O Estado de S. Paulo
Edna Simão
Mais da metade do rendimento dos agricultores de baixa renda vem de aposentadorias, pensões e programas sociais do governo, apesar de representarem 70,4% dos estabelecimentos rurais do País.
Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apenas 30% da renda desse público está relacionada à atividade agrícola. Entre os mais ricos e a classe média rural, o peso da agropecuária corresponde, respectivamente, a 94% e 73% da renda do estabelecimento.
"O estudo mostra a situação dramática dos pequenos produtores", disse a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (PSD-TO). Segundo ela, o levantamento, encaminhado ao governo federal, ajudará no redesenho de uma nova política agrícola que atenda as necessidades dos produtores, principalmente os pequenos e médios.
A ideia é elaborar medidas que possibilitem que 15% dos empreendimentos da classe D/E migrem para a C, a classe média rural. "A classe C brasileira está sendo esmagada e pode cair para D/E", disse a senadora.
Comento:
Pois é, tenho visto muito na impresa o governo se vangloriar do aumento da renda no campo em função da recente alta nas commodities no mercado internacional...Novas tecnologias, venda de tratores, etc.
Mas na verdade 70,4% dos produtores dependem de programas sociais ou aposentadorias para sobreviverem. Geralmente vivem em uma casinha bem simples, nenhum acesso à informação e ainda são tidos como desmatadores criminosos por ong's ambientalistas.
O êxodo rural provocou o aumento populacional das periferias nas cidades onde não há estrutura alguma, somente a esperança de conseguir um emprego e poder alimentar-se.
Os pequenos e médios produtores rurais brasileiros são uma classe esquecida, quase nula no que diz respeito à saneamento básico, tecnologia de plantio para aumento de produção, moradia descente, educação e DIGNIDADE. Ou classe urbana se dá conta de quanto é necessária a preservação destas pessoas no campo, produzindo alimentos, ou todos voltaremos à época da comida cara e escassa.
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