quarta-feira, 29 de junho de 2011

Brasil poderá ser o maior produtor de alimentos do mundo, diz senadora Kátia Abreu

Canal do Produtor

Da Redação
O Brasil está diante da possibilidade de ser o maior produtor mundial de alimentos, com a aprovação integral do novo Código Florestal Brasileiro, em debate no Senado Federal depois de aprovado na Câmara, com 410 votos a favor e 63 contra. A opinião é da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. Ela participou, ontem (27/6), da reunião conjunta dos conselhos Político e Social e de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Estamos no momento de decidir se vamos ganhar dinheiro com a produção agrícola ou se vamos ser apenas uma grande reserva legal de florestas do mundo", disse.
Segundo levantamento da CNA, somente com a promulgação do texto do Código Florestal será possível alcançar o crescimento de 23% da produção de grãos (soja, milho, feijão, arroz, trigo, cevada, centeio, aveia, amendoim e algodão) no País previsto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atingindo 175,8 milhões de toneladas em dez anos. Para a pecuária, a estimativa é de aumento de 26,5% na produção de carnes (bovina, suína e de aves), totalizando 31,2 milhões de toneladas na próxima década.
Reservas – O território brasileiro é formado por 851 milhões de hectares. Destes, 27% (236 milhões) estão destinados à produção agropecuária. Outros 11% (93,9 milhões de hectares) são reservas legais localizadas dentro das propriedades rurais. Descontados os territórios urbanos, o País tem ainda cerca de 62% de seu território destinado a reservas ecológicas, áreas demarcadas e de preservação ambiental. "As entidades ambientais e ONGs querem dobrar o volume de reserva legais localizadas dentro das propriedades", observou Kátia Abreu.
Em sua exposição na defesa da atualização do atual Código Florestal de 1965, a senadora afirmou que o Brasil é capaz de ampliar a produção de alimentos, silvicultura e biocombustíveis sem a expansão desordenada da área desmatada. De acordo com a senadora, o País deve cumprir a meta de redução de 80% de desmatamento da Região Amazônica e a diminuição das emissões de gases efeito estufa em 39% oito anos antes do prazo estipulado – 2020. O compromisso foi assumido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-15), realizada em 2009, em Copenhague (Dinamarca).
Associação – O presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério Amato, observou que o País vivencia hoje uma grande revolução na produção agropecuária, na produtividade e ocupação de áreas degradadas e mesmo assim ainda existe uma enorme reação contra quem produz. "Acreditamos que o Código Florestal vai normalizar todas as relações entre os produtores e a sociedade", afirmou. Segundo Amato, tanto a ACSP quando a Facesp estão engajados na luta da CNA pela atualização do Código Florestal para atender aos anseios da livre iniciativa e o direito à propriedade.
Debate – O vice-governador de São Paulo e vice-presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, elogiou o debate. Segundo ele, a discussão é importante, pois o Brasil passa por grandes transformações e somente com posições muito claras a respeito das questões primordiais, como o ambiente, pode-se chegar a regulamentações que encaminhem o desenvolvimento nacional.

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