quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A agropecuaria devera liderar o crescimento

O Estado de S. Paulo

Editorial Econômico

Em 2013, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o aumento no valor bruto da produção agropecuária deverá ser de 18,2% - um salto de R$ 380 bilhões para R$ 450 bilhões.

Diante disso, consultorias econômicas preveem que o setor sairá da recessão de 2012 e liderará a retomada do PIB, em 2013, com crescimento estimado em 5,4%, superior ao da indústria e dos serviços.

As perspectivas oficiais para 2013 já haviam indicado recordes nas safras de grãos e oleaginosas, com aumentos entre 8,6% e 9,9%, respectivamente, segundo a Conab e o IBGE. E o agronegócio, mesmo em 2012, um ano de preços baixos, gerou exportações de US$ 95,8 bilhões e superávit comercial de US$ 79,4 bilhões. As projeções da CNA indicam para 2013 um cenário ainda mais favorável.

A soja gerou um valor bruto de produção de R$ 69 bilhões, em 2012, e são previstos R$ 105 bilhões neste ano - ou seja, mais R$ 36 bilhões na renda dos produtores. O valor da produção de Cana-de-açúcar deverá crescer de R$ 42,8 bilhões para R$ 48,5 bilhões, mais R$ 5,7 bilhões. E, no caso do milho, com a mesma quantidade produzida em 2012 e 2013, o valor da produção crescerá R$ 5,4 bilhões, de R$ 35 bilhões para R$ 40,4bilhões. As piores perspectivas são para o algodão e o café.

Para que essas estimativas se confirmem, muito contribuirá o crescimento da economia, previsto em 3,18% neste ano, segundo o último boletim Focus, do Banco Central, Mas isso também significa que os preços, que já subiram muito em 2012, devem continuar elevados - caso do tomate e da laranja. Os produtores estão otimistas, porque o valor bruto da produção de tomate deverá crescer R$ 3,7 bilhões e o da produção de laranja, R$ 8 bilhões.

Na pecuária, o valor da produção deverá crescer 7%, de R$ 137 bilhões para R$ 146,5 bilhões. Será um reequilíbrio, depois dos maus resultados do ano passado.

Preços favoráveis na agropecuária ajudam as exportações, evitando que se acentue o declínio do superávit da balança comercial (que foi de apenas US$ 19,4 bilhões, em 2012, inferior em US$ 10,4 bilhões ao de 2011). A recuperação da China dará maior estímulo às vendas externas, mas, além disso, a demanda de alimentos tende a crescer de forma generalizada.

Do ponto de vista interno, não haverá problemas com o abastecimento, mas que não se conte com preços que favoreçam o consumo da população de baixa renda e deem uma grande ajuda para controlar os índices de inflação.

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