ISRAEL, UM VILÃO DE PLANTÃO
Israel está sendo, uma vez mais, “vilanizado” em boa parte da imprensa brasileira e mundial porque desfechou aquela que está sendo considerada “a maior ofensiva contra a Faixa de Gaza” desde a incursão de janeiro de 2009, quando o país — atenção! — REAGIU aos milhares de foguetes disparados pelo Hamas. Ofensiva, em sentido militar, é coisa diferente de reação.
“Ofensiva” é a que parte da Faixa de Gaza. Israel está respondendo a um foguete disparado na semana passada contra a cidade de Ashkelon. Desde o começo do ano, já são 40. O Hamas, hipocritamente, diz que não tem nada com isso e atribui as ações a grupos ainda mais radicais. Trata-se, obviamente, de uma mentira. Seus partidários não são, é verdade, os únicos terroristas de Gaza. Mas não se dispara um foguete por ali sem a sua concordância.
A vigarice que costuma pautar as análises sobre o Oriente Médio vai dando certas mentiras escandalosas como verdades. A mentira influente no momento reza que os foguetes são uma reação dos palestinos à decisão do governo israelense de construir apartamentos em Jerusalém Oriental. É mesmo? E os foguetes de 2008? E os foguetes de 2007?
Sempre haverá um pretexto verossímil, fácil e falso para as ações terroristas. Imaginar que Israel ficará inerme aos ataques é bobagem. Não vai ficar. Neste ponto do debate, uma questão invariavelmente é posta: “Mas a reação é desproporcional!”
“Desproporcional a quê?” As ações de agora, admitem-no o próprio Hamas, escolheram alvos do movimento em Gaza, não foram lançadas ao léu, contra civis, sem ver o que havia pela frente. Isso é um pouco diferente dos foguetes palestinos, que são lançados,, caiam onde caírem.
Como Israel agiria “proporcionalmente”? Deveria responder com um foguete a cada foguete de que é alvo? Quantos seriam os mortos em Gaza nessa hipótese?
O problema é outro, leitor. Quando se fala em “reação proporcional” de Israel, quer-se falar em “reação nenhuma”. Até os defensores dessa tese se envergonham um tanto porque não conseguem ter resposta para a questão que eles mesmos propõem: “Mas, afinal, como deve reagir um país atacado?” Se os terroristas palestinos fossem mais “eficientes” para matar judeus, a reação de Israel seria, então, “proporcional”?
Não! Eu não endosso a ampliação de construções em Jerusalém Oriental. Mas o que elas têm a ver com os foguetes “que não são” do Hamas? Não fosse a decisão errada do governo israelense, os terroristas da Faixa de Gaza estariam apostando na paz?
Por Reinaldo Azevedo
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