ninguém da rebelião entrasse para buscar seu marido. Quando os rebeldes viram que realmente não conseguiriam levá-lo, foram para o confronto com Moshé sem ele. Portanto, por causa de sua esposa, On ben Pelet foi salvo de uma morte trágica.
O mais interessante é que o que salvou On ben Pelet foi justamente o que derrubou Korach. O Talmud nos ensina que a esposa de Korach o incentivou a se rebelar e ficou o tempo inteiro incitando Korach e dando argumentos para que ele ficasse cada vez mais irritado com Moshé. E sabemos como a história infelizmente terminou.
O ponto em que o Talmud se concentra é a diferença que a esposa pode fazer na vida de um homem. E este conceito pode nos ajudar a entender o estranho versículo que descreve a criação da primeira mulher, Chavá: "E disse D'us: Não é bom que o homem esteja sozinho. Farei para ele uma ajudante correspondente a ele" (Bereshit 2:18). A palavra "Kenegdo", que significa "correspondente a ele", também pode ser traduzida como "contra ele". Como a esposa pode ser uma ajudante se ela for contra seu marido? Explica o Rabino Naftali Tzvi Yehudah Berlin, mais conhecido como Netziv, que algumas vezes a esposa pode ajudar seu marido realmente ajudando-o no que ele necessita, mas outras vezes ela será uma ajuda para seu marido apenas quando ela o corrigir nos momentos em que ele cometer algum erro. Obviamente que a esposa deve fazer isso de uma maneira respeitosa, sem agredir nem diminuir seu marido. Uma esposa que atiça seu marido e não o corrige, apenas passa a mão em sua cabeça mesmo quando ele comete erros, não é uma ajuda, é um tropeço.
Este conceito também nos ajuda a explicar uma das maiores dificuldades para pessoas que começam a se aproximar mais do judaísmo. Há uma Brachá (benção), que pronunciamos todos os dias de manhã no "Birkót Hashachar" (Bençãos da manhã), que é diferente para os homens e para as mulheres. Enquanto o homem reza "Bendito seja D'us que não me fez mulher", a mulher reza "Bendito seja D'us que me fez conforme a Sua vontade". Isso não é machismo? Isso não é desprezar as mulheres?
Explicam os nossos sábios que é exatamente o contrário, é uma exaltação do grande valor espiritual das mulheres. Dizem os nossos sábios que o rei de Israel precisava ter dois Sifrei Torá (Rolos da Torá). Mas para que o rei precisava de dois Sifrei Torá? Um ele deveria sempre levar consigo quando saía para as guerras, enquanto o outro permanecia em casa. Por que? Pois o Sefer Torá que ia para a guerra poderia sofrer pequenos estragos, como borrar letras, ou até mesmo estragos maiores. Então o rei precisava do Sefer Torá que estava em casa para servir como modelo e consertar o Sefer Torá estragado.
O mesmo conceito se aplica no casamento. O homem tem um trabalho mais externo, ele se expõe mais ao mundo exterior e, por isso, corre mais riscos de se desviar atrás de seus desejos e de idéias estranhas ao judaísmo. Foi o que aconteceu com Korach e On ben Pelet. Já o papel da esposa, mais interno, é manter a santidade da casa e ser um modelo de retidão para o marido, identificando quando ele se desvia e ajudando-o a consertar seus erros, como fez sabiamente a esposa de On ben Pelet, salvando com isso a vida e a eternidade de seu marido.
É por isso que os homens rezam "Bendito seja D'us que não me fez mulher", isto é, eles agradecem que D'us não deu a eles uma responsabilidade espiritual tão grande quanto a das mulheres. Já as mulheres rezam "Bendito seja D'us que me fez conforme a Sua vontade", pois aceitam com alegria a grande responsabilidade espiritual que recai sobre elas.
Portanto, de machista o judaísmo não tem nada. Muito dos preconceitos são fruto do nosso desconhecimento sobre o nível de cuidado que, segundo o judaísmo, o homem deve ter com a honra da mulher. Pois assim nos ensina o Talmud: "O homem deve amar sua esposa como ama a si mesmo, e respeitá-la mais do que respeita a si mesmo". E é justamente por este cuidado que temos com nossas esposas que o povo judeu continua caminhando, firme e forte, por mais de três mil anos.
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Nm. 16:1-18:32, 1 Sm. 11:14-12:22, At 5:1-11

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Le Monde exalta a "incrível" performance do Brasil no setor agrícola

Com o título “Brasil, a nova fazenda do mundo”, o jornal francês Le Monde que chegou às bancas nesta terça-feira afirma que o país será um ator de peso na reunião do G20 com ministros da Agricultura, nesta quarta e quinta-feira. “Não como nação emergente, mas como potência agro-exportadora”.
A reportagem da jornalista Laetitia Van Eeckhout exalta a performance do setor agrícola brasileiro, destacando que o país já é o primeiro produtor e exportador mundial de açúcar, café e suco de laranja, primeiro exportador de carne bovina, soja e tabaco, e segundo exportador de frango. "Daqui a dez anos, o Brasil poderá se tornar o primeiro produtor agrícola mundial e está se preparando para isso com muita energia. (…) Ė como se nada pudesse frear seu desenvolvimento agrícola, iniciado nos anos 60", diz.
Sobram elogios para a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ("digna dos grandes institutos de países desenvolvidos"). O jornal afirma que o organismo tem um papel importante no dinamismo do setor agrícola brasileiro, que está cada vez mais mecanizado e se apoia em um movimento contínuo de expansão nas zonas de savana do centro do país e nas proximidades da Amazônia.
OGM e pesticidas
A jornalista comenta que os brasileiros não têm problema de consciência quando o assunto é OGM. Para citar a questão dos alimentos transgênicos, ela entrevistou o diretor de estratégia do Ministério brasileiro da Agricultura, Derli Dossa. "Quando chove no Brasil, não podemos combater os insetos e colocar pesticidas. Com as culturas transgênicas, não somos mais obrigados a esperar a condição climática ideal", afirma o diretor.
Le Monde explica que o Brasil tenta evitar o desmatamento aproveitando ao máximo a mesma terra para várias culturas em diferentes períodos do ano. Ė o caso da soja e do milho. A contradição do país, continua o jornal, é de desenvolver uma agricultura durável ao mesmo tempo em que se encontra entre os campeões de utilização de pesticida.
Atualmente, as culturas agrícolas ocupam 35% do território brasileiro. Nos próximo dez anos, o objetivo é aproveitar o potencial de 12 milhões de hectares de terras cultiváveis, principalmente no sul do Maranhão, no norte do Tocantins, no sul do Piauí e no nordeste da Bahia. Le Monde destaca que a riqueza deste setor continua concentrada na mão de poucos e que, apesar das dificuldades, 1,3 milhão de fazendas de menos de dez hectares ainda conseguem sobreviver.
A reportagem termina lançando a pergunta: "O Brasil pretende se tornar o primeiro produtor mundial de produtos agrícolas com o risco de reforçar o êxodo rural e, por consequência, o aumento da pobreza na grandes cidades?".
Autora:Daniela Leiras / Notícia publicada em 21 de Junho de 2011
Fonte: http://www.portugues.rfi.fr/brasil/20110621-le-monde-exalta-impressionante-performance-do-brasil-no-setor-agricola

Comento:
O mundo todo vê o que os brasileiros não enxergam, mesmo diante de seus narizes!
Nossa agricultura é de dar orgulho, mas infelizmente quem comanda nosso país são ong's estrangeiras interessadas diretamente em nossas riquezas naturais. A Amazônia já é tida como área global e é ensinado assim nas escolas americanas de Obama, Bill Clinton e Al Gore. E NINGUÉM FAZ NADA!
Desprezam e incriminam produtores que são os pilares de nossa economia, responsáveis por boa parcela do PIB. Vejo todos os dias a agenda ambientalista global sendo vomitada na tv e os zumbis não pensantes telespectadores de BBB engolindo tudo sem raciocinar de onde vem o arroz e o feijão que eles comem todo dia.
Precisamos urgentemente de uma campanha publicitária mostrando para as pessoas da área urbana que sem o campo elas não vivem, precisamos demonstrar mais respeito ao produtor rural brasileiro.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O futuro da energia brasileira

DCI

Luiz Gonzaga Bertellié
A fim de que possa continuar crescendo, o Brasil vai necessitar de maior oferta de energia, inclusive mais barata. Ela é uma das mais caras do mundo e a soma de impostos e encargos setoriais totaliza 51% da conta de um consumidor médio brasileiro. - Trata-se de um grande desafio, que necessita de políticas públicas e investimentos consideráveis. Até o ano de 2015 estima-se que o Brasil terá mais de seis milhões de habitantes, com melhor condição de vida, o que redunda no maior uso de energia.
Algumas previsões mencionam inclusive que nas próximas duas décadas a geração de energia irá duplicar. E, desta forma, não haverá déficit na produção.
A notável característica é que a produção far-se-á, predominantemente, com energia limpa, ecológica e renovável da hidroeletricidade, da biomassa, do vento e das térmicas acionadas a gás natural. Há um potencial de 126 mil MW de energia hídrica e, de longe, a hidroeletricidade é mais barata.
Nos dias presentes, o mundo é abastecido em cerca de 45% com eletricidade mais poluente extraída do carvão mineral, com a liderança chinesa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou, nos últimos sete anos (2003-2010), 355 projetos de geração elétrica, com o desembolso de R$ 131 bilhões.
Consoante a Empresa Pesquisa Energética (EPE), hoje 70% da energia de que o Brasil necessitará até 2020 já estaria contratada, incluindo Santo Antônio e Belo Monte. Desta forma, mesmo que a nação cresça mais de 7% ao ano, o fornecimento de eletricidade seria assegurado e regular, sem eventuais apagões.
Em que pese essa situação rósea, preocupa, ainda, a questão dos licenciamentos ambientais para a construção das novas usinas e térmicas, que já se transformaram em sérias dúvidas quanto ao cumprimento dos prazos estabelecidos nos projetos. O BNDES só libera o financiamento com a licença ambiental assegurada.
Ademais, se comprovadas as estimativas do pré-sal, nos vindouros anos o País passará de pequeno importador de petróleo e derivados a exportador, bem como dispensará o gás natural boliviano. Em consonância com o Plano Nacional de Energia, em breve produziremos cinco milhões de barris diários de petróleo para um consumo de perto de três milhões.
É incontestável, no entanto, que os desafios a serem equacionados do pré-sal são abissais, destacando a questão financeira e o domínio da tecnologia de extração em águas profundas, além da falta de recursos humanos capacitados para a execução das obras, hercúleas e gigantescas.
Alguns economistas conceituados preconizam a indispensabilidade da construção de um número maior de térmicas acionadas a gás natural, em complementação às usinas hidroelétricas. Tais instalações serviriam para assegurar a regularidade da produção elétrica quando os reservatórios das hidroelétricas estivessem vazios, por ocasião das secas. Apesar do seu enorme impacto ambiental, existem defensores da geração elétrica a carvão mineral. Perto de 90% das reservas identificadas encontram-se no Rio Grande do Sul, notadamente (40%) em Candiota.
Depois do acidente de Fukushima, no Japão, em março, os governos de diferentes países proclamaram o fim das usinas nucleares. Consta que embora nenhuma pessoa tenha morrido no local, o impacto psicológico do acidente foi desastroso.
Recentemente, mais de 250 mil alemães saíram às ruas, com pedidos do abandono, definitivamente, da produção de energia nuclear, extraída do urânio. Até 2022 serão desligadas dezessete usinas nucleares, conforme a deliberação da chanceler Ângela Merkel.
Outras nações, entre as quais a França e a Inglaterra, não desejam reduzir as usinas nucleares, que têm a seu favor também questões geopolíticas, pois as maiores reservas de petróleo e gás natural estão situadas em regiões cujos governos não inspiram confiança, como é o caso de Venezuela, Irã e Rússia.
Quanto à energia da cana de açúcar, haverá a forte expansão do consumo do etanol, com esmagamento de perto de 570 milhões de toneladas do vegetal na safra em curso de 2011/12, o que representará a elevação de mais de 2% sobre o período anterior, o que é um desenvolvimento modesto, quando comparado com as produções pretéritas. A demanda do combustível extraído da cana é estimada em 20 bilhões de litros neste ano, o que significará a economia de divisas da ordem de mais de 10 bilhões de dólares, com a substituição da gasolina pelo etanol, considerando o preço médio do barril da ordem de US$ 85.
A eletricidade produzida pelo aproveitamento do bagaço sobrante nas indústrias sucroalcooleiras tende a crescer, com a incorporação de novas tecnologias e diante do fim das queimadas da palha da cana e acesso à rede elétrica. Tão-só no estado paulista, há uma capacidade, ainda não explorada, de mais de 5 mil megawatts de energia do bagaço.
Os investimentos estrangeiros na indústria sucroalcooleira continuam intensos, já superando 22% de participação na atividade do setor. Com a necessidade da construção de 150 novas indústrias de açúcar e de álcool até 2020 -a fim de suprir o déficit previsto pela Unica de 400 milhões de toneladas de cana-, serão indispensáveis cerca de R$ 80 bilhões em dez anos. O Brasil é atualmente um relevante centro para investimentos rentáveis em energia limpa, com matriz diversificada e consumo interno crescente.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Juiz desafia ilegalidade de decisão do STF e anula “casamento” gay

Arriscando sofrer a fúria cega da militância gay e seus aliados na mídia, corajoso juiz disse que o STF não tem competência para alterar normas da Constituição Federal.
Comentário de Julio Severo: A notícia abaixo é do site pró-sodomia UOL.

Mesmo com decisão do STF, casal gay tem união estável cancelada em Goiás
O primeiro casal gay de Goiânia a registrar sua união depois da decisão de reconhecimento do STF (Supremo Tribunal Federal) perdeu o direito de permanecer em união estável. O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos de Goiânia, Jeronymo Pedro Villas Boas, cancelou de ofício (ou seja, sem nenhum pedido) o contrato.
O magistrado contestou a decisão do Supremo, e disse que a Corte não tem competência para alterar normas da Constituição Federal. O artigo 226 traz em seu texto que, “para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão”. Esta seria a norma que o juiz entendeu inviolável.
A decisão que cancelou o contrato também determinou a comunicação a todos os Cartórios de Registro de Títulos e Documentos e do Registro Civil da comarca de Goiânia para que nenhum deles faça a escrituração de declaração de união estável entre pessoas do mesmo sexo. Segundo a ordem, só terá validade o ato entre pessoas do mesmo sexo se houver decisão judicial prévia.
O casal Liorcino Mendes e Odílio Torres registrou a união em 9 de maio. Procurados pelo UOL Notícias para comentar a decisão judicial, eles afirmaram que foi uma medida escandalosamente ilegal e desrespeitosa. “O Poder Judiciário não pode criar um ambiente de insegurança jurídica no país. E mais do que isso: não podemos aceitar que cidadãos homossexuais paguem impostos e altos salários de juízes para que estes, de forma discriminatória e preconceituosa, desrespeitem até as decisões da maior Corte do país.”
Documento ao CNJ
Mendes, que é jornalista e bacharel em direito, encaminhou um documento ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Em um dos trechos, afirmou que a união foi um dos momentos de maior felicidade da vida do casal. “Nos sentimos como pessoas dignas de direitos e não mais cidadãos de segunda categoria, onde éramos obrigados apenas a cumprir deveres como pagar impostos, votar, mas sempre tendo nossos direitos como pessoas naturais negados.”
Mendes utiliza várias normas jurídicas para fundamentar o pedido e contestar a decisão do juiz, que, segundo ele, não poderia proferir uma decisão como esta. E pede ao ministro Cezar Peluso, presidente do CNJ, que o conselho mova uma ação para pedir o afastamento imediato do juiz, e manter a união.
Na próxima segunda-feira (20), o casal vai pedir ajuda à comissão da diversidade sexual da OAB de Goiás, ao Conselho Nacional de Justiça e a Corregedoria do Tribunal de Justiça de Goiás, para que sejam garantidos os direitos adquiridos.
“Este foi o maior momento de frustração em nossas vidas. Um sentimento de descrédito sobre as instituições públicas, sobre a Justiça do nosso Estado”, finalizou Mendes.
Fonte: UOL
Divulgação: www.juliosevero.com

Comento:
Ainda resta um remanescente. São raros, mas alguns cérebros ainda não foram contaminados. Precisamos de mais pessoas corajosas que enfrentem esta onda onde minoria domina e prevalece sobre a  maioria. Ou estamos vivendo uma ditadura gay? A PLC 122 só confirma isto...
Só para constar:
Insegurança Jurídica vivemos é no campo. Trabalhamos para produzir alimentos e o lobby ambientalista poderoso e com interesses escusos faz campanha mentirosa aliada à mídia que usa da maioria zumbi que não sabe raciocinar mais. Desmoralizam sem pena os produtores rurais enquanto somente queremos produzir.
Não sou advogada, mas não preciso ser para saber que a Carta Magna de um país é sua constituição. Nada e nem ninguém está acima dela e isto inclui o Supremo.

domingo, 19 de junho de 2011

A Caixa de Pandora

Mito
Você conhece o mito da caixa de Pandora? Trata-de de uma história da mitologia grega que retrata a origem dos males da humanidade. Zeus tencionava vingar-se de Prometeu, que deu aos homens o poder de controle sobre o fogo, então Zeus criou uma Mulher Linda, cheia de atributos para conquistar Epimeteu que era irmão do Prometeu, este por sua vez havia recusado a bela Pandora com medo da ira de Zeus.

Mitologia
Epimeteu ao desposar Pandora, recebe uma caixa envolvida em Mistério com a recomendação de que jamais fosse aberta e mesmo sem saber que dentro da mesma haviam muitas mazelas da humanidade, Epimeteu a guardou com extremo cuidado, mantendo duas gralhas como guardiãs. Esses Bichos Incríveis são muito barulhentos. Pandora se sentia incomodada com a presença das gralhas e convenceu seu esposo a se livrar delas, então o Casal Apaixonado se entrega a uma noite de amor, Epimeteu adormece profundamente e Pandora aproveita a ocasião para abrir a caixa libertando sentimentos ruins e doenças que atormentariam a humanidade a partir daquele momento. Assustada Pandora fecha a caixa e lá dentro permanece apenas um dom positivo, a esperança.
Mensagem
O mito da caixa de Pandora nos remete aos diversos anseios do ser humano, angústias, medos, sonhos, necessidades, saúde, sensações, sentimentos contraditórios, etc., além disso faz associações a imagem da mulher como sendo a grande responsável por todas as mazelas da humanidade através de sua sensualidade e dissimulação, atributos que eram a Marca Pessoal de Pandora. Mas deixando de lado a idéia de que as mulheres sejam as grandes vilãs, devemos pensar neste mito como sendo uma forma de refletir sobre nossas dores da alma. A mensagem deixada por esta história nos leva a pensar no que cada um de nós trás em seu íntimo, nossa caixa de Pandora é uma caixinha de surpresas, quais os males, dores e mágoas que te afligem? Talvez este seja o melhor momento para nos livrarmos de todas essas dores, sentimentos ruins, mágoas do passado e buscar no fundo da nossa caixa de Pandora a esperança, que sempre está a disposição de quem sai Em Busca da Felicidade.
Faça planos
Mesmo os mais céticos acabam se deixando contagiar de alguma forma pelo clima que toma conta de todos em Festas e Eventos de final de ano, especialmente no réveillon que é o marco de encerramento de ciclos e começo de novas etapas em nossas vidas. Então cada pessoa tem sua maneira particular de lidar com este período, mas a dica é que deixemos nossa caixa de Pandora aberta, limpa, apta a novas experiências renovadas pela esperança que deixamos carinhosamente guardada no fundo da caixa, faça novos planos, viaje para lugares nunca antes visitados, trace metas, vá de encontro a sua felicidade buscando em cada dia momentos incríveis de diversão e lazer.
http://www.culturamix.com/cultura/curiosidades/caixa-de-pandora

sábado, 18 de junho de 2011

Agricultura de baixo carbono terá contrato facilitado

O Estado de S. PauloGustavo Porto
A partir da safra 2011/2012, o Programa agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado em julho de 2010, vai incorporar todas as ações que incentivam a produção de alimentos com preservação ambiental. No total, os programas de investimento voltados a atividades agropecuárias que permitem a mitigação da emissão de gases de efeito estufa terão R$ 3,15 bilhões e poderão ser contratados com condições mais facilitadas.
Os recursos serão destinados ao financiamento das práticas agronômicas sustentáveis preconizadas no ABC, agora fortalecido com a incorporação do Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora) e do Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa). O Programa ABC dará ao produtor condições de financiamento com taxas de juros de 5,5% ao ano, mais baixas que o fixado para a maioria das linhas de crédito para agricultura (6,75%).

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PERDENDO O VÔO - PARASHÁ SHELACH 5771 (17 de junho de 2011)

Há pouco mais de 2 anos um grave acidente deixou o Brasil em choque. O Airbus A330 da companhia aérea Air France, durante o fatídico vôo AF 447 que ia do Rio de Janeiro para Paris, simplesmente desapareceu sobre o Oceano Atlântico durante a madrugada do dia 31 de maio. Na manhã seguinte foram encontrados os primeiros destroços do avião, cujas causas da queda ainda não foram completamente esclarecidas. Parentes e amigos choraram a morte dos 228 passageiros que estavam a bordo da aeronave.
Porém, no meio de toda a comoção nacional que o acidente causou, uma notícia acabou passando despercebida pela grande maioria das pessoas. A italiana Johanna Ganthaler, uma pensionista da província de Bolzano-Bozen, perdeu o vôo. Ela estava de férias no Brasil e não conseguiu embarcar no avião por ter chegado atrasada ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro.
Até aí não há nada demais, já que em muitas tragédias aéreas escutamos histórias de pessoas que, por motivos diversos, não chegaram a embarcar e salvaram assim suas vidas. Mas nesta história, o mais impressionante ainda estava para acontecer. Johanna Ganthaler embarcou de volta para a Europa no dia seguinte, em um avião de outra companhia aérea. Desembarcou na Alemanha, onde alugou um carro com o qual pretendia voltar para casa. No caminho, em uma situação ainda não completamente esclarecida pela polícia, o carro em que ela estava entrou na pista contrária de uma rodovia em Kufstein, na Áustria, e bateu de frente em um caminhão. Johanna Ganthaler morreu no acidente de carro. E assim foram as manchetes nos principais jornais do país: "Mulher que perdeu vôo AF 447 morre em acidente na Áustria".
Quando há um decreto espiritual, a única maneira de mudar é através de atos espirituais. Apenas perder o vôo não salva a vida de ninguém...
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Se nos perguntassem qual é um dos dias mais felizes do ano, certamente responderíamos Purim ou Simchá Torá. Mas para nossa surpresa, o Talmud ensina que um dos dias mais festivos do povo judeu é Tu Be Av, o dia 15 do mês de Av. Av é um mês associado a tristezas, pois em Tishá Be Av (dia 9 do mês de Av) várias tragédias se abateram sobre o povo judeu. O que ocorreu em Tu Be Av que tornou este dia tão especial?
Para entendermos, precisamos nos aprofundar na Parashá desta semana, Shelach. O povo judeu havia saído do Egito e, após receber a Torá no Monte Sinai, estava prestes a entrar na Terra de Israel, a terra que D'us havia jurado dar para os descendentes de Avraham, Yitzchak e Yaacov. Apesar de D'us ter garantido que a Israel era uma terra fértil, a "terra onde flui leite e mel", mesmo assim o povo não confiou e decidiu enviar espiões. O que deveria ter sido apenas uma missão de reconhecimento da terra terminou em uma grande tragédia. Dos 12 espiões enviados, 10 voltaram falando mal da terra. O povo preferiu escutar os 10 caluniadores e, desesperados, choraram sem motivo. D'us jurou que aquele dia seria um dia de choro por todas as gerações. Este dia era Tishá Be Av, dia em que até hoje nós choramos pela destruição dos nossos dois Templos e outras tragédias que aconteceram, ao longo da nossa história, exatamente neste dia.
Mas não apenas as gerações futuras sofreram com aquele choro sem motivo. A geração do deserto também foi duramente castigada. Pela falta de Emuná (fé), D'us decretou que eles não entrariam na Terra de Israel. Por 40 anos eles tiveram que vagar pelo deserto, até que morresse toda aquela geração, aproximadamente 600 mil homens. Como D'us queria ressaltar que as mortes eram resultado do choro sem motivo, eles morriam somente em Tishá Be Av. Durante os 40 anos, quando Tishá Be Av se aproximava, cada judeu tinha que cavar sua própria cova e dormir dentro dela. De manhã, alguns acordavam e voltavam para suas vidas normais, enquanto outros não acordavam mais e eram enterrados ali mesmo.
Porém, no último ano, algo estranho aconteceu. O último grupo que faltava morrer cavou a sua cova e entrou para dormir, com a certeza de que todos morreriam naquela noite. Mas quando amanheceu o dia, estavam todos vivos. Como o cálculo dos dias era feito através da observação da lua, ele acharam que provavelmente haviam errado as contas e que Tishá Be Av seria no dia seguinte. Então na noite seguinte novamente eles entraram na cova, mas de novo todos acordaram de manhã. E assim foi, noite após noite, até chegar no dia 15 do mês, quando eles viram a lua cheia e tiveram a certeza de que certamente Tishá Be Av já havia passado, não havia sido um erro de contas. Por algum motivo D'us havia cancelado o decreto. Aquele dia foi um dia de muita alegria e comemoração, pois eles entenderam que haviam sido perdoados. E a alegria deste dia se repetiu em muitos outros bons eventos durante a história do povo judeu.
Mas afinal, se D'us tinha decretado que toda aquela geração morreria no deserto, e realmente mais de 585 mil homens já tinham morrido, por que no último ano foi diferente? Por que os últimos 15 mil homens foram poupados da morte? Que tipo de ato conseguiu cancelar um decreto tão forte?
Nas nossas rezas de Rosh Hashaná e Yom Kipur dizemos algo muito profundo: "Três coisas podem cancelar um mau decreto: Teshuvá (arrependimento pelos nossos maus atos e o comprometimento em melhorar), Tefilá (reza) e Tzedaká (caridade)". O que isto quer dizer? Que apenas atos que chegam aos mundos espirituais mais elevados podem cancelar decretos que foram feitos nos mundos espirituais.
Explicam nossos sábios algo impressionante. Durante todos os anos no deserto, as pessoas sabiam que poderiam morrer naquele ano, mas sempre contavam com a possibilidade de que eles não seriam os escolhidos daquela vez. Portanto, apesar deles rezarem por suas vidas, rezavam sem muita Cavaná (intenção). Por exemplo, no primeiro ano havia 600 mil homens, dos quais apenas 15 mil morreriam, então todos estavam tranquilos. E mesmo no penúltimo ano, quando haviam sobrado apenas 30 mil homens e a metade morreria, as pessoas se apoiavam na possibilidade de que os outros morreriam e não eles, e por isso não depositavam toda a sua Emuná (fé) em D'us.
Porém, o que aconteceu no último ano no deserto? Apenas 15 mil tinham sobrado e certamente todos eles morreriam, não havia outra possibilidade. Por isso, quando fizeram Tefilá, rezaram com todo o coração para D'us, pois não tinham mais em que se apoiar fora a salvação Dele. Quando nos apoiamos em outras possibilidades, é como se D'us dissesse "Já que você coloca forças em outras coisas e não apenas em Mim, deixe que as outras coisas te ajudem, não Me sinto na obrigação". Mas quando fazemos uma Tefilá com nosso coração completamente voltado para D'us, com a certeza de que tudo depende Dele e apenas Dele, esta Tefilá pode mudar até mesmo decretos espirituais de uma geração inteira. Se desde o primeiro ano o povo tivesse feito uma Tefilá neste nível, certamente ela também teria sido escutada.
Parece algo fácil, mas por vivermos no mundo material, este tipo de Tefilá é muito difícil de ser alcançada. Quando estamos doentes, colocamos nossa confiança nos médicos e nos remédios. Quando estamos sem dinheiro, colocamos nossa confiança na melhoria das vendas ou na sonhada promoção. E mesmo quando estamos procurando uma pessoa para casar, colocamos nossa confiança nas pessoas que podem nos apresentar alguém especial. No mundo material é muito fácil esquecer que tudo depende de D'us. Se o médico vai acertar ou se o remédio vai funcionar, se mais clientes entrarão na loja ou se o chefe lembrará da promoção, se a pessoa certa aparecerá no momento certo, tudo depende Dele.
Quanto mais colocarmos no coração a certeza de que tudo depende apenas de D'us, maior será a conexão espiritual que criaremos. Assim, nossas rezas poderão chegar aos mundos espirituais mais elevados e, quem sabe, mudar o destino de toda a humanidade.
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Nm. 13:1-15:41, Js 2:1-24, Hb. 3:7-4:1

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Vejam, leitores, como tentam enganá-los

Um caso descarado de manipulação da opinião pública que deveria virar tese acadêmica. Ou: como uma minoria pretende impor sua vontade à maioria
Caras e caros,
O que vai abaixo é muito mais do que a contestação de uma pesquisa. Eu destrincharei para vocês um dos instrumentos a que se recorre para formar a opinião pública — na verdade, infelizmente, para manipulá-la. Em 25 anos na profissão, raramente vi coisa assim.
Desde que os jornais noticiaram, no dia 11, que 79% dos entrevistados eram contrários à “anistia aos desmatadores” e que 85% diziam que a legislação deve priorizar as florestas, eu tenho tentando botar os olhos na pesquisa. Finalmente, tive acesso aos dados na noite desta quarta-feira. É um troço chocante. Contam-me que, no programa Roda Viva de segunda-feira, Marina Silva (quase ex-PV) brandiu esses dados. A primeira motivação que tive para ver o levantamento foi essa história de “anistia”. COMO NÃO EXISTE ANISTIA NENHUMA NO RELATÓRIO DE ALDO REBELO, fiquei curioso para saber que diabo de pergunta havia sido feita aos entrevistados.
Vou expor e analisar algumas questões propostas pelo Datafolha, comentar o resultado, fazer considerações sobre a amostra. Vocês avaliam depois se o instituto deve ou não explicações de natureza técnica. Já discordei de critérios do Datafolha, mas sempre considerei seu trabalho responsável. A partir do que vai abaixo, não sei mais.
Pergunta 6 - A grande mentira
A pergunta nº 6 do Datafolha é esta:
Uma das propostas do novo Código Florestal é que todos os proprietários de terra que desmataram ilegalmente até junho de 2008 estariam isentos de multas e punições. Você é a favor ou contra que esses proprietários de terra sejam perdoados das multas?
Disseram-se contra 79%; a favor, 19%, e 3% disseram não saber. Muito bem, leitor! Estaria tudo certo se existisse mesmo essa proposta no texto do novo Código Florestal! Mas ela não existe! É uma farsa! A pesquisa foi encomendada pelas organizações Amigos daTerra-Amazônia Brasileira, IMAFLORA, IMAZON, Instituto Socioambiental, SOS Mata Atlântica e WWF-Brasil. Mas não é lícito que o Datafolha atribua ao texto o que lá não está para fazer a vontade do cliente.
Ora, feita essa pergunta, chego a estranhar que não tenham obtido 100%. Que tal o Datafolha perguntar se as pessoas são favoráveis à paralisia infantil, ao tétano e ao sarampo? As multas só não serão aplicadas se o proprietário cumprir uma série de exigências, conforme estabelecem os Artigos 33 e 34. A pergunta do Datafolha é mentirosa. Eu posso provar o que digo, e vocês podem verificar com seus próprios olhos. O texto está aqui. Notem que, na suposição de que boa parte dos entrevistados não soubesse exatamente o sentido da palavra “anistia”, optou-se por “perdão”. É, sim, um sinônimo, mas de sentido bem mais forte e presente na sociedade. De todo modo, perdão e anistia, nesse caso, têm como sinônimo outra palavra: FARSA.
Pergunta 7 - A mentira sórdida
Não é possível que os técnicos do Datafolha tenham lido o texto de Aldo Rebelo. A pergunta nº 7 chega à sordidez. Leiam:
Outra proposta é que todos os proprietários de terra que desmataram ilegalmente até junho de 2008 estariam isentos de recuperar as áreas desmatadas. Você é a favor ou contra que esses proprietários de terra sejam isentos de recuperar as áreas desmatadas?
Não dá! É mentira! O texto está aí para consulta do Datafolha, da direção das Organizações Folha, dos diretores de jornais, revistas e portais, dos blogueiros etc. Se alguém achar essa “proposta” no Código, mudo de profissão, paro de escrever. É claro que 77% se disseram contrários — 21% a favor, e 2% não sabem. Na forma como vem a questão, o que se esperava?
Pergunta 2 - A trapaça
Vejam que trapaça intelectual aparentemente singela. Marina exibe esse número pra lá e pra cá:
Na sua opinião, as mudanças no novo Código Florestal deveriam:
Olhem o que responderam os entrevistados:
- Priorizar a proteção das florestas e rios mesmo que, em alguns casos, isso prejudique a produção agropecuária - 85%
- Priorizar a produção agropecuária mesmo que, em alguns casos, isso prejudique a proteção das florestas e rios - 10%
- Não sabe -5%
Viram? Não é bonitinho? Há de positivo nisso ao menos a constatação de que os ongueiros querem prejudicar a agropecuária. Eu proponho uma outra questão a ser feita pelo Datafolha:
Na sua opinião:
- O reflorestamento tem de ser feito mesmo que a comida passe a custar mais caro por causa da diminuição da área plantada;
- Deve-se preservar o que se tem hoje sem diminuir a área plantada;
- Deve-se desmatar ainda mais para plantar mais e baixar o preço da comida.
Eu adoraria saber o resultado…
ESCONDENDO OS DADOS
Mesmo uma pesquisa direcionada, feita para chegar ao resultado encomendado, não ao que pensa efetivamente a população, revela dados interessantes. Marina Silva os escondeu no programa Roda Viva. A imprensa, que, no mais das vezes, faz sua assessoria, também. Prestem atenção à pergunta 3 e à resposta.
Na sua opinião, os proprietários de terra que praticaram desmatamento ilegal para utilizar a terra para agricultura e pecuária deveriam :
A resposta é esta:
- ser perdoados apenas se concordarem em repor essa vegetação - 45%:
- ser todos perdoados, sem a necessidade de repor a vegetação, pois desmataram para produzir - 5%;
- ser punidos de qualquer forma para dar o exemplo para gerações futuras;
- não sabe - 2%
Como se vê, 50%, mesmo nos termos errados do Datafolha, se dizem favoráveis ao perdão — e 5% nem acham necessário repor coisa nenhuma. A pergunta, de todo modo, traz o erro essencial: inexiste perdão! E estariam isentos de repor a vegetação original apenas os pequenos proprietários (até quatro módulos). Agora vem a pergunta 4, a mais interessante de todas.
Pergunta 4 - O bom senso
Algumas áreas de risco como encostas, topos de morro, áreas ao longo dos rios e várzeas que deveriam ser preservadas hoje estão ocupadas por pastagens e plantações. O que seria melhor:
Atenção para as respostas, leitor!
- Manter apenas atividades agropecuárias nessas áreas que segurem o solo e não representem riscos de acidente - 66%
- Manter as atividades agropecuárias nessas áreas para não prejudicar a produção, mesmo com o risco de acidentes - 7%
- Remover todas essas atividades para evitar qualquer risco de acidentes, mesmo prejudicando a produção - 25%
Esconderam este número: só 25% concordam com Marina Silva e com as ONGs; só 25% querem remover as plantações. Isso nos diz que 66% concordam justamente com o Código, especialmente com o seu Artigo 35.
Outras mistificações
Sempre querendo saber se o brasileiro e contrário à paralisia infantil e a favor da bondade, indaga o Datafolha:
Pergunta 9 - A presidente Dilma já disse ser contra a proposta de perdão por desmatamento ilegal e que a vetará caso seja aprovada pelos senadores. Você concorda ou discorda da posição da presidente Dilma?
Ora, 79% disseram concordar.
A pergunta 10 busca fazer terrorismo com os parlamentares:
Você votaria ou não em um deputado federal ou Senador que votou a favor da isenção de multas e punições aos proprietários de terra que desmataram áreas ilegais até junho de 2008?
Obviamente, 84% disseram que não votariam. Ocorre que esses parlamentares não existem. São uma invenção de Marina Silva e dos ongueiros que pagaram por essa pesquisa. Acredito até que as perguntas foram elaboradas por ele. O diabo é que o relatório final é, sim, do Datafolha.
A pergunta 7, na sua aparente singeleza, é um primor da manipulação:
Alguns acham que antes de votar o Senado deveria ouvir a opinião dos cientistas sobre o novo Código Florestal. Outros acreditam que a votação é urgente, pois há muitas multas pendentes. Como que você concorda mais?
Viram? Num extremo, os cientistas, com toda a sua sabedoria; no outro, a suposta isenção de multas. O Datafolha não se vexa nem um pouquinho? A maioria dos brasileiros defenderia que se ouvisse um cientista até antes de apostar na mega-sena! O resultado não poderia ser outro:
- O Senado deveria parar para ouvir os cientistas antes de votar o novo Código Florestal - 77%;
- O Senado deveria votar o novo código imediatamente pois é mais urgente resolver o problema das multas - 20%
- Não sabe - 2%
A amostra do Datafolha
Há, de fato, uma única pergunta razoável acima: a de nº 4. Não! Os brasileiros não querem destruir plantações para deixar crescer no lugar o mato. Só 25% escolhem essa estupidez. E esse resultado foi obtido mesmo numa pesquisa com uma amostragem cujos critérios são, para dizer pouco, complicados. Vamos ver.
O Sudeste tem 42,3% da população, mas compõe 59% da amostra do Datafolha. Já o Nordeste tem 27,8%, mas, na pesquisa, apenas 14%; com 14,3% da população, o Sul ficou com 17% dos pesquisados; as regiões Centro-Oeste/Norte, com 15,6% dos brasileiros, são apenas 10% no Datafolha. São dados do IBGE referentes a 2010. Mais: a população urbana do país representa 84,35% do total, e a rural, 15,65%. Sei lá por quê, apenas 7% das pessoas que responderam a pesquisa são da área rural, e 93%, da urbana.
E a distorção pode ser ainda maior. Nestes 93% de brasileiros em áreas urbanas, estão os moradores das cidades pequenas e médias, que dependem visceralmente da atividade agropecuária. O Datafolha teve o cuidado de fazer a devida ponderação?
Finalmente
Fiquei tomado, assim, por certa vergonha alheia ao ler o relatório do Datafolha, que é, como diria Michel Temer sobre Palocci, “muito leal a seu cliente”.
O instituto quis saber:
Você tomou conhecimento sobre a votação no Congresso Nacional do novo Código Florestal, que é um conjunto de leis que estabelece regras para conservação de florestas nativas e limites para a atividade agropecuária?(SE SIM) Você diria que está bem informado, mais ou menos informado ou mal informado sobre esse assunto?
A resposta foi esta:
Tomou conhecimento e está bem informado - 6%:
Tomou conhecimento e está mais ou menos informado - 41%;
Tomou conhecimento e está mal informado - 15%;
Não tomou conhecimento - 38%
Isso levou o Datafolha a afirmar que o assunto “é conhecido pela maioria: 62%”. Ai, ai… Pois eu diria que 53% dos que responderam a pesquisa não sabiam do que estavam falando — e, pois, foram facilmente induzidos pelas “perguntas isentas” do instituto. O grupo dos mal informados e desinformados soma 94%!
É com essa pesquisa que Marina Silva, os manineiros, as ONGs, os ongueiros e boa parte da imprensa pretendem fazer terrorismo no Congresso! É desse modo que se pretendem formar os consensos e que uma minoria de sectários passa por maioria.
A propósito, leitor, o Datafolha pergunta:
“Você prefere um Chicabon ou um discurso da Ideli Salvatti citando Ivan Lins?”
“Você prefere uma injeção no olho ou um Chicabon?”
“Você prefere um Chicabon ou dois Chicabons?”
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

terça-feira, 14 de junho de 2011

CNA vai medir emissões de gases e retenções de carbono

Gazeta do Povo Online

Da Redação
Novo programa ligado à preservação ambiental anunciado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promete medir as emissões de gases poluentes pelas atividades do agronegócio. Dentro do Programa de Governança Climática para uma Agricultura de Baixo Carbono (PABC), o Observatório Tecnológico do Clima terá a função de mensurar o que o setor emite de gases de efeito estufa (GEE), bem como o carbono que as atividades agropecuárias retêm. A iniciativa permite a elaboração de um inventário, para mostrar e monitorar a contribuição do setor para o aquecimento global e a preservação do ambiente. “As pessoas só medem o que o setor agropecuário emite e não o que nós seguramos na terra”, disse a presidente da CNA, a senadora Kátia Abreu. Um dos objetivos é melhorar a imagem do setor diante da opinião pública enquanto a reforma do Código Florestal tramita no Senado.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A solitária multidão de um só Pessoa

Há 123 anos, num 13 de junho, nascia Fernando Pessoa. Segue a resenha que fiz para a VEJA do livro “Fernando Pessoa - Uma Quase Autobiografia”, do escritor pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho. Na seção “Avesso do Avesso” do blog, há um pequeno ensaio em que associo a obra do poeta português à do latino Virgílio. O texto está publicado no livro “Contra o Consenso“. Leiam a resenha.

O poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), que recusara uma cátedra de literatura inglesa em Coimbra, ganhava a vida traduzindo correspondência comercial para o inglês e o francês. Em 1928, a empresa em que trabalhava havia importado coca-cola e lhe encomendou o slogan de lançamento da bebida. Nos EUA, vendia-se “a pausa que refresca”. Ele tentou o que lhe pareceu menos frívolo: “Primeiro estranha-se; depois entranha-se”. Um dos maiores poetas da história ajudou a produzir um desastre comercial. A ditadura de Antônio Salazar, com a qual ele flertara, desancando-a depois, proibiu a venda. “Entranha-se?” Então é alucinógeno! A coca-cola só voltou ao país em 1977! Pessoa criou ainda um texto de inspiração metafísica para vender tinta para automóveis. Fiasco. “A vida prática sempre me pareceu o menos incômodo dos suicídios”, escreveu.

Essa é uma das histórias de “Fernando Pessoa - Uma Quase Autobiografia”, do escritor pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho. Trata-se de um calhamaço de 734 páginas, de leitura agradável e fluente. É a mais completa e detalhada reconstituição que jamais se fez da vida do autor, talvez o poeta mais citado da língua portuguesa por aquilo que quase escreveu - “tudo vale a pena quando a alma não é pequena” - e por aquilo que não escreveu: “Navegar é preciso, viver não é preciso”. No primeiro caso, é “se”, não “quando”. A segunda fala não é sua, mas do general romano Pompeu. Pessoa apenas a citou para criar a sua própria divisa: “Viver não é necessário; o que é necessário é criar.”
Grandeza e banalidade, ambições desmedidas e frustrações mortificantes, paixões visionárias e dificuldades para pagar as contas de uma existência modestíssima, tudo está relatado com rigor e obsessão documental, em especial o romance de muitos beijos e cartas, mas nenhum sexo, com Ophelia Queiroz. A moça teve de disputá-lo com os heterônimos, as personalidades poéticas em que escrevia. Incluindo os relativamente conhecidos Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e o próprio Pessoa, eram 127. Estudioso da astrologia, do ocultismo e do espiritismo, chegou a atribuir os seus escritos à mediunidade, embora considerasse que “o misticismo é apenas a forma mais complexa de ser efeminado e decadente”.
A solitária multidão de um só Pessoa criou um marco insuperado, talvez insuperável, na literatura de língua portuguesa ou, mais amplamente, na literatura moderna. No ensaio “O que é um clássico?”, o poeta e crítico inglês T.S. Eliot afirma que o latino Virgílio (70 a.C-19 a.C.) era o único a merecer essa classificação porque foi a expressão da maturidade de uma cultura. Não basta ter talento; é preciso representar a consolidação de um anseio coletivo. O clássico não é só um gênio no uso da língua, mas encarna o próprio gênio da língua. Nesse particular ao menos, Pessoa foi o Virgílio Português - o heterônimo Álvaro de Campos, a propósito, nasceu no dia 15 de outubro, data do aniversário do poeta latino. Experimentaram, no entanto, uma diferença de perspectiva. O autor de Eneida produziu para um império triunfante; Pessoa vive o esplendor da decadência portuguesa - e isso, curiosamente, o torna verdadeiramente grande:
“Ah, quanto mais ao povo a alma falta/
 Mas a minha alma atlântica se exalta se exalta (…)”
O livro de Cavalcanti atrai, sim, pelas infindáveis minúcias do cotidiano do poeta, mas faz também uma competente reconstituição da esfera intelectual em que vivia. Pessoa tinha consciência de sua grandeza, embora pudesse maldizer seus fracassos. Aos 24 anos, publica na revista A Águia o texto “A Nova Poesia Portuguesa Sociologicamente Considerada”. Antevia: “Prepara-se em Portugal uma renascença extraordinária, um ressurgimento assombroso (…). Dia e noite, em pensamento e ação, em sonho e vida, esteja conosco, para que nenhuma das nossas almas falte à sua missão de hoje, de criar o supra-Portugal de amanhã.” E chega ao ponto: “E isto leva a crer que deve estar para muito breve o inevitável aparecimento do poeta ou poetas supremos, desta corrente, e da nossa terra, porque fatalmente o Grande Poeta, que este movimento gerará, deslocará para segundo plano a figura, até agora primacial, de Camões”.
Era ele! Deixou uma obra - ela toda - que está à altura dessa ambição, com destaque para o livro “Mensagem”, expressão do gênio absoluto. E é ali que se lê: “Os Deuses vendem quando dão./ Compra-se a glória com desgraça./ Ai dos felizes, porque são/ Só o que passa!” Pessoa comprou a glória e, como se vê, não passa. E a felicidade?
Nenhum dos seus 127 heterônimos tinha o que dizer no dia 22 de janeiro de 1920. Faltava luz no escritório em que estava em companhia de Ophelia, 19 anos - ele faria 32 no dia 13 de junho. Um candeeiro iluminava a cena. Antes de tomá-la nos braços, declara: “Oh, querida Ophelia, meço mal os meus versos; careço de arte para medir os meus suspiros, mas amo-te em extremo, acredita!”. Era Shakespeare, na boca de Hamlet, a declarar seu amor por Ofélia, a outra. Mau sinal. Começam um namoro. Ela chega a bordar um enxoval na esperança do casamento. No dia 29 de novembro, a moça põe fim àquela relação de quase castidade, que será retomada, nos mesmos moldes, em setembro de 1929 para findar em janeiro de 1930. Ophelia não gostava de Álvaro de Campos em especial, que a destratava. Um outro, Pero Botelho, não a poupou:“Ofélia de olhar cinzento/ E de alma a escorrer saudades/ Olha, vai para um convento../ Para um convento de frades.” Cruel.
Em 1985, ela contou, numa entrevista a Ronald de Carvalho, que foi chamada ao hospital onde jazia o corpo de Pessoa naquele longínquo 1935. Fica a sós com o cadáver. Toma a mão direita dele entre as suas e lhe sussurra, então, o que não pôde dizer em vida. E vai embora. Ele exigia que o namoro dos dois fosse clandestino. Assim foi a despedida. Ophelia pediu que a informação só fosse publicada depois de sua morte, o que se deu aos 91 anos, no dia 18 de julho de 1991. Não terminou como a Ofélia louca, a de Shakespeare, “afogada num rio em que colhia flores”.
Pessoa era gay, como se especula? Não há evidências de que tenha tido caso com rapazes, como Mário de Sá-Carneiro e Antônio Botto. Tudo indica que morreu virgem. Botto, chegado ao escândalo e à maledicência, afirmou que “seu membro viril, muito pequeno, explicava sua abstinência envergonhada”. Numa das comunicações que Pessoa dizia mediúnicas, há uma referência ao “Homem sem virilidade! Homem com clitóris em vez de pênis!” Mas podia ser tudo literatura. Já havia dito ter “temperamento feminino e inteligência masculina”.
Cavalcanti jamais se desgruda da personagem singular, e isso traz algumas revelações. Saiba o leitor que conhece o poema “Tabacaria” que o estabelecimento comercial realmente existia, assim como existiram suas personagens: a “pequena que come chocolates” era a sobrinha Manuela; o “Alves” era mesmo o proprietário da loja, Manuel Ribeiro Alves; o “Esteves sem metafísica” era um amigo da família, declarante depois do assento de óbito do próprio Pessoa. Isto mesmo: o homem que testemunhou legalmente a morte do autor de “Tabacaria” ficou eternizado naquele que, para muitos, é sua obra-prima.
Pessoa recorria a fatos e pessoas de sua realidade imediata ou a aspectos da vida dos autores que lia para compor seu universo paralelo. Isso levou Cavalcanti a afirmar, o que tem gerado algum ruído, que era um poeta sem imaginação. Ele não se refere, é evidente, àquilo que entendemos por imaginação literária como sinônimo de gênio criativo. Digamos que o poeta fantasiasse as circunstâncias menos do que se supunha. Afinal, a maior prova de imaginação, naquele sentido da criação, ele deu ao transformar uma vida banal numa lenda. E assim foi até o último minuto.
No leito de morte, que se deu no dia 30 de novembro de 1935, pediu um papel e um lápis e deixou suas últimas palavras, num inglês arcaizante: “I know not what tomorrow will bring” - “Eu não sei o que trará o amanhã”.
E se foi para não passar.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

domingo, 12 de junho de 2011

O CÂNTICO DA TERRA

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.
Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.
Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.
CORA CORALINA

sábado, 11 de junho de 2011

Esclarecimento

O Globo

Kátia Abreu
Julgo importante esclarecer declaração a mim atribuída sob o título “Kátia Abreu: Código Florestal tem obscuridades” (07/06), referente à emenda 164, que trata da regularização de atividades agropecuárias consolidadas aquelas já instaladas em 22/07/08 — em áreas de preservação permanente (APPs). Minha declaração não foi no sentido de reconhecer a existência de tais “obscuridades”, mas de ponderar que, se constatadas, conforme os temores dos que me arguiam, o Senado não hesitará em corrigi-las. Disse, em síntese — e aqui o reitero —, “se o texto estiver confuso, vamos arrumá-lo”. O texto, de resto irretocável, sugere, seguramente sem má-fé, que tive a iniciativa de apontar o problema, o que não corresponde à realidade, já que, concretamente, não o reconheço. Meu empenho, como senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é de que não pairem dúvidas na redação do novo Código Florestal, cuja vigência é fundamental para garantir a preservação do nosso patrimônio ambiental e a segurança jurídica a quem produz alimentos no Brasil. Não terei, pois, dificuldades em, se for o caso, assimilar contribuições a seu aperfeiçoamento. Essa é uma das vantagens fundamentais do sistema bicameral: a possibilidade de revisão e aprimoramento de todas as propostas legislativas. Na certeza de que estes esclarecimentos serão úteis à fidelidade da notícia, pela qual O GLOBO tem a tradição de zelar, agradeço desde já a atenção que lhes vier a ser dispensada.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

DEIXA QUE EU FAÇO SOZINHO - PARASHÁ BEHALOTECHÁ 5771 (10 de junho de 2011)

"Ronaldo era um advogado de sucesso. Estava subindo muito na carreira, pois vinha conseguindo conquistas incríveis nos tribunais. Mas ele nunca atribuía à D'us o seu sucesso, e sim aos seus méritos próprios. Certo dia Ronaldo estava atrasado para uma audiência, justamente em um julgamento muito importante, que poderia lançar seu nome no cenário nacional. Dirigindo feito um louco pelas ruas, ele conseguiu chegar ao tribunal 10 minutos antes da audiência. Mas para seu desespero, ao chegar no estacionamento, descobriu que estava lotado. Deu uma volta em busca de uma vaga, mais uma volta, uma terceira volta, mas nenhum carro saía do lugar.
Ronaldo começou a suar frio. Um atraso no julgamento seria visto pelo juiz como um desrespeito, o que certamente o prejudicaria no desenvolvimento de seu trabalho naquele caso tão importante. Os minutos preciosos passavam rapidamente e nada de aparecer um lugar. Na quarta volta, desesperado, ele viu que realmente não tinha jeito e resolveu "apelar". Olhando para o céu, ele falou:
- D'us, eu sei que não tenho sido uma boa pessoa. Não tenho rezado, não tenho feito bons atos, ao contrário, tenho caprichado bastante nas transgressões. Na maioria das vezes chego a ignorar que é Você quem me ajuda sempre. Mas D'us, se você me ajudar a encontrar uma vaga, apenas uma vaguinha para que eu possa estacionar meu carro e chegar a tempo ao julgamento, eu juro que começarei uma nova vida.
Naquele mesmo instante, um verdadeiro milagre aberto aconteceu. Uma pessoa saiu do tribunal, entrou no carro que estava exatamente na frente de onde Ronaldo estava esperando, ligou o carro e saiu. Ronaldo, não acreditando no que havia acontecido, lembrou-se de seu juramento e, olhando para cima, gritou:
- D'us, não precisa mais. Já consegui minha vaga sozinho..."
Assim se comporta a pessoa orgulhosa, que pensa que todo o sucesso é fruto do seu próprio esforço, esquecendo que é de D'us que vem tudo o que temos na vida.
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No final da Parashá desta semana, Behalotechá, a Torá nos descreve o episódio em que Miriam fez Lashon Hará (maledicência) de seu irmão Moshé e foi duramente castigada por isso. Mas por que Miriam falou mal de seu irmão? Ela havia arriscado sua vida para acompanhar Moshé enquanto ele, ainda bebê, descia pelo rio Nilo. Então, se ela o amava tanto, por que o criticou?
Na época de Moshé havia outras pessoas com o dom da profecia, como seus irmãos Miriam e Aharon. Mas ao contrário de outros profetas, D'us aparecia para Moshé a qualquer momento, então ele deveria estar em um estado de pureza o tempo inteiro. Isto incluía também que Moshé se abstivesse de relacionamentos íntimos com sua esposa Tzipora. Miriam, ao descobrir isso, achou-se no direito de criticar Moshé, pois entendia que ele era um profeta como os outros e, portanto, não precisava abandonar sua vida normal pelo fato de poder falar diretamente com D'us. Ela entendeu que a atitude de Moshé era equivocada e, por amor, criticou-o para que ele consertasse o erro. Mas D'us pessoalmente revelou que Moshé não era igual a nenhum outro ser humano, como está escrito "Se existem profetas entre vocês, em uma visão Eu me faço conhecer a ele, em um sonho eu falo com ele. Não é assim com Meu servo Moshé, em toda Minha casa ele é confiável. De boca para boca Eu falo com ele, em uma visão clara..." (Bamidbar 12:6-8).
No meio deste episódio há um versículo que parece fora de contexto: "E o homem Moshé era muito humilde, mais do que qualquer pessoa na face da Terra" (Bamidbar 12:3). Nestes versículos em que D'us quer afirmar a grandeza única de Moshé, o que tem a ver a sua humildade? Há muitas outras características de Moshé que parecem estar mais conectadas com a sua grandeza, como a bondade e o altruísmo. Porém, enquanto todas as boas características de Moshé aprendemos apenas através de seus atos, a humildade é a única que está escrita, algumas vezes e de maneira explicita, na Torá. O que a humildade tem a ver com o grande potencial que Moshé atingiu?
Para entendermos a importância da humildade, é interessante ver o que a Torá nos ensina sobre o seu oposto, a arrogância. Segundo o livro "Orchot Tzadikim", a arrogância é a pior de todas as características do ser humano, e dela derivam muitos dos problemas que temos na vida. O orgulhoso é chamado de "abominação" pela Torá, e D'us o abandona e o deixa nas mãos do Yetzer Hará (má inclinação). O Talmud (Torá Oral) nos ensina que D'us chega ao ponto de dizer que não há lugar no mundo para que Ele e o arrogante vivam juntos. Mas o que há de tão terrível na arrogância? O que faz com que D'us despreze tanto a pessoa arrogante?
Na verdade o comportamento de D'us é "Midá Kenegued Midá" (medida por medida). O arrogante acredita que ele não precisa de D'us para ter sucesso na vida. Ele sente que o sucesso é conseqüência da sua inteligência e do seu talento, como diz o versículo "E você dirá no seu coração: A minha força e o poder das minhas mãos me trouxeram toda esta fortuna" (Devarim 8:17). Portanto, já que a pessoa acha que não precisa da ajuda de D'us, Ele realmente não a ajuda. Ela pode ser realmente inteligente, pode ter muito talentos, mas é apenas um ser humano mortal, limitado. Seu sucesso será, portanto, sempre limitado, nunca passará de um certo ponto, pois está limitado pelas forças da natureza.
O humilde se comporta de uma maneira exatamente oposta. Ele entende que sua inteligência e seus talentos são presentes de D'us. Portanto, ele sabe que todo o seu sucesso somente será possível se D'us estiver ajudando. O potencial da pessoal humilde é ilimitado, pois a fonte de seu sucesso também é ilimitada. Esta pessoa pode transcender, pode vencer seus próprios limites e até mesmo os limites da natureza. Era impossível para qualquer ser humano chegar ao nível que Moshé chegou, de falar com D'us "face a face", mas a sua humildade levou-o a quebrar todos os limites. Moshé não estava mais preso às leis da natureza, pois ele sabia que todo o seu sucesso era dependente de D'us, que está acima de todas as limitações naturais.
Por outro lado, nos ensina o livro Orchot Tzadikim que toda característica boa também tem seu lado negativo. E qual o lado negativo da humildade? Quando a pessoa começa a se subestimar e a argumentar que não tem os talentos necessários para ser uma grande pessoa, e por isso se acomoda na vida. Na verdade isto não é humildade, é uma falsa humildade. A verdadeira humildade é motivadora, a falsa humildade é desanimadora. Esta falsa humildade é, na verdade, uma consequência da preguiça e do desejo pelo conforto. Não é fácil chegar à grandeza, ser uma pessoa que muda o mundo. Isso exige muito esforço e disposição para enfrentar dificuldades e falhas. Por isso, às vezes se torna muito tentador se excluir e se eximir da responsabilidade de ao menos tentar ser grande. É mais fácil pensar que Moshé chegou à grandeza pois já estava predestinado e tinha todas as boas características para chegar lá. É mais cômodo pensar que Avraham Avinu mudou o mundo pois já tinha forças para isso. Mas a Torá nos ensina justamente o contrário. Segundo o Rambam (Maimônides), Avraham foi idólatra por muitos anos e somente com a idade de 48 anos encontrou D'us em Sua totalidade. Moshé também trabalhou muito para mudar suas características e se tornar o grande líder do povo judeu. O caminho de nenhum dos grandes da Torá foi construído com espreguiçadeiras na beira da piscina e água de coco.
Ensinam os nossos sábios que todos os dias devemos nos questionar: "Quando meus atos chegarão ao nível dos atos dos patriarcas?". Mas que tipo de pergunta é esta? Alguém pode sonhar em chegar aos atos de Avraham, Yitzchak e Yaacov, nossos sagrados patriarcas que mudaram o rumo da humanidade? Segundo as leis da natureza, certamente que não. Mas a pessoa humilde não se limita às forças da natureza. Ela sabe que todo o sucesso depende apenas de D'us. Portanto, o segredo do sucesso é a combinação de humildade com esforço. Esforço para fazer a nossa parte, chegar ao limite. E humildade para saber que, na verdade, quem define os limites é apenas D'us.
SHABAT SHALOM
Rav Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/
Nm. 8:1-12:16, Zc 2:10 -4:7, Ap. 11:l-19

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Redução de emissão de carbono, fundo para financiar conhecimento científico e novos parceiros do Projeto Biomas

Canal do Produtor

Da Redação
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, afirmou durante evento na sede da entidade, em Brasília, que os agricultores brasileiros são os únicos produtores do mundo que estão falando em preservação do solo, da água, da biodiversidade e em corrigir erros cometidos no passado, além de diminuir o desmatamento. “Os produtores estão interessados em contribuir voluntariamente para as metas que foram estabelecidas pelo governo brasileiro”, afirmou a senadora Kátia Abreu ao anunciar o Programa de Governança Climática para uma Agricultura de Baixo Carbono (PABC) para reduzir a emissão de carbono por parte do setor agropecuário.
O novo programa reforça o compromisso dos produtores rurais com a preservação ambiental. Dentro do PABC, será criado o Observatório Tecnológico do Clima, que terá a função de medir, efetivamente, o que o setor emite de gases de efeito estufa (GEE) e o carbono que as atividades agropecuárias retêm. “Essa medida é essencial nesse debate porque as pessoas só medem o que o setor agropecuário emite e não o que nós seguramos na terra”, alertou a senadora Kátia Abreu. Os consultores contratados para a elaboração do PABC lembraram que os produtores rurais têm assumido posição de protagonismo nesse debate.
A presidente da CNA anunciou, também, a adesão de três novos parceiros ao Projeto Biomas, iniciativa da entidade em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Juntos, Monsanto, John Deere e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), investirão, nos próximos anos, cerca de R$ 11,8 milhões na fase inicial de execução do projeto, que tem o objetivo de garantir uma atividade rural sustentável, conciliando o crescimento da produção de alimentos e a preservação do meio ambiente nos seis biomas brasileiros (Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, Caatinga, Pampa e Pantanal). Com esta iniciativa, a CNA, a Embrapa e os parceiros do projeto pretendem democratizar a pesquisa científica, oferecendo gratuitamente instrumento técnico-científico a pequenos e médios produtores rurais. Assinaram o termo de cooperação com a CNA o diretor técnico do SEBRAE, Carlos Alberto Santos, o diretor da Monsanto, Rodrigo Almeida, e o diretor da John Deere Brasil, Alfredo Miguel Neto.
A presidente da CNA lembrou, ainda, o potencial econômico da silvicultura e sua importância fundamental para o Projeto Biomas. Assinou, durante a cerimônia, portaria que instala oficialmente a Comissão Nacional de Silvicultura da CNA, que será presidida pelo vice-presidente de Finanças da entidade, Ademar da Silva Júnior. A senadora Kátia Abreu anunciou, também, a criação da Comissão de Solos e Água da entidade, que reafirma a necessidade “vital” do solo e da água para o setor agropecuário.
Fomento à Produção Científica - Outra ação anunciada pela presidente da CNA foi a criação do Fundo de Apoio à Produção do Conhecimento Científico (FACC), que servirá como fonte de recursos para incentivar a produção de trabalhos de pesquisa científica voltados à sustentabilidade da atividade agropecuária. A senadora Kátia Abreu informou que a idéia é propor a participação do setor privado neste processo, diante da escassez de profissionais acadêmicos que realizam trabalhos sobre o tema. Outro fator que estimulou a criação deste fundo foi o baixo volume de recursos da Embrapa para financiar trabalhos acadêmicos, que somam R$ 2,5 milhões para a agricultura de precisão nos próximos quatro anos.
Esse dinheiro não significa nada em termos de pesquisa e a Embrapa há muito tempo não faz concursos para renovar o quadro de pesquisadores. Conversamos com várias empresas que vamos abrir um cardápio para quem quer investir”, enfatizou a senadora. Ela acrescentou que a CNA pretende aproximar mais a pesquisa do setor privado. “No Brasil há uma distância entre academia e empresários, o que não acontece em outros países, onde ambos andam lado a lado. Queremos mostrar que o setor pode ajudar a academia”, ressaltou. Outro objetivo do fundo é conceder bolsas de estudo para alunos que fazem mestrado e doutorado nos cursos de Ciências Agrárias, com foco em agricultura de baixo carbono, agricultura de precisão e matas ciliares.
VEJA TAMBÉM:
Mensagem da Presidente da CNA na Semana do Meio Ambiente
www.canaldoprodutor.com.br/comunicacao/videos/mensagem-da-presidente-da-cna-na-semana-do-meio-ambiente#wrapper

Anais da Vergonha Nacional: STF viola tratado de extradição, com Executivo

Anais da Vergonha Nacional: STF viola tratado de extradicao, com Executivo
Este STF é inacreditável. Basta isso. Nem vou dizer o que penso dos meretríssimos...
Paulo Roberto de Almeida

STF OFERECE SOMBRA E ÁGUA FRESCA A ASSASSINO ITALIANO
Blog do Janer Cristaldo
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu enfiar os pés pelas mãos pela segunda vez neste ano. A primeira vez foi em maio passado, quando usurpou prerrogativas do Legislativo ao aprovar por unanimidade, com as fanfarras da imprensa, o reconhecimento da tal de união homoafetiva. Com uma sentença que não teve uma única voz dissonante, reformou a Constituição, atribuição que não é sua. Isso sem falar que consagrou um neologismo mal construído, que nada quer dizer, a tal de homoafetividade. Homossexuais não mais existem. Agora são todos homoafetivos. Por analogia, os heterossexuais foram sumariamente revogados. São agora todos heteroafetivos.
A segunda vez ocorreu ontem. Por seis votos a três, o STF negou a reclamação do governo italiano contra a decisão de Lula de manter um criminoso comum italiano, condenado em última instância por quatro assassinatos em seu próprio país. Coube ao presidente brasileiro rasgar o tratado de extradição entre Brasil e Itália. Ao Supremo, coube ratificar a violação do tratado.
A concessão de refúgio ao italiano vinha sendo planejada desde há uns dois anos. Em outubro de 2009, um “Manifesto em defesa do refúgio de Cesare Battisti”, com mais de uma centena de assinaturas, pedia ao STF a proteção do assassino:
“A eventual autorização de extradição nessas condições produzirá efeitos negativos não só no plano internacional, mas também no plano interno, abrindo espaço para insegurança jurídica e crise entre as instituições, causando incerteza com relação às atribuições de natureza política do poder executivo. Diante dessas ponderações, esperamos que o Supremo Tribunal Federal considere extinto o processo de extradição do cidadão italiano Cesare Battisti, reafirmando a sua tradicional função de salvaguarda dos direitos fundamentais e dos princípios constitucionais inerentes à democracia”.
O STF foi sensível ao manifesto, assinado majoritariamente – pasmem leitores! – por advogados e professores de Direito Penal, Processual e Constitucional de diversas universidades brasileiras, que deveriam ser antes de mais nada os guardiões das instituições jurídicas. Enquanto isso, o capitão-de-mato Tarso Genro – então ministro da Justiça – já havia mandado como regalo a seu amigo Fidel Castro dois pugilistas que haviam fugido da delegação cubana durante os Jogos Pan-americanos de 2007. Foram deportados para o gulag caribenho sem que tivessem cometido crime algum, a menos que fugir de uma ditadura seja considerado crime. Não vi, na ocasião, nenhum manifesto de advogados ou professores universitários em defesa dos cubanos.
As alegações dos vulturinos componentes do Supremo beiraram o ridículo. De acordo com a maioria dos ministros do STF, essa é uma questão de política internacional, na qual a Suprema Corte não deve se intrometer. "Isso não é matéria da nossa alçada", afirmou o ministro Joaquim Barbosa. Em primeiro lugar, não é uma questão de política internacional, e sim de direito comum. As alegações de que Battisti militava em uma organização política – em verdade, um grupo terrorista – não procedem. Podia ser terrorista, mas foi condenado por crimes comuns. E não foi condenado por um tribunal de exceção de algum país totalitário. Foi condenado por um tribunal ordinário de uma democracia plena.
Em segundo lugar, se não era matéria da alçada da Suprema Corte, seus ministros não deveriam ter aceito a questão. Que remetam então o processo à devida alçada. "É inconcebível para mim ter-se o governo requerente a impugnar um ato do presidente da República na condução da política internacional", disse o ministro Marco Aurélio Mello. Ora, inconcebível é ver um presidente da República revogar por conta própria e unilateralmente um tratado acordado entre dois países soberanos.
Não bastasse ter negado a extradição do italiano, o STF expediu, há meia hora atrás, um alvará de soltura em seu favor. Confesso jamais ter visto tantos intelectuais e autoridades encarniçadas na defesa de um reles assassino. Profundo mistério. Não é por acaso que seguidamente vemos, em muitos filmes de ação, bandidos de alto bordo sonhando com as praias do Rio após um golpe bem sucedido.
Se, além de malfeitores, tiverem algum contato com as esquerdas, boa acolhida, sombra e água fresca são favas contadas.
http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/06/anais-da-vergonha-nacional-stf-viola.html

O Sofisma do IPEA sobre o Código Florestal

Ontem o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo intitulado Código Florestal: Implicações do PL 1876/99 nas áreas de Reserva Legal. Segundo os autores Ana Paula Moreira da Silva, Fábio Alves, Regina Helena Rosa Sanduichi e Gustavo Luedemann, o objetivo do trabalho foi fornecer subsídios para a discussão de alteração do atual Código Florestal. Para mim, o objetivo foi amontoar sofismas contra o relatório de Aldo Rebelo.

Os autores usaram dados do Incra e do Ibge para estimar as áreas de “passivo ambiental” dispensadas de recuperação pelo texto aprovado na Câmara. Em seguida usaram esse número para estimar quanto de CO2 deixará de ser sequestrado pela dispensa de recuperação dos passivos ambientais e os efeitos disso nos compromissos assumidos internacionalmente pelo Brasil de reduções de emissão. Logicamente, com essa estrutura, a conclusão só poderia ser uma: o relatório de Aldo é péssimo.
Mas o bom do relatório do Ipea é o que ele não diz. Por exemplo, você imagina qual é a cobertura vegetal atual das áreas que os para-cientistas do Ipea chamam de “passivo ambiental” ? São áreas que foram desmatadas além dos limites estabelecidos no Código Florestal e que hoje estão ocupadas com algum tipo de cultivo agrícola. São áreas de arroz, soja, milho, feijão, pasto, uva, café, etc, que, compõem o tal “passivo ambiental” mensurado no estudo.
Os cientistas não consideram que exigir a recuperação desse passivo implica em destruir cultivos agrícolas de onde vem hoje parte dos alimentos e grãos produzidos e exportados pelo Brasil. Os “cientistas” fingem que isso não existe e se calam em relação aos efeitos econômicos e sociais dessa perda de área agrícola. Na verdade “recuperar passivo” é um eufemismo para a “redução de áreas agrícolas” imposta pelo Código Florestal vigente.
O fato é que o governo brasileiro assumiu metas internacionais de redução de CO2 baseado no Código Florestal vigente que impõe a destruição de cultivos agrícolas para o replantio de florestas há muito perdidas. Ninguém no governo jamais considerou os efeitos colaterais desse movimento. O Ipea faria um grande trabalho se os mapeasse e mensurasse.
O texto não diz uma porção de outras coisas legais. Por exemplo, os pesquisadores do Ipea torturaram os dados do Incra e do Ibge até eles confessarem que há um passivo de 159,3 milhões de hectares. Eu já trabalhei com recuperação de Reserva Legal na Amazônia conforme exige o Código Florestal. Tínhamos um custo que variava de 7 a 10 mil reais por hectare recuperado. Suponha que o “passivo ambiental” do Ipea seja recuperado a 7 mil/ha. A recuperação custaria uma bagatela pouco maior do que 1 trilhão de reais. Custo que a lei atual impõe aos produtores rurais. Alguém já considerou se o setor pode arcar com esse ônus?
O texto tem uma série de outros erros crassos. Por exemplo, considera a Reserva Legal na Amazônia como sendo 80%. Ela não é mais 80% nem pela lei vigente. Algumas regiões do Pará, Rondônia e Acre já tiveram suas Reservas Legais reduzidas para 50% de acordo com o ZEE, com bênção do CONAMA e da então ministra do ½ ambiente, Marina Silva, e autorização do Presidente da república. Os torturadores de dados do Ipea não atentaram para esse pequeno detalhe que levou a uma superestimativa do tal “passivo”. Será que fizeram de propósito?
Talvez nunca saibamos, mas se os pesquisadores de Ipea agiram ou não de má fé é o menor dos problemas. O pior de tudo é um instituto de pesquisa público estar usando a “ciência” para justificar um ponto de vista.
Os nazistas alemães usaram a eugenia para justificar o extermínio de judeus e ciganos europeus. A eugenia era um paradigma científico. Na época de Hitler choviam relatórios como esse do Ipea justificando cientificamente a atitude do Reich.
Atentem, meus caros, vocês estão assistindo a desnaturação da ciência em mera panfletagem.
http://www.codigoflorestal.com/2011/06/o-sofisma-do-ipea-sobre-o-codigo.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+blogspot%2FiJLZ+%28C%C3%B3digo+Florestal+Brasileiro%29

terça-feira, 7 de junho de 2011

Código Ambiental Internacional

Canal do Produtor

Denis Lerrer Rosenfield*
O Rio de Janeiro organizará, no próximo ano, a Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável (UNCSD 2012), denominada de Rio +20, Na ocasião terá lugar igualmente a Cúpula dos Povos para o Desenvolvimento Sustentável - também chamada de Rio +20. Será uma oportunidade de reunião de países, ONGs e movimentos sociais, tendo como objetivo a preservação do meio ambiente. O seu mote é, portanto, uma grande discussão sobre o que a ONU denomina "economia verde" e desenvolvimento em "harmonia com a natureza". A mídia internacional se debruçará sobre esses eventos.
A oportunidade será única para todos os países levarem a sério o que se propõe, e não fazerem uma mera encenação que sirva apenas para impor regras aos países em desenvolvimento, em particular o Brasil, um dos que mais conservaram suas florestas nativas. Não deixa de ser estranho que o país mais preservacionista seja o alvo das atenções mundiais, sobretudo dos países desenvolvidos.
Uma proposta simples e singela seria a elaboração de um Código Ambiental Internacional, que fosse seguido por todos os países, a começar pelos EUA e pelos países europeus. O atual Código Florestal e o próximo estipulam que os empreendedores rurais e o agronegócio em geral devem, em todo o País, preservar a vegetação e a floresta nativas em 20% de suas propriedades, chegando a 35% no Cerrado e na zona de transição para a Floresta Amazônica, e a 80% nesta última. Isso se chama "reserva legal".
Nessa perspectiva, os EUA e os países europeus deveriam também criar o instituto da "reserva legal", estipulando um porcentual mínimo de 20%. Como se trata de países desmatadores, que devastaram sua vegetação e as florestas nativas, teriam um belo trabalho de recomposição de seus biomas originários. Meios científicos, tecnológicos e financeiros certamente não faltariam. Seria uma extraordinária contribuição à preservação ambiental, à "economia de verde" e ao desenvolvimento em "harmonia com a natureza". Não é isso que defendem? Por que não aplicam em seus próprios países?
Imaginem um planeta onde, uniformemente, em todos os Estados, houvesse a preservação de 20% de sua vegetação e das florestas nativas, obrigando os produtores rurais e o agronegócio desses países a renunciarem a tal parcela de suas propriedades. O índice poderia ser até mais alto, dependendo do maior interesse ambiental. Penso que deveriam fazer isso voluntariamente, pois não se cansam de defender essa ideia para o Brasil e outros países, como a Indonésia. Guardariam a coerência e seus discursos não seriam meros disfarces. Não esqueçamos que o Brasil preserva, até hoje, 61% de suas florestas nativas, chegando essa taxa a pouco mais de 80% na Amazônia. Nos EUA e nos países europeus, não chega, em média, a 5%. O ganho ambiental para eles, e para o planeta, seria enorme.
O ministro Antônio Patriota, em recente viagem aos EUA, foi obrigado a se explicar a um "think tank" sobre a legislação ambiental brasileira a partir da aprovação pela Câmara dos Deputados do novo Código Florestal. Como assim, se explicar? Ele é que deveria pedir explicações sobre a pouca atenção desse país à sua vegetação e às florestas nativas. Deveria perguntar por que os produtores rurais americanos e o seu agronegócio não dispõem da "reserva legal". Não deveriam criá-la? Têm medo do lobby desse seu setor? Por que vociferam aqui e se calam lá?
Um princípio elementar da ciência consiste na validade universal de suas proposições, que de hipóteses se tornam, então, verdades científicas. Se, por exemplo, a "reserva legal" ganha o estatuto de verdade científica, ela não poderia ser válida apenas para o Brasil, mas para todos os países do planeta. A SBPC e a Academia Brasileira de Ciências deveriam engajar as organizações congêneres nos EUA e na Europa na defesa da mesma posição, sob pena de ficar patente estarem elas a serviço particular de uma causa em que não haveria ciência alguma, mas tão só uma posição parcial e política.
Imaginem o ganho "científico" se essas entidades congêneres americanas e europeias se engajassem nos mesmos tipos de estudos e, sobretudo, na aplicação de políticas, pressionando os respectivos governos e se comprometendo, como fazem no Brasil, junto às editorias de jornais e dos meios de comunicação em geral.
Continua sendo um enigma, digamos de maneira polida, a omissão de ONGs e movimentos sociais em relação à preservação do meio ambiente nos países desenvolvidos. Ressalte-se que os ditos movimentos sociais no Brasil são, em sua maioria, patrocinados e financiados por entidades religiosas católicas, protestantes e anglicanas, tendo suas sedes em países como Grã-Bretanha, Canadá, Alemanha e Áustria.
Deveria ser provocada uma grande campanha internacional para a criação de reserva legal ou a conservação de áreas de preservação permanente (APPs) nos mesmos índices que são válidos no Brasil. Por que não utilizam, por exemplo, os mesmos critérios para os Rios Douro, Sena, Tâmisa e Reno? Por que não fazem campanha contra as plantações de tulipas na Holanda e o cultivo de uvas e produção de vinho na França, na Alemanha, na Itália e em Portugal? No Brasil não se pode cultivar à beira de rios, encostas e topos de morro e lá pode? De onde provém essa parcialidade?
Ressalte-se ainda que algumas dessas ONGs internacionais, e mesmo nacionais, são atuantes nesses países, algumas tendo neles seus escritórios centrais. Ademais, muitos países europeus financiam ONGs brasileiras, o que mostra uma mistura, diria "impura", entre interesses estatais e atuação ambientalista no Brasil.
A Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável e a Cúpula dos Povos para o Desenvolvimento Sustentável, ou seja, o megaevento Rio +20, seriam uma ocasião única para levantar o véu da hipocrisia.
Por que não um Código Ambiental Internacional?

* Denis Lerrer Rosenfield é Professor de Filosofia na UFRGS.