sábado, 30 de outubro de 2010

Para construir o futuro

O Estado de S. Paulo

Editorial
Quem suceder ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva só poderá construir o futuro e consolidar o Brasil como grande economia se for capaz, em primeiro lugar, de proteger a estabilidade conquistada a partir dos anos 90. Precisará cumprir uma longa agenda para modernizar o País, torná-lo tão competitivo quanto as economias mais dinâmicas e garantir seu lugar entre as potências. Mas, para isso, o governo terá de abandonar o voluntarismo, renunciar à farra com dinheiro público e retomar o caminho da responsabilidade. Esse caminho foi claramente abandonado e a mais nova comprovação desse fato é a escandalosa manipulação das contas públicas.
Nenhum avanço teria sido possível, nos últimos oito anos, sem a base construída até 2002. O combate à pobreza teria sido muito menos eficiente se a inflação desenfreada continuasse corroendo cada aumento salarial e cada centavo das políticas sociais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu esse fato e por isso respeitou a ação do Banco Central, mesmo contra as pressões dos companheiros e aliados. Mas seu compromisso com a política responsável tem sido cada vez mais frouxo - tanto mais frouxo quanto maior a sua dedicação ao jogo eleitoral e ao seu projeto de poder.
O próximo governante deverá, portanto, enfrentar uma dupla tarefa, se não quiser condenar-se ao fracasso. Terá de afastar o risco de um retrocesso, preservando o tripé da estabilidade: uma política realista de metas de inflação, respeito à responsabilidade fiscal e câmbio flutuante.
Para manter esse rumo, terá de corrigir uma série de desvios. Precisará conter a expansão do gasto corrente, abandonar a demagogia com os salários do setor público, renunciar ao empreguismo e ao aparelhamento do governo. Deverá buscar a eficiência do setor público - inaceitável para a ideologia petista - e buscar o máximo retorno para cada centavo do orçamento.
Uma efetiva poupança pública será indispensável tanto para o crescimento seguro da economia quanto para a adoção de uma política anticíclica digna desse nome, como a adotada, por exemplo, no Chile: economizar em tempos de prosperidade para gastar nas fases difíceis.
Com o manejo responsável e eficiente do dinheiro público, realizar a decantada reforma tributária será muito mais fácil. Será necessária, naturalmente, uma complicada negociação com Estados e municípios, uma tarefa evitada, durante oito anos, pelo presidente Lula.
Se o próximo governo fracassar nesse item, por incompetência ou indisposição para missões difíceis, o empresário brasileiro continuará em séria desvantagem no jogo internacional. Mais que isso, poderá encontrar dificuldade crescente para competir e, portanto, para produzir e criar empregos. Todos os candidatos prometeram trabalhar por essa reforma. Nenhum, no entanto, detalhou a promessa nem disse como enfrentará a tarefa.
Se quiser garantir uma nova e prolongada prosperidade, quem suceder ao presidente Lula deverá resistir à tentação de controle pessoal ou partidário da economia. Terá de renunciar à ideia de reestatizar empresas bem-sucedidas no setor privado e também ao uso de instrumentos de governo, como os bancos públicos, para operações promíscuas.
Não faltarão empresários dispostos a construir com o grupo governante esquemas de dominação econômica disfarçados de projetos nacionalistas. O germe de um capitalismo de compadrio e de favores já se instalou e prosperou nos centros de poder nos últimos anos. É tempo de combater esse germe, não só em benefício da economia, mas também do regime democrático.
A construção do futuro dependerá igualmente de um retorno à diplomacia realista e eficiente, guiada pelo interesse nacional bem compreendido e não por ilusões ideológicas dos anos 60.
Seja quem for o novo ocupante do Palácio do Planalto, precisará de ideias claras e de muita determinação para cuidar dessas tarefas. Enfrentará pressões de grupos instalados no aparelho estatal e de grupos nutridos pelo setor público e acomodados à sua sombra, como os agentes do peleguismo sindical e estudantil. A construção, em algumas áreas, dependerá de um trabalho prévio de demolição.
http://si.knowtec.com/scripts-si/MostraNoticia?&idnoticia=25775&idcontato=8897966&origem=fiqueatento&nomeCliente=CNA&data=2010-10-30

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Governo adia resposta a relatório da UE

O Estado de S. Paulo

Eduardo Rodrigues
Mesmo sem resposta oficial, diplomatas afirmam que o texto que acusa o Brasil de protecionismo é 'incompleto' e 'desatualizado'
Apesar da acusação da União Europeia de que o Brasil tem adotado medidas protecionistas desde a crise, o Itamaraty avisou ontem que não responderá oficialmente nesta semana às críticas do bloco à atuação do governo brasileiro.
Para diplomatas que tiveram acesso ao documento em Brasília, o texto da Comissão Europeia sobre medidas protecionistas adotadas por vários países é incompleto, desatualizado e "não merece o estardalhaço" com que foi anunciado.
Na avaliação de uma fonte ouvida pelo Estado, o relatório - sétimo de uma série iniciada durante o período mais agudo da crise - nem mesmo traz novidades significantes em relação aos seis relatórios anteriores, cujas divulgações não provocaram grandes repercussões.
De Genebra, o chefe do Departamento Econômico do Itamaraty, Carlos Márcio Cozendey, também tentou diminuir a importância do comunicado europeu. Por telefone, o responsável brasileiro nas principais negociações comerciais internacionais avaliou que o relatório da UE peca por negligenciar justamente os mecanismos adotados pelo bloco durante a crise.
"O relatório preparado pela Organização Mundial do Comércio é mais completo, porque inclui as medidas tomadas pelos europeus, que inclusive teriam aumentado parte dos subsídios", argumentou Cozendey. "A diferença é que, ao contrário da OMC, a União Europeia pode tecer comentários sobre as medidas dos outros países."
Compras. Entre as imprecisões do documento citadas pelo diplomata, está a acusação de que o Brasil tem violado as regras da OMC para compras realizadas pelo governo, com restrições para a participação de estrangeiros em licitações. O detalhe, rebateu Cozendey, é que o Brasil nem sequer é signatário do acordo internacional de compras governamentais, o que desobriga o País a obedecer às normas.
Parte das reclamações contra o Brasil diz respeito a incentivos concedidos durante a crise que ainda não foram retirados, mas os membros da Comissão Europeia que elaboraram o relatório teriam sido imprecisos na hora de traduzir algumas medidas brasileiras. "Eles confundiram medidas provisórias com medidas temporárias", disse Cozendey.
Segundo ele, todas as decisões do governo brasileiro nos últimos dois anos são legais, apesar das contestações que integram o documento. Por isso, o Itamaraty não enviará nenhuma resposta formal aos europeus.
http://si.knowtec.com/scripts-si/MostraNoticia?&idnoticia=25609&idcontato=8897966&origem=fiqueatento&nomeCliente=CNA&data=2010-10-27

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mágicos das contas

O GLOBO
Miriam Leitão
O governo Lula está produzindo o maior retrocesso na História recente do país na transparência das contas públicas
O governo Lula está produzindo o maior retrocesso na História recente do país na transparência das contas públicas. Ontem foi um dia de não se esquecer. Dia em que o governo fez a mágica de transformar dívida em receita. E assim produziu o maior superávit primário do país em setembro, quando, na verdade, o Tesouro teve um déficit de R$ 5,8 bilhões.
O passo a passo do governo nessa confusão é o seguinte:
1) o Tesouro emitiu dívida no valor de R$ 74,8 bilhões.
2) transferiu uma parte, R$ 42,9 bilhões, diretamente à Petrobras, para subscrever as ações da empresa.
3) entregou o resto, R$ 31,9 bilhões, ao BNDES e ao Fundo Soberano.
4) BNDES e FSB repassaram esses títulos à Petrobras para pagar pelas ações que também compraram.
5) a Petrobras pegou todos esses títulos que recebeu e com eles pagou a cessão onerosa dos barris de petróleo do pré-sal.
6) o governo descontou o dinheiro que gastou na subscrição e considerou que o resto, R$ 31,9 bilhões, era receita.
De acordo com o secretário do Tesouro, Arno Augustin, isso é igualzinho à receita de concessão que o governo Fernando Henrique registrou no seu superávit primário quando vendeu a Telebrás. Não é não. Aquele momento o governo estava vendendo ativos e recebendo em dinheiro. Agora ele está transferindo petróleo, ainda não retirado, e recebendo de volta títulos da dívida que ele mesmo emitiu. Se fosse igual à receita de privatização, como Augustin fala, por que então o governo precisou que o dinheiro passasse pelo BNDES? É para que na passagem acontecesse a mágica de o título de uma dívida do Tesouro virar receita.
O secretário disse que “essa ideia de que o BNDES participou por causa do superávit é errada.” Segundo ele, se o BNDES não entrasse o Tesouro perderia participação na Petrobras. Conversa.
O governo não fez diretamente porque ficaria mais explícito o truque de fazer sopa de pedra.
Para completar a confusão, os R$ 24 bi em títulos que foram para o BNDES — o resto dos R$ 31,9 bi foi para o Fundo Soberano — entraram na conta da dívida pública bruta, mas não na dívida líquida porque o governo alega que é “empréstimo” e um dia o BNDES vai pagar. Portanto, a dívida líquida não sobe, apesar de o governo ter se endividado. Foi assim com outros R$ 180 bi em títulos transferidos para o BNDES.
O governo está desmoralizando os indicadores de superávit primário e dívida líquida. Pelos números, está tudo bem: superávit na meta e dívida com tendência de queda.
Maílson da Nóbrega acha que o governo não está apenas fazendo mágica, está destruindo a transparência e a solidez das estatísticas do país pelas quais vários governos trabalharam: — Eles produziram artificialmente receitas públicas para simular um superávit inexistente, que não resulta de esforço de austeridade fiscal.
Além disso, zombam dos analistas. Será que acham que jornalistas, economistas, consultores não perceberam a manobra? Esse truque não tem fim, porque eles podem agora vender petróleo futuro e dizer que é receita.
O assunto “contas públicas” é considerado o mais árido da economia. Mas quanto mais transparentes forem as contas mais capaz é a sociedade de saber o que o governo está fazendo com o dinheiro coletivo e mais poder tem de influir no destino dos recursos. A névoa nas contas públicas retira esse poder.
Esse não é o primeiro truque, é apenas o mais extravagante.
Em agosto do ano passado, a MP 468 permitiu que o governo usasse depósitos judiciais como receita.
Contribuinte que entra na Justiça discutindo a legalidade de um imposto tem que depositar a quantia contestada.
Esse valor pode ser do governo, ou não. Mas pela MP, R$ 5 bi entraram como receita em 2009 e R$ 6,4 bi, em 2010.
No final do ano passado, outra MP, a 478, permitiu ao Tesouro vender antecipadamente os dividendos que tem a receber de estatais e empresas de economia mista.
O BNDES comprou e repassou ao Tesouro R$ 5,2 bilhões que ele teria de dividendos da Eletrobrás.
O governo decidiu excluir os investimentos do PAC da contabilidade das despesas.
Alguns gastos já estavam excluídos da conta porque estavam no Plano Piloto de Investimentos.
Só que para entrar no PPI o investimento tem seguir várias regras e ter metas de desempenho. O governo fez o PPI perder suas qualidades e enquadrou o PAC na mesma brecha fiscal.
Na série estatística está registrado que o governo cumpriu a meta. Só cumpriu por manobras assim.
No governo militar inventouse uma fórmula que criava dinheiro. Era a conta conjunta entre Banco Central e Banco do Brasil. O governo mandava o Banco do Brasil pagar e depois pegar no BC.
Assim surgiu o “orçamento monetário”, uma espécie de orçamento do B no qual cabiam todas as despesas. Essas e outras maluquices deixaram uma montanha de dívida não contabilizada. O governo Fernando Henrique tirou as dívidas do armário e pôs na conta.
Foi com mágicas como a do orçamento monetário que o Brasil produziu uma inflação alta, longa e que virou hiperinflação.
Já vimos esse filme, morremos no final. O problema é que quando chega o final, quem fez o mal não está aí para responder por ele.
COM ALVARO GRIBEL
 http://si.knowtec.com/scripts-si/MostraNoticia?&idnoticia=25636&idcontato=8897966&origem=fiqueatento&nomeCliente=CNA&data=2010-10-27

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A candidata desconhecida

José Carlos Sepúlveda da Fonseca

É bom não esquecer que a candidata de Lula tudo faz para esconder seu passado político na época da luta armada. Como apropriadamente ressaltou alguém, a mesma candidata que apoia a abertura dos arquivos do regime militar conseguiu que o Superior Tribunal Militar negasse o acesso a seu processo.
Afinal, quem é mesmo Dilma Rousseff?
Atualmente é a candidata de Lula à Presidência da República. Mas o que se sabe dela? O que revela de si mesma, de suas ideias e práticas políticas?
Só hoje, dia 25 de outubro, a menos de uma semana do segundo turno das eleições presidenciais, Dilma Rousseff apresentou seu programa definitivo (?) de governo. Trata-se de uma terceira versão! A primeira, registrada no Tribunal Superior Eleitoral, contendo as verdadeiras metas de um eventual governo petista - metas radicais, afins ao "chavismo" imperante em diversos países da América Latina - foi rapidamente retirada para não assustar. Reproduzia as decisões do 4º Congresso do PT, estava assinado por Dilma, mas a candidata afirmou nada ter a ver com o programa e acrescentou que rubrica não é assinatura (!?)
Dupla face
É bom não esquecer que a candidata de Lula tudo faz para esconder seu passado político na época da luta armada. Como apropriadamente ressaltou alguém, a mesma candidata que apoia a abertura dos arquivos do regime militar conseguiu que o Superior Tribunal Militar negasse o acesso a seu processo.
Ora, como já tive oportunidade de afirmar, esses não são atos da vida privada de Dilma, mas atos de sua vida pública, quando - atendendo a suas crenças marxistas - se engajou numa luta para impor ao País uma ditadura comunista.
Este é o estilo Dilma! Negar o afirmado, esconder o passado, tergiversar sobre ideias e princípios, simular convicções. A ocultação e a dupla face são marca registrada.
Omissões estratégicas
O programa da petista, com treze compromissos, coordenado por Marco Aurélio Garcia e apresentado hoje num almoço-reunião com os partidos aliados, omite, por exemplo, o tema da legalização do aborto, devido à forte reação causada pelo mesmo no vasto eleitorado religioso. Apesar da política pró-legalização do aborto continuar a ser uma meta do programa do Partido dos Trabalhadores; e de, em diversas ocasiões, inclusive duas vezes este ano, Dilma ter defendido a descriminalização do aborto enquanto agora afirma ser "pessoalmente" contrária ao mesmo.
Religião, MST, saúde...
Dilma esteve presente no Santuário Nacional de Aparecida, onde assistiu à Missa, exibindo uma proximidade com a religião católica e suas práticas, que em nada condizem com suas posturas e declarações anteriores. Difundiu, além disso, a chamada Carta Aberta ao Povo de Deus, com a qual tentou acalmar os setores religiosos do eleitorado, apreensivos com os desígnios petistas de perseguição religiosa, "casamento" homossexual, legalização da prostituição, discriminalização do aborto, fim do direito de propriedade, etc., consolidados no PNDH 3.
Em junho deste ano, após afirmar não ser cabível usar boné do MST, Dilma envergou o mesmo na convenção do PT em Sergipe. Mas agora a candidata simula opor-se às contínuas e graves violações ao direito de propriedade e às leis do país, perpetradas pelo MST. MST que o governo Lula, com a participação de Dilma Rousseff, acobertou, financiou e estimulou de diversos modos, como é público e notório; MST que, como tropa de choque disciplinada, declarou trégua em suas invasões, para não prejudicar a candidatura da petista; MST convidado a participar da elaboração do programa de um possível governo Dilma.
Nem sequer a respeito de sua saúde o comportamento de Dilma Rousseff é "transparente". Seria fundamental que os eleitores tivessem a esse respeito informações precisas, para fazerem uma escolha abalizada e consciente. Propondo-se a candidata a governar o País durante quatro anos, esse assunto habitualmente de foro privado, passa a ser de interesse público, pelas consequências que pode acarretar para o futuro político da Nação.
Ditos e desditos
Enganar, ludibriar, omitir, como afirmei, parece ser o estilo de Dilma Rousseff. Se eleita, ela será uma incógnita! O que nos espera caso consiga vencer a eleição? Quais suas verdadeiras idéias? Quais seus desígnios para o País? São algumas das questões a ser enfrentadas.
A este propósito a revista Veja (13.out.2010) publicou matéria intitulada "Antes Depois". Os ditos e desditos de Dilma Rousseff são analisados. A abrir a reportagem, com grande destaque, as declarações contraditórias da petista a respeito da descriminalização do aborto:
- "Acho que tem de haver a descriminalização do aborto. Acho um absurdo que não haja" (4 de outubro de 2007, em entrevista à Folha de S. Paulo);
- "Eu pessoalmente sou contra. Não acredito que haja uma mulher que não considere o aborto uma violência" (29 de setembro de 2010, em pronunciamento realizado ao lado de lideranças cristãs, para conter perda de votos entre o eleitorado religioso).
Quais são, afinal, as suas reais convicções? indaga a reportagem assinada por Leonardo Coutinho, Otávio Cabral e Vinícius Segalla. São trechos desta reportagem que reproduzo aqui.
"Passada a ressaca do primeiro turno das eleições presidenciais, o marqueteiro do PT, João Santana, encomendou pesquisas para aferir os motivos que levaram eleitores a abandonar o barco da petista Dilma Rousseff na reta final das eleições. O mais determinante deles, concluiu, foi o peso do voto religioso. Grande parte dos eleitores que trocaram Dilma por outro candidato o fez depois de saber que ela havia se declarado favorável à descriminalização do aborto - uma posição compartilhada por apenas 11% dos brasileiros, segundo a última pesquisa do Datafolha sobre o tema. De acordo com o levantamento, de 2008, 14% da população do país acha que o aborto deveria ser permitido em mais situações, enquanto uma ampla maioria de 68% dos brasileiros se diz contrária a qualquer mudança na lei atual - que prevê punição para a interrupção artificial da gestação nos casos em que ela não foi resultado de estupro ou não põe em risco a vida da mãe. Em relação a essa questão, portanto, o eleitorado brasileiro é claramente conservador. Confrontada com essa realidade, a presidenciável Dilma Rousseff se enrolou. Ou melhor, tentou enrolar o eleitor.
Há três anos, ela defendeu de forma inequívoca a descriminalização do aborto, uma bandeira petista. Reafirmou sua posição em abril de 2009 e, novamente, em maio e agosto deste ano, em documentos e entrevistas a diferentes veículos de comunicação. Durante a campanha eleitoral, porém, Dilma passou a se declarar "pessoalmente contra o aborto". Seu desdito não só se revelou insuficiente para convencer parte do eleitorado cristão, que descarregou votos nos seus adversários José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), como somou à discussão uma questão que há tempos vem rondando a candidata do presidente Lula. Quem é e o que pensa de verdade Dilma Rousseff?
A ex-ministra já mudou de opinião em relação à sua amiga e sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, acusada de transformar o ministério em um balcão de negócios. Ora Erenice merece sua "inteira confiança", ora é apenas "uma ex-assessora" cujo comportamento não lhe diz respeito. Dilma já mostrou que o que ela diz não se escreve em relação ao MST, à liberdade de imprensa, à relevância das questões ambientais e à condução da política monetária. Como um pêndulo, balança para lá e para cá, sempre ao sabor de conveniências - políticas ou eleitorais. Tal comportamento contribuiu para reforçar as muitas interrogações que pairam sobre ela - e que tiveram origem na forma como se sagrou candidata. Dilma jamais disputou uma eleição. Sua candidatura é fruto de uma decisão solitária de Lula. Embora tenha sido escolhida pelo presidente no início de 2007, foi sempre resguardada do embate político. O dito e o desdito sobre o aborto não contribuíram em nada para diminuir as zonas de sombra que cercam a sua candidatura.
No Brasil, a questão nunca havia tido impacto numa corrida presidencial, como ocorre desde os anos 70 nos países ricos. Nos Estados Unidos, o tema esteve presente em quase todas as eleições recentes - e continua a ser motivo de discussão. (...) No Brasil, a surpresa não está no fato de o tema ter vindo à tona nestas eleições, e sim no de não ter surgido antes. "As discussões que envolvem valores morais são fundamentais numa eleição. O debate sobre o aborto já deveria ter ocorrido. Estamos atrasados", diz o antropólogo Roberto DaMatta.
Internamente, o PT discute a descriminalização do aborto desde sua fundação, há trinta anos. Em 2007, a legenda fechou questão em torno da liberação da prática. A posição tornou-se tão consolidada na sigla que, dois anos depois, o PT puniu quem pensava diferente. Sua comissão de ética suspendeu os deputados Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC) depois que eles reafirmaram sua posição contrária ao aborto. (...)
Em 18 de agosto, questionada no debate promovido pela associação Folha/UOL se era favorável à legalização do aborto, Dilma Rousself respondeu que "a legislação deveria entrar em equilíbrio com os interesses das mulheres" e afirmou que a prática tem de ser "tratada como um assumo de saúde pública", numa clara indicação de que, se eleita, pretendia estendê-la à rede pública. O PT, orgulhosamente, disseminou a resposta em seu site e no Twitter. (...)
Na tentativa de acalmar os cristãos, a campanha da petista divulgou uma Carta Aberta ao Povo de Deus. No documento, Dilma transferia ao Congresso a responsabilidade pelas decisões relativas ao aborto. Em vez de apaziguar, o texto atiçou os religiosos, e o debate pegou fogo de uma vez. A internet toi inundada de condenações de líderes religiosos à petista. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, divulgou uma carta condenando o posicionamento de Dilma e de seu partido e pregando o voto em José Serra. O presidente da Associação de Pastores Evangélicos da Grande Vitória, Enock de Castro, veio a público para dizer que "não aceita os princípios de Dilma". "Os rumos do país podem mudar para pior se o PT ganhar a eleição", disse o padre José Augusto, de Cachoeira Paulista, durante um sermão transmitido pela TV Canção Nova. Lideranças espíritas também se uniram no coro contra o aborto.
Integrantes [da cúpula do PT cogitaram] até mesmo retirar a descriminalização do aborto do seu programa partidário. Pura manobra eleitoral. Como escreveu a colunista Dora Kramer, do jornal O Estado de S. Paulo, "se o PT pode retirar o tema do aborto do programa aprovado pelo partido porque atrapalha a campanha, com a mesma facilidade pode repor o assunto na agenda quando achar que não há mais obstáculos". De partidos e candidatos, esperam-se, muito mais do que estratégia eleitoral, convicções. Quais são as de Dilma, afinal de contas?"
http://radardamidia.blogspot.com/
http://www.midiasemmascara.org/artigos/eleicoes-2010/11550-a-candidata-desconhecida.html

domingo, 24 de outubro de 2010

O Milagre

Não importa quantas vezes aconteça. Eu sempre fico maravilhada com o milagre da vida. É lindo como uma sementinha frágil se rompe e se liberta, tornando-se mais uma vida.
Orei por chuva toda a semana e a dádiva Divina foi ainda maior: tanto o feijão quanto o milho simplesmente nasceram! O milagre excede  todo entendimento. É indescritível receber uma bênção assim. Para completar, esta noite finalmente choveu. Foi rápido, mas suficiente para dar forças às pequenas raízes que estão nascendo.
Por isso quero deixar aqui minha ação de graças em louvor ao D~us de Israel, meu Senhor e a Yeshua, meu Salvador. Por Ele, eu vivo e para Ele quero ser, sempre. Amém!


sábado, 23 de outubro de 2010

Brazil's presidential election

Second round, second thoughts?

In a suddenly exciting contest, José Serra would be a better president than Dilma Rousseff

FROM June until the end of September, Dilma Rousseff seemed to be cruising towards Brazil’s presidency, with a poll lead that at one point put her almost 25 points ahead of her chief opponent, José Serra. But an election that had seemed a soporific canter has suddenly turned into a horse race. Having failed to win outright on October 3rd, Ms Rousseff, the former chief of staff and chosen candidate of Luiz Inácio Lula da Silva, the hugely popular outgoing president, faces a run-off against Mr Serra on October 31st. Several recent polls put the gap between them at only five or six points (see article).

Mr Serra is lucky to have a second chance, for his campaign has until recently been hapless. He owes his reprieve mainly to the unexpectedly strong vote for a third candidate, Marina Silva, who won 19.3% on October 3rd. Less happily, religious leaders may have swayed some voters against Ms Rousseff, who once backed abortion rights. Ms Rousseff may still be the favourite to win, but Mr Serra has a spring in his step and the election is wide open. Brazil now has a choice.
That is a good thing in itself. Ms Rousseff did not deserve to win by default just because she was Lula’s hand-picked successor. Which candidate deserves the presidency more? Both might be described as social democrats; both agree on the broad outlines of economic and social policy. Neither presages disaster for Brazil. That said, on the issues on which they disagree, Mr Serra is the more persuasive of the two
Ms Rousseff and the ruling Workers’ Party (PT) want the state to play a bigger role in the economy. They are especially keen on that in the oil industry, but they also want to keep lending public money to big business to create national champions. In return, in some cases, they want more influence over boardroom decisions. It is hard to see them putting a stop to the inexorable growth of the public payroll, swollen by many PT appointees, and of the tax burden required to pay for it.

The case for change at the top

r Serra also has faults, notably a worrying tendency to try to micromanage everything. But his record suggests that he would move faster to cut wasteful spending and eliminate the fiscal deficit, and that he would be keener to mobilise private capital for much-needed infrastructure. Monetary policy would no longer have to carry all the burden of keeping inflation under control, allowing Brazil’s egregiously high interest rates to fall (and helping to halt the excessive appreciation of the real). Ms Rousseff would tackle such distortions more gradually, if at all. In an uncertain world that is unnecessarily risky. For all his achievements in fighting poverty and making Brazil a fairer place, Lula is bequeathing a country where one in two homes lack mains sewerage and educational standards remain woeful. Those should be priorities for public spending.
There are two other reasons why Brazilians would do well to favour Mr Serra. The first is that Ms Rousseff is not Lula. She lacks his extraordinary political gifts and perhaps also his innate pragmatism. By contrast, although Mr Serra may be a poor campaigner, he has been an effective minister, mayor and governor. Second, although no political party has a monopoly when it comes to corruption, there are plenty of signs that the PT has become too cosy with power. After eight years under the PT Brazil would benefit from a change at the top.
http://www.economist.com/node/17309001?story_id=17309001&fsrc=scn/tw/te/rss/pe

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Salmos 147

Louvai ao SENHOR, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus, porque é agradável; decoroso é o louvor.

O SENHOR edifica a Jerusalém, congrega os dispersos de Israel.
Sara os quebrantados de coração, e lhes ata as suas feridas.
Conta o número das estrelas, chama-as a todas pelos seus nomes.
Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinito.
O SENHOR eleva os humildes, e abate os ímpios até à terra.
Cantai ao SENHOR em ação de graças; cantai louvores ao nosso Deus sobre a harpa.
Ele é o que cobre o céu de nuvens, o que prepara a chuva para a terra, e o que faz produzir erva sobre os montes;
O que dá aos animais o seu sustento, e aos filhos dos corvos, quando clamam.
Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem.
O SENHOR se agrada dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia.
Louva, ó Jerusalém, ao SENHOR; louva, ó Sião, ao teu Deus.
Porque fortaleceu os ferrolhos das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti.
Ele é o que põe em paz os teus termos, e da flor da farinha te farta.
O que envia o seu mandamento à terra; a sua palavra corre velozmente.
O que dá a neve como lã; esparge a geada como cinza;
O que lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio?
Manda a sua palavra, e os faz derreter; faz soprar o vento, e correm as águas.
Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel.
Não fez assim a nenhuma outra nação; e quanto aos seus juízos, não os conhecem. Louvai ao SENHOR

Reclamações ao bispo

Dora Kramer 
O Estado de S.Paulo
A campanha de Dilma Rousseff faz de conta que descobriu um grande escândalo: a dona da gráfica onde foram impressos panfletos que reproduzem críticas de uma seccional da CNBB à candidata do PT é irmã de um dos coordenadores da campanha de José Serra e também é filiada ao PSDB.
"É indiscutível a relação política da proprietária da gráfica com o PSDB. Os fatos são graves e temos indícios veementes de onde vem a central de calúnias e boatos para atingir nossa candidatura", declarou em entrevista especialmente convocada, um dos coordenadores da campanha do PT, José Eduardo Martins Cardozo.
Deixemos de lado o fato de ter sido identificado o autor da encomenda à gráfica - Kelmon Luiz de Souza, presidente de uma ONG de ultradireita - e imaginemos que a tucana dona do estabelecimento tivesse mandado imprimir os panfletos por iniciativa partidária.
Teria incorrido em ato, no mínimo, antiético ao se apropriar do texto de alguém para atingir outrem. Teria também infringido a lei no tocante a propaganda negativa.
Mas não teria nada a ver com o que realmente incomoda os correligionários de Dilma: a oposição ativa de padres, bispos e pastores.
O PT com toda razão reclama é do prejuízo provocado pelo conteúdo dos panfletos, que lembra a posição do Plano Nacional de Direitos Humanos, assinado por Dilma, em favor da descriminalização do aborto e recomenda voto "somente em candidatos contrários à descriminalização do aborto".
Portanto, essa "central de calúnias e boatos" não está localizada na gráfica, mas no Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que assina o texto, de resto distribuído no último dia 12 em Aparecida durante a celebração do dia da Padroeira do Brasil.
A briga do PT de verdade seria com a CNBB, com o Regional 1 da entidade, com padres e ditos pastores que pregam contra sua candidata aos fiéis. Isso se um partido que concorre a eleições pudesse arrumar uma briga com a Igreja; católica, protestante, pentecostal, seja qual for.
A dona da gráfica entra nessa história como Pilatos no Credo, circunstancialmente.
Por que o PT não reage diretamente contra os autores das pregações? Porque seria pior.
Como não pode reclamar abertamente a quem de direito, o partido infla artificialmente a "gravidade dos fatos", a fim de chamar atenção para a mesma questão e ainda enquadrar a contrariedade de alguns setores religiosos (há outros satisfeitos e apaziguados) no setor de calúnias político-partidárias.
Desvia-se do foco e não atinge o alvo.
Berlinda. A liberalidade com que os institutos de pesquisas transitam entre clientes, candidatos e vice-versa está minando a credibilidade das pesquisas. Talvez mais até que a discrepância entre os números das amostras e os resultados das urnas.
Logo ganharão voz ativa os que defendem a tese de que institutos não podem trabalhar ao mesmo tempo para campanhas e para veículos de comunicação.
Entes votantes. O deputado Chico Alencar discorda do texto de ontem sobre o "voto crítico" do PSOL em Dilma Rousseff, que considerava o adjetivo vazio e dispensável.
Escreve o deputado: "Meu entendimento é outro. O voto vai além do gesto de teclar: pode significar adesão acrítica, expectativa, composição da base parlamentar e até participação na futura administração. O nosso voto "crítico" sinaliza o contrário: independência total e cobrança imediata, dentro dos pontos programáticos que defendemos inclusive ética e transparência republicanas."
Alencar aproveita para criticar a neutralidade de Marina Silva e do PV. Para ele, "declarar voto é obrigação". O caráter secreto existe, aponta Chico Alencar, para proteger o indivíduo. "Marina é ente político. No 2.º turno seria natural ela declarar que votará em branco ou nulo, se for o caso. Não revelar nada é estranho para quem falou tanto em "posições claras" no 1.º turno."
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101020/not_imp627197,0.php

Plantei, mas cadê a chuva??

Só Deus mesmo para ter compaixão. Plantamos milho e feijão e as previsões eram muito favoráveis mas chover, que é bom, nada! Agora o céu está azul mas lindo mesmo seria se estivesse cinza.Não tem nada mais bonito que o cinza!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A difícil missão de Dilma Rousseff

Arnaldo Jabor
O Estado de S.Paulo

"Dilma faz isso, Dilma faz aquilo... Dilma, corta o cabelo! Dilma se maquia mais rosadinha! Dilma você está sem emoção, tem de passar mais verdade... Dilma, seu sorriso não está sincero... Dilma isso, Dilma aquilo..."
(Coitada da pobre senhora que, canhestramente, segue as ordens do patrão e dos petistas que a usam para ficar eternamente em seus buraquinhos ou para realizar o que seria a torta caricatura de um vago socialismo, que não passa de uma reles aliança com a banda podre do PMDB.)
 "Dilma, não fale nada de novo sobre aborto que você já deu uma entrevista na TV e agora não adianta desmentir. Dilma, ajoelha, isso, sei que está cansada, mas ajoelha e faz cara de religiosa devota de Nossa Senhora Aparecida; Dilma, eu sei que você é ateia, que para você a religião é o ópio do povo, mas, dane-se, ajoelha e reza, mas não fica com a cara muito em êxtase feito uma madre Teresa de Calcutá, não, que eles desconfiam. Dilma, levanta e vai confessar e comungar, mas não conte tudo ao padre, não, porque esses padres de hoje não são confiáveis e podem fazer panfletos. Dilma isso, Dilma aquilo!... Sei que foi duro para você, bichinha, ser preterida pela Marina, tão magrinha, uma top model do seringal , sabemos de tudo que você tem sofrido, mas você é uma revolucionária e tem de aguentar as intempéries para garantir os empregos de tantos militantes que invadiram esse Estado burguês para "revolucionar" por dentro. Viu, Dilma? Feito ensinou aquele cara italiano, que os comunas vivem falando, o tal de Gramsci... só que nosso Gramsci é o Dirceu.... ah ah... Você tem de esquentar minha cadeira ate 2014, pois você acha que vou ficar de pijama em São Bernardo?"
Aí, chegam os marqueteiros, escondendo sua depressão, pois o segundo turno não estava em seus planos de tomada do poder:
"Dilma, companheira, esculacha bem o FHC e o Serra , pois você pode inventar os números que quiser, porque ninguém confere. Diz aí que nós tiramos 28 milhões de brasileiros da miséria! Claro que é mentira, pô, mas diz e esconde que foi o governo do FHC que inventou o Bolsa Família e negue com todas as forças se disserem que o Plano Real tirou 30 milhões da faixa de pobreza, quando acabou com a inflação. Esqueça no fundo de tua mente que a inflação só ameaçou o Plano Real quando Lula barbudo ia vencer... Mas, quando o Duda escreveu a cartinha do Lulinha "paz e amor", a inflação voltou ao normal.
Dilma, você tem de negar em todos os debates que o PT tentou impedir o Plano Real no STF, assim como não assinou a Constituição de 88 para não compactuar com o "Estado burguês"; todos têm de esquecer que fomos contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que demos força a todos os ladrões que pudemos para manter as alianças para nosso poder eterno, pois as ordens do companheiro Dirceu ("sim, doutor Dirceu, como está? Estamos ensinando aqui à dona Dilma suas recomendações...") eram: atacar tudo do governo FHC, mesmo as coisas inegavelmente boas. Dilma, afirme com fé e indignação que as "privatizações roubaram o patrimônio do povo", mesmo sabendo que a Vale, por exemplo, quando foi privatizada em 97 valia 8 bilhões de reais e que hoje vale 273 bilhões, que seu lucro era de 756 milhões e que agora é de 10 bilhões, que seus empregados eram 11 mil e que agora emprega 40.000. Mesmo sabendo que a Embraer entregava 4 jatos em 97 e que agora entrega 227, que a telefonia não existia na Telebrás e que agora quase todos os brasileiros têm celular. Não podemos divulgar, mas a telefonia privatizada aumentou o número de telefones em 2.500 por cento... Isso. Mas, não diga nada... Pode citar número quanto quiser que ninguém confere... diga que os municípios têm saneamento básico, quando metade deles não tem esgoto nem água tratada, depois de nossos oito anos no poder... Pode dizer o que quiser. Viu o belo exemplo do Gabrielli, que ousou dizer que o FHC queria que a Petrobras morresse de inanição e que o Zylberstajn era a favor da privatização do pré-sal"? Ninguém contesta, mesmo sendo publicado o que FHC escreveu na época, dizendo que "nunca privatizaria a Petrobras". Diga sempre que a culpa é das "elite", que o povão do Bolsa acredita... Dilma, faz isso, faz aquilo... Dilma, sobe no palanque, desce do palanque..."
(Eu acho que Dilma é uma vítima. Uma "tarefeira" do narcisismo de Lula. Agora que Dilma não tem mais certeza de que vai vencer, seu semblante é repassado por uma vaga inquietude. Gente autoritária odeia dúvidas, porque a dúvida não é "de esquerda"; a dúvida é coisa de pequenos burgueses - como dizia Marx: "Pequeno burguês é a contradição encarnada." Lula também odeia dúvidas...Ele fica retumbante quando vitorioso, mas sua cara muda com fracassos. Lembram do seu pior momento, quando explodiu o mensalão?
Agora Lula está deprimido de novo, o PMDB está angustiado, querendo trair, como mostra a cara do candidato a vice-presidente, o mordomo inglês de filme de terror... Lula teme a derrota, como se caísse de volta na linha de pobreza que ele diz que interrompeu. Talvez no fundo, Dilma tema a própria vitória, porque terá de aguentar o PMDB exigindo coisas, Força Sindical, CUT, ladrões absolvidos, renunciados, cassados, novos corruptos no poder, novas Erenices, terá de receber ordens do comissário do povo Dirceu, terá de beijar e gostar do Sarney, Renan, Collor, seus aliados. Vai ter de beijar com delícia o Armadinejad, o beiçudo leão de chácara Chávez, o cocaleiro Evo, com o MST enfiando bonés em sua cabeça, vai ter de aturar as roubalheiras revolucionárias dos fundos de pensão que já mandaram para o Exterior bilhões em contas secretas.
Coitada da Dilma - sendo empurrada com a resignação militante, para cumprir ordens, tarefas, como os militantes rasos que pichavam muros ou distribuíam panfletos. Dilma às vezes dá a impressão de que não quer governar... Ela quer sossego, mas não deixam...
Como é que fazem isso com uma senhora?
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101019/not_imp626555,0.php

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ludibriando os católicos

Olavo de Carvalho

O PT sempre foi a encarnação viva de um catolicismo de fancaria, concebido para ludibriar os fiéis e induzi-los a trabalhar pelo avanço do comunismo.
Ao ver que ia perdendo o apoio da Igreja à sua protegida Dilma Roussef, cujo abortismo radical e persistente nem os desmentidos de última hora, nem as abjetas e blasfematórias encenações de fé católica da candidata puderam camuflar, o sr. Presidente da República, em desespero, decidiu recorrer ao crime eleitoral explícito: usando o Estado como instrumento de chantagem, ameaçou romper a concordata do governo brasileiro com o Vaticano caso o eleitorado católico se recuse a continuar sendo otário do PT, como o foi servilmente durante tantas décadas por obra e graça de comunistas vestidos de bispos. O próprio Lula, algum tempo atrás, reconheceu que devia sua carreira política ao eleitorado católico, que aqueles bispos e a mídia cúmplice haviam logrado enganar cinicamente, encobrindo o programa comunista e abortista do PT com a imagem beatificada e perfumada de "Lulinha Paz e Amor".
O fim da farsa, embora tardio e parcial, não só privou Dilma Roussef da anunciada vitória no primeiro turno, mas serviu para desmascarar a autoridade religiosa postiça de tantos sacerdotes e prelados que só entraram na carreira eclesiástica para aí realizar o programa estratégico de Antonio Gramsci: esvaziar a Igreja de todo o seu conteúdo espiritual e usá-la como dócil instrumento da política comunista. A Teologia da Libertação é o braço mais ativo desse programa e, como ninguém ignora, o catolicismo de Lula - e do PT em geral - é o da Teologia da Libertação. Não o de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Não deixa de ser útil lembrar que a Igreja, desde sua fundação, teve de lutar menos contra os seus inimigos ostensivos do que contra os seus falsificadores. Tal é, aliás, a definição de "heresia", palavra que hoje tantos usam sem conhecer-lhe o significado: não qualquer doutrina anticatólica, ou não católica, e sim a falsa doutrina católica oferecida indevidamente em nome da Igreja. Lembrem-se disso quando algum professorzinho aparecer alardeando que a Igreja "perseguia doutrinas adversas". Heresia não é divergência de idéias, é crime de fraude. Da Antigüidade até hoje, gnósticos, arianistas e tutti quanti jamais hesitaram em fingir-se de católicos para vender, sob roupagem inocente, as idéias mais opostas e hostis aos ensinamentos de Cristo. Com freqüência, obtiveram nesse empreendimento sucessos espetaculares, embora passageiros. Ainda no século XIX praticamente todos os seminários da França e da Alemanha ensinavam, com o nome de teologia católica, uma pasta confusa de idéias cartesianas, iluministas e românticas, na qual os jovens aprendizes, iludidos pelos prestígios intelectuais do dia, não enxergavam nada de maligno. Foi só a decisiva intervenção do Papa Leão XIII que acabou com a palhaçada, mediante a bula "Aeterni Patris" (1879), que restaurou o ensino da teologia católica tradicional. Se quiserem uma boa resenha desses fatos, leiam a obra em quatro volumes de Etienne Couvert, "De la Gnose à l'Ecumenisme" (Éditions de Chiré, 1989).
No século XX, à medida que o movimento neotomista inaugurado por Leão XIII reconquistava o prestígio intelectual da Igreja, os eternos falsários abdicaram temporariamente da propaganda aberta e voltaram-se, em massa, para a estratégia da infiltração discreta, praticada em escala industrial a partir da década de 30 graças à iniciativa da KGB (leiam o depoimento de Bella Dodd em "School of Darkness": há cópias circulando pela internet). Foi só em 1963, no Concílio Vaticano II, que, sentindo-se protegidos pela atmosfera de mudança, voltaram a vender impunemente, ao público geral, seus simulacros de cristianismo.
A fundação do PT e toda a sua carreira de crimes inigualáveis não foram senão a extensão remota desses fatos a um país periférico. O PT sempre foi a encarnação viva de um catolicismo de fancaria, concebido para ludibriar os fiéis e induzi-los a trabalhar pelo avanço do comunismo.
Não espanta que a própria entidade que personifica esse catolicismo ante o público seja, ela própria, uma fraude publicitária: a CNBB fala em nome da Igreja e posa, ante os fiéis, como expressão suma da autoridade eclesiástica, mas não é sequer uma entidade da Igreja, é uma simples sociedade civil sem lugar nem função na hierarquia católica. Os bispos, individualmente, têm autoridade para falar em nome da Igreja. A CNBB, não. Quando a CNBB repreende um bispo, ela falsifica e inverte a hierarquia. Está na hora de os fiéis, em massa, tomarem consciência disso.
http://www.midiasemmascara.org/artigos/eleicoes-2010/11520-ludibriando-os-catolicos.html

Economia em um único artigo -- Eu, o Lápis

Certa vez, quando me pus a contemplar o miraculoso processo de criação de um simples lápis de grafite, tive aquele lampejo: Aposto que não há uma só pessoa na terra que saiba como fazer uma coisa tão simples como um lápis.

Se isso pudesse ser demonstrado, tal fenômeno iria retratar vigorosamente o milagre que é o mercado, e ajudaria a deixar claro que todos os objetos fabricados são manifestações puras do processo de energia criativa, do processo de trocas gerido por essa energia criativa. Acima de tudo, deixaria claro que tais fenômenos são, na realidade, fenômenos espirituais. As lições de economia política que isso poderia ensinar seriam enormes!
A essa ideia seguiu-se um inesquecível dia em uma fábrica de lápis, começando na plataforma de desembarque da matéria prima, passando por cada fase de incontáveis transformações, e concluindo tudo em uma entrevista com o químico responsável.
Tivesse você visto o que eu vi, certamente também teria iniciado uma cordial amizade com esse incrível personagem: EU, O LÁPIS.
Sendo ele próprio um escritor, deixemos que EU, O LÁPIS fale por si só.
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Eu sou um lápis de grafite — daqueles lápis comuns de madeira, conhecidos de todas as crianças e adultos que sabem ler e escrever.
Escrever é minha vocação e minha profissão; é tudo o que eu faço.
Você pode se perguntar o que me leva a escrever uma genealogia. Bem, pra começar, minha história é interessante. E, depois, sou um mistério — mais do que uma árvore ou um pôr-do-sol ou até mesmo um relâmpago. Mas, infelizmente, não sou devidamente considerado por aqueles que me usam, que me veem como se eu fosse uma mera ocorrência natural, sem todo um histórico de experiências. Essa atitude desdenhosa relega-me ao nível da trivialidade. Esse é um tipo de erro lamentável no qual a humanidade não pode persistir por muito tempo sem riscos. Como o sábio G. K. Chesterton observou, "Nossa decadência vem da falta de maravilhamento, não da falta de maravilhas."
Eu, o Lápis, apesar de parecer simples, mereço todo seu maravilhamento e espanto, como tentarei demonstrar. Na verdade, se você tentar me compreender — não, isso é pedir demais de alguém —, se você puder perceber a maravilha que eu simbolizo, você pode ajudar a salvar a liberdade que a humanidade está infelizmente perdendo. Tenho uma lição profunda a ensinar. E posso ensiná-la melhor do que um automóvel ou um avião ou uma máquina lava-louças porque... bem, porque eu sou aparentemente muito simples.
Simples? Sim. E mesmo assim, não há uma única pessoa na face da terra que consiga me produzir. Parece fantástico, não? Especialmente quando se sabe que, apenas nos EUA, existem em torno de um a um bilhão e meio da membros da minha espécie produzidos a cada ano.
Pegue-me e dê uma boa olhada. O que você vê? Não há muito o que contemplar: há um pouco de madeira, verniz, a marca impressa, a ponta de grafite, um pouco de metal e uma borracha.
Inúmeros antepassados
Assim como você não pode rastrear o passado de sua árvore genealógica até muito longe, também me é impossível nomear e explicar todos os meus antepassados. Mas eu gostaria de citar alguns deles para que você se impressione com a riqueza e complexidade do meu passado.
Minha árvore genealógica começa com aquilo que de fato é uma árvore de verdade, um cedro nascido da semente que cresce no nordeste da Califórnia e no estado do Oregon. Agora visualize todas as serras e caminhões e cordas e outros incontáveis instrumentos usados para cortar e carregar os troncos de cedro até a beira da ferrovia. Pense em todas as pessoas e suas inumeráveis capacidades que concorreram para minha fabricação: a escavação de minerais, a fabricação do aço e seu refinamento em serras, machados, motores: todo o trabalho que faz com que as plantas passem por vários estágios até se tornarem cordas fortes e pesadas; os campos de exploração de madeira com suas camas e refeitórios, a cozinha e a produção de toda a comida para os lenhadores. Milhares de pessoas têm participação em cada copo de café que os lenhadores bebem.
Os troncos são enviados para uma serraria em San Leandro, Califórnia. Você é capaz de imaginar todos os indivíduos que fizeram os vagões, os trilhos e as locomotivas, e que construíram e instalaram todos os sistemas de comunicação para tudo isso? Essas multidões estão entre os meus antepassados.
Considere o trabalho dessa serraria em San Leandro. Os troncos de cedro são cortados em pequenas tiras do comprimento de um lápis com menos de 7 milímetros de espessura. Essas tiras de madeira são queimadas no forno e em seguida são coloridas, pela mesma razão que as mulheres colocam maquiagem em seus rostos. As pessoas preferem que eu tenha uma aparência bonita, e não um branco pálido. As tiras são enceradas e levadas novamente ao forno. Quantas habilidades foram necessárias para a fabricação da tintura e dos fornos? E para prover o calor, a luz e a eletricidade, as correias e seus acoplamentos, os motores, e tudo o mais que uma serraria requer? Os faxineiros da serraria estão entre os meus antepassados? Sim, e também os homens que despejaram o concreto para a construção da represa da hidroelétrica que forneceu a energia da serraria!
E não se esqueça de todos os antepassados atuais e distantes que participaram do transporte dos sessenta vagões carregados dessas tiras de madeira através do país.
Uma vez na fábrica de lápis — US$ 27.700.000,00 (valores atualizados) em maquinário e construção, tudo capital acumulado pelos meus pais que pouparam e foram frugais —, uma máquina complexa faz oito entalhes em cada tira de madeira. Após isso, outra máquina deposita a ponta de grafite, aplica a cola e coloca outra tira em cima da tira anterior — um sanduíche de grafite, por assim dizer. Sete irmãos e eu somos mecanicamente esculpidos por meio desse processo de "ensanduichamento de madeira".
Minha ponta de grafite também é complexa. O grafite vem de minas no Sri Lanka. Pense nos mineradores, naqueles que fabricam suas diversas ferramentas, nos fabricantes dos sacos de papel nos quais o grafite é enviado, naqueles que fazem os cordões que amarram os sacos, naqueles que os embarcam nos navios e naqueles que fabricam os navios. Até os zeladores das torres de farol auxiliaram no meu nascimento — além dos pilotos que conduzem os navios quando estes chegam aos portos, também conhecidos como práticos.
O grafite é misturado com argila vinda do Mississipi, em cujo processo de refinamento se usa hidróxido de amônio. Agentes umedecedores são então adicionados, como sebo sulfonado — gorduras animais reagidas quimicamente com ácido sulfúrico. Depois de passar por numerosas máquinas, a mistura finalmente surge na forma de filetes expelidos (processo conhecido como extrusão) — como se saíssem de um moedor de carne —, cortados no tamanho certo, secos e assados por várias horas a mais de 1.000 graus Celsius. Para alisar e aumentar sua resistência, as pontas são então tratadas com uma mistura quente que inclui cera candelilla do México, parafina e gorduras naturais hidrogenadas.
Minha madeira recebe seis camadas de verniz. Você sabe todos os ingredientes do verniz? Quem poderia imaginar que os cultivadores de mamona e os refinadores de óleo de mamona fazem parte? Mas fazem. Aliás, até os processos pelos quais o verniz adquire um belo tom de amarelo envolvem a perícia de mais pessoas do que qualquer um pode enumerar!
Observe minha marca. Ela é um filme formado pela aplicação de calor sobre carbono negro misturado com resinas. Como se faz resinas? E, por favor me diga, o que é carbono negro?
Meu pedaço de metal na ponta superior — o arco — é de latão. Pense em todas as pessoas que mineram zinco e cobre, e naquelas que possuem as habilidades para fazer brilhantes placas de latão com esses produtos da natureza. As pequenas manilhas no meu arco de metal são níquel preto. O que é níquel preto e como ele é aplicado? A história completa sobre o porquê do centro do meu arco de metal não possuir níquel preto levaria páginas para explicar.
Então há a minha gloriosa coroação, a borracha, a parte que o homem usa para apagar os erros que ele comete comigo. São os ingredientes abrasivos que apagam. Produtos feitos pela reação do óleo de semente de colza das colônias holandesas com cloreto sulfúrico. A borracha, contrária ao senso comum, é só para dar consistência. E então, também, há numerosos agentes vulcanizantes e aceleradores. A lixa vem da Itália; e o pigmento que colore a borracha é o sulfeto de cádmio.
Ninguém sabe
Alguém deseja contestar minha afirmação anterior de que não há sequer uma pessoa na face da terra que saiba como me fazer?
Realmente, milhões de seres humanos participaram da minha criação, e nenhum deles sabe mais do que alguns dos outros. Agora, você pode dizer que estou indo longe demais ao relacionar os colhedores de café no Brasil — e em outros lugares — à minha criação, e que essa é uma posição extremada. Mantenho minha posição. Não há uma única pessoa em todos esse milhões, incluindo o presidente da empresa frabricante do lápis, que contribuiu com mais do que uma mínima, ínfima porção de conhecimento. Do ponto de vista técnico e prático, única diferença entre o minerador da grafite e o lenhador no estado do Oregon é o tipo do conhecimento. Nem o minerador nem o lenhador podem ser dispensados, tampouco se pode dispensar o químico da fábrica ou o trabalhador da refinaria de petróleo — já que a parafina é um subproduto do petróleo.
Aqui vai um fato assombroso: nem o trabalhador da refinaria petróleo, nem o químico, nem o escavador do grafite ou da argila, nem os homens que fazem os navios ou trens ou caminhões, nem aquele que controla a máquina que arremata meu pedaço de metal, nem o presidente da empresa fazem seu trabalho particular porque eles me querem. Cada um me deseja menos, talvez, do que uma criança na primeira série. Sem dúvida, existem alguns nesta vasta multidão que nunca viram um lápis ou não sabem como utilizá-lo. Sua motivação é outra. É mais ou menos assim: Cada um desses milhões vê que ele pode, deste modo, trocar seu pequenino conhecimento por bens e serviços que deseja ou dos quais necessita. E eu posso estar ou não entre esses itens.
Sem uma mente superior planejadora
Há um fato ainda mais espantoso: a ausência de uma mente planejadora, de alguém ditando, ou direcionando forçosamente essas incontáveis ações que me permitem existir. Não há sinal da existência dessa pessoa. Em vez disso, vemos apenas o trabalho da mão invisível. Esse é o mistério a que me referi anteriormente.
Diz-se que "apenas Deus pode fazer uma árvore". Por que concordamos com isso? Não é porque percebemos que nós mesmos não conseguimos fazer uma? Conseguimos realmente explicar uma árvore? Não, exceto em termos superficiais. Podemos dizer, por exemplo, que uma determinada configuração molecular se manifesta como uma árvore. Mas qual é o intelecto entre os homens que poderia sequer memorizar as constantes mudanças que acontecem na extensão da vida de uma árvore? Essa façanha é absolutamente impensável!
Eu, o Lápis, sou uma combinação complexa de milagres: árvore, zinco, cobre, grafite e muito mais. Mas, a esses milagres que se manifestam na natureza, um milagre ainda mais extraordinário foi adicionado: a disposição das energias criativas humanas — milhões de minúsculos conhecimentos configurando naturalmente e espontaneamente uma resposta à necessidade e ao desejo humano, sem precisar de qualquer mente superior! Se apenas Deus pode fazer uma árvore, também insisto que apenas Deus pode me fazer. Homens não conseguem dirigir esses milhões de conhecimentos para me trazer à "vida", assim como não conseguem ajustar as moléculas para criar uma árvore.
O parágrafo anterior mostra o que procurei expressar quando disse "se você puder perceber a maravilha que eu simbolizo, você pode ajudar a salvar a liberdade que a humanidade infelizmente está perdendo". Se alguém atentar para o fato de que esses conhecimentos irão naturalmente, até mesmo automaticamente, arranjar-se em padrões produtivos e criativos em resposta às necessidades e demandas humanas — ou seja, na ausência de um governo ou qualquer outra mente superior coercitiva —, então este alguém possuirá um ingrediente absolutamente essencial para a liberdade — a fé nas pessoas livres. A liberdade é impossível sem essa fé.
Uma vez que o governo obteve o monopólio de uma atividade criativa como, por exemplo, a entrega de correspondências, a maioria dos indivíduos passou a acreditar que as cartas não poderiam ser entregues eficientemente pela ação livre dos homens. E aqui está a razão: cada um reconhece que ele próprio não sabe como fazer acontecer todas as circunstâncias para a entrega de correspondências. Essas suposições estão corretas. Nenhum indivíduo possui conhecimento suficiente para efetuar a entrega de correspondências para toda a nação, assim como nenhum indivíduo possui conhecimento suficiente para fazer um lápis. Agora, na ausência da fé em pessoas livres — sem a percepção de que milhões de pequeninos conhecimentos podem naturalmente e miraculosamente se formar e cooperarem para satisfazer suas necessidades — o indivíduo só pode concluir equivocadamente que a correspondência só pode ser entregue graças à "mente superior" do governo.
Fartura de testemunhos
Se eu, o Lápis, fosse o único item que pudesse oferecer testemunho sobre o que homens e mulheres podem realizar quando têm liberdade para empreender, então aqueles com pouca fé teriam um argumento justo. No entanto, há uma fartura de testemunhos: estão à nossa volta, ao nosso alcance. A entrega de correspondência é extremamente simples quando comparada com, por exemplo, a fabricação de um automóvel ou uma calculadora ou uma máquina agrícola ou dezenas de milhares de outras coisas.
Entrega? Aliás, onde os homens puderam se aventurar nessa área, eles conseguiram fazer a entrega da voz humana em menos de um segundo: entregam um evento visualmente e em movimento na casa de qualquer pessoa no momento em que está acontecendo; entregam 200 passageiros de uma cidade a outra em questão de horas; entregam gás de uma cidade à fornalha de alguém em outra cidade a preços inacreditavelmente baixos e sem subsídio; entregam um quilo de óleo do Golfo Pérsico no oeste americano — meia volta ao mundo — por menos do que o governo cobra para entregar uma carta de 50 gramas ao outro lado da rua!
A lição que eu tenho para ensinar é a seguinte: deixem que as energias criativas permaneçam desimpedidas. Simplesmente deixem que a sociedade se organize espontaneamente para que ela aja em harmonia com essa lição. Deixem que os aparatos legais da sociedade removam todos os obstáculos da melhor forma possível. Permitam que esses conhecimentos fluam livremente. Tenham fé que homens e mulheres irão responder à mão invisível. Essa fé será confirmada. Eu, o Lápis, aparentemente tão simples, ofereço o milagre da minha criação como um testemunho de que essa fé é real, tão real quanto o sol, a chuva, o cedro. Tão real quanto a Terra.
Traduzido por Diogo Costa e Leandro Roque
Leonard Read foi o fundador do instituto Foundation for Economic Education -- o primeiro moderno think tank libertário dos EUA -- e foi amplamente responsável pelo renascimento da tradição liberal no pós-guerra.
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=810

sábado, 16 de outubro de 2010

Preparem-se para os 15 dias mais sujos da história política brasileira!

Esta já é a campanha eleitoral mais suja desde a redemocratização do país. Luiz Inácio Lula da Silva, com a sua falta de decoro e de apreço pela liturgia do cargo, é o seu comandante. As duas semanas que vêm pela frente vão fazer o país ferver. Na raiz da baixaria está uma concepção de poder que é essencialmente antidemocrática: o PT não admite a possibilidade de ser derrotado. Se vislumbra essa risco no horizonte, não tem nenhum receio de, com uma das mãos, fazer o jogo sujo e, com a outra, denunciar o jogo sujo dos adversários, reivindicando, assim, licença para enlamear ainda mais o processo. Vamos pensar um pouco.
Aqueles que decidem exercer o que chamo “poder da vítima” pretendem sempre uma de duas coisas: ou imaginam mesmo haurir algum benefício na esperança de que os outros sejam mais tolos do que eles próprios ou estão em busca de uma desculpa moral para recorrer à patifaria e, ainda por cima, culpar as vítimas: “Só agi assim fiz porque eles começaram; por mim, só faria coisas boas!” Nas relações pessoais, isso é muito comum; nas amorosas, é comuníssimo — em qualquer dos casos, afaste-se de gente assim: estamos falando de pessoas perigosas, sem limites.
No que concerne à política, o “poder da vítima” está na raiz psico-sociológica das duas tiranias do século passado. Socialismo e fascismo representam justamente a vingança do ressentido. Num caso, excita-se o ódio e o desejo de vingança “justa” (!) de uma “classe”; no outro, de uma nação. São construções ideológicas, que mobilizam, não obstante, ressentimentos individuais dos militantes. Ninguém se torna fanático de uma causa só porque foi convencido por um conjunto de valores ou porque se encantou com o corpo conceitual de uma doutrina. O fanatismo é só o casamento de uma falha psíquica ou de caráter — individual, privada — com o momento, que é coletivo. A paixão cega não é uma convicção, mas uma doença. Danton, goste-se ou não de suas idéias (eu não gosto muito, hehe…), era um convicto; Robespierre era um doente! Mas me desviei um tantinho. Volto ao leito.
Os que decidem exercer “o poder da vítima” delinqüem, mentem, trapaceiam, cometem crimes e tentam sempre nos convencer de que só o fazem premidos por circunstâncias — ou em nome da causa. Para eles, os limites da lei são imposições que impedem a justiça, não instrumentos para discipliná-la. Peguemos, então, o exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva. O partido que criou, com efeito, desafiou alguns limites da ditadura — já bastante enfraquecida, sejamos justos e precisos —, cresceu e se fortaleceu. Na ordem democrática, continuou a desafiá-los, por intermédio de seus “movimentos sociais”, e não abandonou a prática mesmo depois de ter chegado ao poder. Na ditadura, a afronta à ordem tinha a justificativa plausível da justiça; na democracia, o desrespeito às instituições tem como objetivo único o fortalecimento do próprio partido. Nesse caso, se o partido prevalece, quem fenece é a sociedade.
Poderia fazer aqui o elenco das dezenas de vezes em que o PT mandou a democracia às favas em nome do seu próprio fortalecimento. Mas acho que vocês conhecem o roteiro. Quero me ater, como anunciei lá no primeiro parágrafo, à disputa eleitoral deste ano. Já na largada, ficou claro que o partido tinha voltado àquele costume que adquiriu no tempo em que estava na oposição: a mobilização de um verdadeiro exército de arapongas para atingir o adversário. Naquele tempo, como “vítimas”, os petistas tinham uma boa desculpa: do outro lado, estariam os “reacionários”, que precisavam ser combatidos. A imprensa, infelizmente, colaborou bastante na construção dessa perversão.
No poder, os métodos continuaram os mesmos. Quando o bunker montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff foi denunciado — o sigilo fiscal do tucano Eduardo Jorge estava com eles —, os petistas fizeram o quê? Denunciaram, vítimas eternas que são, uma grande conspiração do que chamam “mídia”!!! Passado algum tempo, surgiram evidências de que os sigilos de outros tucanos e da filha e do genro de José Serra também tinham sido violados. Uma investigação rasa foi o bastante para chegar à autoria: bateu nos petistas. Agora, a investigação se arrasta, no que tem todo o jeito de ser mais um crime sem criminosos nem culpados.
Flagrados, denunciados, expostos, qual foi a reação dos petistas? “Tudo não passa de uma tentativa desesperada de Serra de ganhar a eleição; ele está fazendo exploração eleitoreira do episódio”. O presidente da República, ninguém menos, foi à TV com essa mensagem, na fala em que Serra foi chamado de “candidato da turma do contra”. O tucano passou a ser tratado pelos petistas — e até por setores da imprensa — como responsável pelo mal que lhe impingiam. Esse é o jogo clássico do “vitimismo triunfante”. Descobre-se logo depois que uma verdadeira quadrilha atua na Casa Civil, o que custa a cabeça da ministra, braço-direito de Dilma Rousseff. O PT, inicialmente, denuncia o jogo sujo da oposição, em conluio com a mídia (!).
A religião
É claro que os escândalos, especialmente o de Erenice Guerra, abalaram a reputação do PT. Ainda que 80% dos eleitores realmente aprovassem o governo Lula, isso não significa endosso às lambanças. Dilma começou a cair nas pesquisas, e o PT decidiu descobrir os motivos. E então chegamos à pauta religiosa. A imprensa — os meus coleguinhas — sabe muito bem que os tucanos não estão na raiz da corrente “Dilma-aborto”. A sociedade existe, e esse nunca foi um tema muito popular no país. Os tucanos, ao contrário, até demoraram para se dar conta do fenômeno. Mas o PT, o “partido das vítimas”, precisava culpar alguém. Nesse particular, colheu mais efeitos negativos do que positivos.
Terrorismo
Como é mesmo? Quem se diz vítima, sem ser, só está buscando um motivo para delinqüir. E foi o que fez o PT. A exemplo de 2006, levou para a TV uma campanha sórdida, atribuindo aos tucanos a intenção de privatizar a Petrobras e o pré-sal — o que é mentira. E partiu para a desconstrução agressiva dos governos tucanos em São Paulo, especialmente em áreas em que o petismo não tem nada de bom a oferecer nos estados em que é governo: segurança e educação. A resposta no horário eleitoral de Serra é, a meu ver, até agora, muito tímida, fraca. O PSDB parece considerar ainda a máxima “quem bate sempre perde” — o que considero uma bobagem não-comprovada na prática. Mas deixo isso para outra hora.
Pesquisa Datafolha divulgada ontem aponta seis pontos de diferença entre Dilma e Serra — sete nos votos válidos (o instituto diz que são oito, mas a conta não me convenceu). É pouco. É quase nada. O que a muitos parecia um delírio no dia 2 de outubro é uma possibilidade absolutamente plausível 14 dias depois: o risco de Dilma perder é real. E há mais 14 pela frente. É claro que aqueles “institutos”, vocês sabem, já estão prontos para, daqui a uns dois ou três dias, apontar um novo alargamento da diferença. Já antecipo o título: “Diferença volta a crescer” — ou algo assim. A imprensa que não vende, mas se vende, mergulha na lama — lama que está no horário eleitoral e que chega aos palanques.
O PT prepara um cenário em que a eventual vitória será experimentada como o triunfo das vítimas contra os seus algozes — como se “os pequenos”, nessa disputa, não fossem os oposicionistas. E vai tentar se vingar depois. Em caso de derrota, essas mesmas “vítimas” acusarão, então, uma grande conspiração — sabe-se lá de quem — contra os “interesses populares” (aqueles a que se agregaram hoje patriotas como José Sarney, Fernando Collor e Renan Calheiros) e estarão prontas para fazer o que sempre fizeram: sabotar o governo sob o pretexto de exercer suas convicções.
Ganhando ou perdendo, eles não tem limites porque não têm princípios e consideram que mentira ou verdade são só exigências da necessidade.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/preparem-se-para-os-15-dias-mais-sujos-da-historia-politica-brasileira/

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O buraco é mais em cima

Dora Kramer
O Estado de S.Paulo


Pesquisa do Datafolha mostrou a quase irrelevância da questão do aborto sobre o comportamento do público em geral na hora de votar.
Pode ter tido importância crucial no voto pautado pelas igrejas, mas no eleitorado como um todo o que pesou mesmo foi o caso Erenice Guerra e o que o episódio invoca em matéria de escândalos nos últimos anos.
Segundo o instituto, três em cada quatro pessoas deixaram de votar na candidata do PT por causa das denúncias de tráfico de influência na Casa Civil e apenas uma em cada quatro teria sido influenciada pela religião.
De onde, duas conclusões: primeira, perdeu-se tempo com o assunto errado; segunda, o apreço à moralidade pública não é uma ligeireza das elites bem informadas nem uma manifestação tardia de "moralismo udenista", mas é um dos tópicos importantes na escala de valores do País.
Em tese, portanto, para a campanha de Dilma Rousseff seria melhor que a discussão ficasse no campo religioso do que se estendesse para o terreno da ética e dos bons costumes.
Isso na teoria e no cenário referente ao primeiro turno. A importância dada ao tema do aborto fez com que na campanha do segundo turno ele assumisse a posição de destaque que não teve ao longo da primeira etapa.
E, por paradoxal que pareça, justamente por causa das análises que equivocadamente atribuíam ao aborto a transferência de uma boa parcela de votos de Dilma para Marina Silva.
Isso fez com que o debate saísse do âmbito das igrejas e do subterrâneo difamatório da internet e sentasse praça ao centro da campanha, ao ponto de a candidata do PT ter escolhido enfrentar o tema de forma "assertiva" já no primeiro embate mano a mano com o adversário.
O assunto saiu da clandestinidade. Ontem, dia da Padroeira do Brasil, distribuíram-se panfletos em missa campal de Contagem (MG) e do lado de fora da Basílica de Aparecida recomendando votos apenas em candidatos contrários à descriminalização do aborto.
Não eram apócrifos nem se dirigiam a Dilma ou a Serra: estavam assinados pela Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e se referiam a uma posição bem especificada.
Um problema que a campanha do PT não resolve acusando o PSDB de caluniador nem chamando de retrógrados e medievais os brasileiros e brasileiras contrários - por razão religiosa ou não - à descriminalização do aborto.
Papel da crítica. O resultado do primeiro turno da eleição presidencial encerrou várias lições, várias amplamente comentadas nos últimos 10 dias. Uma, porém, não recebeu ainda o merecido destaque: o desmentido da tese defendida até por setores da oposição de que o contraditório era mercadoria em extinção.
Algo se move. Na próxima eleição é bem possível que os marqueteiros já não tenham mais tanto poder. Poder, aliás, distorcido, pois pressupõe a substituição da política pela propaganda.
O que indica essa tendência? As reclamações nas hostes tucanas e petistas e a exigência - apoiada por eleitores de parte a parte - de que Dilma seja "mais Dilma" e Serra "mais Serra".
Rumo. Passada a eleição presidencial o DEM abrirá discussões internas a respeito do destino do partido, notadamente no que tange à sua direção. A aposta "jovem" de entregar a legenda nas mãos dos herdeiros de maduros líderes, não deu certo.
Os experientes preferem esperar o resultado da eleição porque a correlação interna de forças se altera dependendo do presidente eleito.
Troféu. A piada entre tucanos é que Aécio Neves adorou a multa que recebeu por propaganda antecipada em favor do candidato do partido: só assim pode apresentar prova material do engajamento pró-Serra.
http://www.estadao.com.br/home/

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Segundo Turno e Aborto: Por uma nova estratégia Eleitoreira, Progressista e Revolucionária

Escrito por Emmanuel Goldstein
"A religião é ... o ópio do povo. A verdadeira felicidade do povo IMPLICA que a religião seja SUPRIMIDA, enquanto felicidade ilusória do povo" (Karl Marx, Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel)
“A defesa da descriminalização do aborto é a principal bandeira daqueles e daquelas que defendem os direitos das mulheres, não como retórica, mas como prática militante e parte integrante da superação do atual modelo político e econômico (capitalismo)” (Angélica Fernandes, Secretária de Formação Política do PT-SP e do Coletivo Nacional de Mulheres do PT)
"Eu acho que deve haver a descriminalização do aborto. Hoje, no Brasil, isto é um absurdo de que não haja.... a descriminalização" (Dilma Rousseff, 04/10/2007)

Camaradas! Atenção para mais uma reconstrução histórica - uma atualização do passado – no interesse da exatidão. Estou autorizado a dizer que a partir de hoje nosso Partido sempre defendeu a vida!
O Partido Vanguarda Popular ©, união voluntária e compulsória de todos os socialistas, é guiado em toda a sua atividade pela doutrina de Marx, Engels, Lênin, Fidel Castro, Hugo Chávez e Jeremias! Iniciaremos um novo Plano Estratégico Eleitoreiro e Progressista para garantir a vitória da companheira Dilma Rousseff no segundo turno.
Teremos que enfrentar e desmistificar os ataques, uma baixaria e desqualificação promovida por certos setores obscurantistas de igrejas conservadoras evangélicas e católicas. A hora é de mobilização. Temos mais uma vez a oportunidade de esconder mostrar que somos uma militância abortista que defende a vida desde a concepção.
Ao contrário do que mídia maldosamente proclama, o projeto totalitário democrático-popular do Partido dos Trabalhadores tem as melhores propostas para a descriminalização do aborto proteção da vida intra-uterina.
Com a ajuda de material de campanha – diabinhos santinhos, adesivos, jornais – vamos enganar os babacas reacionários cristãos conversar com os trabalhadores e trabalhadoras e mostrar que a questão da legalização do aborto defesa da vida é debatida no PT há pelo menos 20 anos.
Contra o fundamentalismo tosco dirigido diretamente contra o Partido!
Abaixo o Fascismo Cristão da burguesia delirante!
Dilma Rousseff Presidente!

http://www.vanguardapopular.com.br/portal/comentario-popular/196-segundo-turno-e-aborto-por-uma-nova-estrategia-eleitoreira-progressista-e-revolucionaria

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Religion and Spirituality

By Larry Fine

Are they the same?
It is amazing that so many people feel that being religious and being spiritual is the same. Not that the two are mutually exclusive, but they are two different concepts that seem to get mushed together in most peoples minds. Below I would like to add my observations on the matter and I concede that my definition may be different from that of the definition given by the dictionary.
Religion, I understand, is a set of beliefs generally about G-d. In our religion - Judaism - it includes actions, i.e. commandments and thoughts, required and forbidden. A person is considered 'religious' when he/she adheres to such beliefs. (For sake of our discussion I acknowledge that there are more than one established set of belief in Judaism as well defined in the various branches of our people which revolve around the belief in the existence of one G-d.) A 'religious' person therefore is one who scrupulously adheres to the tenets of his faith. (Here I exclude from this discussion compulsive people who happen to use religion as an extension of their obsessiveness.)
Spirituality, on the other hand, is something which reflects those feelings or thoughts that connect one with the spiritual side of life - as opposed to the material aspects of this world. The spiritual experience being something that is experienced from the non-material, or in our case, the G-dly realm. A person who is spiritual is one who has had a spiritual experience – an experience with G-d (with in or with out the confines of religion). Here the emphasis is on the experience and not the knowledge, learned or otherwise acquired.
In concept we might expect to see religious people being spiritual and indeed it is the expectation of many. However it is my proposal that religion is the external manifestation of a spiritual being or experience, whereas the spiritual is the inner feeling that should accompany the religious person. A person performing a religious action should be experiencing a spiritual feeling; hence the religious aspect is the exterior to the inner spiritual experience.
To make my point clearer, let us take a person who is a prophet, like Moses or Samuel. Their essential being was to be connected with G-d. They communicated directly to Him not just in prayer but rather in a direct personal communicative manner as one speaks with his boss. Their essential being reflected that inner spiritual experience in a way that we can not describe from our own personal knowledge (since we generally lack a similar internal experience) but we can describe their personal spiritual experience from their external manifestation that caused a change in their personality and lifestyle as a direct result of that experience. We can note and relate to others the manner in which the spiritual experience has changed their being as they relate to the physical world by noting the changes in their personality from before their spiritual experience comparing to afterwards. We should note a change in regard to their relationships with other people and in the way they live their lives. We would expect a person who had a spiritual experience of some high degree to act differently after the experience than from before. If a spiritual experience does not cause a change in a person, then what good did the connection of the divine do?
To the extent of the intensity and/or frequency of the spiritual experience so will the person's relationship to the physical side of the world change. As an example, I would expect a person who had a 'close experiential relationship' with G-d to be less dependent or desirous of the physical side of life. We find that the prophets were not particularly materialistic people. Rather their desires were to become even more spiritualistic.
Unfortunately most people today are very much connected with the material side of life than ever before. This is to such an extent that unless G-d comes and literally hits them on the head they would never think of being spiritual. On the other hand, those people who are seeking to be spiritual reject the apparent confines of regulated and codified religion as being anti-spiritual. In many ways they are correct, but it is my contention that we need both as I shall explain.
We need to be spiritual; we need to develop a close relationship with G-d and we need to realize that we have been placed in a world that is entirely material and physical. In such an environment we must live and function; we can not avoid it even if we were to go to a live in a cave in a remote area. Material needs are a prime concern of man.
Although the spiritual is the desirable choice between the physical and the spiritual, the spiritual closeness of the prophets is not possible to attain, therefore it is necessary to adhere to the tenets of our religion because (and although religion is externals of spirituality, none the less,) we need to maintain a frame work that keeps us in line with the manner in which G-d desired us to live our lives. This protects us so that we may on occasion have a spiritual experience.
May we be granted the wisdom to attain the spiritual heights that we are allowed and the understanding to realize that it is not a sustainable goal, but rather a gift from G-d.
http://www.jewishmag.com/148mag/religion_spirituality/religion_spirituality.htm

Ao tentar desmentir boatos, PT se contradiz sobre aborto

O PT lançou no site da presidenciável Dilma Rousseff uma sessão chamada “Em nome da verdade”. O objetivo é desmentir aquilo que os petistas classificam como boatos. A sessão foi inaugurada nesta quarta-feira, e já tem quatro notas. Uma delas desmente que a candidata tenha dito “Nem Cristo me tira essa vitória”.

Outra esclarece que a candidata pode, sim, entrar nos Estados Unidos, apesar de ter participado da luta armada durante a ditadura militar. Uma terceira notícia diz respeito à mudança no regime das aposentadorias. “Mentira”, dizem os petistas. Mas há um texto que aborda o tema mais delicado da campanha: a liberação do aborto.
Neste caso, o partido derrapa. O texto publicado no site de Dilma afirma que “o PT não defende e nunca defendeu o aborto”. Mas o terceiro Congresso da legenda definiu como diretriz partidária a defesa da “autodeterminação das mulheres e da descriminalização do aborto”.
Referências -- Em 2009, em oposição à criação da CPI do Aborto no Congresso, o comando do partido emitiu uma nota em que afirma: “O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores é contrário a CPI do Aborto e reafirma o compromisso de luta pela descriminalização do aborto”. No site do partido na internet, há várias outras referências a essa posição. Em uma delas, a Secretaria de Mulheres do PT trata a descriminalização como um “dever do estado”.
Além disso, a própria Dilma Rousseff, que hoje se diz contra a descriminalização do aborto, parece ter mudado de opinião ao longo do tempo. Há três anos, em sabatina na Folha de S.Paulo, ela foi direta: “Eu acho que tem que haver a descriminalização. Hoje, no Brasil, é um absurdo que não haja”.
http://veja.abril.com.br/blog/eleicoes/sem-categoria/ao-tentar-desmentir-boatos-pt-se-contradiz-sobre-aborto/ 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Internet, aborto e religião afetaram as eleições presidenciais

Julio Severo
O aborto e a religião podem ter provocado um segundo turno na eleição presidencial no Brasil.
As pesquisas de opinião pública nos meses passados vinham sistematicamente dando para Dilma Rousseff uma vitória de 51-59%. Rousseff é a candidata escolhida do popular presidente socialista Luiz Inácio “Lula” da Silva para substituí-lo na presidência do Brasil. De acordo com a Constituição brasileira, um candidato vence quando obtém 50% ou mais, mas evidentemente Rousseff não conseguiu maioria absoluta, e terá de trabalhar mais no segundo turno.
Grandes jornais no Brasil atribuíram esse resultado ao aborto. A Folha de S. Paulo noticiou que “Dilma perdeu votos entre eleitores evangélicos”, enquanto O Estado de S. Paulo disse que “algo novo começou a acontecer”, e então detalha que Rousseff, que queria a liberalização das leis de aborto em 2007, “teve de ir a público agora dizer que é contra a prática e que não tomaria iniciativa de propor nenhuma lei para legalizá-la”.
O Estado de S. Paulo sugeriu que “a polêmica em torno da legalização do aborto pode ter tido um peso maior no refluxo das intenções de voto de Dilma”.
Em outro artigo, intitulado “Internet e religião podem explicar queda da petista”, o mesmo jornal diz que a queda dela foi causada, entre outros motivos, “por causa da polêmica na internet sobre sua opinião a respeito do aborto”.
Muitos sites brasileiros, inclusive Notícias Pró-Família (a versão em português de LifeSiteNews) e meu blog, têm estado trabalhando para conscientizar os brasileiros acerca das questões da vida. A eleição brasileira em 3 de outubro revelou os resultados desse trabalho duro.
De forma geral, os eleitores brasileiros estão desiludidos com a política. Excetuando a questão do aborto, os brasileiros não mais levam a sério as eleições e qualquer candidato pode ser eleito. Aliás, um palhaço recebeu votação em massa em São Paulo e, muito embora seja analfabeto, será deputado federal no Congresso Nacional!
Rousseff, que se proclama católica e é a herdeira política de Lula, ficou com 46%. Seu principal oponente, o social democrata católico José Serra, obteve 32%, e a evangélica Marina Silva ficou com 19%. Marina, que por muitos anos era membra do PT e agora está no Partido Verde, tem conexões com Al Gore, famosa figura pró-aborto e pró-sodomia.
Lula observou que, pela primeira vez na história do Brasil, todos os candidatos presidenciais são socialistas. Apesar disso, ele prefere Rousseff, que era membra de um grupo de guerrilha comunista na década de 1960 e com toda probabilidade será politicamente mais agressiva na promoção da agenda do PT.
Muito embora nenhum deles seja um legítimo candidato pró-família, os líderes pró-família do Brasil optaram pela via do “mal menor”. Provavelmente funcionou. Durante dois meses, um vídeo no YouTube do pastor batista Paschoal Piragine obteve quase 3 milhões de visitações. A mensagem dele desmascara as políticas pró-aborto e pró-homossexualidade do PT e incentiva os evangélicos a não votarem nele.
Durante muitos meses, a elevada popularidade de Lula e várias pesquisas de opinião pública sinalizavam uma vitória certa e fácil para Dilma Rousseff. Contudo, o segundo turno provocado pela questão do aborto coloca agora a vitória dela em dúvida.
http://juliosevero.blogspot.com/2010/10/internet-aborto-e-religiao-afetaram-as.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+JulioSevero+%28Julio+Severo%29&utm_content=Yahoo%21+Mail

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Portal do Agronegócio

Um freio para o milho
Da Redação
O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na última semana, teve o efeito de um banho de água fria sobre produtores brasileiros de milho ao frear a tendência de alta de preço do grão.
Os dados apontam estoque, em 1 de setembro, de 43,38 milhões de toneladas, volume bastante acima do esperado pelo mercado, que apostava em 35,87 milhões de toneladas. E 2% mais alto que no mesmo período do ano passado. No ato, os contratos futuros recuaram para o menor preço em mais de duas semanas. Papéis para março, negociados em Chicago, caíram a 5,0825 dólares por bushel.
De acordo com Farias Toigo, diretor da Capital Corretora, a surpresa foi grande porque os Estados Unidos mantinham bom ritmo de consumo, principalmente para a produção de etanol. No Brasil, o indicador Cepea/BM&FBovespa para a saca de 60 quilos ficou em R$ 24,48, com queda diária de 1,52%. Antes do relatório, analistas projetavam até a 6 dólares por bushel, o que representaria R$ 30,00 a saca no Brasil.
Apesar de negativa para o campo, a freada beneficia indústrias de carnes suína e de aves, que há meses reclamam dos altos preços do cereal no mercado doméstico e de dificuldades na aquisição da matéria-prima usada para ração animal. "Com os preços em ascensão, os produtores estavam segurando milho a espera de novas elevações", frisa.
Para Toigo, daqui para frente o comportamento das cotações dependerá dos efeitos do fenômeno climático La Niña nas lavouras localizadas na América do Sul, das importações da China e das exportações dos Estados Unidos. Também irá interferir no cenário, o comportamento do dólar que hoje está na faixa de R$ 1,70, sendo desfavorável às exportações brasileiras.

 http://si.knowtec.com/scripts-si/MostraNoticia?&idnoticia=7754&idcontato=8897966&origem=fiqueatento&nomeCliente=CNA_REGIONAL&data=2010-10-04

domingo, 3 de outubro de 2010

Que, bem ou mal, falem as urnas

O Estado de S. Paulo

Editorial
Nesta manhã, ao se abrirem as seções eleitorais para mais uma festa da democracia, estará se encerrando mais um episódio memorável da série do "nunca antes na história deste país": dois mandatos presidenciais sucessivos obstinada e precipuamente focados no projeto político de manter no poder Lula e associados. Com grande habilidade e total desembaraço na manipulação do varejo político, com um carisma capaz de seduzir até os que se julgam mais esclarecidos e ainda com o respaldo de um trabalho bem-feito na aceleração do desenvolvimento econômico e na incorporação de milhões de brasileiros ao mercado de consumo, Lula jamais perdeu de vista o projeto de poder a serviço do qual colocou tudo e todos, inclusive e principalmente as ações de governo. Menos mal que a perseguição desse objetivo transite, pelo menos por enquanto, pela via eleitoral, embora não necessariamente por convicção democrática, mas pela verificação de que, até onde a vista alcança, não existem condições objetivas mínimas para nova aventura escancaradamente autocrática no Brasil.
Quando se têm olhos para enxergar, os fatos demonstram claramente que Lula e o PT não têm projeto de governo, apenas de poder. Foi a opção que assumiram quando se cansaram de ser derrotados nas urnas. Passaram então a fazer tudo, o que quer que seja, passando por cima, se necessário, dos valores éticos que até então defendiam, e até mesmo sobre as instituições da República, para garantir vitórias nas urnas. Primeiro, houve a guinada radical nas principais proposições programáticas do PT com a Carta aos brasileiros, em 2002. Depois, a manipulação da opinião pública, especialmente dos segmentos menos instruídos e por essa razão mais vulneráveis à demagogia, com a massificação de inverdades como a de que o governo Fernando Henrique legou ao País uma "herança maldita". A partir daí, aprendida a lição, Lula e seu partido passaram a defender e praticar, sem constrangimentos, exatamente o contrário do que originalmente pregavam. Se antes, na oposição, o Plano Real tinha que ser combatido, agora, para manter o poder, é bom continuar aplicando seus princípios (sem admitir isso publicamente, é claro); se antes, na oposição, as oligarquias políticas do Norte e Nordeste eram duramente condenadas, agora, para manter o poder, é melhor a elas se associar; se antes, na oposição, qualquer deslize dos administradores públicos era implacavelmente denunciado, agora, para manter o poder, melhor fingir que isso não é nada, coisa pouca, meros desvios.
É impressionante, aliás, a mudança de atitude do inspirador e principal operador desse projeto de poder. Lula, que antes de chegar ao Palácio do Planalto tinha ataques de virtuosa indignação diante de atos de corrupção no governo, uma vez no poder varreu para debaixo do tapete os "erros" cometidos por seus aliados e colaboradores, frequentemente sob suas barbas, quando não lhes passou a mão na cabeça. Não há registro no noticiário, durante toda a era Lula, de uma vez sequer que o presidente tenha vindo a público para condenar explicitamente a corrupção no seu governo ou em sua base partidária - e não foi por falta de escândalos. O máximo a que se permitiu foi a tentativa de desqualificar acusados com o debochado apodo de "aloprados". Toda sua teatral indignação, todo o ímpeto de sua revolta, Lula reservou para atacar quem, por dever de ofício, tem denunciado a falência ética de seu governo: a imprensa.
De qualquer modo, o projeto de poder de Lula chega hoje a um ponto decisivo. O chefe do PT colherá os frutos do que plantou, por um lado, com seus acertos e, por outro, com a extraordinária esperteza que revelou para se manter imune aos efeitos negativos de qualquer tipo de desacerto, especialmente aqueles provocados pela concupiscência da companheirada. Blindado pela imagem do trabalhador de origem humilde que não se intimidou diante da perfídia das elites e logrou o feito histórico de "colocar o povo no poder", descansa agora o presidente na expectativa de sua maior recompensa. O que virá as urnas o dirão. Há que respeitá-las. Mesmo que o maior efeito dessa festa democrática venha a ser uma enorme ressaca para a consciência cívica do Brasil.
http://si.knowtec.com/scripts-si/MostraNoticia?&idnoticia=24412&idcontato=8897966&origem=fiqueatento&nomeCliente=CNA&data=2010-10-03

sábado, 2 de outubro de 2010

Amanhã é o Dia D

D de Democracia!
Espero que tenha pelo menos segundo turno.
Acho uma pena candidatos tão medíocres para um país tão grande. Creio que eles refletem a maioria dos brasileiros, na verdade. Um povo bem medíocre e corrupto, que aceita e acredita em qualquer coisa que a TV diz porque a maioria nem presta atenção no telejornal, só assiste esperando começar a novela ou BBB ou "Fazenda". Que horror!
Diante de um quadro assim, Tiririca é um sucesso.
Ai, a Democracia.
Hoje vejo que quem tinha razão era Platão quando dizia que o povo não é capaz de escolher seus líderes, porque eles sempre buscam alguém com quem se identificam.
"Mas até a Democracia se arruína por excesso de... Democracia. Seu princípio básico é o direito que todos têm de exercer um cargo público e determinar a política do governo. Isso à primeira vista, é um sistema encantador, ele se torna desastroso porque o povo não está adequadamente preparado pela educação, para selecionar os melhores governantes e os caminhos mais sensatos". (Durant, Will - A História da Filosofia)
Não preciso dizer mais nada.