sábado, 31 de março de 2012

Presidente da CNA defende novo Código Florestal para aumentar a produção sustentável de alimentos

Canal do Produtor
Assessoria de Comunicação

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, destacou, nesta quinta-feira, 29, em Londres, na Inglaterra, a importância do novo Código Florestal para o aumento da produção de alimentos de forma sustentável. Durante a Cúpula de Agricultura Sustentável, promovida pelo jornal Financial Times, a senadora afirmou que ”só o Brasil tem autoridade moral para dizer que é sustentável, porque se enquadra nos três pilares de sustentabilidade hoje defendidos pelos organismos internacionais: social, econômico e ambiental”.
“Somos a sexta economia do mundo, temos 56% da população na classe média e, do ponto de vista ambiental, temos 61% de preservação dos nossos biomas”, disse a senadora. “Isso mostra que o Brasil não descuida da questão social e tampouco da ambiental”, disse ela.
Durante sua apresentação, a presidente da CNA ressaltou que o agronegócio no Brasil hoje representa 37% de todos os empregos no País, 22% do Produto Interno Bruto (PIB) e 37% de todas as exportações, sendo responsável pelo saldo positivo da balança comercial brasileira nos últimos 15 anos. Em seu discurso, ela também destacou a criação do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), em que o Governo destinou quase US$ 2 bilhões em créditos com juros baixos para que os produtores recuperem as áreas degradadas.
A senadora Kátia Abreu ainda rebateu críticas de ONGs ambientais, que argumentam que o novo Código Florestal vai aumentar o desmatamento no Brasil e dar anistia a desmatadores. Ela salientou que a nova lei não contém nenhum artigo que preveja o aumento do desmatamento e, sobre a anistia, esclareceu que os produtores que quiserem ficar livres de suas multas serão obrigados a recuperar as áreas desmatadas. “Ou seja, não há perdão puro e simples. As multas serão convertidas em serviços de recuperação ambiental”, disse.
A presidente da CNA também salientou o amplo apoio dos parlamentares ao novo Código: ”A frente ambientalista possui 237 deputados, mas na votação da Câmara de Deputados, o Código Florestal foi aprovado com apenas 63 votos contrários e uma abstenção. Isso mostra que o projeto tem apoio até mesmo entre os ambientalistas”, disse. Segundo a senadora Kátia Abreu, a decisão pelo voto é exemplo da democracia que vive o Brasil e que o País quer continuar crescendo de forma sustentável.

sexta-feira, 30 de março de 2012

PARA CIMA E PARA BAIXO AO MESMO TEMPO - PARASHÁ TZAV 5772

"Um grupo de garotos estava reunido sob uma imensa árvore, admirando sua altura. Entre eles estava Shmuel, um garoto muito bonzinho e de coração puro. Um dos garotos teve a idéia de fazer uma competição para ver quem conseguia subir mais alto na árvore, e todos concordaram. A competição começou e, um a um, os garotos tentavam subir, mas passada certa altura, eles caíam. Apenas Shmuel não desistiu. Com coragem e persistência ele foi subindo, pouco a pouco, até chegar ao topo da árvore, vencendo a competição.
A mãe de Shmuel, que estava acompanhando tudo sentada em um banco próximo à árvore, perguntou:
- Shmuel, por que todos os meninos caíram no meio, mas você conseguiu ir até o final?
Shmuel respondeu com um sorriso no rosto:
- Quando os outros meninos estavam tentando chegar ao topo, percebi que todos cometiam o mesmo erro. Quando eles estavam bem alto, olhavam para baixo e, vendo a altura que estavam, se apavoravam e caíam.
- Mas eu fiz diferente - continuou Shmuel - Eu olhei o tempo inteiro para cima. E como meus olhos estavam voltados sempre para cima, por mais alto que eu subisse, eu sentia que ainda estava baixo. Assim eu consegui reunir forças e tranquilidade para chegar até o topo da árvore"
Precisamos viver com a coragem de olhar sempre para cima, investindo no nosso crescimento. Aquele que olha só para baixo fica preso no chão e não consegue atingir o seu potencial. Mas aquele que olha para cima consegue chegar no topo.
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A Parashá desta semana, Tzav, começa com uma Mitzvá pouco convencional, chamada "Trumat HaDeshen". Em que consistia esta Mitzvá? Antes de começar os serviços matinais no Templo, o Cohen (sacerdote) precisava remover todas as cinzas que haviam sobrado das oferendas do dia anterior. Em outras palavras, o Cohen, que era alguém espiritualmente muito elevado, precisava fazer uma faxina, algo aparentemente degradante para sua posição de líder espiritual. Por que uma Mitzva tão "baixa" para alguém tão elevado?
Explica o Kli Yakar, comentarista da Torá, que as cinzas serviam para recordar o Cohen de Avraham Avinu, que reconheceu que o ser humano veio do pó e das cinzas, como ele falou para D'us: "Sou apenas pó e cinzas" (Bereshit 18:27). Isto significa que, justamente pelo Cohen ser alguém tão elevado, era importante que ele colocasse humildade em seu coração, refletindo que o ser humano, no fim das contas, não é nada.
Além deste ensinamento da nossa Parashá, existem na Torá diversas fontes que ressaltam a natureza baixa do ser humano. Por exemplo, o Pirkei Avót diz: "Saiba de onde você veio e para onde você vai... De onde você veio? De uma gota pútrida. E para onde você vai? Para um lugar de pó, vermes e larvas" (Avót 3:1). Há outro Pirkei Avót que ressalta a mesma idéia: "Seja muito, muito baixo de espírito, porque a esperança do ser humano são as larvas" (Avót 4:4).
Vemos, através destas diversas fontes, que o ser humano precisa constantemente se rebaixar e se sentir como se fosse um nada, o pó da terra. Mas há neste conceito uma aparente contradição, pois há diversos ensinamentos que, ao contrário, ressaltam justamente a grandeza inerente do ser humano, como diz o Talmud: "Aquele que salva uma vida, a Torá considera como se tivesse salvado o mundo inteiro" (Sanhedrin 37a). O próprio Pirkei Avót, que ressaltou o lado baixo do ser humano, também ensina o seu lado de grandeza: "O ser humano é precioso, pois ele foi criado à imagem de D'us" (Avót 3:18). O que significa esta contradição? Afinal, o ser humano é uma criatura elevada e preciosa ou uma criação de natureza baixa e desprezível?
Explica o Rav Yehonatan Gefen que não há nenhuma contradição. Os diferentes ensinamentos dos nossos sábios são, na realidade, dois enfoques diferentes sobre o ser humano. Um tipo de ensinamento enfoca a parte material, enquanto o outro enfoca a parte espiritual. Quando nossos sábios ressaltam a natureza baixa do ser humano, se referem ao corpo, aos desejos materiais, que são passageiros. Quando ressaltam a grandeza do ser humano, se referem à nossa alma, de grandeza infinita, uma parte de D'us que temos dentro de cada um de nós.
Mas por nossos sábios escreveram estes ensinamentos de maneira a nos dar a impressão de que existe uma contradição? Pois devemos constantemente utilizar estes dois enfoques juntos no nosso trabalho espiritual. Como fazer isso? Lembrando-se sempre que temos, por um lado, um gigantesco potencial espiritual, mas que por outro lado nossa passagem pelo mundo material é limitada, pois do pó viemos e ao pó voltaremos, e toda nossa oportunidade de crescimento deve ser atingida durante nossa vida limitada. Portanto, devemos aproveitar cada segundo para preencher nosso potencial enquanto ainda temos tempo.
Outro motivo pelo qual nossos sábios trazem os dois lados do ser humano é para nos ensinar que precisamos viver com equilíbrio, pois se focarmos em apenas um deles, é muito fácil desviar do caminho correto. Por exemplo, sem a lembrança de que somos apenas pó e cinzas, podemos nos tornar arrogantes. Mas o outro lado é ainda mais perigoso. Sem a consciência de que somos seres elevados, criados à imagem e semelhança de D'us, uma pessoa pode tornar-se depressiva e deixar de dar valor à sua própria essência. É um dos motivos pelo qual vemos cada vez mais pessoas tristes e sem motivação na vida.
Outro efeito negativo de esquecer nosso lado espiritual elevado é a pessoa se conectar aos desejos materiais com tanta intensidade que passa a se comportar como um animal, completamente controlada por suas vontades.
Portanto, podemos perceber que estes dois enfoques, de que temos um lado baixo e um lado elevado, devem ser usados juntos em várias áreas da vida. Mas infelizmente na área de educação das crianças, uma das mais importantes na formação de pessoas equilibradas e felizes, acabamos negligenciando este conceito e focando muito mais no lado negativo do que no lado positivo. Por exemplo, quando os pais e educadores veem uma criança fazendo algo errado, dão uma enorme bronca, focando apenas no erro e questionando as qualidades da criança, destruindo assim seus pilares de auto-estima. A criança se sente um verdadeiro Rashá (malvado) após ter cometido uma pequena transgressão, e pode levar este trauma para toda sua vida, destruindo seu potencial.
Como é a forma correta de repreender uma criança que fez algo errada? Conta o Rav Avraham Twersky que seu pai era um grande modelo de educador. Quando o Rav Twersky era pequeno e fazia algo errado, seu pai o repreendia, mas com um tom calmo e utilizando as seguintes palavras em Yidish: "Ess Past Nisht" (isto não lhe fica bem). O que ele transmitia ao filho com estas palavras? Que aquela transgressão, algo baixo, não combinava com o seu caráter elevado. A sua alma era simplesmente muito preciosa para ser exposta ao risco de se sujar ou se estragar. Isto transmitia para o filho o quanto seu erro, motivado pelos desejos do corpo, era feio. Mas ao mesmo tempo não o deixava esquecer de sua grandeza espiritual.
Portanto, o equilíbrio ideal é o que descreve o Talmud: "Sempre a mão esquerda deve afastar e a mão direita deve aproximar" (Sotá 47a). A mão esquerda representa o julgamento estrito, enquanto a mão direita representa a bondade. Mesmo quando tivermos que dar uma bronca em alguém, a parcela negativa da bronca deve ser sempre menor do que a parcela positiva. Muitos utilizam na prática este ensinamento através da "crítica sanduíche", isto é, sempre uma bronca deve ser precedida por um elogio e deve ser terminada com outro elogio. Assim, a pessoa sente que a bronca foi dada por amor e não sente seu ego ferido. Alcançamos assim nosso objetivo de ajudar a corrigir o erro do próximo e contribuir para construir uma pessoa melhor, sem precisar demolir tudo antes.

SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com.br/
Lv 6:8 -8:36, Hb. 9:11-28 (Shabat haGadol)

quinta-feira, 29 de março de 2012

Novo modelo de irrigação agrícola é desenvolvido pela Esalq

Agrosoft
Alicia Nascimento Aguiar
O aumento da população mundial levou à necessidade de maior produtividade no setor alimentício, fazendo com que o mercado de irrigação para agricultura apresente elevados crescimentos anuais em um valor estimado de US$ 2,6 bilhões, segundo dados da Eurodrip. Porém, além de eficientes, os sistemas de irrigação devem atender, também, às exigências ambientais rigorosas para a boa utilização dos recursos hídricos, economia que a maioria dos modelos não proporciona.
Quando existe constatação de que uma área a ser irrigada não é homogênea quanto às características de solo e planta, seria ideal lançar mão do uso de equipamentos de irrigação dispostos de uma tecnologia mais avançada. Estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), denominado Desenvolvimento de um aspersor de taxa variada para irrigação de precisão, relata que os sistemas de irrigação que aplicam água em taxa variada são necessários para se realizar um manejo de água diferenciado na área.
Robson André Armindo, autor da pesquisa, revela que essa necessidade pode ser suprida com o projeto de aspersores com aplicação em taxa variada. Ele ressalta que o objetivo do trabalho, cuja tecnologia denominada Aspersor de Vazão Ajustável está com patente depositada desde setembro de 2010, foi o de desenvolver e avaliar um aspersor de taxa variada com potencialidade de utilização em projetos de irrigação de precisão.
"É notória a necessidade de equipamentos que sejam capazes de aplicar variadas lâminas de irrigação a fim de sanar a necessidade hídrica do solo, levando-se em conta a variabilidade espacial e temporal", diz o pesquisador.
Dessa forma, essa tecnologia originou um aspersor para sistema de aspersão por pivô central ou para sistema linear de irrigação que, além de possibilitar um ajuste altamente preciso, otimiza a distribuição de água. Esse aspersor tem como diferenciais a possibilidade de redução nos gastos com água, fertilizantes, energia, manutenção e mão-de-obra, sem afetar a produtividade; um único aspersor pode aplicar a vazão desejada sem a necessidade de troca de bocais; possui estrutura reduzida com área de varredura ampla e uniforme, proporcionando maior qualidade da produção; é de fácil aplicação e ajuste às culturas e terrenos diversificados.

Desenvolvimento da pesquisaDois protótipos foram desenvolvidos realizando-se, no Laboratório de Hidráulica do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB), suas referidas calibrações bem como o ajuste de seus coeficientes de descarga. Uma modelagem foi desenvolvida para se estabelecer uma equação para predição de vazão em aspersores de taxa variada. A calibração do protótipo do aspersor de taxa variada I apresentou resultados estatísticos satisfatórios, entretanto resultados técnicos questionáveis.
O processo de calibração do protótipo de taxa variada II apresentou resultados estatísticos e técnicos satisfatórios, sendo o protótipo escolhido para realização de ensaios de campo e posteriormente sua automação.
Em ensaios de campo, determinaram-se perfis radiais de distribuição para o segundo protótipo, seguindo as recomendações da norma técnica da American Society of Agricultural and Biological Engineers (ASABE), encontrando-se os alcances correspondentes às diversas vazões ensaiadas e com os dois defletores rotativos de quatro e seis jatos testados em campo.
A automação desse protótipo foi realizada por meio do acionamento de um motor de passo utilizando-se a comunicação de porta paralela de um microcomputador controlada por um software desenvolvido em linguagem pascal em ambiente Delphi. Os resultados proporcionaram a viabilidade técnica da idéia de construção de um aspersor de taxa variada a ser utilizado em projetos de irrigação de precisão.
A pesquisa, que agora aguarda uma avaliação final para o registro de patente, foi realizada no então Programa de Pós-graduação (PPG) em Irrigação e Drenagem, atual PPG em Engenharia de Sistemas Agrícolas, com orientação do professor Tarlei Arriel Botrel, do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB) da Esalq.

Fonte original: Assessoria de Comunicação da Esalq

terça-feira, 27 de março de 2012

País caro e complicado

O GLOBO
Rubens Barbosa

De um experiente político britânico, hoje homem de negócios, ouvi, na semana passada, em
Londres, que, nos meios empresariais europeus e americanos, começa a ganhar corpo a percepção
de que o Brasil está chegando ao limite de sua capacidade de expansão do crescimento e que
o governo terá pouco tempo para reverter essa impressão, caso queira manter a grande visibilidade
do país e sua atração de investimentos. "O Brasil está muito caro e muito complicado para
investir", me disseram várias empresas.
O sucesso da política econômica, demonstrado pela estabilidade da economia, junto com
o controle da inflação e a volta do crescimento, e pela expansão do comércio exterior,
quadruplicado desde 2003, escondeu os reais problemas do setor industrial por mais de
uma década. O alto nível do crescimento em 2010 (7,5%) expôs nossa debilidade no tocante
a mão de obra qualificada, a educação e a infraestrutura, enquanto que a baixa taxa em 2011
(2,7%) expôs o impacto sobre a indústria da perda da competitividade da economia brasileira.
A crescente desindustrialização, com a perspectiva de fechamento de um grande número de
empresas, e o inevitável desemprego, sobretudo na indústria de transformação, uniram
as centrais sindicais e o setor empresarial, liderado pela Fiesp.
O grito de alerta contra a desindustrialização e em prol do emprego, com a perspectiva
de grande mobilização popular e a criação de uma frente parlamentar para defender os postos de
trabalho e a indústria no Congresso, acendeu a luz vermelha em Brasília.
A presidente Dilma Rousseff convocou, na semana passada, 28 importantes representantes
do setor industrial para discutir a situação e determinar aos ministérios da Fazenda e da
Indústria e Comércio medidas concretas de apoio ao setor industrial. Aparentemente,
a presidente saiu sensibilizada do encontro e entendeu que o setor industrial de transformação
precisa de uma atenção maior neste momento em que, por questões conjunturais,
está perdendo competitividade.
Embora, nos dez últimos anos, as medidas de apoio à indústria e ao comércio exterior tenham
sido tímidas e muitas vezes nem chegaram a ser implementadas, a reação presidencial parece
representar uma mudança positiva de postura em relação à indústria de transformação,
o setor mais afetado pela perda da competitividade. Nesse sentido, a indústria não pode senão
dar um voto de confiança, na expectativa de que medidas efetivas sejam anunciadas pelo governo
no curto prazo.
A desoneração da folha de pagamento sem novo tributo sobre o faturamento, a devolução de
impostos bem acima de 3% via Reintegra, a simplificação do PIS-Cofins, a melhoria da
eficiência da Alfândega, medidas para impedir a apreciação cambial, a ampliação e o
barateamento do crédito, a busca de formas para reduzir o custo da energia e a melhoria da
infraestrutura são todas medidas compensatórias bem-vindas. A retomada da indústria
depende, entretanto, de medidas mais amplas, que envolvam soluções para o alto custo da
tributação, da energia e dos juros bancários, não de mais protecionismo.
Apesar da guerrilha que o governo hoje enfrenta no Congresso, a Frente Parlamentar
poderia liderar movimento para discutir uma verdadeira reforma tributária que permita
uma ampla negociação entre os estados para benefício de todo o país. Há um pacote pronto
para ser discutido entre o governo e os estados. A reforma do Imposto de Circulação sobre
Mercadorias e Serviços (ICMS), a aprovação da Resolução 72/2010, que prevê a
uniformização da alíquota do ICMS interestadual para importações, a repactuação dos royalties
do pré-sal, a desoneração da folha de salários, a dívida dos estados e sua renegociação sem violar
a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), todas essas importantes matérias poderiam ser
colocadas conjuntamente na mesa para uma ampla negociação.
Aproveitando o momento, uma modificação no processo decisório do comércio exterior
com o reforço da Camex e a separação da Alfândega da Receita Federal ajudaria em muito o
setor privado e o funcionamento da economia.

RUBENS BARBOSA é presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

sexta-feira, 23 de março de 2012

VOCÊ E SUAS PARTES - PARASHÁ VAYIKRÁ 5772

"Na época da destruição do Primeiro Beit Hamikdash (Templo Sagrado), D'us instruiu um de seus anjos que fosse a Jerusalém e pintasse a letra "Taf" em sangue na testa de todos os Reshaim (malvados), significando que eles estavam marcados para a morte. Já em relação aos Tzadikim (justos), D'us instruiu o anjo que pintasse em suas testas a letra "Taf" em tinta, indicando que eles seriam poupados da destruição. Então o Atributo da Justiça apresentou-se diante de D'us e questionou:
- Por que os Tzadikim serão poupados da destruição?
- Pois eles cumprem a Minha vontade e andam nos Meus caminhos – respondeu D'us.
- Mas D'us – contestou o Atributo da Justiça – eles convivem com os Reshaim e nada fazem para que eles abandonem as transgressões e voltem aos caminhos corretos! Eles não protestam e nem os criticam.
- Você está certo – explicou D'us – Mas Eu sei que são pessoas tão malvadas que, mesmo se os Tzadikim dessem grandes broncas nos Reshaim e os tentassem trazê-los de volta, não teriam sucesso.
- Você sabe, D'us, pois Seus conhecimentos são infinitos – argumentou o Atributo da Justiça – mas eles não sabiam que se dessem broncas elas seriam ignoradas e cairiam em ouvidos fechados. E mesmo assim não tentaram fazer nada pelos Reshaim.
Aos escutar aquele argumento, D'us foi obrigado a aceitar a acusação do Atributo da Justiça. Imediatamente mandou que o anjo descesse para Jerusalém e marcasse todas as pessoas com o "Taf" em sangue, inclusive os Tzadikim, que nada fizeram pelos Reshaim" (Talmud Shabat 55a)
Há um famoso Midrash (parte da Torá Oral) que compara o povo judeu a um cordeiro. Qual a conexão? Se o cordeiro é atingido em uma parte do corpo, todos os outros órgãos também sentem a pancada e a dor se espalha por todo o corpo. Assim também ocorre espiritualmente com o povo judeu: quando um comete uma transgressão, o povo inteiro sente. Todos os judeus são parte de uma unidade, tanto para o bem, dividindo os méritos conquistados, quanto para o mal, pagando juntos pelas transgressões cometidas.
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Nesta semana começamos o terceiro livro da Torá, Vayikrá. E na Parashá da semana, Vayikrá, a Torá descreve diversos tipos de Korbanót (sacrifícios) que eram oferecidos pelo povo judeu para D'us. Um dos Korbanót chamava-se "Korban Chatat" e era trazido por uma pessoa que havia cometido certos tipos de transgressão. O propósito deste Korban era justamente expiar a pessoa pelo pecado que ela havia cometido.
A Parashá começa com uma regra geral sobre os Korbanót: "Quando um homem dentre vocês oferecer um Korban para D'us, do animal, do gado e do rebanho oferecerá os Korbanót deles" (Vayikrá 1:2). Mas há algo estranho neste versículo, pois ele começa no singular, falando de uma pessoa que oferece um sacrifício para D'us, mas termina no plural, falando de sacrifícios de várias pessoas. O que mudou entre o começo e o final do versículo?
Uma das grandes dificuldades que temos para entender conceitos espirituais é o fato de vivermos em uma sociedade guiada apenas por valores materiais e imediatistas. Quando nos aprofundamos nos ensinamentos da Torá, descobrimos que fomos enganados a vida inteira na nossa forma de ver o mundo. Por exemplo, crescemos com a certeza de que somos seres individuais, desconectados das outras pessoas. E com este pensamento nos tornamos individualistas e competimos contra todos, com todas as nossas forças, para alcançar nossos objetivos. Cada vez mais as empresas, em busca de produtividade e lucro, procuram formas de criar ambientes mais competitivos, resultando em verdadeiras "selvas" dentro dos escritórios, com um tentando engolir o outro em busca de sucesso. Não é suficiente apenas subir para chegar ao topo, também é necessário derrubar a pessoa ao lado.
Já o judaísmo ensina que a idéia de que somos seres individuais é uma grande enganação. Diz o Midrash (parte da Torá Oral) que "todo judeu é fiador dos outros judeus". O que isto significa?
Quando uma pessoa pede dinheiro emprestado, o credor exige sempre uma garantia de que o empréstimo será pago. Uma das maneiras de garantir a devolução do dinheiro é incluir na transação um fiador, isto é, alguém que se responsabiliza pelo devedor. No caso do devedor não pagar a dívida na data combinada, é o fiador que precisa pagar.
O que ocorre quando alguém comete uma transgressão? Ele mancha sua alma. E enquanto a alma estiver suja e manchada, não é possível entrar nos mundos espirituais mais elevados. Portanto, a pessoa precisa limpar sua alma caso ela cometa uma transgressão. Os Korbanót eram uma maneira de expiar pelo pecado e limpar a alma. Atualmente não temos mais os Korbanót, mas ainda podemos limpar nossa alma através do arrependimento sincero. Outra maneira é através dos sofrimentos, tanto sofrimentos físicos neste mundo quanto sofrimentos espirituais depois que sairmos deste mundo. Teoricamente cada um precisaria limpar apenas suas próprias transgressões, mas não é tão simples assim.
Explica o livro Tomer Dvora, do Rav Moshe Cordovero, que todos os judeus estão espiritualmente conectados. Isto significa que dentro da alma de cada pessoa há uma parte da alma de cada judeu do mundo. Portanto, quando cometemos uma transgressão, não apenas manchamos nossa própria alma, mas também parte da alma de todos os judeus. E a parte que nós temos dentro dos outros também é manchada quando alguém comete uma transgressão. Esta nossa parte que está dentro dos outros e se manchou também precisa de expiação. Neste sentido, todo judeu é fiador dos outros judeus, pois a "conta" será dividida entre todos.
Portanto, esta é a explicação da mudança de linguagem utilizada no versículo, que começa no singular e termina no plural. Toda vez que uma pessoa trazia um Korban para expiação de seus pecados, não apenas para si mesma ela trazia, mas para expiação de todo o povo judeu, que havia "participado" com ela em sua transgressão.
Este conceito pode ser extrapolado para outras áreas da vida. Muitas vezes vemos uma pessoa que está feliz por alguma conquista e não sentimos nenhuma alegria por ela. Outras vezes vemos pessoas passando por difíceis sofrimentos e não nos solidarizamos. Isto ocorre por não entendermos que estamos todos conectados e, portanto, as alegrias dos outros são nossas próprias alegrias e as tristezas dos outros são as nossas próprias tristezas. Também devemos nos preocupar com o bem estar das outras pessoas e que todos do povo judeu conheçam um pouco mais da Torá e das Mitzvót. Não adianta apenas nós mesmos conhecermos e andarmos no caminho correto, pois enquanto houver um único judeu afastado da espiritualidade, a "conta" será dividida entre todos.
Esta é a explicação mais profunda da Mitzvá de "Ame ao próximo como a ti mesmo", pois, da mesma forma que nos amamos e cuidamos de nós mesmos, devemos amar e cuidar da parte da nossa própria alma que está dentro de todos os outros judeus do mundo. Se não cuidarmos, na hora do acerto de contas espiritual descobriremos que nosso débito é bem maior do que imaginamos. Por isso, faça sua parte.
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com.br/
Lv1:1-6:7, Is 66:1, 23; 1Pe 2:4-10; Hb. 10:1-18 (Shabat haChodesh)5

Eu topo dividir com os ricos o controle de nossas florestas, mas exijo dividir com eles o controle de suas empresas

Não sobrou na Holanda uma só arvorezinha original. Nada! Nadica!Zero! Há florestas, sim, no país — só que plantadas. Elas ocupam 11% do território (pequeno, eu sei, tanto é que eles roubarem um pouquinho do mar, né? No Bananão, é diferente.Temos 61% de nosso território coberto de vegetação nativa. E, como vocês sabem, há alguns aloprados fartamente financiados que querem diminuir a área plantada para fazer mais floresta.
Traumatizado certamente com a realidade do seu país, o Greenpeace, uma entidade holandesa com ramificações mundo afora, teve uma ideia para o Brasil. Leiam o que informa o Estadão. Volto depois:

Greenpeace que proibir desmatamento com lei popular
O Greenpeace lançou ontem em Manaus, a bordo do seu novo navio, Rainbow Warrior 3, a campanha para a criação de uma lei de desmatamento zero no Brasil. O objetivo é juntar 1,4 milhão de assinaturas para propor uma lei de iniciativa popular ao Congresso, a exemplo da Ficha Limpa. “Há um divórcio entre o que a opinião pública quer e o que os seus representantes estão fazendo”, diz Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia da ONG.
O projeto desenhado pelo Greenpeace traz cinco artigos. O primeiro institui o desmatamento zero, “com a proibição da supressão de florestas nativas em todo o território nacional”. Mas há exceções. Imóveis rurais de agricultura familiar teriam cinco anos, a partir da data da aprovação da lei, para se adequar. Nesse período, os governos deveriam dar incentivo para essas famílias. A lei também não se aplicaria a questões de segurança nacional, defesa civil, pesquisa, planos de manejo florestal, atividades de interesse social, atividade pública específica e de baixo impacto a serem definidas pelo Executivo. A campanha para colher as assinaturas será feita no próprio navio.
O diretor executivo da Rio+20, Brice Lalonde, clamou para que o mundo pense como se não tivesse fronteiras durante a conferência. “Temos de pensar no mundo como um só país.”


Voltei
Ah, entendi! Nossa tarefa é conservar florestas. E a do mundo desenvolvido, suponho, é nos vender manufaturados e até commodities agrícolas… O descaramento dessa gente não tem limites. Quer impor ao nosso país uma lei que não existe em nenhum lugar do mundo.
Lalonde recupera John Lennon e sonha: imaginemos um mundo sem fronteiras, como um só país. Imagino, sim! Dividiremos com os ricos o controle das nossas florestas, e eles dividem conosco o controle de suas empresas. Parece justo! A gente entra com umas toras preservadas — no sentido mais ecológico dos termos —, e eles nos darão participação em seus potentados econômicos. É justíssimo!

Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

quinta-feira, 22 de março de 2012

Líder muçulmano diz: Destruam todas as igrejas

Obama silencia enquanto o grão-mufti da Arábia Saudita mira no Cristianismo
Se o papa pedisse a destruição de todas as mesquitas na Europa, a gritaria seria cataclísmica. Especialistas iriam atacar a Igreja Católica sem dó nem piedade, a Casa Branca prontamente iria apresentar uma declaração de profunda preocupação, e manifestantes no Oriente Médio matariam uns aos outros em sua revolta. Mas quando o líder mais influente no mundo muçulmano lança uma fatwa (decreto islâmico) para destruir as igrejas cristãs, o silêncio é ensurdecedor.
No dia 12 de março, o xeique Abdul Aziz bin Abdullah, o grão-mufti da Arábia Saudita, declarou que é “necessário destruir todas as igrejas da região”. A decisão veio em resposta a uma dúvida de uma delegação do Kuwait sobre a legislação proposta para evitar a construção de igrejas no emirado. O mufti baseou sua decisão em uma história de que em seu leito de morte, Maomé declarou: “Não deve haver duas religiões na Península [árabe]”. Essa passagem tem sido muito usada para justificar a intolerância no reino saudita. Igrejas sempre foram proibidas na Arábia Saudita, e até recentemente judeus não eram sequer permitidos no país. Aqueles que desejam adorar da maneira de sua escolha devem fazê-lo escondido, em privado, e mesmo assim a polícia da moral é conhecida por aparecer inesperadamente e interromper a adoração.
Esse líder islâmico não é um pequeno imam radical tentando atiçar seus seguidores com discursos de ódio excessivo. A decisão tomada foi uma decisão pensada, determinada e específica de um dos mais importantes líderes do mundo muçulmano. A decisão não apenas cria uma obrigação religiosa para aqueles sobre os quais o mufti tem autoridade direta, como é também um sinal para outros no mundo muçulmano de que destruir igrejas é não só permitido, mas obrigatório.
O governo de Obama ignora esses tipos de provocações por sua conta e risco. A Casa Branca colocou a aproximação internacional aos muçulmanos como prioridade de sua política externa num esforço para promover a imagem dos Estados Unidos como uma nação amiga do islamismo. Isso está sendo feito à custa da defesa dos direitos humanos e liberdades religiosas dos grupos minoritários no Oriente Médio. A região é uma encruzilhada crucial. Radicais islâmicos estão liderando a maré política contra a velha ordem autoritária e secularista. Eles estão testando as águas na sua relação com o mundo exterior, à procura de sinais do quão longe eles podem ir ao impor a sua visão radical de uma teocracia baseada na lei islâmica. Ignorar as declarações provocativas, como a do mufti, envia um sinal para esses grupos de que eles podem se engajar em um tipo de fanatismo e violência anticristã, sem consequências.
A campanha do sr. Obama para se aproximar do mundo muçulmano não conseguiu gerar a boa vontade que ele esperava. Em parte, isso foi porque ele sentiu que era melhor favorecer o preconceito do que impor respeito. Quando os membros da elite islâmica pedem o equivalente religioso da limpeza étnica, o líder do mundo livre deve responder, ou arriscar legitimar a opressão que se segue. Os Estados Unidos não deveriam se curvar aos mandos extremistas do grão-mufti, não importa quão desesperada a Casa Branca esteja para que ele goste dos americanos.
Traduzido por Eliseu P. L. J. do artigo do Washington Times: Destroy all churches

terça-feira, 20 de março de 2012

Delfim: indústria de transformação está sendo 'depenada'

Para economista, redução dos juros não é suficiente para dar estímulo ao setor e a única saída são as reformas estruturais
Diante dos acalorados debates sobre o protecionismo, o economista e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto tomou a palavra nesta terça-feira para expressar sua opinião sobre a desindustrialização decorrente da perda de competitividade frente a produtos importados. "A indústria de transformação brasileira só cresceu 0,1% porque os empresários não compareceram ao trabalho", disse, ironicamente, para depois completar: "A indústria de transformação do Brasil está sendo depenada."
As declarações do ex-ministro foram feitas após debate sobre possíveis mudanças na remuneração da caderneta de poupança, realizado na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), na capital paulista. No evento, Delfim Netto alertou que o parque industrial brasileiro precisa ganhar competitividade a partir de reformas estruturais - como a fiscal, a trabalhista e a política. A discussão, segundo ele, não se limita a discutir apenas a redução da taxa de juros.
Uma delas, por exemplo, é a alta carga tributária do país. O ex-ministro, no entanto, se mostrou cético quanto à redução expressiva dos impostos. "É um sonho da gente achar que o Brasil vai baixar sua carga tributária", afirmou. "A Constituição do Brasil tem um objetivo quase utópico: saúde e educação universais e gratuitas. Isso significa dar igualdade e oportunidade a todo cidadão e isso exige impostos mais altos."
A solução, disse o ex-ministro Delfim Netto, está no aumento da eficiência nos gastos públicos.
(Com Agência Estado)

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/delfim-industria-de-transformacao-esta-sendo-depenada

sábado, 17 de março de 2012

A ajuda à indústria deve ser vinculada à produtividade

O Estado de S. Paulo

Editorial Econômico

O governo parece ter-se convencido da necessidade

de ajudar na recuperação do setor industrial

Atendeu, no possível, aos pleitos de melhor política cambial, e a desoneração da folha de
pagamentos encontra-se em estudos. Os exportadores, por sua vez, ficaram isentos, sob condição,
do pagamento do IOF sobre as operações de adiantamentos de receitas de exportação.
No entanto, algumas dessas facilidades ainda não são suficientes para o que se deseja, e
outras estão condicionadas a muitas exigências.
Desde que o Banco Central (BC) começou a dar prioridade à redução da taxa de juros, por meio
da manipulação da taxa Selic, a indústria tem sido atendida numa das suas mais prementes
reivindicações: a dos juros. Porém ela não vai desfrutar de muitos benefícios nessa área,
pois nas operações mais caras, que são os investimentos, ela já contava com um juro de 6%
- como Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), oferecida pelo BNDES. Por isso, desde que o
BC acenou com a Selic de 9%, frustrou-se uma expectativa das empresas que pensavam
numa Selic no nível da TJLP - como aventara o ministro Guido Mantega.
A taxa cambial é um dado essencial para a indústria se proteger contra o excesso de importações,
mas, ao mesmo tempo, deve permitir que a indústria importe a preços toleráveis não só
equipamentos, como bens intermediários. Parece que a maioria das empresas industriais considera
como adequado R$ 1,80 por dólar - taxa que tem prevalecido nas últimas semanas. No entanto,
isso varia bastante segundo o setor de atividade. Alguns acham "ótima" uma taxa de R$ 2,30,
um nível inaceitável para grande parte dos industriais.
Já a ideia de como desonerar a folha também não é aplaudida por todos os setores.
Os que operam com pouca mão de obra não estão dispostos a pagar um imposto
sobre o seu faturamento para substituir o atual sistema de encargos.
Além disso, a desoneração, como a vê o governo, teria de se vincular ao compromisso
da empresa de manter o nível de emprego. Com a alta do salário mínimo, em janeiro,
que repercute sobre todos os salários, isso será muito difícil de ser cumprido. E, em
muitos casos, as indústrias até preferirão despedir empregados e investir em equipamentos.
A desoneração deveria, pois, ser condicionada não a manter o nível de pessoal ocupado,
mas à apresentação de um projeto de modernização de equipamentos e processos
que tenha efeito sobre a produtividade, isto é, sobre a capacidade de competir no
mercado internacional.

sexta-feira, 16 de março de 2012

DÊ O EXEMPLO – PARASHIÓT VAYAKEL E PEKUDEI 5772

"Paulo, torcedor fanático de futebol, levava seus dois filhos para o jogo do seu time do coração. Na bilheteria, perguntou o preço do ingresso.
- Acima de 12 anos o ingresso é R$ 20,00. Entre 7 e 12 anos o ingresso custa R$ 10,00. Até 6 anos a entrada é gratuita - informou o rapaz da bilheteria.
O rapaz viu os dois garotos, pareciam pequenos. Perguntou a idade deles, com a certeza de que o pai responderia que os dois tinham menos de 6 anos. Mas, para sua surpresa, Paulo respondeu:
- Um deles tem quatro e o outro tem sete anos.
- O senhor poderia ter dito que o mais velho tem só 6 anos - disse o rapaz da bilheteria - Ele é pequeno, eu não desconfiaria. Assim você teria economizado 10 reais.
Paulo abriu um sorriso e respondeu:
- Você talvez nunca ficaria sabendo a idade verdadeira, mas meus filhos com certeza sabem. E o mau exemplo ficaria gravado na cabeça deles para sempre. Eu ganharia 10 reais, mas perderia muito mais. Perderia a incrível oportunidade de ensinar a importância da honestidade para os meus filhos"
Reclamamos da desonestidade dos políticos e dirigentes. Abominamos as notícias de desvios de dinheiro e corrupção. Mas será que somos honestos nos nossos atos cotidianos? Que exemplo passamos aos nossos filhos quando fazemos nossos pequenos atos de "malandragem"?
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Nesta semana lemos duas Parashiót juntas, Vayakel e Pekudei, terminando o segundo livro da Torá, Shemót. Enquanto as Parashiót Terumá e Tetzavê descreveram com detalhes todas as ordens de D'us de como deveria ser a construção do Mishkan (Templo Móvel), isto é, as instruções teóricas, nas Parashiót lidas nesta semana são descritos todos os detalhes da execução do Mishkan na prática.
O Mishkan foi construído com materiais nobres, como ouro, prata e pedras preciosas. De onde vieram todos estes materiais? Foram doados pelo povo judeu. Apesar de serem materiais muito caros, os judeus não mediram esforços e, com enorme boa vontade, doaram todos os materiais necessários.
Na verdade, a generosidade do povo judeu foi tão grande que Moshé, avisado pelos artesãos responsáveis pela construção do Mishkan, pediu para que o povo parasse de doar, já que a quantidade necessária de materiais havia sido atingida. Após o anúncio de Moshé, a Torá traz um versículo interessante: "E o trabalho (de doação do povo) era suficiente para todo o trabalho, para fazê-lo. E sobrou" (Shemot 36:7). Este versículo desperta duas grandes perguntas. Em primeiro lugar, há uma enorme contradição, pois se o versículo diz que havia suficiente, por que logo depois diz que sobrou? Além disso, o que foi feito com estas sobras?
Os materiais doados foram utilizados em todas as partes do Mishkan. Na estrutura, nos utensílios, nos tecidos e nas roupas dos Cohanim (sacerdotes). Mas o maior desejo das pessoas era que sua doação fosse utilizada na construção do Aron Hakodesh (Arca Sagrada), utensílio que continha as tábuas dos 10 mandamentos e o Sefer Torá escrito pessoalmente por Moshé Rabeinu. Este utensílio era tão importante que ficava no "Kodesh Hakodashim", o lugar mais sagrado dentro do Mishkan, onde apenas o Cohen Gadol (Sumo sacerdote) podia entrar, e somente em Yom Kipur, o dia mais sagrado do ano. Moshé começou a se preocupar com os doadores dos materiais que, ao passarem pelo Mishkan, pensariam: "com o meu ouro foi feito o Aron Hakodesh", o que causaria neles um sentimento de Gaavá (orgulho).
Mas será que Moshé realmente precisava se preocupar? E se o povo sentisse Gaavá, qual o problema? Ensina o livro Orchot Tzadikim (Psicologia dos Justos) que a Gaavá é considerada por D'us uma abominação. A pessoa orgulhosa se sente melhor que os outros e acaba achando que não precisa nem mesmo de D'us. E assim D'us diz sobre os orgulhosos: "Eu e ele não podemos viver no mesmo mundo". Portanto, se as pessoas que doaram os materiais para o Mishkan sentissem Gaavá, isto seria uma grande contradição com o propósito de sua construção. O Mishkan era uma morada para D'us, isto é, uma maneira de trazer a presença Divina para o mundo material, e definitivamente as pessoas orgulhosas e a presença de D'us são duas coisas que não combinam.
Moshé não ficou de braços cruzados vendo o povo judeu transgredir. O que ele fez para ajudar o povo a não sentir Gaavá? Ele propositalmente pediu que as pessoas doassem um pouco a mais de material do que era necessário para a construção. O que sobrou foi empilhado e deixado em um local bem visível, onde todos que passavam pelo Mishkan podiam enxergar. Por que? Para que, quando vissem, pensassem que era sua doação que não havia sido aceita por D'us. Isto "derrubava" o coração da pessoa, pois ela imaginava que D'us estava descontente por alguma transgressão que ela havia cometido. A consequência é que a pessoa se arrependia de todas as suas transgressões e colocava humildade em seu coração, fugindo da terrível característica de Gaavá.
Quando pensamos nas características de um líder, infelizmente as primeiras idéias que vêem à nossa cabeça são corrupção, desejo pelo poder e interesses próprios. Parece que o normal é um líder não se importar de verdade com o seu povo. Mas a Torá nos deu um presente: um modelo de um líder verdadeiro, que nos ensinou, não apenas com suas palavras, mas principalmente com seus atos, quais características um verdadeiro líder deve possuir.
Em primeiro lugar, o que nos chama a atenção é a honestidade de Moshé. Assim diz o versículo sobre a doação dos materiais nobres: "E pegaram da frente de Moshé toda a doação que trouxeram os Filhos de Israel" (Shemot 36:3). O que significa "da frente de Moshé"? As pessoas traziam suas doações para a tenda de Moshé e de lá eram levadas para o local da construção do Mishkan. Se Moshé quisesse ser desonesto, poderia pegar o que quisesse para si mesmo, pois estava tudo na porta de sua casa. E ele poderia pegar sem peso na consciência, bastava convencer a si mesmo que merecia enriquecer por todo seu esforço em prol do povo judeu.
Mas Moshé venceu qualquer tipo de tentação. Além de não pegar absolutamente nada para si mesmo, Ele ainda avisou quando as doações já estavam suficientes, para que as pessoas parassem de doar. E a Torá ainda ressalta que Moshé, apesar de estar acima de qualquer suspeita, fez questão de prestar contas de todos os gastos, mostrando que tudo o que foi doado foi devidamente utilizado na construção do Mishkan, como está escrito "Estas são as contas do Mishkan..." (Shemot 38:21).
Em segundo lugar, nos impressiona a preocupação verdadeira de Moshé com o povo. Se as pessoas iriam sentir Gaavá, o que ele perderia com isso? Nada. Porém, ele se preocupou com o povo e fez de tudo para afastá-los das transgressões. Isto demonstra o grande amor de Moshé pelo povo judeu e a responsabilidade que ele sentia de ser, antes de tudo, um grande professor e educador do povo. Sua preocupação com o bem estar das pessoas era verdadeira e sincera, como deve ser a de um líder de verdade.
Na realidade estes ensinamentos não são apenas para os líderes. A honestidade e a preocupação com o próximo devem ser as bases de todo ser humano. Julgamos os políticos desonestos e interesseiros, mas se estivéssemos lá, será que faríamos diferente? Como nos comportamos nos pequenos testes do cotidiano? Quando recebemos troco a mais no banco, quando estamos presos no congestionamento e vemos o acostamento completamente livre, quando temos a oportunidade de falar pequenas mentiras para ganhar um pouco mais de dinheiro, como reagimos? São estes os momentos nos quais podemos verificar se somos realmente tão honestos como pensamos ou se há ainda um grande trabalho pela frente.
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm
http://ravefraim.blogspot.com/

Vaiak’hêl   Ex. 35:1-38:20, Hb. 9:1-11
Pekudêi    Ex. 38:21-40:38, Hb. 8:1-12 (Shabat Pará)4
 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Kátia Abreu vai ao Fórum Mundial da Água e propõe que todo o mundo adote Áreas de Preservação Permanentes. Agora eu espero que o Greenpeace e a Marina apoiem essa causa — ou digam por que não!

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) participa do 6º Fórum Mundial da Água, que acontece em Marselha, na França. Ontem, ela deve ter deixado alguns europeus, todos amigos da natureza, das ONGs e de Marina Silva — além, claro, de partidários do bem, do belo e do justo — mudos. Falando em nome da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que ela preside; da Embrapa e da ANA (Agência Nacional de Água), Kátia propôs que todos os países do mundo criem Áreas de Preservação Permanente, a exemplo das que existem no Brasil.
Sim, queridos! APPs como as nossas — seja no código em vigor, seja no que pode ser aprovado — só existe mesmo no Bananão. Aqui e ali, jornalistas, pautados por ONGs, tentam negar essa evidência, afirmando que todos os países contam com legislação ambiental e coisa e tal. Sim, quase todos. APPs como as que temos — e ocupando o percentual que ocupa do nosso território — só aqui!
Não, não era cinismo de Kátia! Sua proposta é feita a sério. Ela defendeu a necessidade de que todos os países, inclusive os europeus, protejam suas encostas, nascentes e margens de rios. “Não estamos aqui para acusar ninguém; cada país tem sua realidade histórica. O que nós precisamos fazer neste momento é, com humildade, unir os nossos conhecimentos e nossos esforços para corrigir os erros”, afirmou a senadora, segundo trecho de sua fala divulgada por sua assessoria. “O Brasil tem uma lei rigorosa e minuciosa de preservação da vegetação nativa nas margens, encostas e nascentes. Então, por que não compartilhar esse modelo com o mundo? Queremos que, na ‘Rio +20′, outros países possam aderir a esse conceito e seguir em busca de uma legislação”.
É isso aí.
GreenpeaceNo dia 10 de outubro do ano passado, passei aqui uma carraspana no Greenpeace, que decidiu fazer lobby na imprensa, o que é bico, afirmando que se tratava de uma mentira essa historia de que o só o Brasil tem APP. Ao tentar provar o que disse, só conseguiu demonstrar que era mesmo tudo verdade. Reproduzo parte daquele post. Se você se lembra do que vai aí (a exposição da farsa é um tantinho longa), vá para o último parágrafo.
TRECHO DO POST DE 10 DE OUTUBROPois bem, esses patriotas sem pátria [Greenpeace] decidiram promover um estudo para saber se, de fato, o Código Florestal brasileiro era uma jabuticaba. O objetivo dos valentes era provar que essa era uma afirmação dos reacionários, dos ruralistas e das pessoas malvadas, como eu. Não omito nada dos leitores, como sempre. Reproduzo a introdução que os próprios promotores do levantamento escreveram. Nada depõe mais contra esses caras do que aquilo que eles próprios produzem. Leiam o que segue em vermelho. Volto depois.
“Numa tarde de fim de junho deste ano, durante reunião da Campanha Amazônia do Greenpeace, o tema da exclusividade nacional do Código Florestal voltou à mesa. O assunto tinha assumido grande relevância durante o processo de votação do projeto de lei que altera o código na Câmara Federal. Havia dados e informações sobre a questão, mas em volume insuficiente para concluir se o nosso código era de fato uma peça única de legislação florestal. E quem poderia produzir um estudo mais definitivo sobre o tema? O nome que se ouvia, quase sempre, era o mesmo: Proforest. O Greenpeace correu atrás.
O Proforest, afiliado à Universidade de Oxford, na Inglaterra, é uma autoridade global em florestas e uma fonte inesgotável de estudos sobre o tema. Sua equipe topou o desafio de examinar a questão. E alistou na empreitada o Imazon, um dos mais respeitados centros de produção de conhecimento sobre a Amazônia brasileira. Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior do Imazon, ajudou na especificação e convocou sua equipe para revisar o estudo final. O resultado do trabalho traz informações relevantes para o debate sobre as mudanças no Código Florestal, que está agora sendo examinado pelo Senado.
Ele conclui que o nosso código está longe de ser uma jabuticaba. Há muitas outras nações com leis igualmente rígidas de proteção florestal. Além de desmistificar a exclusividade do “protecionismo” nacional no tema florestal, o estudo também cumpre o relevante serviço de demonstrar que, desde o século passado, é o fim do desmatamento - e não a terra arrasada - que virou sinal de desenvolvimento.”
Leiam o estudo enquanto está no ar. Tão logo percebam o que fizeram, eles devem tirá-lo. Já providenciei uma cópia pra mim. O que vai acima é uma mentira grotesca. O levantamento indica que o Código Florestal é, sim, uma jabuticaba. Não existe nada tão restritivo no mundo - e, reitero, isso inclui o texto de Aldo Rebelo. O levantamento feito pelo Proforest e pelo Imazon compreende 11 países, com economias e graus de desenvolvimento os mais diversos. O objetivo é provar que todos são muito severos com o meio ambiente. São mesmo? Pois eu proponho trocar o nosso Código, o que está em vigência e o que vai ser votado pela legislação, pela lei de qualquer um deles. Os proprietários rurais brasileiros certamente topariam. Só que não haveria um só daqueles países que aceitasse a legislação brasileira. Seus respectivos governo diriam: “Vocês enlouqueceram?” Pois eu, agora, começo uma campanha: vamos trocar o nosso Código com o da Holanda, o da Suécia ou o da Alemanha… Eu quero as mesmas leis vigentes nos países dessas ONGs bacanas e de seus financiadores.
Por que digo isso?
Se vocês acessarem o documento, verão que há uma síntese da legislação dos locais estudados. ATENÇÃO: NÃO EXISTE ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE em lugar nenhum! Não há local no Globo terrestre em que a atividade econômica seja proibida em lei - o Brasil é a exceção! O máximo que fazem esses países é exigir precondições, reservando-se o direito de dar ou não autorização. PROIBIÇÃO PRÉVIA??? Não! Nunca!
O Brasilzão velhode de guerra tem apenas 27,7% do seu território ocupados por agricultura, pecuária e afins - produção de comida, em suma, e derivados da agricultura. São dados do IBGE. Outros 11,3% abrigam cidades - que hoje concentram mais de 80% de uma população de quase 200 milhões - e obras de infraestrutura. O resto é composto de vegetação nativa, rios, praias, mangues etc e tal, tudo intocado ou quase: 61¨%. Não há no mundo nada parecido! Vejam, no caso dos 11 países estudados, o quadro com a porcentagem do solo ocupado por florestas (não é bem isso; já digo por quê) e a caracterização do que é “floresta primária” (aquela original, intocada ou recomposta) e o que é “floresta plantada”. Atenção para a realidade da Holanda, terra do Greenpeace, e do Reino Unido, um verdadeiro ninhal de ONGs que querem decidir o destino do Brasil ou da Indonésia…
País% do territ. c/ floresta Floresta
original
Floresta
replantada
Tem
APP?
Holanda11%0%100%Não
R.Unido12%23%77%Não
Índia23%85%15%Não
Polônia30%05%95%Não
EUA33%92%08%Não
Japão69%59%41%Não
Suécia69%87%13%Não
China22%63%37%Não
França29%90%10%Não
Alemanha32%52%48%Não
Indonésia52%96%04%Não
Vejam que espetáculo! Na Holanda, não sobrou da mata original um miserável graveto. Dos 11% do território do que seriam a cobertura vegetal nativa, 100% são florestas replantadas! Eles haviam acabado com literalmente tudo. O Reino Unido, que também gosta de dar conselhos, é muito eloquente: apenas 23% dos 12% com cobertura florestal são mata original; todo o resto (77%) é floresta plantada. Mas atenção! Nada menos de 64% desses 77% são compostos de espécies introduzidas, que não são nativas da região.
Não se deixem impressionar pela grande cobertura vegetal de Suécia e Japão. São áreas impróprias para a agricultura, pecuária ou qualquer outra atividade. A geografia e o clima não permitem outra coisa.
Da pilantragem à canalhice intelectualFalei de pilantragem intelectual. Mas ela pode subir alguns graus e virar canalhice. Ora, áreas de exploração de madeira, no Brasil, não são consideradas cobertura florestal. Se fossem, então o país teria menos de 27,7% de seu território economicamente explorado! Os proprietários brasileiros são obrigados a manter áreas de preservação dentro de suas propriedades, ONDE NENHUMA ATIVIDADE É PERMITIDA. Na hora, no entanto, de apontar a cobertura florestal daqueles 11 países, usaram um critério diferente. Leiam o que segue; vejam se os proprietários brasileiros não gostariam de uma legislação assim (segue trecho em vermelho do documento):
“Embora existam poucas possibilidades para a conversão de florestas em áreas privadas nos países analisados, seus donos têm o direito de administrar áreas florestais para a extração de madeira ou de outros produtos florestais não-madeireiros. Em alguns países, os proprietários são obrigados inclusive a se envolver no manejo ativo da floresta, definindo um plano para sua gestão e realizando regularmente sua manutenção e a colheita de produtos florestais. O tipo de exploração permitida varia entre os países, dependendo da ecologia das suas respectivas florestas. A derrubada de árvores é mais frequentemente usada em florestas boreais. O corte em grupo ou o seletivo são mais comuns em florestas temperadas e tropicais. A regeneração das áreas manejadas também varia entre a regeneração natural e o replantio.”
Conservação financiada
Em todos os países analisados - até mesmo na pobre Indonésia -, há incentivo em dinheiro para quem mantém a cobertura vegetal de sua propriedade. O Brasil começa a debater esse assunto com o código de Aldo Rebelo. Por aqui, essas mesmas ONGs que elogiam esse expediente querem é punir os proprietários com multas ou, na prática, promover uma verdadeira expropriação, proibindo a continuidade de culturas centenárias em áreas que passaram a ser consideradas de preservação permanente.
Para eles, elogios; para o Brasil, críticas. Ou: estômago forteÉ preciso ter estômago forte para ler determinadas coisas. As ONGs tratam o Brasil, com 61% do território intocado ou quase (seria mais do que isso caso se empregassem os critérios com os quais se analisa a Europa), como um desmatador compulsivo. E vejam para quem sobram elogios:
“Outros países analisados tais como França, Alemanha e Japão foram muito mais bem-sucedidos na manutenção de suas coberturas florestais, indicando que eles passaram pela fase de estabilização da transição florestal com uma proporção muito maior de florestas. Isto é, esses países sempre mantiveram grande proporção de seus territórios com cobertura florestal. Esses países têm, normalmente, uma cobertura florestal total superior, equivalente a um a dois terços da área de floresta original, e também uma maior proporção de florestas naturais ou seminaturais.”
Mas vejam o que eles mesmos dizem sobre a elogiada França:“Os principais regulamentos que regem a silvicultura na França são o Código Florestal (1979) e a Lei de Orientação Florestal (2001). Ambos os regulamentos afirmam que “ninguém tem o direito de converter suas florestas sem primeiramente obter uma autorização administrativa”26. Proprietários florestais necessitam fazer um estudo de impacto ambiental (EIA) quando buscam permissão para converter as florestas, especialmente se a área for maior a 25 hectares. Caso a área tenha menos do que 25 hectares é exigido um estudo de impacto ambiental menos rigoroso. Florestas públicas ou florestas privadas não podem ser convertidas sem uma autorização administrativa rigorosa e especial e todos os proprietários de florestas com áreas maiores de 25 hectares necessitam apresentar um plano de manejo, o que inclui um sistema de corte e replantio. Esses planos precisam promover reflorestamento, planejamento e conservação das áreas. Proprietários florestais com uma área de pelo menos 4 hectares são obrigados a reflorestar dentro de um período de 5 anos após o corte raso ou quando não há possibilidade de regeneração natural adequada.”
Ou por outra: proprietários de até quatro hectares não têm obrigação nenhuma; os de 4,1 a 25 hectares têm condições muito brandas, e só acima de 25 hectares ficam submetidos a uma controle mais rígido. Mas atenção; É CONTROLE RÍGIDO PARA PODER MEXER NA FLORESTA, NÃO PARA TORNÁ-LA UM SANTUÁRIO! Essas áreas manejáveis, de onde se extrai madeira, é considerada “floresta” na França…
Outro momento muito ilustrativo do texto admite, de modo quase vexado:
“Alguns países incluídos no estudo como Reino Unido, Holanda e China já tinham perdido uma proporção muito elevada de suas florestas no início do século XX. Como resultado, todos eles embarcaram em amplos programas de reflorestamento. Até agora têm obtido algum grau de sucesso, especialmente a China, mas a área total de cobertura florestal continua a ser limitada e a proporção de florestas naturais ainda é pequena.”
Ó, não me diga! Ninguém torra a paciência da China porque não se mexe com quem dá as cartas. E o país ignoraria mesmo, como ignora, qualquer pressão. Quanto à Holanda e ao Reino Unido, dizer o quê? Não é fabuloso que se pregue REFLORESTAMENTO em um país que tem dois terços de seu território desocupados e que não se faça o mesmo naqueles que têm, respectivamente, 89% e 88% de ocupação?
O Greenpeace encomendou um estudo, como eles mesmos deixaram claro, para provar uma tese e conseguiram provar o contrário: a legislação ambiental brasileira é uma jabuticaba que não seria aceita em nenhum país do mundo. O Brasil, mesmo com o código de Aldo Rebelo, segue sendo a ÚNICA REGIÃO do Globo que comporta áreas em que é proibido produzir. Coisa igual só em Chernobil.
VOLTO A 14 DE MARÇO DE 2012Kátia é uma senadora e uma líder de categoria corajosa. A proposta está feita. Resta agora a países sempre tão preocupados com as nossas florestas demonstrar por que o que é bom para nós (e para o mundo) não seria bom para eles (e para este mesmo mundo). A senadora não pretende, com isso, acabar com as nossas APPs, na linha “Ou todos têm ou ninguém”. Ela realmente está empenhada em ver áreas de preservação permanentes espalhadas mundo afora.
Espero que o Greenpeace e que Marina Silva abracem esta causa.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/katia-abreu-vai-ao-forum-mundial-da-agua-e-propoe-que-todo-o-mundo-adote-areas-de-preservacao-permanentes-agora-eu-espero-que-o-greenpeace-e-a-marina-adotem-essa-causa-%e2%80%94-ou-digam-por-que-nao/

Produtores brasileiros defendem divulgação de pesquisas científicas para promover agricultura sustentável e proteger meio ambiente

Canal do ProdutorAssessoria de Comunicação CNA

Os produtores rurais brasileiros estão comprometidos em buscar apoio da ciência para defender o meio ambiente. Uma das palestrantes no “Painel de alto nível sobre Água e Segurança Alimentar” do 6º Fórum das Águas, que se realiza em Marselha, na França, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu a ampla divulgação de pesquisas científicas que permitam preservar o meio ambiente e aumentar a produção de alimentos.
“Os novos conceitos sobre as questões ambientais precisam ser amplamente divulgados para as sociedades e também para os produtores, sem exageros e de forma transparente”, disse a presidente da CNA. Segundo ela, “é sempre tempo de olhar para o futuro, corrigir os erros eventualmente cometidos, sem criminalizar, sem penalizar as questões passadas”.
O Brasil foi o primeiro país do mundo a incluir a preservação dos recursos hídricos dentro da legislação ambiental. Uma das mais rigorosas do mundo, a lei brasileira obriga os produtores rurais a manter Áreas de Preservação Permanente (APPs) para preservar matas ciliares, nascentes e áreas de forte recarga de água.
“E não lamentamos mais isso. Só lamentamos por um período, quando não conhecíamos a importância e a necessidade de preservação das matas ciliares”, destacou. “A CNA buscou o apoio da ciência, dos pesquisadores, para aprender e repassar o conhecimento aos produtores, recuperando o tempo perdido e mostrando a importância da preservação da água”, afirmou a senadora Kátia Abreu.
No painel, que reuniu atores influentes do cenário internacional - como o ministro da Agricultura da França, Bruno Le Maire, o presidente do Conselho Internacional de Segurança Alimentar, Olaniran Yaya, o ex-diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michel Camdessus, o diretor assistente para meio ambiente da FAO, Alexandre Muller -, a presidente da CNA voltou a defender a proposta de que o mundo adote normas vinculantes que estabeleçam áreas de preservação permanente, as APPs, para proteger os recursos hídricos mundiais.
“Estamos aqui para mostrar nossa preocupação com o presente e principalmente com o futuro, não só do Brasil, mas de todo o planeta”, disse a senadora, destacando que a agricultura brasileira, uma das maiores do mundo, foi construída em apenas 27,7% do território nacional.
O País preserva 61% de suas florestas nativas originais e produz 12% da água doce do mundo.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Biblioteca israelense disponibiliza documentos teológicos de Newton

Aron Heller
JERUSALÉM, Israel (Associated Press) — Ele é considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos. Mas Sir Isaac Newton também foi um influente teólogo, que aplicou a abordagem científica ao estudo das Escrituras e do misticismo hebreu e judeu.
Agora a Biblioteca Nacional de Israel, dona de uma enorme coleção de escritos de Newton, digitalizou sua coleção teológica (cerca de 7.500 páginas escritas a mão) e as disponibilizou online. Entre os textos amarelados está a famosa previsão de Newton do apocalipse em 2060.
Newton revolucionou a Física, a Matemática e a Astronomia nos séculos XVII e XVIII, lançando as bases de grande parte da mecânica clássica, como o princípio da gravitação universal e as três leis do movimento que levam seu nome.
No entanto, o curador da coleção de Ciências Humanas da Biblioteca Nacional de Israel afirma que Newton era um cristão devoto, que abordou muito mais a Teologia do que a Física, e acreditava que a Bíblia fornecia um “código” para o mundo natural.
“Hoje em dia, tendemos a fazer uma distinção entre ciência e fé, mas para Newton era tudo parte de um mesmo mundo”, afirma Milka Levy-Rubin. “Ele acreditava que o estudo cuidadoso dos textos sagrados era um tipo de ciência, que se analisado corretamente poderia prever o que estava por vir”.
Dessa forma, ele aprendeu a ler em hebraico, percorreu a Bíblia e se aprofundou no estudo da Filosofia Judaica e do misticismo da Cabala e do Talmude (um compêndio da lei oral judaica e histórias de cerca de 1500 anos).
Por exemplo, Newton baseou seu cálculo do fim dos dias na informação coletada no Livro de Daniel, que projetou o apocalipse para 1260 depois. Newton calculou que sua contagem começou com a coroação de Carlos Magno como imperador romano no ano 800.
Os textos abordam assuntos como interpretações da Bíblia, Teologia, a história de culturas antigas, o tabernáculo e o templo judeu.
A coleção também contém mapas esboçados por Newton para ajudá-lo nos seus cálculos e tentativas de revelar a sabedoria secreta que ele acreditava estarem codificada neles.
Ele tentou prever como seria o fim dos dias, e o papel que os judeus desempenhariam quando ele chegasse. A curiosidade objetiva de Newton com o judaísmo e a Terra Santa contrastou com o sentimento antissemita expressado por muitos expoentes acadêmicos do cristianismo da época, afirma Levy-Rubin.
Ele tinha grande interesse pelos judeus, e não encontramos expressões negativas para com os judeus nos seus escritos”, afirma Levy-Rubin. “Ele declarou que os judeus mais cedo ou mais tarde iriam retornar à sua terra”.
Como essa enorme coleção de trabalhos foi parar nas mãos do estado judaico parece místico por si só.
Anos após a morte de Newton em 1727, seus descendentes deram seus manuscritos científicos à sua alma mater, a Universidade de Cambridge.
Mas a universidade rejeitou os seus manuscritos não científicos, então a família os leiloou na casa de leilões Sotheby’s em Londres em 1936. Por acaso, outra casa de leilões famosa de Londres, a Christie’s, estava oferecendo uma coleção de arte impressionista que chamou muito mais atenção.
Apenas dois lançadores sérios se interessaram pela coleção de Newton naquele dia. O primeiro foi o renomado economista britânico John Maynard Keynes, que comprou os manuscritos de alquimia de Newton. O segundo foi Abraham Shalom Yahuda, um pesquisador de estudos orientais judaicos, que levaram os escritos teológicos de Newton.
A coleção de Yahuda foi legada à Biblioteca Nacional de Israel em 1969, anos após sua morte. Em 2007, a biblioteca exibiu os papeis pela primeira vez, e agora elas estão disponíveis para todos online.
A coleção contem páginas e mais páginas da letra cursiva de Newton em pergaminhos desbotados em inglês do século 18, com palavras como “similitude”, “prophetique” e “Whence” (“donde”).
Duas versões impressas em letras de forma modernas também estão disponíveis para mais fácil leitura: Uma “diplomática”, que inclui mudanças e correções feitas por Newton ao manuscrito original, e uma versão “limpa”, que incorpora as correções.
Todos os textos estão ligados ao Projeto Newton, organizado pela Universidade de Sussex, na Inglaterra, e inclui outras coleções dos escritos de Newton.
A biblioteca israelense diz que os manuscritos ajudam a esclarecer a ciência de Newton, assim como sua pessoa.
“No que diz respeito a Newton, sua abordagem da História era tão ciência quanto à da Física. Sua visão de mundo era que o seu ‘laboratório’ para entender a história era a Bíblia”, afirma Levy-Rubin. “Sua fé não era menos importante para ele do que sua ciência”.

Traduzido por Luis Gustavo Gentil do artigo da Associated Press: Israeli library uploads Newton’s theological texts
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terça-feira, 13 de março de 2012

Uma proposta brasileira para o mundo

Canal do Produtor

Assessoria de Comunicação da CNA

A Missão da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, liderada pela presidente da entidade, senadora Kátia Abreu, está em Marselha, na França, onde participa do 6º Fórum Mundial da Água


O 6º Fórum Mundial da Água começou hoje, 12 de março. Em parceria com a Embrapa e a Agência Nacional de Águas - ANA, a CNA vai lançar a proposta de Área de Proteção Permanente (APP) para o mundo. A idéia é propor um debate sobre a proteção das nascentes, de margens de rios e das áreas de recarga dos aqüíferos que, no Brasil, se chamam Áreas de Preservação Permanente (APPs).
Katia Abreu vai apresentar a proposta durante a palestra “Agronegócio Brasileiro: Construindo Soluções para Proteção e Uso Sustentável da Água no Campo”, nesta terça-feira, 13 de março, no Pavilhão Brasil, onde mais de 40 instituições públicas e privadas brasileiras apresentarão seus projetos de responsabilidade ambiental.
A presidente da CNA vai mostrar que o Brasil é exemplo. Tem 12% da água doce do planeta. Preserva 61% de vegetação nativa e usa apenas 27,7% do seu território com produção. “Mesmo com todos esses resultados que levaram o país a ser o que é hoje, potencia ambiental e agrícola, não estamos satisfeitos. Queremos e vamos continuar investindo em tecnologia, em pesquisa, para aumentar a produção de alimentos e seguir cuidando dos nossos recursos ambientais, das nossas matas ciliares, da nossa água. E vamos propor que o mundo faça o mesmo”, explica Kátia Abreu.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Seis produtos são responsáveis por metade das exportações brasileiras

Luiz Guilherme Gerbelli
O Estado de S. Paulo
 
Minério de ferro, petróleo bruto, complexo de soja, carne, açúcar e café somaram 47% do valor exportado
O Brasil vem aumentando cada vez mais nos últimos anos sua dependência da exportação de matérias-primas. No ano passado, apenas seis grupos de produtos - minério de ferro, petróleo bruto, complexo de soja e carne, açúcar e café - representaram 47,1% do valor exportado. Em 2006, essa participação era de 28,4%.
Esse aumento da dependência ganha contornos ainda mais preocupantes porque o maior comprador atual das matérias-primas brasileiras passa por um momento de transição. Na semana passada, a China anunciou que vai perseguir uma meta de crescimento de 7,5% ao ano. A meta anterior era de 8% ao ano.
"Esse novo crescimento chinês ainda é expressivo para qualquer país, mas, nesse momento, cria um fato negativo para a cotação das commodities", diz o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. "Ao dizer que vai reduzir o ritmo de crescimento, a China diz, indiretamente, que vai comprar menos insumos."
Em dezembro, a entidade previu que o Brasil terá este ano um superávit de US$ 3 bilhões, resultado bem inferior ao saldo comercial de US$ 29,7 bilhões do ano passado. "Mas houve uma melhora do cenário dos preços desde então", diz Castro.
De qualquer forma, o Índice de Preços de Commodities do Banco Central (IC-BR) já aponta um recuo na cotação das commodities. Em fevereiro, o indicador caiu 2,96% na comparação com janeiro e, no acumulado de 12 meses, teve queda de 12,68%.
"Essa tendência de queda só não é mais forte porque está havendo uma injeção global de recursos no mundo todo. Há uma expansão de crédito para economia mundial que não começou agora", diz Fábio Silveira, economista da RC Consultores. Apesar disso, ele estima um recuo de 10% no preço da soja, carne, açúcar e do café este ano. "O crescimento menor da China reafirma a perspectiva de baixa dos preços", afirma.
Meta de vendas
Entre 2006 e 2011, puxada pelas commodities, a receita de exportação do Brasil aumentou de US$ 135,9 bilhões para US$ 256 bilhões. Este ano, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) definiu US$ 264 bilhões como a meta de exportação, valor 3,1% maior que o do ano passado.
Para Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), as exportações de commodities vão continuar dominando a pauta brasileira este ano. Ele ressalta, porém, que o saldo comercial do País deverá ser menor, porque, além do preço mais baixo das commodities, as importações devem permanecer em um patamar elevado.
"Estamos com uma demanda relativamente aquecida em relação ao resto do mundo, principalmente de bens de consumo duráveis", diz.