quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Agronegócio prevê que vai exportar US$ 85 bi este ano

DCI
Daniel Popov
O agronegócio brasileiro pode movimentar US$ 85 bilhões com as exportações neste ano, afirmou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) durante apresentação do balanço do setor ontem, em Brasília. Esse montante representa um crescimento de 10% ante os US$ 76,4 bilhões obtidos em 2010. Entre os produtos que mais ampliaram as suas arrecadações estão o milho com 69,8% a mais que em 2009, seguido pelo açúcar com incremento de 52,3% e o café com 37,8%.
No ano passado, o agronegócio brasileiro registrou exportações recordes no setor agropecuário com US$ 76,4 bilhões, que representa um aumento de 18% ante os números vistos em 2009 (US$ 64,7 bilhões). Até então, o melhor ano para as exportações brasileiras, em termos de receita, foi 2008, com US$ 71,8 bilhões.
Além da previsão do ministério brasileiro quanto a alta das exportações de 10% para este ano, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), acredita que estes valores possam chegar a US$ 87 bilhões. "Nós calculamos um crescimento de até US$ 87 bilhões em 2011, porém temos de observar o cambio, pois isso pode atrapalhar os resultados. A previsão é que mesmo no período de colheitas teremos preços até 10% mais altos que 2010", disse Rosimeire dos Santos, superintendente técnica da CNA.
No mesmo período, o superávit da balança comercial do agronegócio alcançou a marca de US$ 63 bilhões, ante os US$ 54,9 bilhões vistos em 2009. Outra curiosidade é que esse saldo foi três vezes maior que os US$ 20 bilhões observados no superávit do comércio global do Brasil no mesmo período. "Esse desenvolvimento é muito raro em uma economia, principalmente na agrícola, e muito significativa em tão pouco espaço de tempo. Quase quadruplicamos nossas exportações nos últimos 10 anos, passamos de US$ 20,7 bilhões em 2000, para US$ 76,4 bilhões este ano", contou o coordenador geral de organização para exportação da Mapa, Eliezer Lopes.
Com vista à manutenção do ritmo de crescimento no setor, o ministério afirmou que já estuda um projeto para o sistema único de garantia ao produtor, que abrange o Programa de Garantia de Preço Mínimo (PGPM) e o Seguro Rural.
"Os programas de apoio à Agricultura tendem a encontrar formas mais aperfeiçoadas e nosso objetivo é sair de uma política de apoio, no que diz respeito a preço mínimo e comercialização, para uma garantia mais ampla do que um seguro rural, que envolva riscos climáticos e mercadológicos", finalizou.
Apesar de uma receita de exportação ainda pequena em relação a outras commodities, o milho obteve o maior crescimento, ficando à frente do açúcar e do café. Em 2010, o grão bateu o recorde de exportação com US$ 2,1 bilhões, que representa um incremento superior a 69% ante 2009. Em termos de quantidade, o crescimento foi de 39%, passando de 7,7 milhões de toneladas (t), em 2009, para 10,8 milhões de toneladas em 2010.
Esse foi o segundo maior volume da série, superado apenas pelas 10,9 milhões de t de 2007. "O milho obteve um resultado melhor que o esperado, e muito desse resultado se deve ao governo que ajudou bastante o produtor na hora de comercializar", disse, Steve Cachia, analista da Cerealpar.
Já o açúcar, responsável por US$ 12,7 bilhões nas exportações do ano passado, cresceu 52,3% em sua receita, fruto do aumento da quantidade exportada e dos preços praticados, afirmou o analista.
Os preços do produto tiveram um incremento 32,2% em 2010, passando de US$ 345 em média por tonelada.
Para a superintendente da CNA, neste ano o algodão estará entre os cinco produtos que mais crescerão em renda.
Paralisação na Argentina
Os agricultores argentinos anunciaram ontem a suspensão, a partir da próxima segunda-feira, das vendas de grãos e oleaginosas para protestar contra políticas de exportação do governo.
A manifestação de sete dias foi convocada pelo descontentamento com as políticas governamentais, especialmente aquelas relacionadas ao trigo.
O superávit da balança comercial do agronegócio em 2010, mesmo com o dólar mais baixo, alcançou a marca de US$ 63 bilhões, ante os US$ 54,9 bilhões vistos em 2009. Esse saldo foi três vezes maior que os US$ 20 bilhões observados no superávit do comércio global do Brasil no mesmo período. Os números mostram que o agronegócio quase quadruplicou suas exportações nos últimos 10 anos: de US$ 20,7 bilhões em 2000 para US$ 76,4 bilhões em 2010.
E o cenário deverá melhorar em 2011. A projeção do agronegócio é de exportar US$ 85 milhões este ano, 10% acima dos US$ 76,4 bilhões do ano passado. A previsão do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, indica que as commodities, como o milho, açúcar e café, que foram as principais responsáveis pelo resultado positivo no ano passado, devem manter a importância na balança da agropecuária em 2011.
A previsão foi reforçada ontem depois que o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) anunciou que houve redução drástica dos estoques de milho e de soja do país, o que gerou aumento imediato nas cotações do mercado futuro desses grãos na Bolsa de Chicago, que chegaram a seu nível mais alto em 30 meses.
A Cargill, que anunciou ontem que os lucros triplicaram no segundo trimestre de seu ano fiscal, para US$ 1,49 bilhão, está vendo seus principais concorrentes -a Archer Daniels Midland Co., a Bunge e a Louis Dreyfus- seguirem de perto como principais beneficiários da falta de grãos. As quatro empresas dominam os fluxos globais de commodities agrícolas. Aproveitando o bom cenário, a JBS está em negociação com o BNDES para emitir debêntures conversíveis. O interesse da brasileira é a compra da norte-americana Sara Lee.

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