Gazeta do Povo OnlineCíntia Junges
Plataformas online chegam ao meio rural com objetivo de mudar sistema de
comercialização e interação entre produtores, mas ainda têm número limitado de
usuários
Além da compra e venda de produtos, as plataformas criadas no último ano para o
setor agrícola brasileiro permitem que os usuários interajam entre
si.
Comercialização:Focadas em oferecer ambiente virtual seguro
para comercialização de produtos agropecuárias, as ferramentas OSalim e
FortisAgro tem acesso fácil, porém diferentes formas de cobrança dos usuários.
Enquanto um site cobra comissão por cada negócio realizado em ambiente virtual o
outro exige pagamento de licença anual.
Os sistemas podem ser conhecidos
através do endereço www.ferramentaosalim.com e
www.fortisagro.com
Interação:Apesar do número restrito de
usuários, o agronegócio também tem sua rede social, gratuita. Um dos pioneiros
nessa área, o Tradincom, conta atualmente com cerca de 400 pessoas
interconectadas.
Para se cadastrar é preciso acessar www.tradincom.com e
seguir o passo a passo exibido na primeira página do site.
A
comercialização de produtos agrícolas, que até pouco tempo atrás se concentrava
no mercado físico, hoje ganha terreno na internet. Na medida em que cresce o
número de produtores rurais conectados à rede mundial de computadores,
empresários investem cifras que chegam a superar a casa do R$ 1 milhão em
plataformas digitais. O número de agricultores conectados, porém, ainda é
limitado e reflete a falta de segurança do setor produtivo em negociar altos
valores em ambiente virtual. “O desafio é conquistar a confiança dos potenciais
usuários. A plataforma de não rompe as relações do mercado físico, mas sim
agiliza o comércio e abole a necessidade de intermediários”, analisa Antonio
Carlos Bentin, idealizador de O $alim, sistema que permite compradores e
vendedores negociar produtos agropecuários via internet.
A forma de
cobrança pelo uso de plataformas de comercialização digital é variável. No caso
de O $alim, o usuário precisa pagar uma anuidade de cerca de R$ 3 mil para
entrar no ambiente virtual. Já o FortisAgro, outro site dedicado à compra e
venda de produtos agropecuários, cobra uma comissão de 0,50% a 1% do valor
negociado. É a partir dessa comissão que o gerente comercial da plataforma,
Evaristo Sobrinho, pretende devolver os R$ 3,5 milhões aportados por um
investidor anjo no negócio. A meta da empresa é ter de volta o valor investido
em 2013. “Trabalhamos com um cenário promissor que inclui mais de cinco milhões
de produtores, além de duas mil cooperativas, duas mil cerealistas e mais de 76
mil agroindústrias em todo o Brasil”, projeta Sobrinho. No ar desde janeiro, o
FortisAgro conta atualmente com 280 usuários. A cada mês, 15 novos pedidos de
adesão chegam aos administradores do site.
Produtor conectado
Após usar uma dessas plataformas para comprar calcário e vender milho, o
produtor Paulo Sergio de Mello e Silva Assumpção, aprovou a ferramenta, mas
acredita que a baixa adesão de empresas do setor impedem que o ambiente virtual
ganhe credibilidade. “Certamente haveria mais participação dos produtores se o
convite para negociar por meio das plataformas partisse das empresas e
agroindústrias com as quais já negociamos no mercado físico”, ressalta. Ele diz,
no entanto, que não consegue imaginar como seria administrar a propriedade sem o
auxílio da internet. Ele mora em Curitiba, mas passa boa parte do tempo na
Fazenda Santa Branca, em Tibagi, nos Campos Gerais, onde já dispõe de sinal
regular de internet. “Acabei substituindo o telefone pelo Skype e pelo MSN.
Prefiro, porque as conversas ficam gravadas e tenho mais segurança para
negociar”, afirma.
Outro produtor que sustenta as apostas de empresários
na internet é Luiz Henrique de Gheus, de Tibagi. Ele conta que acessa a rede
mundial diariamente para acompanhar a bolsa de valores, além de diversos sites
de notícias e informações sobre o cenário e as tendências do agronegócio. “Faço
um controle da propriedade com relação às previsões de clima, controlo minhas
contas e, por meio do site da cooperativa, acompanho os volumes de produção já
entregues, meu saldo e minha posição financeira”. Quando não está em casa, Gheus
leva seu tablet para todos os lugares, inclusive para a lavoura. Entre os
aplicativos que utiliza diariamente estão os de notícias e sobre o clima. “A
rede sem fio da propriedade funciona muito bem, se fosse depender da internet de
operadoras de celular seria complicado”, diz ele.
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