quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Brasil e EUA com agenda agrícola comum podem alimentar 7 bilhões de pessoas, diz senadora Kátia Abreu na Columbia University

Canal do Produtor

Assessoria de Comunicação CNA

 

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu,
disse que, apesar da população mundial ter chegado a 7 bilhões de pessoas essa semana e isso
trazer uma série de preocupações ligadas à alimentação e ao meio ambiente no mundo, não há
porque não celebrar o crescimento populacional. “As preocupações procedem, e até 2050
acredita-se que se chegará a 9 bilhões de pessoas no mundo, porém muitas alternativas serão
desenvolvidas para resolver o problema alimentar e ambiental”, afirmou a senadora Kátia
Abreu na noite desta terça-feira (1/11), em palestra na Universidade de Columbia,
em Nova York, nos Estados Unidos.
Como um exemplo de solução prática para esse problema, a presidente da CNA
citou os dois maiores produtores mundiais de alimentos, o Brasil e os Estados Unidos,
que podem aumentar radicalmente a sua produção alimentar apenas investindo em tecnologia,
sem novos desmatamentos em um primeiro momento. “O Brasil, 45 anos atrás, era um grande
importador de comida. Importava carne da Austrália, leite da Europa, arroz das Filipinas e
feijão do México, por exemplo. Até que, nos anos 70, o governo decidiu virar auto-suficiente.
Em cinco anos, na época, o Brasil passou de importador para exportador, simplesmente
investindo em pesquisa e inovação. É possível fazer uma revolução tão grande quanto aquela
agora, com o uso da tecnologia”, explicou a senadora Kátia Abreu.
Além disso, na década de 1970, a família média brasileira gastava cerca de 40%
da renda familiar em alimentos. Atualmente, esse valor não passa de 16%.
A produção alimentar ficou muito mais eficiente e sustentável, mas pode melhorar ainda mais.
Hoje, a agropecuária no Brasil representa 22,4% do Produto Interno Bruno (PIB)
nacional e 37% dos empregos formais no país. A presidente da CNA também
lembrou que o setor é responsável por 37,9% das exportações brasileiras. “Isso é tudo muito
positivo, mas é importante frisar que 70% da produção agropecuária brasileira ficam nas
mesas das famílias brasileiras, apenas 30% da produção vira exportação”, disse a
senadora Kátia Abreu.
Em relação ao meio ambiente, a presidente da CNA afirmou que é muito importante
discutir e desenvolver formas cada vez mais sustentáveis de produzir mais, porém
com embasamento científico e sem ‘ambientalismo ideológico’. “Nós, agricultores,
estamos muito interessados nesse tema, até porque dependemos do ambiente
para a nossa atividade econômica. Quer dizer, sem água, com terreno degradado,
com animais doentes, não há produção. Mas é preciso falar em sustentabilidade
econômica também”, explicou.
A senadora Kátia Abreu também respondeu às perguntas dos estudantes da Universidade de
Columbia sobre reforma agrária, o novo Código Florestal e a preservação de plantas
exóticas nos biomas brasileiros Um dos pontos mais defendidos pela presidente da CNA
foi o combate às subvenções agrícolas nocivas, que criam preços artificiais no comércio
agropecuário internacional e causam danos aos países em desenvolvimento. “A produção
do açúcar de beterraba na Europa, assim como do milho e do algodão subsidiados nos EUA,
faz com que países na África e da América Latina continuem pobres, porque os países ricos
competem de forma desleal”, afirmou a senadora, durante palestra a convite do Institute of
Latin American Studies (ILAS) e pelo Center for Brazilian Studies, cujos trabalhos são
direcionados à pesquisa, ensino e debates relacionados a assuntos da América Latina.
Nesta quarta-feira pela manhã, a senadora Kátia Abreu participará de um debate
com banqueiros, diplomatas e investidores interessados nas oportunidades do agrobusiness
brasileiro, na Câmara de Comércio Brasil América. Durante a tarde, a comitiva liderada
pela presidente da CNA se deslocará para Washington, onde voltará a discutir com
representantes do Congresso Americano sobre o combate às subvenções agrícolas nocivas.

 

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